Pronunciamento de Ruben Figueiró em 15/05/2014
Discurso durante a 72ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Críticas à gestão do PT no Governo Federal; e outro assunto.
- Autor
- Ruben Figueiró (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
- Nome completo: Ruben Figueiró de Oliveira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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GOVERNO FEDERAL.
EXERCICIO PROFISSIONAL, SENADO.:
- Críticas à gestão do PT no Governo Federal; e outro assunto.
- Aparteantes
- Eduardo Suplicy.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/05/2014 - Página 374
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL. EXERCICIO PROFISSIONAL, SENADO.
- Indexação
-
- CRITICA, ADMINISTRAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), OCORRENCIA, CORRUPÇÃO, APARELHAMENTO, ESTADO, CITAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), DESAPROVAÇÃO, PRIORIDADE, INVESTIMENTO, CONCESSÃO, AUTORIDADE, AUSENCIA, RESPONSABILIDADE, FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL ASSOCIATION (FIFA), IMPORTANCIA, AUMENTO, NIVEL, EXIGENCIA, ELEITOR, PREVISÃO, TRANSFORMAÇÃO, POLITICA, ECONOMIA, POSTERIORIDADE, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL.
- EXPECTATIVA, APOIO, DECISÃO, MESA DIRETORA, MANUTENÇÃO, EMPREGO, SERVIDOR, TELEVISÃO, RADIO, SENADO.
O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eminente Senador e amigo Jorge Viana, senhores telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes da Rádio Senado, Srs. Senadores, senhores e senhoras aqui presentes.
Sr. Presidente, de início eu me permitiria cumprimentar V. Exª ao manifestar a expectativa otimista que tem com relação à situação dos funcionários da Rádio Senado e da TV Senado que estão sob a ameaça de perder os seus empregos aqui nesta Casa.
Ainda hoje, em sessão da Comissão de Agricultura, presente, inclusive, o nobre Senador Eduardo Suplicy, manifestamos a nossa solidariedade ao pleito daqueles servidores que se encontram num momento de tensão nervosa quanto a uma possível decisão da Mesa do Senado. E, daqui desta tribuna, Sr. Presidente, Senador Jorge Viana, renovo a manifestação que fiz durante a reunião da Comissão de Agricultura, de apreço e solidariedade àqueles servidores da Rádio e da TV Senado, manifestando a expectativa de que a Mesa Diretora terá a devida sensibilidade para mantê-los na posição que ocupam.
É uma manifestação de respeito às atividades que eles vêm prestando durante tantos e tantos anos aqui no Senado, possibilitando que as nossas opiniões, que as nossas vozes de Senadores sejam ouvidas e nossas feições sejam assistidas por todo o território nacional.
A Senadora Ana Amélia teve oportunidade de manifestar-se com muita propriedade naquele instante, dizendo - e eu repito, como fez o Senador Flexa Ribeiro - que a TV Senado e a Rádio Senado são ouvidas por todo o território nacional. Não há grotão deste País em que não exista uma parabólica e essa parabólica tem oportunidade de transmitir a TV Senado.
É impressionante: todos nós que percorremos o interior do País somos saudados todas as vezes por aqueles brasileiros, homens simples, muitos deles simples, que têm como único divertimento, como único prazer ouvir uma emissora com a expressão da TV Senado. Além do que há o problema social. Nós não podemos, sem dúvida alguma, deixar à margem esses servidores que nos atendem com tanta atenção, com tanta fidalguia e nos dão o prazer de que as nossas vozes e as nossas opiniões sejam assistidas e ouvidas por todo o País.
Portanto quero cumprimentar desde já a Mesa, confiando nas palavras do eminente Presidente Jorge Viana de que ele também será uma das vozes em defesa de uma legítima reivindicação de todos aqueles nossos amigos servidores que engrandecem a obra da TV e da Rádio Senado.
Sr. Presidente, essa é a minha manifestação e tenho certeza de que isso representa também o pensamento do Senador Eduardo Suplicy e de V. Exª, pessoas absolutamente sensíveis aos reclamos dos trabalhadores brasileiros.
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Permita-me apenas, Senador Ruben Figueiró. Assim como V. Exª e outros Senadores presentes na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e, depois, na Comissão de Relações Exteriores - e acredito que nas demais -, assistimos quando os servidores da TV Senado compareceram e pediram a nossa solidariedade para que possa haver uma compreensão do Presidente Renan Calheiros e da Mesa Diretora, a fim de que eles continuem a realizar esse trabalho tão importante para a divulgação de todas as nossas atividades aqui no Senado, seja no plenário, seja nas comissões, em tudo o que diz respeito àquilo que cada um dos 81 Senadores está realizando, sobretudo nesta Casa, no Congresso Nacional, em defesa da população, inclusive para mostrar as nossas falhas, os nossos acertos e as nossas atitudes, gestos, palavras, para que isso seja sempre muito transparente perante o povo brasileiro.
O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) - Registro a sua manifestação, eminente Senador Eduardo Suplicy, que, aliás, já havia se manifestado lá na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. E o faço com muito prazer, porque conheço perfeitamente a sensibilidade de V. Exª em todas as questões que dizem respeito ao direito do trabalhador.
Sr. Presidente, no próximo mês o Brasil viverá intensas emoções. A realização da Copa do Mundo fará eclodir sentimentos difusos sobre a nossa realidade. Imagino que o quadro será tenso. O cenário será nublado.
Acredito que viveremos um período social marcado pelo ineditismo. Teremos uma experiência histórica que marcará, de maneira profunda e definitiva, nossos modelos e pensamento político daqui para a frente.
O Brasil será outro depois da Copa. Enganam-se aqueles que pensam que a pior fase passará assim que a bola começar a correr no gramado. Ao contrário, o pior momento estará apenas começando na política, na economia, nas instituições, nas ruas e na imprensa. Quem viver verá, como afirma o adágio popular.
Será um tempo interessante. De um lado, a festa do futebol, restrita aos estádios, para poucos, mas difundida com grande estardalhaço pela mídia. De outro, pessoas protestando contra o desperdício de dinheiro público, contra a ingerência da FIFA, que se transformou num Estado dentro do nosso Estado, engrossando ondas de protesto e violência que já começaram a pipocar em várias capitais brasileiras. Infelizmente essa é a verdade que começa a se configurar aqui e ali.
Li recentemente, no Jornal Estado de S. Paulo, reportagem que mostra que a Fifa está tentando tirar o corpo fora das mazelas da Copa, querendo empurrar toda a culpa para o Governo Brasileiro, notadamente para o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-Presidente da CBF, Confederação Brasileira de Futebol, Sr. Ricardo Teixeira.
Segundo o Sr. Jérome Valcke, Secretário Geral da Fifa, toda a responsabilidade pelos atrasos das obras, pelos gastos milionários dos Estádios, pelo planejamento dos jogos, enfim, toda a bagunça que ocorrer será culpa do Governo brasileiro. À FIFA interessam apenas os lucros gerados pelo evento. O que acontecerá depois não será responsabilidade dela.
Srªs e Srs. Senadores, de fato, repito, vivemos tempos interessantes. Esse é um período de contrate e de desfaçatez. Acompanhar o noticiário tornou-se um exercício de coragem cívica. Temos que nos municiar de uma dose de calma para não se surpreender e se indignar a cada momento.
Cruzamos informações e nos assombramos. Olhamos os gastos da Copa e observamos as empresas que estão executando as obras: a maioria delas é responsável pela doação de quase R$80 milhões...
(Interrupção do som)
O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) - ... ao Partido dos Trabalhadores (Fora do microfone.) no ano que passou. Isso é normal? Sempre foi assim? Que País é este?
O cidadão tem todo o direito de questionar. Até onde esse ponto fora da curva converge na direção da linha reta onde confluem os interesses escusos?
Reitero, Srªs e Srs. Senadores, que estamos vivendo tempos interessantes. A sociedade tem um padrão de informação que não podemos subestimar.
As redes sociais estão fervendo de críticas ao Governo. O burburinho das conversas familiares, nas rodas de amigos, nas entidades de classe, nas empresas, revelam o inconformismo com os rumos do Brasil.
Trata-se de uma onda negativa com base na vivência do nosso dia a dia.
Aqueles que pensam que a maioria da sociedade brasileira ainda é aquela massa alienada de 30 anos atrás, à qual bastava uma justificativa esfarrapada qualquer para se superar o escândalo, está fora da realidade.
Leio a entrevista do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no jornal O Globo, no qual ele responde sobre a refinaria de Pasadena. Para S. Sª o assunto está superado, pois as explicações da Presidente Graça Foster e do ex-Presidente da empresa, José Gabrielli, foram suficientes para “esclarecer todas as dúvidas”. Seria cômico, não fosse trágico.
É exatamente o contrário: nós, da oposição, estamos lutando para realizar uma CPMI para esclarecer esse processo. E acrescento: a que foi instalada ontem, nesta Casa, é uma reunião, eu diria, de petit comité, em que as cartas já estão marcadas, já sabem que disso tudo virá um amém.
Os cofres públicos brasileiros foram sangrados pela má gestão, pela corrupção e pelo aparelhamento partidário. A Petrobras está sendo vítima de uma ação antipatriótica de defensores de uma privatização partidária que enriquece poucos e prejudica a coletividade. Não se pode permitir, em nome da decência e da ética, que isso continue a acontecer sob nossos olhos em nome de uma propaganda ideológica fora do tempo e do espaço.
Muitos estão imaginando que com a Copa que se aproxima a pauta em torno das mazelas da Petrobras serão esquecidas e que a CPMI será um assunto secundário. Essa certeza funda-se no fato de que o brasileiro pode ser enganado com distrações momentâneas.
A sociedade brasileira sabe o que verdadeiramente lhe interessa e saberá olhar com senso crítico quem são os oportunistas do momento.
A última pesquisa do Datafolha mostra uma mudança quantitativa na percepção da sociedade. Mais de 74% deseja mudança de rumo. Promessas marqueteiras e bondades oportunistas não colam mais. É preciso competência, transparência, boas intenções e visão de futuro.
(Soa a campainha.)
O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) - Coisas fundamentais que o atual Governo não tem como oferecer.
Sr. Presidente, com as considerações que faço neste instante desejo uma vez mais reiterar minha solidariedade, pessoal, e a solidariedade do meu Partido, o PSDB, porque mantive contatos com seu ilustre Líder, o Senador Aloysio Nunes, de que, por meio do nosso representante na Mesa Diretora do Senado, o Senador Flexa Ribeiro, iria ponderar aos seus pares e, sobretudo, ao Presidente Renan Calheiros sobre a necessidade de encarar o pleito em relação aos servidores da TV e da Rádio Senado para que eles permaneçam conosco, ajudando-nos a servir ao Brasil.
A minha solidariedade, portanto, a todos aqueles que estão aqui na plateia. A todos a nossa manifestação - a do meu partido e a minha, pessoal, assim como a da grande maioria dos Senadores da República - em favor do pleito que vocês reivindicam, com toda a razão, com todo o direito, pois merecem ficar aqui conosco, ajudando-nos a salvar o Brasil.