Comunicação inadiável durante a 93ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Otimismo com os legados da Copa do Mundo de Futebol ao Brasil.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Otimismo com os legados da Copa do Mundo de Futebol ao Brasil.
Aparteantes
Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 12/06/2014 - Página 67
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • REGISTRO, INICIO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, LOCAL, BRASIL, ELOGIO, CAPACIDADE, PAIS, SEDE, COMENTARIO, LEGADO, EVENTO, REFERENCIA, AUMENTO, TURISMO, EMPREGO, PUBLICIDADE, MUNICIPIOS, RENDA, POPULAÇÃO, TRANSPORTE AEREO.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Senador Acir, que preside esta sessão.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores e Senadoras, companheiros e companheiras, hoje é dia 11 de junho, véspera da abertura da Copa do Mundo de 2014. Com a proximidade da data, cresce, sem dúvida nenhuma, a emoção e a empolgação do povo brasileiro com a realização desses jogos que acontecerão no Brasil e que tanto movem o imaginário do nosso povo, que tem no futebol não só o principal esporte, mas a razão da congregação de amigos, famílias, vizinhos.

            Eu quero aqui, Sr. Presidente, partilhar da opinião de que, apesar dos problemas de toda ordem que surgem ao se estruturar um evento de tamanha magnitude, o Brasil superou os pessimistas de plantão. Iremos, sem dúvida nenhuma, realizar a maior de todas as Copas do Mundo.

            Quero dizer que, com muita atenção, ouvi a Presidente Dilma em canal de televisão, no dia de ontem, falando exatamente disso, de como a Copa do Mundo é importante para o País e do tamanho do legado que ela deixará à nossa Nação.

            Críticas, todas elas, penso que num ambiente de democracia são muito bem-vindas. Entretanto, o que se tenta fazer, que é transformar uma grande vitória numa grande derrota, ultrapassa muito o âmbito das críticas, que, repito, são todas muito bem-vindas, Sr. Presidente. Na realidade, o que se formou no Brasil foi a tentativa, repito, de transformar uma das maiores vitórias que nós tivemos numa grande derrota.

            Números equivocados e dados não verdadeiros têm sido divulgados com muita frequência, como, por exemplo, que o gasto da Copa do Mundo ultrapassa os gastos com educação. A própria Folha de S.Paulo, há duas semanas, basicamente, Sr. Presidente, publicou na capa a matéria de que todos os investimentos da Copa do Mundo com estádios, com as arenas não se aproximam nem de um mês dos gastos com educação.

            Creio que nós precisamos fazer uma conta básica.

            Recentemente, eu estive no México, ao lado do Senador Valadares e do Deputado Márcio, participando de um importante evento ambiental, um evento organizado pela Globe International, que é uma entidade que reúne Parlamentos de vários países e que tem como tema principal o debate relativo às questões climáticas, às mudanças climáticas, à questão ambiental.

            Lá no México, eu pude ver a mobilização. São tantas as bandeirinhas. Não há restaurante lá que não tenha as bandeirinhas, que não esteja todo enfeitado de Copa do Mundo. A quantidade de noticiários nas TVs locais é algo impressionante, Sr. Presidente.

            Então, se formos ver... Agora mesmo, os jornais divulgam um estudo de quanto deverá aumentar o número de turistas no Brasil, turistas estrangeiros que virão ao Brasil após a realização do mundial.

            Aqui mesmo, nesta Casa, Sr. Presidente, no Senado Federal, como tenho certeza de que na Câmara também, o legado deixado pela Copa do Mundo tem sido frequentemente debatido. Comissões e subcomissões, no âmbito das comissões do Senado, foram formalizadas, vários Senadores... Creio que V. Exª, Senador Acir, deve ter rodado o Brasil e visitado as arenas. Eu não tive essa oportunidade, envolvida que estava em outros trabalhos.

            O Ministro dos Esportes várias vezes esteve aqui no Senado, o companheiro Aldo Rebelo, para trazer os dados que nos permitem chegar a determinadas conclusões que, no meu entendimento, alicerçam o otimismo que toma conta do nosso País.

            Por um lado é certo que algumas obras ficaram pelo meio do caminho e outras sequer se iniciaram. Dou o exemplo dos projetos de mobilidade urbana da cidade de Manaus, uma das doze sedes da Copa do Mundo, que, a pedido do próprio Governo do Estado e da Prefeitura, foram retirados da modalidade de Copa por conta de que fatores locais atrasaram significativamente as obras, que não aconteceram, apesar de todos os recursos terem sido disponibilizados pelo Governo Federal.

            Isso não significa dizer que os projetos tenham sido enterrados. Tenho certeza de que há predisposição do Governo Federal em colaborar com o Governo Estadual e com a Prefeitura de Manaus para dar vida a esses projetos de mobilidade urbana essenciais a Manaus, assim como a todas as grandes cidades brasileiras. Eu não tenho dúvida nenhuma de que esse projeto sairá.

            Mas o Ministro Aldo Rebelo, nas vezes em que veio ao Senado, trouxe alguns dados importantes, um deles relativo ao estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas, que indica que deverão ser gerados mais de 3,5 milhões de empregos no Brasil por causa do mundial, que deverá receber três milhões de turistas brasileiros, que deverão se locomover entre as cidades-sede da Copa do Mundo, e algo em torno de 600 mil estrangeiros, além dos mais de 40 bilhões de telespectadores.

            Senadora Gleisi, que dirige a sessão neste momento, vamos fazer as contas de quanto custaria, por exemplo, à cidade de Manaus, ao Estado do Amazonas desenvolver uma campanha de divulgação da cidade para 40 bilhões de telespectadores no mundo. Quanto custaria essa publicidade? Garanto-lhe que muito mais do que o valor de uma Arena Amazônia, muito mais do que o valor de duas Arenas Amazônias, muito mais do que o valor de dez Arenas Amazônias juntas. É a promoção de uma cidade e de uma região conhecida pelo nome Amazônia, mas cuja realidade é desconhecida, na sua inteireza, pela maior parte do mundo, que terá essa possibilidade de conhecê-la.

            Ainda de acordo com estudos da Fundação Getúlio Vargas, os investimentos serão superiores a R$25 bilhões, e a previsão é de que a Copa esteja agregando R$183 bilhões ao PIB brasileiro até o ano de 2019.

            O estudo, denominado Brasil Sustentável, analisa os impactos socioeconômicos da Copa de 2014, que deve adicionar à renda da população...

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - ... R$63 bilhões.

            Mas, além dos frutos que iremos colher com a chegada dos milhares de torcedores de todo o Planeta, eu quero destacar as conquistas que já alcançamos.

            Dobramos a capacidade de transporte aéreo; construímos modernas arenas que irão impulsionar o esporte por muitos anos. E há ainda aqueles que insistem: por que arena numa cidade em que não há tradição de futebol, como é o caso de Manaus? A arena não é só para futebol, mas é principalmente para futebol. Um dia desses, como parte já do calendário da arena, lá foram jogar Corinthians e outro time pela Copa do Brasil. Se esse jogo tivesse sido em São Paulo, nada mais do que cinco, seis mil espectadores, pessoas pagantes, estariam no estádio. Pois em Manaus, havia mais de 35 mil espectadores.

            E assim será, porque os times brasileiros entenderão que, na Copa do Mundo, nos campeonatos - ou na Copa do Brasil...

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - ... ou no Campeonato Brasileiro -, eles farão rodízio e jogarão nas mais diferentes regiões. Ganharão eles, ganhará o povo brasileiro. E é para isso que ficarão as arenas, que, repito, são espaços muito importantes, Srª Presidente.

            Sem medo de errar, eu posso dizer que o povo vem derrotando a subalternidade que alguns setores teimam em manifestar, um complexo que aponta que tudo que é de fora é melhor, um comportamento que valoriza os defeitos de outros países e despreza nossas qualidades.

            Pois bem, Srª Presidente, o País que organizou a Copa é um país que, sem dúvida, deve se orgulhar de estar dando à sua gente a possibilidade de estar lá. Poucos terão a oportunidade de estar nas arenas, cuja capacidade varia de 39, 40 mil a 70 mil lugares. A maioria ficará de fora, mas muito contente e feliz por saber que seu País...

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - ... e todas as regiões estão sediando esse jogo belíssimo, esse jogo importantíssimo.

            Para concluir, porque V. Exª já me dá bastante tempo, eu quero dizer que esse é o sentimento que toma conta da minha cidade de Manaus. Nós lutamos muito, muito para sermos uma sede da Copa do Mundo, porque a Copa não poderia ser considerada do Brasil se ficasse só no Sudeste, se ficasse no Sul, como os críticos dizem que são as regiões onde tem futebol. Não, a Copa é do Brasil e vai acontecer na Região Centro-Oeste, no Nordeste, no Sul, no Sudeste e, também, no meu querido Norte brasileiro.

            Senador Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Permita-me cumprimentá-la...

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Com a benevolência da nossa Presidenta Gleisi.

            A SRª PRESIDENTE (Gleisi Hoffmann. Bloco Apoio Governo/PT - PR) - Com certeza.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Pelo entusiasmo com que V. Exª ressaltou a relevância de a Copa do Mundo também estar lá em Manaus, de quanto o povo amazonense vai estar ali...

(Soa a campainha.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - ... torcendo pelo Brasil, mas participando dos jogos entre seleções de grande qualidade que ali estarão jogando. É interessante, também, como as diversas equipes estão chegando a cada lugar, inclusive lá em Manaus, no Mato Grosso, na Bahia. Vi os jogadores holandeses, por exemplo, dançando abraçados com os índios. São cenas muito especiais, que vão, cada um deles, pensar e refletir e contar aos seus, dentro de seus países, sobre o que vieram a conhecer da nossa cultura, da nossa dança, da nossa música, dessa diversidade cultural brasileira, que...

(Soa a campainha.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - ... vai se espalhar pelo mundo. Meus cumprimentos pelo seu entusiasmo.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Esse entusiasmo, Senador Suplicy, não é meu entusiasmo, é o entusiasmo de quem vive a mais de dois mil quilômetros dos grandes centros produtores, consumidores deste Brasil, daqueles que vivem lá no coração da floresta, mas em uma cidade que é uma metrópole de 2 milhões de habitantes, que estão de coração aberto para receber todos os visitantes que vão assistir a belos jogos como Inglaterra e Itália, assim como tantos outros. O legado é positivo, não só material, mas o subjetivo, que anima e que incentiva o povo a seguir no caminho da construção dessa bela e gigante nação, que é a Nação brasileira.

            Muito obrigada, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/06/2014 - Página 67