Pela Liderança durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas a recente declaração atribuída ao ex-Presidente Lula segundo a qual o julgamento do “Mensalão” foi fundamentalmente político.

Autor
Cyro Miranda (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Cyro Miranda Gifford Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
JUDICIARIO.:
  • Críticas a recente declaração atribuída ao ex-Presidente Lula segundo a qual o julgamento do “Mensalão” foi fundamentalmente político.
Publicação
Publicação no DSF de 01/05/2014 - Página 53
Assunto
Outros > JUDICIARIO.
Indexação
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, AUTORIA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ASSUNTO, JULGAMENTO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), AÇÃO PENAL, DENUNCIA, CONGRESSISTA, RECEBIMENTO, MESADA, TROCA, APOIO, GOVERNO FEDERAL.

            O SR. CYRO MIRANDA (Bloco Minoria/PSDB - GO. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Senador que presidente esta sessão, Jorge Viana; Srªs e Srs. Senadores, comunicação desta Casa - Rádio, TV e Agência Senado.

            Mais uma vez, o ex-presidente Lula perdeu uma grande oportunidade de ficar calado. Dessa vez, a bravata foi dizer que, no julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal teve uma decisão 80% política e 20% jurídica.

            Um ex-presidente da República precisa ter mais responsabilidade e modos quando fala, tanto no Brasil quanto no exterior. Considerações dessa ordem prestam um desserviço à República e à Nação. Faltam autocrítica e humildade ao ex-Presidente Lula e ao próprio Partido dos Trabalhadores para aceitar o veredito da mais alta Corte do País.

            Lembro o que disse o Ministro Gilmar Mendes que o próprio Lula pediu desculpas à Nação pelo episódio do mensalão. Como é que Lula nega que os mensaleiros eram homens de sua confiança? Quem é o traidor nessa história? A quem ele pensa que engana? Lula quer empurrar goela abaixo do eleitor uma versão distorcida de um dos maiores escândalos da história recente do Brasil.

            O tempo vai mostrar o quanto essa defesa intransigente e injustificável dos mensaleiros por Lula e pelos dirigentes do PT tem trazido prejuízos à imagem do Partido. Se a decisão do Supremo tivesse sido política, como diz Lula, teria sido favorável aos réus do mensalão, porque seis dos onze ministros foram nomeados por Lula. Ainda bem que os magistrados colocaram a toga acima de qualquer interesse político e partidário.

            Srªs e Srs. Senadores, o eleitor brasileiro hoje está amadurecido. Sabe o que é verdadeiro. Tratar o cidadão com bravatas e meias verdades é desrespeitar e ignorar a capacidade crítica do eleitor no legítimo direito de escolher os governantes. O eleitor de hoje quer conversar com os candidatos, ouvir compromissos com a gestão, com a transparência e com o interesse público.

            Não cola mais no Brasil a ideia de um salvador da pátria que se coloca acima de todos e das instituições. As declarações de Lula à Rádio e Televisão de Portugal (RTP) põem em dúvida o Supremo Tribunal Federal. Afronta à mais alta Corte! Como bem comentou o Ministro Marco Aurélio Mello, "é um troço de doido".

            Quando critica o Supremo Tribunal Federal dessa forma e tenta passar a ideia de uma conspiração das elites contra o PT, Lula mais se parece com um velho e arcaico Jânio Quadros, que falava de "umas tais forças ocultas".

            O que Lula precisa entender é que nenhum partido ou aliança tem um cheque em branco dos eleitores.

            Muito pelo contrário, os protestos de rua de 2013 e as inúmeras manifestações que têm ocorrido em todo o Brasil demonstram que o cidadão comum está em busca de mudanças em favor da sociedade e do interesse público.

            O cidadão quer ouvir propostas que reconduzam o País à estabilidade econômica, ao crescimento duradouro e sustentável.

            O cidadão quer ter garantida à mobilidade urbana para ganhar o pão de cada dia.

            A postura do ex-Presidente Lula e de grande parte do PT demonstra que não conseguem compreender os desejos do eleitor e ignoram qualquer crítica.

            A reação à CPI da Petrobras é exemplo desse comportamento soberbo, que beira à arrogância de quem se coloca acima das instituições e das urnas.

            A Petrobras não é patrimônio do PT ou do PSDB ou de qualquer partido. A Petrobras é patrimônio do povo brasileiro, que exige hoje a apuração do que tem ocorrido com a empresa ao longo do governo Lula e do Governo Dilma.

            A Petrobras tem perdido valor dia após dia em razão dos desmandos e dos maus negócios, sobretudo durante a gestão Gabrielli.

            O que o ex-Presidente precisa e deve entender é bastante simples: a sociedade já começou a compreender que a sua pupila, a Presidente Dilma Rousseff, não tem nada daquela imagem de gestora que ele pintou e vendeu nas últimas eleições.

            A máscara caiu!

            Dilma é um fracasso como gestora e está conduzindo o País ao precipício.

            Foi pela mão de Dilma que a Petrobras fez péssimos negócios, como o de Pasadena. Foi pela mão de Dilma que o setor elétrico virou um caos.

            A manobra do Governo para adiar os ajustes da energia elétrica foi desastrosa!

            Acho engraçado quando ouço aqui, por parte de membros do PT, que é um dos melhores governos que existem. Por que está caindo nas pesquisas? Porque está em plena derrocada?

            Com certeza, a sociedade brasileira vai cobrar nas urnas explicações sobre o contrato inédito assinado pela Câmara de Comercialização de Energia, a CCEE, no valor de mais de R$11 bilhões de reais.

            A fórmula encontrada pelo Governo para salvar 40 distribuidoras, afetadas pelos altos custos da energia no mercado de curto prazo é, no mínimo, bizarra.

            Custou tanta estranheza que três dos cinco conselheiros da CCEE renunciaram aos respectivos mandatos.

            Foi uma forma de protesto contra as decisões tomadas pela Câmara sob nítida influência do Palácio do Planalto.

            Especialistas da área de energia consideram que a CCEE não foi feita para contrair empréstimos e salvar concessionárias.

            Mas o pior disso tudo, senhoras e senhores, é que vem aí mais uma manobra bem à moda do atual Governo: vão criar um encargo na conta de luz para pagar os empréstimos.

            É o usuário quem vai pagar pelos efeitos da má gestão do setor elétrico.

            Mais uma vez, é o contribuinte que vai pagar pelas mazelas do governo Lula e do Governo Dilma.

            Srªs e Srs. Senadores, com tantos desmandos e atitudes desastrosas, não é por acaso que a confiança em Dilma continua a cair a cada pesquisa.

            As pessoas começaram a ver o quanto são danosos para o Brasil a perda da estabilidade econômica, o baixo crescimento do PIB e a inflação implacável corroendo salários.

            Chega de bravatas, engodos e meias verdades! Senhoras e senhores, o Brasil quer mudanças! O Brasil quer um novo rumo para o País!

            Muito obrigado, Sr. Presidente


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/05/2014 - Página 53