Comunicação inadiável durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Celebração pelos 66 anos de instituição do Estado de Israel.

Autor
Flexa Ribeiro (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Fernando de Souza Flexa Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Celebração pelos 66 anos de instituição do Estado de Israel.
Aparteantes
Casildo Maldaner.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/2014 - Página 89
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, SESSÃO SOLENE, CAMARA DOS DEPUTADOS, CELEBRAÇÃO, ANIVERSARIO, CRIAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, ENFASE, CONTRIBUIÇÃO, CONHECIMENTO, CIENCIA E TECNOLOGIA, MEDICINA, IRRIGAÇÃO, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, VOTO DE APLAUSO, COMEMORAÇÃO, INDEPENDENCIA, ESTADO, ISRAELITA.

            O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Presidente, Senador Ruben Figueiró, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, na manhã de hoje, tive a honra de participar, como Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, integrando a mesa, da Sessão Solene da Câmara dos Deputados para celebrar os 66 anos de instituição do Estado de Israel, graças à qual tanto as nações do Ocidente quanto do Oriente têm muito a aprender e a reverenciar.

            Como se sabe, por séculos o povo judaico vinha reivindicando espaço territorial que abrigasse sua gente, resgatando o direito histórico por uma ocupação digna e legítima. Obviamente, após as catástrofes excessivamente desumanas da 2ª Grande Guerra, o desencadeamento político não poderia ser outro senão acelerar a gestão diplomática mundial pela criação do Estado de Israel.

            Retrospectivamente, o moderno Estado de Israel tem as suas raízes históricas e religiosas na bíblica Terra de Israel, denominada Eretz Israel, um conceito central para o judaísmo desde os tempos imemoriais, no coração dos antigos reinos de Israel e Judá.

            Com o nascimento do sionismo político, em 1897, e da Declaração de Balfour, a Liga das Nações concedeu ao Reino Unido o Mandato Britânico da Palestina após a 1ª Guerra Mundial, com a responsabilidade para a preparação do estabelecimento do lar judaico.

            Srªs Senadoras e Srs. Senadores, condições políticas, administrativas e econômicas para assegurar a instalação do novo Estado, tal como previsto no preâmbulo e no desenvolvimento de instituições autônomas, foram logo identificadas na ocasião. Para a emergência de uma nação moderna e democrática, verificaram-se também, à época, as condições que bem acomodassem a salvaguarda dos direitos civis e religiosos de todos os habitantes, sem distinção de raça e de religião.

            Finalmente, em novembro de 1947, numa sessão presidida pelo gaúcho Oswaldo Aranha, as Nações Unidas recomendaram a partição da Palestina, de modo a abrigar a existência pacífica do Estado judeu com seus vizinhos árabes. A partição foi aceita pelos líderes sionistas, mas rejeitada pelos líderes árabes, o que conduziu à declaração de independência em 14 de maio de 1948 por Ben-Gurion. A partir de então, Israel concentrou seus esforços na construção do Estado pelo qual o povo tinha lutado tão longa e arduamente.

            Comprometido com os princípios democráticos de organização social, o primeiro Parlamento de 120 assentos entrou em funcionamento após as eleições nacionais de 1949, com a participação de quase 85% dos eleitores. Cumpre recordar que duas estratégicas figuras que haviam conduzido Israel à independência tornaram-se os líderes daquele país. De um lado, David Ben-Gurion, Presidente da Agência Judaica, foi eleito Primeiro-Ministro; de outro, Chaim Weizmann, Presidente da Organização Sionista Mundial, foi escolhido o primeiro Presidente eleito pelo Parlamento.

            Em 11 de maio de 1949, Israel tornou-se o 59º membro das Nações Unidas. De acordo com o conceito de, entre aspas, "reunião dos exilados", que é a verdadeira razão de ser do Estado de Israel, os portões do país foram amplamente abertos, confirmando o direito de cada judeu de vir a Israel e, ao chegar, receber cidadania. Somente nos primeiros quatro meses de independência, chegaram ao território cerca de 50 mil imigrantes, em sua maioria sobreviventes do Holocausto. Quando Israel celebrou seu décimo aniversário, a população já ultrapassava 2 milhões de habitantes. Hoje ela chega a 8 milhões de habitantes.

            Desde então, em que pesem todas as desavenças e os conflitos regionais, as lideranças israelenses se destacam pela perseverança no controle de suas fronteiras territoriais, chegando mesmo a assinar tratados de paz com Egito e Jordânia. Nesse processo, vale ressaltar eminentes estadistas que pavimentaram o caminho de prosperidade nacional, como foram os casos notáveis de Golda Meir, Shimon Peres e Yitzhak Rabin.

            Hoje, com o objetivo de dedicar-se aos interesses primordiais do Estado de Israel, o governo tem diante de si vários desafios, entre os quais se sobressaem tanto a continuação do processo de paz com os palestinos quanto a ampliação dos laços diplomáticos pelo mundo. Por outro lado, o ritmo constante de imigração e o progresso do processo de paz têm influenciado decisivamente e de forma positiva o crescimento e o desenvolvimento contínuo de Israel no século XXI.

            Nesse contexto, Sr. Presidente, quero ressaltar a grande contribuição dessa nação no campo do conhecimento. O investimento no capital humano, na pesquisa e no desenvolvimento faz com que Israel ocupe uma posição de destaque em áreas como a tecnologia da informação, irrigação e medicina, entre outras. O problema da escassez da água serve como exemplo. Desde 2005, o país construiu cinco plantas de dessalinização, fornecendo, hoje, cerca de 80% do consumo de água doméstico nas cidades. O problema da água saiu das manchetes. Essa conquista, assim como as inúmeras inovações na área da computação, serve-nos como exemplo.

            Para concluir, devemos todos exaltar o aniversário de Israel como prova de que o concerto das nações, quando bem intencionado, pode, sim, instaurar ambiente de prosperidade e acolhimento entre os povos. Por fim, ao povo israelense e a toda a comunidade judaica espalhada pelo mundo, mais particularmente no Brasil e no meu Estado do Pará, reitero votos de congratulações e de incondicional solidariedade.

            O Sr. Casildo Maldaner (Bloco Maioria/PMDB - SC) - V. Exª me permite um aparte, Senador Flexa Ribeiro?

            O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Pois não, Senador Maldaner. Com muito prazer.

            O Sr. Casildo Maldaner (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Para nos associarmos ao pronunciamento de V. Exª em relação a Israel. Nós, como catarinenses, não podíamos ficar de lado. Eu acho que os brasileiros, pelo conhecimento, pela inteligência, pelo desenvolvimento, pela harmonia… Nós estamos torcendo para que, entre os palestinos da região, Israel, cada vez mais, procure fazer um entendimento; porque, no conhecimento, nos ensinamentos, como V. Exª mesmo diz, na irrigação, nas tecnologias de ponta, está sendo um exemplo para o mundo. Por isso, vale a pena nós nos associarmos e nos regozijarmos por mais um aniversário, em função do pronunciamento que V. Exª faz em relação a Israel nesse sentido. Meus cumprimentos.

            O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Eu agradeço o aparte de V. Exª, Senador Maldaner, que enriquece o meu pronunciamento e encaminha, também, os votos…

(Soa a campainha.)

            O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Minoria/PSDB - PA) -… pelo aniversário do Estado de Israel.

            Eu quero, Presidente, encaminhar à Mesa um requerimento pedindo que, nos termos do art. 222 do Regimento Interno, ouvido o Plenário, seja consignado nos Anais do Senado voto de aplauso ao Estado de Israel, que celebrou 66 anos de sua instituição, ocorrida em 14 de maio de 1948, dia da declaração da independência, lida pelo então Presidente da Agência Judaica, David Ben-Gurion.

            Requeiro, ademais, que o voto de aplauso seja levado ao conhecimento das seguintes autoridades: Sr. Shimon Peres, Presidente do Estado de Israel, Sr. Benjamin Netanyahu, Primeiro-Ministro do Estado de Israel, e Sr. Rafael Eldad, Embaixador de Israel no Brasil.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/2014 - Página 89