Discurso durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato da fiscalização feita pela CDR sobre as obras da Copa do Mundo do Brasil.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Relato da fiscalização feita pela CDR sobre as obras da Copa do Mundo do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2014 - Página 131
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • COMENTARIO, FISCALIZAÇÃO, COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E TURISMO, OBRAS, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL.

            O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco Apoio Governo/PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Senadora Presidenta.

            Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, ao longo de todos esses meses, desde o ano passado, tem feito visitas permanentes às obras da Copa em todo o Brasil.

            Em alguns lugares encontramos obras atrasadas, com preços ou custos muito acima do orçamento original, mas com a presença do Tribunal de Contas da União, que está, de forma permanente, fazendo a fiscalização como órgão auxiliar do Poder Legislativo nessas obras que estão sendo executadas nos 12 Estados ou nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo, temos a tranquilidade de dizer que, se houver qualquer desvio, se houver qualquer prejuízo ao Erário, as providências serão tomadas não só pelos órgãos específicos de fiscalização, como o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público, a CGU, mas, em última instância, pelo Congresso Nacional. Por atribuição constitucional, cabe a ele fiscalizar a gestão administrativa, do ponto de vista financeiro e orçamentário, do Poder Executivo e dos demais entes institucionais do Brasil - o Poder Judiciário, o Ministério Público.

            Então, quanto à legalidade dos procedimentos, a nossa Comissão, a Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados e a Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados cumprem o seu papel itinerante de visitas às cidades-sede da Copa do Mundo, verificando in loco não apenas o andamento das obras, a forma como estão sendo executadas; ouvindo, nas arenas que estão sendo construídas ou que já foram construídas, os responsáveis pela sua execução, assim como nos aeroportos, e as informações necessárias também ao andamento das obras e os benefícios advindos com a sua realização.

            Nesta última segunda-feira, Srª Presidente, cumprimos a missão de, em nome do Senado Federal, fazer uma visita de inspeção à arena da Baixada na cidade de Curitiba, como também ao seu Aeroporto Internacional Afonso Pena.

            Acompanharam-nos nessa visita, Sra Presidenta, representantes da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, como o Deputado Valadares Filho, do PSB de Sergipe; o Deputado Danrlei de Deus, do PSD do Rio Grande do Sul; o Deputado Rubens Bueno, do PPS do Paraná; e, como Presidente da Comissão de Turismo, o Deputado Renato Molling.

            Eles estiveram presentes em todos os atos que resultaram numa contribuição da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ao fornecimento de um relatório circunstanciado de cada Casa, ou de cada Comissão, para o Senado Federal e para o Tribunal de Contas da União, visando a mostrar o que vimos nessa visita de inspeção, Sra Presidenta.

            Eu disse à TV Senado, às emissoras e à mídia, de modo geral, que nos acompanharam nessa visita, que a relação custo-benefício da Arena da Baixada é uma das melhores do País. Por quê? Porque, de modo geral, as arenas construídas por aí afora custaram muito mais do que custou a obra da Arena da Baixada, em Curitiba. Foram R$330 milhões para o recebimento de um público de até 43 mil torcedores.

            Os benefícios que surgirão com a realização dessa obra em Curitiba. Primeiro, nós achamos que é barato, que é adequado e integrado à população de Curitiba, ampliando a oferta de espaços de esporte, lazer e cultura para os curitibanos e para os paranaenses, além de ser um dos melhores do País.

            Podemos acrescentar ainda, Srª Presidenta, que as obras de acesso a esse estádio, as obras de mobilidade urbana vão contribuir substancialmente para a melhoria da oferta de transporte e de tráfego em toda a cidade de Curitiba, antes e depois da Copa, o que não deixa de ser um benefício palpável. Além disso, o Aeroporto Afonso Pena, que hoje tem capacidade de receber anualmente cerca de 7 milhões de passageiros, com as obras realizadas agora para a Copa, essa capacidade será aumentada para quase 10 milhões de passageiros. E depois que uma segunda etapa, que terminará no final de 2015, for realizada, esse aeroporto terá capacidade de receber passageiros na ordem de 15 milhões. Quer dizer, vai atender a uma demanda de 15 milhões de passageiros.

            Com o aumento desse fluxo, naturalmente, teremos também um acréscimo no turismo não só de Curitiba, mas de toda a região, que se beneficiará com as obras que estão sendo feitas agora e complementadas, até o final de 2015, no Aeroporto Afonso Pena.

            Por isso, Srª Presidenta, muito embora tenha havido um atraso, que preocupou, sem dúvida alguma, não só a própria FIFA, como a CBF e todos os curitibanos e paranaenses, essa preocupação já não existe mais, de vez que a situação se harmonizou entre os responsáveis pela construção da Arena da Baixada.

            A Prefeitura, o Estado e o Atlético Paranaense se entenderam, e as obras estão andando em ritmo acelerado. O estádio será entregue, então, com todo o conforto, para 43 mil espectadores, no dia 21 de maio, havendo antes, no dia 14 de maio, uma partida inaugural entre o Atlético Paranaense e um outro clube que ainda será escolhido.

            De forma, Sr. Presidente, que cumprimos a nossa tarefa, apesar dos excessos havidos em alguns Estados, excessos de gastos. Eu posso assinalar: aqui, no Distrito Federal, o orçamento estava em torno de R$600 milhões. Hoje, já chega a quase R$2 bilhões a construção do Mané Garrincha.

            Apesar de acharmos que a FIFA tem exigido apenas a construção ou a restauração de apenas 8 arenas, o Governo do Brasil, por contra própria, resolveu adotar uma solução mais distributiva quanto à prática do futebol, fazendo com que, de oito cidades-sede, nos tornássemos 12 cidades-sede. Isso implicou gastos maiores na realização desse evento internacional, que é a Copa do Mundo, inclusive na construção de estádios que nós não sabemos se vão funcionar depois da Copa, se vão receber o público previsto para a Copa, mas esse público não encherá esses estádios depois da realização desse evento. De vez que, com o perdão dos amazonenses, temos certeza absoluta de que aquele estádio de Manaus não terá condições de se manter com pernas firmes e de receber o público que vai receber na Copa, de organizar campeonatos e tornar o estádio viável economicamente.

            Então, Sr. Presidente, as críticas foram feitas. Há certa antipatia - eu posso dizer - nas pesquisas, de forma generalizada, hoje, contra a realização da Copa. Mas se há um evento que vai chamar a atenção do mundo, será a Copa do Mundo.

            O Brasil será uma vitrine. Tem tudo para mostrar a competência dos nossos jogadores, a organização nos estádios de futebol e nos aeroportos; tem tudo para mostrar as nossas belezas, a nossa culinária, as nossas praias, e, quem sabe, aumentar o fluxo turístico depois da Copa, como aconteceu nas sedes da Copa do Mundo em outros países.

            Nós sabemos que foram necessárias, como eu disse, 12 arenas, que foram reformadas ou construídas. Algumas, derrubadas para serem reconstruídas depois. Na Alemanha, por exemplo, só um estádio de futebol foi construído, porque nos demais, na Copa do Mundo realizada na Alemanha, não houve necessidade nenhuma, e, na realização daquele evento, o dispêndio público foi o mínimo possível.

            Mas nós sabemos que o legado da Copa do Mundo para o nosso País, em alguns aspectos, será positivo, sem dúvida alguma. A parte de mobilidade urbana, o acesso aos aeroportos, a melhoria do sistema viário, o fortalecimento dos aeroportos e do turismo, tudo isso representa o legado positivo que temos que assinalar e registrar.

            Por essa razão, Sr. Presidente, quero fazer esse relatório, assim, verbalmente, que servirá de informação ao Senado Federal da visita de inspeção que nós, por meio da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), que eu presido, e da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, fizemos na cidade de Curitiba.

            Agradeço a V. Exª, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2014 - Página 131