Discurso durante a 93ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Alegria pelo iminente início da Copa do Mundo no País.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Alegria pelo iminente início da Copa do Mundo no País.
Aparteantes
Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 12/06/2014 - Página 66
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, INICIO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, LOCAL, BRASIL, ELOGIO, CAPACIDADE, PAIS, SEDE, COMENTARIO, LEGADO, EVENTO.

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes que nos acompanham pela Rádio Senado, a Copa do Mundo de futebol no Brasil começa amanhã, e eu tenho certeza de que a nossa seleção, os nossos jogadores darão o melhor de si mesmos para que possamos vencer o Mundial e sair dele como hexacampeões.

            Mas, antes mesmo do início da Copa, o Brasil já conseguiu uma vitória extremamente expressiva: a vitória contra os pessimistas, contra todos aqueles que não torceram pelo nosso País, que queriam que nós chegássemos à abertura do Mundial com as ruas incendiadas e em um caos completo. Essas aves de mau agouro, até agora, perderam.

            Apostar contra o Brasil, contra a capacidade do nosso povo, sempre se mostrou um péssimo negócio. E nós provamos isso mais uma vez. Demos partida à viabilização desse Mundial quatro anos atrás, erguendo os estádios e acelerando uma série de obras de mobilidade urbana necessárias ao País e importantes para sediar a Copa.

            Eram obras já previstas nos Programas de Aceleração do Crescimento, que ganharam impulso graças ao Mundial, mas que vão se consolidar, para muito além dele, em um patrimônio de infraestrutura para o Brasil e para todos os brasileiros.

            Tudo ficará depois da Copa; todos os benefícios trazidos restarão com os brasileiros.

            Os estádios, construídos com quatro bilhões de reais de financiamento dos bancos federais - ou seja, dinheiro que retornará aos cofres públicos - e mais quatro bilhões de recursos dos Estados e da iniciativa privada, vão ficar; vão ficar para abrilhantar as partidas realizadas no Brasil e para dar mais conforto aos nossos atletas e, principalmente, aos nossos torcedores.

            Os VLTs, os BRTs, os metrôs, os corredores exclusivos de ônibus, as novas vias públicas abertas, os túneis e viadutos, tudo que chegou com a Copa do Mundo ficará para depois dela, em benefício de toda a nossa população.

            E, no mesmo período em que construímos as arenas de um novo tempo, investimos 212 vezes mais - ou seja, R$1,7 trilhão somente de recursos públicos - nas áreas de educação e saúde para construirmos, também, o Brasil de um novo tempo: um Brasil que anda para frente sem deixar para trás a sua população; um Brasil que tirou 36 milhões de cidadãos da extrema pobreza, que elevou 42 milhões à classe média, um Brasil que, em abril passado, uma vez mais, apresentou os mais baixos índices de desemprego da sua história.

            Somos, aliás, um País em que as chances de um trabalhador perder ou deixar seu emprego caiu drasticamente nos últimos dez anos. A probabilidade de desligamento despencou 61%, desde o fim de 2003.

            Os nossos aeroportos, que estamos entregando com a capacidade duplicada, estão em condição de receber os passageiros que os utilizam. Dez anos atrás, eles eram 33 milhões; hoje, são mais de 103 milhões de brasileiros que conquistaram o direito de utilizar os aviões como meio de locomoção.

            Somos um Brasil grande, um Brasil altivo diante do mundo. Somos a sétima maior economia do planeta. Então, não há motivos para que entremos nessa de jogar contra o nosso País, de nos querermos de joelhos frente a outras nações, como vivíamos anteriormente. Todos devemos querer e lutar por um Brasil melhor.

            Mas lutar por um Brasil melhor é preservar nossas conquistas e consertar os nossos erros para seguirmos avançando, não é recuar, não é jogar para trás, não é torcer para que a gente perca um jogo ganho. Não é assim que nós vencemos um campeonato.

            A nossa classificação atual é prova de que nós já ganhamos muitas partidas. Estamos vencendo o atraso, o desemprego, a exclusão social, a miséria e tantas outras mazelas que nos transformavam em um país de perdedores.

            Somos respeitados como vencedores no mundo todo. E por quê? Porque o aumento de renda dos brasileiros está vencendo, o crescimento do número de vagas na rede de ensino está vencendo, a ampliação do número de médicos, de professores e de profissionais qualificados em nossa sociedade também está vencendo.

            Há ainda muitas partidas a ganhar, mas temos que jogar unidos contra os adversários comuns e colocar o Brasil no ataque para que a gente continue a garantir os gols que já nos deram tantas vitórias.

            Queria, então, pedir a todos os brasileiros que não se deixem levar por esse discurso derrotista, esse discurso de querer que achem que nós somos um país falido, destruído, à beira de um abismo.

            Todos os países têm problemas, mas o que diferencia uns dos outros é a capacidade de alguns de conciliar a disposição para enfrentar os desafios sem menosprezar a si mesmo e ao seu potencial.

            Não vamos entrar nessa de nos diminuir, de nos apequenar. Não façamos isso com a nossa própria Pátria. O Brasil não merece isso.

            Vamos dar início amanhã à maior Copa da História, a Copa das Copas, 64 anos depois de termos sediado uma outra. Uma Copa que injetará diretamente na nossa economia algo em torno de R$6,7 bilhões. Uma Copa que movimentará pelo nosso território 3,7 milhões de pessoas. Uma Copa que fará do Brasil o centro das atenções de 3,6 bilhões de pessoas em todo o mundo, num evento transmitido por mais de 500 emissoras de TV.

            Temos a oportunidade de fazer desse um espetáculo planetário, um espetáculo em que nós possamos apresentar este Brasil, que a gente ama, como o gigante guerreiro que ele é. Temos a oportunidade de mostrar ao mundo que todos nós, brasileiros, somos capazes de sediar e conduzir de maneira responsável e grandiosa uma Copa da dimensão que estamos recebendo. A oportunidade, nós temos. É importante, então, que saibamos aproveitá-la com toda a nossa garra e com toda a nossa vontade.

            Já temos mostrado ao mundo que alguns métodos, algumas imposições, algumas regras e alguns costumes no futebol não podem mais ser tolerados. Penso que a própria FIFA fará uma profunda reflexão sobre a organização das próximas Copas, mas o mais importante é que nós, brasileiros, estaremos prontos para dizer ao mundo todo que este é um país em que a intolerância, o preconceito, a discriminação e o racismo não têm vez.

            Para receber os turistas, as delegações e as 32 equipes que disputarão o mundial, estamos de braços abertos com muita generosidade, muita hospitalidade e muito calor humano, tudo muito típico de nós, brasileiros. Faremos uma Copa da paz, uma Copa em que a violência não terá vez.

            É com esse espírito de união, de confraternização, que daremos início à Copa do Mundo dentro e fora dos estádios. Vamos fazer o nosso trabalho, demonstrar nosso esforço fora do campo para fazer um grande mundial nas arquibancadas, nas ruas, nas nossas casas. E vamos nos somar à nossa seleção para que ela receba a nossa força e, dentro de campo, consiga fazer uma Copa tão bonita quanto a gente fará aqui fora.

            Obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância, e a todos os Senadores e Senadoras. E vamos à vitória.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Senador Humberto Costa.

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE) - Pois não.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Permita solidarizar-me com o pronunciamento de V. Exª, de tanto entusiasmo com a realização da Copa do Mundo e confiança de que o povo brasileiro irá, nesses próximos dias, semanas de junho a julho, tão bem receber as pessoas de todo o mundo, seguindo as recomendações da querida Presidenta Dilma Rousseff e, sobretudo, mostrando a todos o quão generoso é o povo brasileiro, que saberá retribuir o quão bem a Seleção foi recebida em todos os países nos quais participou de Copas do Mundo - e de todas elas nós participamos. Sempre fomos muito bem recebidos pelo povo de cada um desses lugares onde a Copa foi disputada. É importante que nós, brasileiros, venhamos também a bem receber as delegações, seleções e torcidas de todo o mundo. Que possam os que aqui nos visitam conhecer mais profundamente a natureza do brasileiro, a nossa cultura, a nossa música, a nossa alegria e, sobretudo, que possam as palavras de V. Exª chegar aos ouvidos de todos, para que percebam como é que o futebol pode ser esse extraordinário fenômeno, instrumento de confraternização entre os povos. Meus cumprimentos a V. Exª.

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE) - Obrigado, Senador Suplicy.

            Agradeço o aparte de V. Exª e o incorporo às minhas palavras.

            Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/06/2014 - Página 66