Discurso durante a 82ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Observações sobre a importância da Copa do Mundo para o desenvolvimento do Brasil; e outros assuntos.

Autor
Gleisi Hoffmann (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Gleisi Helena Hoffmann
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Observações sobre a importância da Copa do Mundo para o desenvolvimento do Brasil; e outros assuntos.
Aparteantes
Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 29/05/2014 - Página 128
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, REALIZAÇÃO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, LOCAL, BRASIL, MOTIVO, BENEFICIO, POPULAÇÃO, ENFASE, CRIAÇÃO, EMPREGO, INVESTIMENTO, OBRAS, INFRAESTRUTURA, AEROPORTO, ACESSIBILIDADE, TRANSPORTE COLETIVO, INTEGRAÇÃO, PAIS, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

            A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Apoio Governo/PT - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, quem está aqui hoje nos acompanhando na sessão, estamos na antevéspera da Copa do Mundo, e queria começar meu pronunciamento sobre esse evento histórico, Sr. Presidente, lembrando o grande escritor Nelson Rodrigues.

            Pernambucano criado no Rio, Nelson Rodrigues dedicou a vida a escrever. Sempre foi apaixonado por futebol, pelo povo brasileiro e pelo Brasil. Passei a gostar mais de futebol depois que li A Pátria de Chuteiras. Suas crônicas mostram a beleza poética do esporte que é a paixão nacional.

            O futebol nos une e nos torna reconhecidos diante de nós mesmos e diante do mundo. Nelson Rodrigues entendeu, como poucos, a vocação para a grandeza guardada no coração do Brasil, na alma de nossa gente, no espírito dos nossos craques do futebol.

            Além de emocionada, fiquei surpreendida com a beleza, a fluidez e a atualidade dos seus textos. O que parece, em muitas ocasiões, é que Nelson Rodrigues tinha acabado de escrevê-los e falava sobre o nosso presente. A verdade é que, além de atual, esse grande escritor brasileiro continua assombrando os pessimistas com sua prosa clara e instruída.

            "O Brasil é muito impopular no Brasil", escreveu ele. "Não sabemos admirar, não gostamos de admirar... Ai de nós, ai de nós! Somos o povo que berra o insulto e sussurra o elogio", explicou em um dos textos sobre futebol.

            Segundo o Ministro do Esporte, Aldo Rabelo, autor do brilhante prefácio do livro A Pátria de Chuteiras, Nelson Rodrigues usou o futebol como metáfora da sociedade nacional, para tentar ajudar os brasileiros a superar o "complexo de vira-latas", que via instalado no subconsciente do torcedor após as Copas de 1950 e 1954.

            Diz o Ministro: “Persistia a convicção de que o jogador brasileiro era covarde, tremia diante do estrangeiro, mas o cronista combateu a ofensiva derrotista como um zagueiro zeloso.”

            Uma de suas cruzadas foi contra os "entendidos" - alguns de seus colegas da crônica esportiva. Para Nelson Rodrigues, eles não passavam de "narcisos às avessas que cospem na própria imagem".

            Fortes e apaixonados, os textos do escritor emocionam. "O futebol profissional exige dinheiro, mas não é só dinheiro", escreveu. "Ele implica algo mais, há coisas que não se vendem nem por todo o ouro da terra", completou.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, hoje é dia 28 de maio de 2014, o que significa que estamos a poucos dias da abertura da Copa do Mundo de futebol, quando o Brasil enfrentará a Croácia na cidade de São Paulo. A maior competição esportiva do Planeta acontece no Brasil. Bilhões de pessoas no mundo inteiro estarão olhando para nós. E, como disse Nelson Rodrigues, "há um momento, na vida dos povos, em que o país tem de ser anunciado, promovido e profetizado".

            Vamos torcer para o Brasil ganhar a Copa, mas eu sei que o Brasil vai ganhar com a Copa. O que os investimentos desse evento representam para nós, brasileiros? Muita gente fala que os maiores gastos foram com a construção dos estádios. Os estádios custaram R$8 bilhões ao País. Foram necessários para fazer a Copa e serão palco de muitos eventos. Aliás, foram feitos com operação de crédito, recursos esses que voltarão aos bancos que os emprestaram.

            Estádios são espaços vivos que costumam mudar a história de clubes, atletas e cidades. Será que alguém é capaz de lembrar das disputas entre Atlético e Cruzeiro antes do Mineirão? Ou dos Fla-Flu, tão propagados pelo próprio Nelson Rodrigues, sem o Maracanã? Ou falar do nosso Atletiba sem a Arena da Baixada ou o Couto Pereira?

            Os estádios impulsionam o desenvolvimento cultural, social e econômico de regiões brasileiras, mas o povo quer saber é se a Copa tirou dinheiro da saúde e da educação.

            Não, Sr. Presidente, não tirou. Desde 2010, quando as obras dos estádios começaram, o Governo Federal já investiu R$825 bilhões em saúde e educação. É isto: R$825 bilhões em saúde e educação. Isso significa cem vezes mais do que foi investido nos estádios - cem vezes mais do que foi investido nos estádios -, e não podemos esquecer que o financiamento federal aos estádios vai voltar aos cofres públicos.

            Tem outro ponto importante: a Copa traz muita gente para o País. Serão 600 mil estrangeiros, que, depois, vão divulgar o Brasil para o resto do mundo, além de três milhões de turistas nacionais circulando pelas cidades-sedes. Eles vão movimentar cerca de R$25 bilhões. E ainda tem os empregos: estima-se que podem ser gerados mais de 700 mil empregos.

            A Copa também é uma oportunidade para defendermos causas importantes. Nossa Copa tem uma mensagem forte contra o racismo. E, quando tudo passar, o que vai acontecer com o Brasil? Quando a Copa acabar, nós, brasileiros, continuaremos usando os ônibus, os trens, as estações de metrô que foram adiantadas por conta da Copa; aeroportos melhores e mais modernos, que estão prontos para receber mais voos e passageiros durante a Copa e que, depois, a gente vai continuar usando.

            A Copa não resolve todos os desafios do País e não foi feita para esconder problemas, mas não podemos deixar de dizer o que é rigorosamente verdadeiro: os resultados dos investimentos são permanentes e trarão enormes benefícios para os brasileiros.

            Só para lembrar: os investimentos nas cidades-sedes da Copa chegam a R$25,6 bilhões. Estamos aplicando em mobilidade urbana, aeroportos, segurança, telecomunicações e turismo, além de políticas públicas potencializadas pela Copa, de energia, qualificação pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec) e hotelaria.

            Senhor Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, um evento com a grandeza da Copa do Mundo gera uma série de desdobramentos. Nesses eventos, alguns são visíveis, outros, só aparecem depois e não são visíveis. Vou citar um legado da Copa que não está à vista, mas que considero real e importante. O trabalho para a Copa tem sido tão intenso que o setor público em todas as esferas está sendo impelido a ter mais celeridade. Além disso, existe hoje muito mais integração de Estados, Municípios e Governo Federal na execução de planos operacionais do que existia antes da realização da Copa do Mundo. Planos operacionais em quase todos os sentidos, mas, principalmente, na área da segurança pública.

            Na construção dos novos estádios também há algo que se vê e algo que não se vê. As obras geraram empregos na construção civil, estimularam o setor nos últimos anos e, potencialmente, representaram a alavanca da chamada indústria do futebol brasileiro. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, o potencial de movimentação de recursos ligados ao futebol brasileiro chega a R$60 bilhões por ano com 2,1 milhões de empregos diretos e indiretos. Os novos estádios são peças-chave desse potencial. Tomando-se por base o Campeonato Brasileiro de 2013, os novos estádios modernizados atraíram público médio 88% maior do que o dos estádios antigos na mesma competição.

            Já é sensível para muitos brasileiros o bem-estar produzido pelas obras aceleradas em decorrência da Copa. Aqui em Brasília, por exemplo, o acesso ao aeroporto e ao Plano Piloto foi transformado e representa expressivo ganho de tempo das pessoas que diariamente transitam nessas vias.

            Em Curitiba, são mais de 10 intervenções previstas de mobilidade urbana devido à realização da Copa e algumas delas também já repercutem positivamente no dia a dia dos curitibanos, como é o caso do Corredor da Marechal Floriano e do viaduto que inauguramos recentemente com o Prefeito Gustavo Fruet, que liga Curitiba a São José dos Pinhais; ou o Corredor Aeroporto-Rodoferroviária. Isso sem falar nas melhorias promovidas na própria rodoferroviária e no próprio Aeroporto Afonso Pena.

            Aliás, foram investidos R$6,2 bilhões na modernização e ampliação dos aeroportos nas cidades-sede da Copa, o que significará a elevação de 81% da capacidade de recepção de passageiros.

            Novamente, devo dizer que são benefícios concretos para milhões de brasileiros que utilizam cada vez mais os aeroportos do País.

            São ainda quase 2 bilhões em segurança, com investimentos em integração de sistemas, em inteligência, nos pontos de entrada do País e em 14 Centros Integrados de Comando e Controle. Outros 600 milhões investidos em portos, na melhoria dos terminais de Fortaleza, Natal, Manaus, Recife e Salvador, e no alinhamento do cais de Santos.

            Na área de telecomunicações, foram investidos 400 milhões em expansão da rede de fibra ótica estatal (Telebras) e em modernização de procedimentos e fiscalização da Anatel. No turismo, houve expansão da infraestrutura e investimento em qualificação, através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec Turismo), num total de R$196 milhões.

            Ser otimista ou ser pessimista não muda os fatos, mas minha experiência na chefia da Casa Civil me permite prever, Sr. Presidente, que vamos receber muito bem nossos visitantes, sem atropelos e sem contratempos.

            Como vem sendo lembrando, com propriedade, pelo Ministro do Esporte, três cidades brasileiras, Recife, Salvador e Rio de Janeiro, receberam mais de seis milhões de turistas no último carnaval. Ou seja, quase o dobro do que vamos receber durante a Copa do Mundo. E tudo correu bem.

            Ouço, com prazer, o Senador Eduardo Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Querida Senadora Gleisi Hoffmann, V. Exª traz um balanço muito importante e positivo esclarecendo como é que a realização da Copa do Mundo vai trazer benefícios ao povo brasileiro. É saudável e natural que estejam jovens, sobretudo, manifestantes e até índios realizando, expressando os seus anseios, as suas preocupações e as suas exigências. Mas eu quero aqui reiterar, inclusive, o apelo que hoje um número muito significativo de intelectuais, sobretudo de São Paulo, colocou, sugerindo a todos os movimentos que têm saído às ruas para que o façam de maneira civilizada e sem quebra-quebra, sem destruição, sem a utilização de armas, ainda mais de arco e flecha - flechas que, ainda ontem, atingiram a perna de um policial militar -, porque isso, de fato, não combina adequadamente com a nossa tradição. E é muito importante o esclarecimento que V. Exª dá. Primeiro, os gastos diretamente com os estádios, que estavam sendo colocados como exagerados, da ordem de R$8 bilhões, e V. Exª nos transmite como é que só em educação, nesses anos, gastamos mais de R$825 bilhões no mesmo período; também na saúde uma quantia quase que da mesma ordem. Ou seja, é tão importante que todos percebamos o fato de termos nos preparado para receber aqui um número - ainda não sei com precisão - não apenas de delegações, com centenas de pessoas em cada uma das delegações, acompanhando os jogadores de futebol, mas também os visitantes de outros países que virão ao Brasil. É uma oportunidade formidável para que possamos mostrar a nossa qualidade, não apenas no futebol, mas também a forma de o brasileiro ser, de ser alegre, de poderem conhecer a nossa música, a nossa cultura, as coisas tão belas que existem no Brasil, sejam lá da Cidade Maravilhosa, do Rio de Janeiro; seja ali em Manaus, conhecerem a Floresta Amazônica; ali em Curitiba, quem sabe visitarem Foz do Iguaçu; em Porto Alegre, tantas coisas bonitas que poderão todos visitar. É uma oportunidade fantástica de mostrarmos as coisas boas do nosso País e do nosso povo. Aqui tenho falado quase que diariamente e até o início da Copa do Mundo, e durante ela, estarei reiterando, como V. Exª, a importância de estarmos bem recebendo os nossos visitantes, as delegações, mesmo dos times mais rivais do Brasil. Façamos desse nosso encontro com outros povos algo que expressa o fenômeno de confraternização tão bem percebido pelo Presidente Nelson Mandela, quando promoveu a maior integração entre negros e brancos, por ocasião dos campeonatos internacionais de rúgbi e também da própria última Copa do Mundo realizada ali na África do Sul. Ele soube captar tão bem como o futebol - o esporte - constitui um meio de confraternizar os povos. Eu me lembro de um episódio tão bonito, quando, em 2004, o Presidente Lula se deslocou até Porto Príncipe. Eu estava lá com alguns outros Senadores. E eis que, recentemente, tinha havido a guerra civil. O Brasil estava lá com outras nações, para iniciar a organização da Minustah, da missão da ONU, e avaliaram que seria importante que o Brasil mostrasse o caráter de como iria proceder durante a coordenação do Minustah, que agora completa dez anos. E foi tão bonita a forma como se portou o povo do Haiti em Porto Príncipe. Mais de um milhão de pessoas se postou do aeroporto até a chegada ao estádio da nossa seleção. O estádio era pequeno. Cabiam pouco mais de 25 mil pessoas, mas estava completamente lotado. Quando o Haiti fazia uma bela jogada, todos aplaudiam. Mas, quando o Brasil marcou - acho que o resultado foi cinco ou seis a zero -, todos aplaudiram. Foi uma manifestação linda. Eu estou recordando isso para lembrar o sentido do futebol. E eu me lembro de ter acompanhado o Presidente Lula ao vestiário quando Ronaldo, Ronaldinho e Romário estavam se trocando. Lá eles disseram para o Presidente: “Quando houver uma necessidade...

(Soa a campainha.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - ... de nós partilharmos momentos para trazer a paz, conte conosco.” É neste espírito, no espírito de quando o Santos e o Pelé foram à Nigéria e ao Congo e conseguiram parar a guerra com o jogo do Santos, que era maravilhoso e campeão do mundo naquela época. Simplesmente, a guerra parou por causa do futebol brasileiro. Então, eu acredito que as palavras de V. Exª são nesta direção: vamos procurar fazer da Copa do Mundo um momento de beleza, de confraternização. Meus cumprimentos a V. Exª.

            A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Apoio Governo/PT - PR) - Obrigada, Senador Suplicy. Muito boa a sua colocação.

            De fato, este é o maior espetáculo do esporte mundial: a Copa do Mundo de Futebol.

            E penso que é um orgulho, uma honra para nós, brasileiros, que temos orgulho do nosso futebol e gostamos tanto de futebol, realizar esse evento aqui no Brasil.

            Como disse V. Exª, o futebol tem que servir de congraçamento, de união, tem que servir para que a gente possa se irmanar a outros povos. A disputa é apenas no campo. Nós não podemos fazer de um evento como esse um palco de violência. Eu acho que o Brasil tem uma qualidade que é inigualável: que é receber bem, que é ser acolhedor. Tenho certeza de que nós, brasileiros, de que o povo brasileiro vai receber muito bem quem vier aqui torcer, vai receber os times bem, vai receber as torcidas, porque é o que nós queremos na Copa do Mundo: um grande congraçamento e mostrar o País e as belezas que nós temos.

            Aliás, Senador Suplicy, a opção de realizar a competição em 12 cidades-sede significou um desafio, mas vamos alcançar o objetivo, que era integrar todas as Regiões do País, ou seja, todas as Regiões terem a realização de jogos de futebol da Copa do Mundo. Essa era a coisa certa: pensar o País em sua amplitude, buscando a integração de todas as Regiões, porque todos os brasileiros e brasileiras devem ter o mesmo direito de usufruir os benefícios do desenvolvimento nacional. Devem ter, igualmente, as mesmas oportunidades de participar e de contribuir de acordo com o seu desejo e a sua capacidade.

            Orgulho-me de ter compartilhado com a Presidenta Dilma, na chefia da Casa Civil, de muitas das decisões que ajudaram a viabilizar o evento. É claro que o mérito maior é dos trabalhadores brasileiros. Esse é outro ponto importante que devemos destacar. Em São Paulo, Paraná, Rio e nas demais capitais: se alguém procurar entre os profissionais envolvidos, a quase totalidade é formada por profissionais brasileiros, nossos técnicos, nossos engenheiros, nossos arquitetos, nossos operários, enfim, nossos trabalhadores ajudando a construir a Copa do Mundo.

            Vamos ganhar a Copa e ganhar com a Copa. A pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ligada à USP, estimou que a Copa das Confederações, em 2013, com a presença de um quarto do número de seleções presentes na Copa do Mundo e com apenas 16 jogos (contra 64 da Copa do Mundo, que teremos agora), acrescentou R$9,7 bilhões ao PIB, ao nosso Produto Interno Bruto. A expectativa é que a Copa do Mundo acrescente mais R$30 bilhões ao PIB, valor superior ao total de R$25 bilhões incluídos no plano de investimento das cidades-sede e muito maior do que o gasto de R$8 bilhões com os estádios.

            Enfim, Srªs e Srs. Senadores, telespectadores que me assistem na TV Senado e ouvintes da Rádio Senado, a Copa do Mundo está aí, e isso significa a oportunidade histórica de mostrar ao mundo a capacidade e a hospitalidade de nosso povo, sem complexo de vira-latas, mas com muita alegria, urbanidade e boa educação. Como disse Nelson Rodrigues sobre o Brasil, "este País é uma descoberta contínua e deslumbrante". E queria relembrar o que disse Nelson Rodrigues, que citei no início do discurso: "há um momento, na vida dos povos, em que o país tem de ser anunciado, promovido e profetizado". Penso, Sr. Presidente, que este é um dos momentos que estamos vivenciando no Brasil.

            E aqui, como o Senador Suplicy, quero fazer, sim, um convite a todos os brasileiros e brasileiras para que aproveitemos esta oportunidade da festa do futebol. Que possamos fazer as manifestações, porque, afinal, os holofotes estarão sobre o Brasil, assim como houve manifestações na África, na Alemanha, em todos os lugares do mundo onde se realizaram grandes eventos, onde se realizou a Copa do Mundo, mas que possamos fazer essas manifestações fazendo um viva à democracia de maneira pacífica, de maneira a externar o que queremos. E vamos também nos congraçar com o futebol, com o futebol brasileiro e daqueles que vêm aqui disputar conosco. Tenho certeza de que é uma oportunidade ímpar para o Brasil e para o povo brasileiro torcer pelo nosso time, mas evidenciar, anunciar, promover e profetizar o nosso País.

            Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/05/2014 - Página 128