Discurso durante a 18ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene destinada a comemorar o centenário do nascimento da Srª Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Sessão solene destinada a comemorar o centenário do nascimento da Srª Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce.
Publicação
Publicação no DCN de 28/05/2014 - Página 29
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, COMEMORAÇÃO, CENTENARIO, NASCIMENTO, IRMÃ DE CARIDADE, IRMÃ DULCE.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho a grata honra de participar em nome do Partido Comunista do Brasil desta singela e justa homenagem à grande brasileira Irmã Dulce.

    Seu exemplo de solidariedade nos é particularmente caro, pois para os comunistas a ação em defesa dos mais pobres, dos mais necessitados é pedra angular de nossa atuação.

    Nascida no Bairro do Barbalho, em Salvador, no dia 26 de maio de 1914, filha do cirurgião-dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes - seu nome original - teve sua vida toda dedicada à causa dos mais pobres e carentes.

    Com a morte da mãe, com apenas 7 anos, a menina foi morar com as tias e aos 13 anos descobriu a vocação religiosa. Em 1933, com apenas 19 anos, seguiu para o Município de São Cristóvão, interior de Sergipe, onde ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Lá se consagrou freira e passou a se chamar Irmã Dulce, em homenagem à mãe falecida.

    Em 1934 retorna a Salvador onde inicia o trabalho de evangelização e cuidado com os mais pobres. Ini- ciou sua obra acolhendo doentes e desabrigados da Capital baiana e levando-os para o galinheiro do convento. A partir daí nasceu o que hoje é conhecido como Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).

    Irmã Dulce morreu em 13 de março de 1992, pouco tempo antes de completar 78 anos. Em 1999 o Vati- cano inicia o processo de beatificação e canonização da freira.

Para além de sua importância para os católicos, destacamos aqui sua importância para o povo brasileiro.

     Com perfil de serviço único no País, a instituição é uma espécie de holding social, formada por 17 núcleos que prestam assistência à população de baixa renda nas áreas de saúde, assistência social e educação, dedicando-se ainda à pesquisa científica, ao ensino médico, à preservação e difusão da história de Irmã Dulce e à gestão de unidades de saúde pública.

    Nos últimos anos, administrada por Maria Rita, sobrinha da Irmã Dulce, a instituição vem ampliando o alcance de seus serviços e já ultrapassou a marca dos 4 milhões de atendimentos anuais a usuários do SUS, idosos, portadores de deficiências e de deformidades craniofaciais, pacientes sociais, crianças e adolescentes em situação de risco social.

    A OSID é considerada pelo Ministério da Saúde como o maior complexo de atendimento 100% gratuito em saúde do Brasil e é responsável pelo maior volume de atendimentos em toda a estrutura do setor na Bahia.

    Em tempos em que o individualismo ganha mentes e corações, inflado pela perversa desigualdade do capitalismo, o exemplo de Irmã Dulce é uma luz.

    Que sua vida permaneça como exemplo para todos os brasileiros, como modelo de vida de doação e de respeito à dignidade humana.

    Parabenizo também o corpo funcional da OSID, reafirmando o meu carinho e minha admiração pelo tra- balho desenvolvido todos os dias nessa instituição. Era o que tinha a dizer. Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 28/05/2014 - Página 29