Pela Liderança durante a 86ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comparação entre as realizações dos governos do PSDB e do PT.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, POLITICA PARTIDARIA.:
  • Comparação entre as realizações dos governos do PSDB e do PT.
Publicação
Publicação no DSF de 03/06/2014 - Página 155
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • ELOGIO, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MOTIVO, REDUÇÃO, INFLAÇÃO, JUROS, AUMENTO, SALARIO MINIMO, MELHORIA, ECONOMIA NACIONAL, INVESTIMENTO, POLITICA SOCIAL, CRITICA, GOVERNO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), REFERENCIA, PRIVATIZAÇÃO, INEFICACIA, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, AUSENCIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO, BRASIL.

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes que nos acompanham pela Rádio Senado, eu queria, antes de iniciar a minha fala em nome da Liderança do PT, fazer aqui um registro muito importante.

            No dia de hoje, o jornal Folha de Pernambuco publicou pesquisa do Ibope sobre a sucessão estadual, e os principais números mostram, para o governo do Estado, o nosso colega, o Senador Armando Monteiro, com 44% das intenções de voto, e o candidato do PSB, apoiado pelo presidenciável Eduardo Campos, com 8% da intenção de voto; o candidato a Senador do PT, João Paulo, com 40 pontos percentuais, e o candidato do PSB, Fernando Bezerra Coelho, com 18 pontos percentuais; e a Presidenta Dilma, empatada na disputa presidencial, com 39%, enquanto o candidato do PSB tem 40% e o candidato do PSDB tem 2%.

            Então, motivo de satisfação para todos nós, apesar de sabermos que esse é apenas um momento da disputa eleitoral.

            Mas, Srª Presidenta, recentemente houve um tremendo mal-estar da oposição por conta de algumas peças publicitárias exibidas pelo Partido dos Trabalhadores, que faziam um comparativo entre o Brasil de hoje e o Brasil do passado.

            Alguns pré-candidatos à eleição presidencial deste ano que usam seus espaços em propaganda para detratar o PT e os nossos governos foram os primeiros a reclamar das inserções, ou seja, não gostaram do que viram, quando nós levantamos o espelho. Mas os nossos adversários têm certa razão. Relembrar o Brasil do passado, olhar aquele Brasil que aparece no retrovisor é trazer à tona todo o legado de miséria, de pobreza, de estagnação econômica, de desemprego, de preços altos e de arrocho salarial que eles nos deixaram, e que os governos do PT conseguiram superar.

            É daí que vem o incômodo. É esse o Brasil que a oposição quer jogar para baixo do tapete, com a finalidade de fazer com que os brasileiros se esqueçam de um tempo que ninguém quer que volte mais. Mas nós vamos relembrar.

            Quero começar aqui me dirigindo às parcelas menos favorecidas da nossa população.

            Em 2002, último ano do governo do PSDB, partido do pré-candidato à presidência Senador Aécio Neves, o investimento social feito por eles era de R$1.915,00 por brasileiro. Nos governos do PT, nós dobramos esse valor.

            No período deles, o dinheiro público era gasto para financiar bancos, para pagar juros da dívida externa ao FMI, para emprestar a empresas que queriam comprar o patrimônio dos brasileiros colocado à privatização. Com Lula e Dilma, o dinheiro público passou a ser dirigido a quem realmente precisa dele: a nossa população, numa política que conciliou desenvolvimento econômico com inclusão social, que criou o Bolsa Família, o Brasil sem Miséria, o Pronatec, o Minha Casa, Minha Vida, o Mais Médicos, que criou, enfim, uma perspectiva de vida para o povo brasileiro.

            Essa é a razão pela qual, em oito anos do governo do PSDB, a desigualdade no Brasil foi reduzida em apenas 2%, ao passo que, nos governos do PT, nós multiplicamos esse índice por cinco. Tiramos 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza e elevamos 42 milhões de cidadãos à classe média, segmento que hoje representa mais da metade da nossa população. A renda dos mais pobres dobrou e a renda per capita média das famílias aumentou em 78%, porque a melhoria de vida dos trabalhadores sempre foi um compromisso do PT.

            Recebemos do PSDB, em 2002, um Brasil em que o salário mínimo era de R$200. Hoje, doze anos depois, ele está em R$724. A oposição, agora, diz que faz e acontece. Mas, quando foi governo, sabem em quanto o PSDB aumentou o salário mínimo para os trabalhadores? Em somente 29,8%.

            Com Lula e Dilma, o salário mínimo cresceu como nunca, chegando a um aumento real de 72%, injetando mais de R$30 bilhões na nossa economia para fazê-la crescer. Nos governos do partido do Senador Aécio, o salário mínimo não chegava a U$100. Hoje, graças aos governos do PT, ele é superior a U$300.

            Recentemente, tivemos aqui um amplo debate sobre o reajuste da tabela do imposto de renda. Vale dizer que foi o Presidente Lula quem instituiu a obrigatoriedade dos reajustes anuais, para que os trabalhadores não sofressem o efeito negativo da inflação sobre o imposto pago. Pois bem. A oposição queria impedir a aprovação dos 4,5% previstos na lei, alegando que era pouco.

            Mas o que fizeram o PSDB e o DEM nos oito anos em que governaram o Brasil? Fizeram o seguinte: impuseram seis anos de reajuste zero à tabela - 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001 -, gerando uma perda superior a 30% para os trabalhadores frente à inflação. Ou seja, a bondade da oposição foi obrigar as pessoas físicas neste País a pagarem mais impostos. De Lula a Dilma, essa injustiça foi sendo reparada e, atualmente, os trabalhadores do Brasil têm um ganho líquido da ordem de 9%, considerando os reajustes dados desde 2003.

            Outro ganho sensível para o nosso povo foi o controle firme da inflação, que, nos nossos governos, está na média de 5,8%, enquanto nos do PSDB foi superior a 9%. E justamente eles, que fizeram o Brasil experimentar até 22% de inflação e 45% de taxa de juros ao ano, querem agora envenenar o debate econômico sobre os preços administrados.

            Eu queria, então, deixar aqui alguns dados do Banco Central para a reflexão de todos os brasileiros sobre o legado da oposição para o nosso País, especificamente nessa área.

            Nos governos do PSDB, as tarifas dos ônibus subiram 203% em apenas oito anos e o preço da gasolina explodiu em 223%. No mesmo período, a tarifa da energia elétrica aumentou 254%, e - lembremos todos - não impediu o Brasil de ser submetido a um vergonhoso apagão entre os anos de 2001 e 2002, gerando um prejuízo de R$45 bilhões ao País, segundo o Tribunal de Contas da União. E sabem para quem foi a conta dessa incompetência no setor energético? Para o consumidor, que foi obrigado a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz.

            O telefone fixo teve um aumento de 509%, mesmo depois de o PSDB ter vendido todas as nossas teles. As tarifas de água e esgoto aumentaram em 169%, os planos de saúde subiram 188% e o preço do botijão de gás, que durante mais da metade do governo Lula não teve um único centavo de aumento, nos governos do PSDB, do Senador Aécio Neves, cresceu 452%.

            Em suma, quando o partido do Senador Aécio comandava o Brasil, todos esses preços sensíveis à população subiram numa média de mais de 200%;

            Agora comparem: nos três primeiros anos da presidenta Dilma, sabem de quanto foi o aumento desses mesmos preços administrados? Algo em torno de 11%.

            Vou repetir aqui os dados do Banco Central: no Governo Fernando Henrique, mais de 200% de aumento médio nos preços das passagens de ônibus, do gás, da luz, do telefone, da gasolina para os trabalhadores. No Governo Dilma, 11%.

            Essa, então, foi a grande obra do PSDB: o estouro completo e incontrolável dos preços administrados sobre as costas da classe trabalhadora, a defasagem na correção da tabela do imposto de renda, gerando o pagamento de mais tributos, principalmente pela classe média, a completa falta de prioridade às políticas de redução da desigualdade social, o desemprego, o achatamento dos salários. É isso que a oposição não quer que seja lembrado, que quer, convenientemente, que o brasileiro esqueça. É isso que eles chamam de propaganda do medo.

            E como não ter medo de um passado como esse? De um passado construído por essa oposição que hoje quer voltar a governar o país?

            De forma que fica evidente que o medo existe mesmo é nos nossos adversários, que têm crise de pânico quando se inicia a comparação entre o Brasil de hoje e o Brasil de ontem, que se desesperam quando nós mostramos à população o currículo de governo deles.

            Mas não se iludam. Por mais que tentem esconder os governos que fizeram, os brasileiros não esquecerão esse passado ainda recente e saberão - eu tenho certeza - fazer o julgamento equilibrado entre o que nós fizemos e o que eles fizeram ao Brasil.

            Muito obrigado pela tolerância, Srª Presidenta, Srs. Senadores, Srªs Senadoras.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/06/2014 - Página 155