Pela Liderança durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao ex-Governador de Roraima, que se descompatibilizou do cargo para concorrer ao Senado Federal, por supostos atos de corrupção.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
CORRUPÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Críticas ao ex-Governador de Roraima, que se descompatibilizou do cargo para concorrer ao Senado Federal, por supostos atos de corrupção.
Publicação
Publicação no DSF de 01/05/2014 - Página 33
Assunto
Outros > CORRUPÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • CRITICA, EX GOVERNADOR, ESTADO DE RORAIMA (RR), MOTIVO, CORRUPÇÃO, EXCESSO, GASTOS PUBLICOS, RESULTADO, AUMENTO, DIVIDA PUBLICA, GOVERNO ESTADUAL, ORIGEM, EMPRESTIMO, GOVERNO FEDERAL, COMENTARIO, TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE), DEMORA, JULGAMENTO, REPUDIO, CANDIDATURA, ELEIÇÕES, SENADO.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Jorge Viana, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, pessoas que nos assistem nas galerias, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, eu exercia Medicina no meu Estado natal, Roraima, e, portanto, eu fui um precursor do Programa Mais Médicos na época em que não havia esse programa, porque ninguém realmente queria ir para os lugares pequenos. As pessoas saíam para estudar e não voltavam para o Estado. Na época, Roraima era um Território Federal, os governadores eram nomeados sem nunca terem ido lá. Também o seu Estado, Senador Jorge, passou por essa condição de ser Território Federal.

            Então, eu entrei na política com três objetivos principais. Primeiro, transformar Roraima em Estado, o que seria uma libertação para o nosso povo poder escolher o seu Governador, o seu Senador, o seu Deputado Federal, já que, como Território, não tínhamos Senadores.

            E tive a felicidade de, no meu segundo mandato de Deputado, ver, através da Constituinte, o Território transformado em Estado. A Constituição de 1988 o transformou e marcou que a implantação do Estado se daria com a eleição do primeiro Governador, que ocorreu em 1990.

            Pois bem, de lá para cá, já temos a liberdade de escolher o Governador; temos a liberdade de escolher o vice, os Senadores, os Deputados Federais, os prefeitos também, que eram nomeados, os vereadores, e hoje atingimos o estágio de Estado membro da Federação.

            Mas o que esperávamos, infelizmente, nesses últimos sete anos, foi praticamente o inverso de tudo o que nós sonhamos. Por quê? Porque um governador, que era o vice-governador do Governador Ottomar... O Governador Ottomar teve a infelicidade de falecer no primeiro ano do mandato e deixou, portanto, três anos do mandato para esse governador, que depois se reelegeu com uma escancarada corrupção, com uma corrupção tão escancarada que dava para o eleitor até pensar que aquilo não estava acontecendo.

            Obviamente dizem que quem tem banco, no caso, dinheiro, e banca, isto é, bons advogados, consegue empurrar com a barriga, às vezes, o julgamento de um crime por mais terrível que ele seja. E foi o que aconteceu. Até hoje ele está cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral e ainda não julgado pelo TSE.

            Então, quer dizer, nós estamos diante do quadro em que, em sete anos, esse governador ficou à frente - ele agora se desincompatibilizou para disputar o Senado, como se ele merecesse esse prêmio do povo do Estado - de um Estado que tinha saldo em caixa, muito saldo por sinal, e hoje deixou o governo altamente endividado com empréstimos que contraiu e também com a gastança do dinheiro arrecadado pelo próprio Estado - gastança, não; com a roubalheira feita. A gastança foi tão escancarada por esse governador que ele, que entrou no governo como um empresário falido, construiu uma supermansão, que já foi até objeto de fotografia nas revistas nacionais, na Época, especialmente.

            E estamos assistindo a quê? Mais ou menos ao que Rui Barbosa disse em 1914: de tanto ver triunfar as novidades, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem honesto chega a ter vergonha de ser honesto e aí se desencanta. Então, é lamentável que esses maus políticos cheguem ao poder através da corrupção, da coerção, da perseguição e se mantenham através de jogadas jurídicas feitas pelos advogados.

            Eu quero aqui fazer um pedido a V. Exª, Sr. Presidente. Realmente apresentei ofícios, e o Tribunal de Contas do Estado já tomou uma decisão.

            Olhe só: ao apagar das luzes, antes de sair, o governador conseguiu a aprovação de uma lei que lhe dava o direito a ter seis seguranças dia e noite, sendo a média de policiais militares por habitantes no Estado de 1 para 500 cidadãos. Ele, sozinho, queria ter seis seguranças, além de receber ainda os proventos, com muito esforço, de aposentadoria de governador, mas o Tribunal de Contas do Estado já vetou isso. É evidente que ele vai recorrer, e essa coisa vai demorar bastante. Há Municípios no Estado em que há apenas um policial militar, e esse governador quer seis para poder fazer política com tranquilidade, porque, aonde ele chegava, pelo menos durante o tempo em que foi governador, era vaiado, até em solenidades públicas.

            Então, eu quero aqui fazer um apelo ao povo de Roraima que realmente não se deixe iludir nem se corromper por causa de dinheiro, de emprego.

(Soa a campainha.)

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) - Vamos olhar o Estado, mirando, pelo menos, o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos.

            A nós cabe continuar lutando. Quando os bons desistem, eles estão ajudando os maus. Quando os bons não lutam, igualmente estão ajudando os maus a prosperarem.

            Então, eu faço esse apelo não só à população do meu Estado, especificamente, mas também a todos os eleitores do Brasil. É preciso, de fato, que o eleitor leve em conta não apenas a Lei da Ficha Limpa, mesmo havendo alguns subterfúgios para contorná-la, mas que tenha, principalmente, a consciência limpa, livre e que possa, de fato, escolher os candidatos dando valor a sua...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) - ... própria condição de pai de família, de profissional e de pai e avô para que não possamos ter a continuidade desse modelo que está em Roraima.

            Eu espero, portanto, que todo brasileiro se movimente de norte a sul, de leste a oeste, para que nós tenhamos, realmente, eleições limpas e livres de qualquer tipo de corrupção.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/05/2014 - Página 33