Comunicação inadiável durante a 83ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Expectativa de que Sua Santidade Papa Francisco possa auxiliar no processo de pacificação dos conflitos entre os Estados de Israel e da Palestina; e outro assunto.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
IGREJA CATOLICA. POLITICA CULTURAL, FEMINISMO.:
  • Expectativa de que Sua Santidade Papa Francisco possa auxiliar no processo de pacificação dos conflitos entre os Estados de Israel e da Palestina; e outro assunto.
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 30/05/2014 - Página 71
Assunto
Outros > IGREJA CATOLICA. POLITICA CULTURAL, FEMINISMO.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, VISITA, PAPA, AUTORIDADE RELIGIOSA, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, MOTIVO, DIALOGO, IGREJA CATOLICA, JUDAISMO, EXPECTATIVA, AUXILIO, PROCESSO, PACIFICAÇÃO, CONFLITO, PALESTINA, PAISES ARABES.
  • COMENTARIO, APRESENTAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA, CANTOR, COMPOSITOR, MULHER, NACIONALIDADE BRASILEIRA.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Senadora Vanessa Grazziotin, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, Senador Mozarildo Cavalcanti, Senadora Ana Amélia, pela primeira vez, o Papa Francisco visitou a Terra Santa, no último final de semana, acho que sexta-feira, sábado e domingo. Foi uma viagem marcada pelo diálogo entre as três grandes religiões monoteístas: a católica, a judaica e a muçulmana.

            O Papa peregrinou por lugares santos do Cristianismo, sagrados para diversas religiões, como o Santo Sepulcro, o Cenáculo, o Monte das Oliveiras, o Rio Jordão e a Praça da Manjedoura, em Belém. Essas visitas foram muito importantes, pois foi a primeira vez que representantes de várias correntes cristãs, como a grego-ortodoxa, a armênia-ortodoxa e padres franciscanos, rezaram juntos e publicamente nesses locais sagrados. Antes dessa visita do Papa, nesses lugares, todos sempre rezaram, mas separadamente.

            O rabino Skorka e o líder islâmico Abboud acompanharam o Papa na maioria de suas visitas. O Papa Francisco, mais uma vez, demonstrou seu respeito pelos amigos muçulmanos, como definiu os seguidores do Islã, aos rabinos de Israel relatou a grande amizade que sempre manteve com os judeus argentinos, visitou o Museu do Holocausto, rezou no Muro das Lamentações. São gestos que estão a demonstrar a importância da união de todos, independentemente do nome da fé que cada um professe.

            No último domingo, o Papa Francisco convidou o Presidente de Israel, Shimon Peres, e o Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para irem juntos ao Vaticano. Disse o Papa: “Ofereço a minha casa para um encontro de orações.”

            Acredito que, com as bênçãos divinas, esse encontro promovido pelo Papa Francisco será muito importante para a construção de uma paz duradoura nessa região tão cheia de simbolismo e de desencontros. Esse encontro poderá acabar com os desencontros existentes na região.

            Quero aqui expressar o quão felizes nós brasileiros - eu mesmo estou muito feliz - com esse passo que o Papa Francisco está dando para que haja paz no Oriente Médio, para que possam os israelenses e os palestinos chegar a uma atitude de respeito, de reconhecimento pelos direitos de cada um à sua própria nação, e de, quem sabe, possamos não ver mais, em breve, bombas ou foguetes sendo lançados de um lado para o outro e vice-versa ou aviões realizando voos próximos de lugares para, eventualmente, realizar bombardeios.

            Inclusive, esses passos para a paz entre a Palestina e Israel poderão ter grande repercussão para o Irã e para os países árabes que também estiveram, nesses tempos, muitas vezes, em conflitos e, às vezes, até em guerras civis internas. A palavra do Papa Francisco no Oriente Médio, certamente, foi para todos os países do Oriente Médio, para além da Palestina e de Israel, para todos os países árabes, para o Irã. Certamente, se houver paz entre Palestina e Israel, isso vai repercutir na relação de Israel com o Irã.

            Eu estive, com o Senador Valdir Raupp e os Deputados Ivan Valente e Edson Santos, em Teerã, em fevereiro último, onde pude ouvir as esperanças, as expectativas do governo do Irã ao afirmar, como o Brasil, que só vai utilizar a energia nuclear para fins pacíficos, e torço para que possa haver o término das sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia ao Irã. Isto vai propiciar um caminho de paz.

            Os passos do Papa Francisco são muito importantes e servem, inclusive, de exemplo para todos nós que queremos ver o Brasil. Então, faço um apelo a todos que estão se manifestando: vamos fazer manifestações, sim, mas caracterizadas pelos meios da não violência.

            Mas eu quero assinalar, Sr. Presidente, Senador Mozarildo Cavalcanti, que está presente aqui a Srª Luciana Luppy, uma artista, cantora e compositora, que está por apresentar, na França, por noventa dias, uma exposição de grande relevância denominada “Brasília, a caçula brasileira”, onde ela vai apresentar, através das suas canções e de exposições, em pedestais, violões tão belos como este aqui, obra do artista plástico Eduardo Pretel de São Paulo - aqui, neste violão, está desenhado o Palácio do Itamaraty -...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) -..., além de outras xilogravuras desta ordem. Ela vai justamente apresentar Brasília e mostrar como ela foi construída pelo notável arquiteto Oscar Niemeyer.

            Para concluir, Sr. Presidente, permita que eu possa ler o poema que a Luciana Luppy escreveu em homenagem a Oscar Niemeyer:

Eu aprendi com o tempo

Que o tempo não para

E aquele que parou o tempo

Esse o tempo não encara

Ele pensava em curvas

Das curvas nas suas retas

Nasceu o arquiteto poeta

Ele parou o tempo

Nas ruas da capital

Suas obras dão vida ao banal

Traços que criam

Ventos que dobram

Em segundos Oscar avisa

O caminho ao destino

É o futuro presente

Do arquiteto poeta

Que deixou no poente

Brasília

Uma maravilha sem linha reta.

            Meus parabéns, Luciana Luppy, que vai honrar o Brasil com sua música. Na verdade, este poema que eu declamei aqui a Luciana Luppy vai cantar ali, além de também cantar maravilhosamente músicas francesas como La Vie en Rose, de Edith Piaf.

            Quem sabe um dia ela possa aqui apresentar essa linda canção na sua maravilhosa voz.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Suplicy.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Pois não, Senador Paulo Paim.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Eu prometo não tirar mais do que 30 segundos. É que o pessoal das câmeras aqui achou tão bonito você falar da nossa artista, da cantora que vai dedilhar o violão para todos nós, que pediu para você mostrar o violão outra vez, para que eles mostrem ao País a beleza dessa arte que encanta a todos nós. Eu sou apaixonado por uma série de instrumentos, mas pelo violão... Eu me lembro das caminhadas no tempo da ditadura, quando tudo terminava na praça ao som do pandeiro e do violão. Parabéns a V. Exª!

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Aqui está, portanto, o violão com a xilogravura feita pelo artista plástico Eduardo Pretel, de São Paulo, que fará parte da exposição que a Luciana Luppy vai fazer. Se quiserem que ela cante essa música...

            Não pode, não é, Presidente?

            O SR. PRESIDENTE (Mozarildo Cavalcanti. Bloco União e Força/PTB - RR) - Lógico que V. Exa sabe que não pode.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Quebraria o protocolo e o Regimento Interno.

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Mas quem sabe um dia tenhamos uma sessão em que ela possa cantar tanto La Vie en Rose quanto a música Oscar Poeta, de homenagem ao Oscar.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/05/2014 - Página 71