Comunicação inadiável durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo ao Presidente do Senado Federal no sentido da instalação da CPI destinada a investigar irregularidades na Petrobras; e outro assunto.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS). IMPRENSA.:
  • Apelo ao Presidente do Senado Federal no sentido da instalação da CPI destinada a investigar irregularidades na Petrobras; e outro assunto.
Aparteantes
Aloysio Nunes Ferreira, Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2014 - Página 117
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS). IMPRENSA.
Indexação
  • PEDIDO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, IRREGULARIDADE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), DESTINATARIO, RENAN CALHEIROS, PRESIDENTE, SENADO.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO DO POVO, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ASSUNTO, CRITICA, JOAQUIM BARBOSA, PRESIDENTE, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), REFERENCIA, DECLARAÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, LOCAL, PAIS ESTRANGEIRO, PORTUGAL, RELAÇÃO, DECISÃO, INSTAURAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, IRREGULARIDADE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).

            O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, antes de subir à tribuna, me informei junto à Mesa se já tinha havido a comunicação da liminar concedida pela ilustre Ministra com relação à CPI da Petrobras. Ainda não chegou. A Mesa se reuniu hoje pela manhã, e não houve nenhuma decisão que abordasse essa questão.

            Com toda a sinceridade, eu creio que era justo de se imaginar isso, porque a gente esperava que a decisão tomada pela ilustre Relatora na quinta-feira chegasse a esta Casa ainda na semana passada. Indo a pé, se levam três minutos até o Supremo. Com os modernos meios de comunicação...

            A matéria é importante e está gerando um amplo debate, uma grande discussão.

            É impressionante que, desde que a oposição entrou com o primeiro requerimento pedindo uma CPI, até agora os fatos se multiplicaram. As questões estão aparecendo a cada momento e a cada hora, inclusive agora com outra operação da Polícia Federal, envolvendo, talvez, a criação de outra comissão parlamentar de inquérito.

            Eu faço um apelo aqui - não sei se ao Presidente ou à direção geral, a quem for, do Supremo Tribunal -, que envie agora ou o mais breve possível essa comunicação à nossa Casa.

            A informação que eu tenho é que, depois das decisões tomadas nesta Casa, tanto pela oposição quanto pelo Governo, o Líder do PT, a ilustre Senadora do Paraná - até pouco Chefe da Casa Civil -, o Líder do PMDB nesta Casa, todos foram unânimes, no sentido de que a afirmativa que existia de que o Presidente do Senado entraria com um recurso dessa decisão era completamente inoportuno, inclusive, deixaria a Casa muito mal e daria um sentimento perante a opinião pública de que a Casa estaria boicotando a criação da Comissão.

            Por isso, hoje, terça-feira, amanhã, quarta-feira, uma semana da decisão, espero, faço um apelo à direção da Casa e à direção do Supremo, que o Supremo tenha a rapidez necessária a uma matéria desta importância para enviar à Casa a decisão que tomou, e que esta Casa tenha a preocupação necessária de verificar, buscar junto ao Supremo os esclarecimentos necessários para esta matéria.

            Eu imaginava, na quinta-feira, quando a decisão foi tomada e quando vim a esta tribuna, que o assunto era tão palpável, tão importante, tão significativo, que, ainda que o Presidente da Casa não estivesse aqui, estivesse na Itália, o seu Vice-Presidente no exercício poderia já decidir, dar o andamento. Nem na quinta, nem hoje, na terça-feira.

            Por isso, Sr. Presidente, peço a V. Exª que a Casa, o Senado tome as devidas providências e faça chegar ao Supremo Tribunal Federal a expectativa de que estamos todos aguardando a remessa da decisão tomada pela ilustre Relatora. E também chamo o Supremo, Sr. Presidente, e peço a anexação aos Anais da Casa da declaração lúcida e profunda do Sr. Ministro Barbosa, Presidente do Supremo Tribunal, sobre as inoportunas declarações do ex-Presidente Lula com relação ao Supremo Tribunal. Não foi feliz o Presidente, lá, em Portugal, numa rede de comunicação externa, ao se referir como se referiu à decisão do Supremo. Dizer que a decisão do Supremo foi uma decisão 80% política e 20% jurídica foi uma agressão ao Supremo, foi algo da maior gravidade. Não vou ler, mas peço que transcrevam nos Anais da Casa. O Presidente foi de uma lucidez e S. Exª, o Presidente do Supremo, que alguns acham que às vezes é exagerado nos seus adjetivos, foi preciso. Não tem uma palavra fora do lugar; fez o que devia fazer.

            Não foi feliz o Presidente da República usando uma empresa estrangeira de televisão, em um país estrangeiro, fazer as referências que fez com relação à Justiça no nosso Brasil. Acho que está certo o Presidente Barbosa. Acho que o Presidente Lula não estava nos seus melhores dias. Eu até entendo porque S. Exª…

(Interrupção do som.)

            O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - … teve um problema e teve que ir ao hospital Sírio-Libanês fazer um tratamento e, graças a Deus, nada de mais grave. Mas pelo nome dado ao que ele fez no seu tratamento, parece, realmente, que ele estava em algo parecido com estafa.

            Acho, Sr. Presidente, que o caso mensalão já pertence à História. O ex-Presidente da República, hoje, nosso colega aqui no Senado, absolvido por decurso de prazo, depois de vinte e tantos anos - como disse o Presidente do Supremo Tribunal, no seu voto, só isso, vinte e tantos anos para julgar, que não tinham buscado a prova como devia ser feita -, disse que o Supremo reescreveu a História.

            Eu não sei, mas tenho a convicção de que a história daquela CPI e daquela decisão do Supremo sobre o impeachment vai ficar na História. Realmente, será realizada, debatida, discutida como um dos momentos mais importantes na história deste Congresso.

            Quando estamos aqui não conseguimos o entendimento para fazer sair uma CPI sobre a Petrobras, que interessa a toda a Nação, buscar a verdade, olhar para frente, tirar os entraves que estão prejudicando tanto a nossa Petrobras, não conseguimos esse entendimento. Lá se conseguiu, com seriedade e independência, a verdade, que trouxe um bem muito grande a este País.

            Meus cumprimentos ao Presidente do Supremo, a ele e aos outros ilustres Ministros do Supremo, que também se manifestaram sobre essa matéria, e a minha solidariedade, foi um momento dos mais importantes da vida do Supremo Tribunal Federal. Não me lembro, lendo e estudando a vida do Supremo Tribunal, de uma outra ocasião em que ele esteve tão firme, tão digno, tão correto, tão decente, como no julgamento do mensalão.

            Sr. Presidente, pedindo a V. Exª, que compõe a Mesa, que leve a seus colegas e de modo especial ao Presidente Renan, para que ele busque imediatamente essa solução e peça aos Líderes - e está ali o Líder do PSDB. Eu pedi a S. Exª na quinta-feira da semana passada e peço hoje de novo. Afinal, os Líderes da oposição têm que fazer a sua parte, têm que cobrar, porque isso de chegar 10 minutos antes de eu subir à tribuna... Fui à Mesa e: “Não, aqui não chegou nada do Supremo.” A decisão do Supremo é feita na mesma hora, é feita por telex. Tomada a decisão, a obrigação é enviar para cá.

            O Supremo tem que enviar, já devia ter enviado. E o Senado tem que ver, já devia ter visto.

            Não acredito. Amanhã é o último dia, quinta-feira é feriado, sexta-feira vão fechar para revisão da Casa. Vamos esperar até o meio de maio para instalar a comissão…

(Soa a campainha.)

            O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Só um minutinho, Sr. Presidente.

            O Sr. Aloysio Nunes Ferreira (Bloco Minoria/PSDB - SP) - Sr. Presidente, apenas uma informação ao meu querido colega Pedro Simon. Já indiquei os dois membros que cabe ao PSDB indicar. Já comuniquei isso ao Presidente Renan e espero que, como bem disse V. Exª, seja instalada essa comissão o mais rapidamente possível. No que me diz respeito, as indicações já estão feitas: o Senador Alvaro Dias e Senador Mário Couto. Muito obrigado.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Permita-me uma brevíssima informação. Queria dizer que há pouco, na hora do almoço, realizamos a reunião da Bancada do Partido dos Trabalhadores e foi acordado que deveremos sim indicar, e o Líder indicará, acredito, o mais breve possível, os nomes da Bancada do PT que irão participar.

(Interrupção do som.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Houve o critério para aqueles que são candidatos este ano, como é o meu caso, não iremos participar, mas o Líder já tem toda a possibilidade de indicar os nomes. Acho que já conversou com cada um dos que serão indicados. E, também, pelo Bloco, porque o Líder do Bloco, acredito, também procederá da mesma maneira, atendendo muitas das proposições de V. Exª nesse pronunciamento.

            O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Muito obrigado.

            Sr. Presidente, então, repare, o Líder do maior Partido da oposição, o PSDB, já indicou. O companheiro Suplicy, membro do PT, informa que, na reunião de hoje, o PT já tomou todas as providências. A Liderança já ouviu, orientou...

(Soa a campainha.)

            O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - … e, a rigor, já tem os nomes. A palavra e a decisão estão com o Senador Renan. E nós esperamos a resposta.

            Obrigado, Sr. Presidente.

 

DOCUMENTO ENCAMINHADO PELO SR. PEDRO SIMON EM SEU PRONUNCIAMENTO

            (Inserido nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

Matéria referida:

- Barbosa repudia declarações de Lula.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2014 - Página 117