A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Presidente desta sessão, nosso 1º Vice-Presidente, Jorge Viana.

            Faltam exatas...

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Eu gostaria só de cumprimentá-la. Eu ia fazer a leitura dessa autorização, dessa mensagem que autoriza o financiamento para o Rio Grande do Sul, mas, estando a senhora aqui...

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP - RS) - Preferi fazer a leitura.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ... V. Exª teria o mérito e a autoridade de fazer a leitura. Eu fico muito contente...

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP - RS) - Muito obrigada.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ... porque era uma das prioridades do trabalho meu aqui, como Vice-Presidente da Casa. Fico feliz que uma dedicada Senadora do Rio Grande do Sul tenha feito a leitura dessa matéria, que eu sei que é fundamental para que o Rio Grande possa seguir se desenvolvendo.

            Então, cumprimento V. Exª.

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP - RS) - Muito obrigada, Presidente.

            Trabalhamos muito lá na Comissão de Assuntos Econômicos. O Senador Lindbergh Farias ajudou bastante. Os Senadores gaúchos Pedro Simon e Paulo Paim, igualmente, também se empenharam na aprovação dessa matéria. Esse é o compromisso, aliás, Senador Jorge Viana, o mesmo que V. Exª tem cada vez que se refere ao que faz, aqui, em benefício do seu Estado, o Acre.

            Nós, os três Senadores, temos tido esse comportamento, de maneira muito solidária, porque, mesmo sendo oposição ao Governo, nós não somos oposição ao Estado do Rio Grande do Sul. Essa é a nossa responsabilidade.

            Como eu dizia, Presidente, faltam 48 horas, apenas, para que a Seleção Brasileira, comandada por Luiz Felipe Scolari, o nosso querido Felipão, entre em campo, e a bola role.

            Apesar das falhas de planejamento, as queixas com aeroportos inacabados, construções viárias cobertas com tapumes e outras obras interrompidas, ou na área da mobilidade, nas nossas 12 cidades-sede do torneio, são inúmeras. E a compensação que temos é esta: inúmeras ações pelo País que mostram qualidades admiráveis do povo brasileiro, como a criatividade, a cordialidade, a receptividade, a hospitalidade.

            Serão oportunidades ímpares para mostrar aos visitantes e aos próprios brasileiros que a nossa sociedade, mesmo com problemas, mesmo com dificuldades, divergências políticas, também tem vantagens em outras áreas, mais - é claro - que o futebol.

            O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) calcula que 600 mil turistas estrangeiros devem vir ao Brasil por conta da Copa, além de 3,1 milhões de turistas locais, cujos desembolsos devem chegar a R$6,7 bilhões. E isso, sem dúvida, terá reflexos sobre toda a nossa economia.

            O número de estrangeiros, contudo, pode ser maior, já que, de acordo com a Embratur, mais de 500 mil turistas estrangeiros já compraram ingressos para essa competição, e, nos cálculos da entidade, o total desses visitantes que chegam a um país que sedia a Copa ultrapassa em 30%, em média, o número daqueles que compram ingressos para os jogos da competição - uma delas, lá em Manaus, do Senador Eduardo Braga.

            Em meio a inúmeras projeções que apontaram efeitos mínimos ou nulos da Copa sobre a atividade econômica do País, aparece um estudo conduzido por Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. O levantamento desse especialista parte de perspectiva mais abrangente ao olhar para o desempenho das economias que sediaram o evento desde 1982.

            Segundo essa análise, o crescimento do Produto Interno Bruto, o famoso PIB, nesses países, registrou aceleração de um ponto percentual, em média, no ano da Copa - o que pode se repetir aqui no nosso País. Segundo o estudo, esse impacto pode fazer com que o crescimento do PIB fique acima dos 2% em 2014.

            É importante destacar, Senador Anibal Diniz, que, além do competente e preparado técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão - nascido lá em Passo Fundo, perto da minha Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, e morador mais famoso da cidade de Canoas, que fica na região metropolitana de Porto Alegre, devoto de Nossa Senhora de Caravaggio -, à frente da equipe dos craques brasileiros, temos, por exemplo, uma oportunidade ímpar de tornar conhecidas, nacionalmente e internacionalmente, bebidas tipicamente brasileiras, não só a cachaça, a aguardente, a água de coco - aguardentes produzidas, eu diria, em todo o Território brasileiro; cachaças que são marcas de grande destaque internacional, em Minas Gerais, no Nordeste e no meu Rio Grande do Sul.

            Temos a oportunidade de tornar conhecida também uma grande produção que temos no Rio Grande do Sul, que nos orgulha muito, que é a produção dos vinhos gaúchos. Aliás, a bebida oficial da Copa do Mundo, por exemplo, é um vinho gaúcho, o Faces, produzido pela vinícola Lídio Carraro, de Bento Gonçalves.

            Segundo a enóloga, Monica Rossetti, que elaborou e selecionou as castas viníferas para criar esse vinho, o Mundial é uma importante ocasião para o setor nacional da uva e do vinho. Vale lembrar, aliás, que o suco de uva é um dos mais vendidos no País atualmente.

            Será, sem dúvida, uma oportunidade de muitas pessoas, de nosso País e de outros países, degustarem um bom vinho produzido no Brasil. O vinho brasileiro é uma das bebidas de qualidade que reflete as características do nosso País, como a nossa identidade multiétnica, multicultural, e que tem se tornado mais acessível aos diferentes bolsos dos consumidores. Aliás, vale lembrar que nossos espumantes estão fazendo sucesso em todos os certames para a seleção dos melhores em todo o mundo.

            Lembro também que o Senado Federal teve um importante papel na criação da Lei nº 12.959, que disciplina a produção e a comercialização de vinho por agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, o chamado vinho colonial. Esse marco legal, originário de projeto do Deputado e ex-Ministro Pepe Vargas, sancionado pela Presidente Dilma Rousseff, em 19 de março deste ano, e do qual fui Relatora na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária desta Casa, é uma forma de estimular a produção do vinho artesanal, produzido pela nossa agricultura familiar.

            As oportunidades de comércio e de divulgação do empreendedorismo brasileiro também incluem os produtores familiares de nosso País. Na nossa capital Porto Alegre, uma das cidades-sede da Copa, ocorrerá a feira Sabor Gaúcho, aliás, referida hoje no artigo do Nizan Guanaes, o festejado publicitário brasileiro que tem atuação também internacional.

            O Sabor Gaúcho será uma mostra que estará à disposição dos visitantes nacionais e estrangeiros, no período de 12 a 29 de junho, no Armazém B do Cais do Porto. Os 44 estandes da feira vão abrigar cerca de 130 agroindústrias familiares de todas as regiões do Estado, o Rio Grande do Sul. Entre os produtos que serão vendidos estão queijos, vinhos, materiais de artesanato, entre outros.

            A divulgação do evento será realizada nos 22 pontos de acesso das estações de trem, Trensurb, e no terminal do Aeromóvel, que é um novo tipo de transporte urbano que liga a Estação Aeroporto da Trensurb, que é o trem metropolitano, ao Terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, da capital gaúcha.

            Destaco também o trabalho do Diretor de Administração e Finanças do Trensurb, meu amigo Leonardo Hoff, na modernização do Trensurb, em Porto Alegre. Quinze novos trens serão climatizados e terão câmeras para oferecer mais segurança a todos os passageiros.

            A cinco dias do primeiro jogo da Copa do Mundo, quatro dos principais pontos turísticos da capital gaúcha, que receberá cinco jogos da Copa, alteraram a programação exatamente para atrair a atenção dos visitantes.

            No Mercado Público, que é uma referência turística em Porto Alegre, filhos de comerciantes que falam inglês ficarão de prontidão para ajudar na venda de artigos brasileiros, especialmente gaúchos, como vinhos, cervejas artesanais, carnes, salames, queijos, doces, frutas e verduras. O objetivo é atrair os compradores em um ambiente com decoração alusiva às cores da nossa bandeira, verde e amarela, e com imagens do mascote oficial da FIFA, o famoso e polêmico Fuleco.

            Da mesma forma, a Usina do Gasômetro, um dos pontos turísticos mais importantes, que tem uma vista bonita e fica próxima ao Guaíba, também preparou programação especial. A Secretaria Municipal da Copa expõe a mostra itinerante Gaúchos na Copa. Desenvolvida pelo jornalista Cláudio Dienstmann, os 25 painéis contam a história de todos os Mundiais e destacam os gaúchos que participaram desses eventos - um deles, claro, o capitão Dunga, que ergueu a Taça Jules Rimet ou a Taça da FIFA.

            O objetivo é contar a história das 19 Copas do Mundo através de uma linha de fotografias e informações, com destaque para o lance da final, entrega da taça, os pôsteres de cada Copa...

(Soa a campainha.)

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP - RS) - ... e os mascotes a partir de 1976.

            Estou concluindo, Sr. Presidente.

            Além da linha do tempo, algumas curiosidades também são mostradas, como a história do jogador suíço Leopold Kielholz, que entrou em campo, em 1934, usando óculos em uma das edições do Mundial.

            A exposição, que já passou por universidades gaúchas e tem entrada franca, fica em cartaz até o final do evento no Brasil.

            Próximo dali, em frente à Praça da Matriz, o Theatro São Pedro, uma das casas de arte mais antigas e bonitas do Rio Grande do Sul, recebe, além das atrações previstas em calendário, o projeto Jogo de Cena. Com enfoque no momento festivo, a direção artística tem como principal objetivo mostrar a produção local para os visitantes. E tenham certeza: é muito rica e variada.

            A programação traz um mosaico de espetáculos, com teatro, música e dança, com preços populares, Sr. Presidente. Além de montagem de importantes companhias gaúchas, o público poderá conferir, com entrada franca, exposição de bonecos inclusive.

            Para os interessados em conhecer a fundo a cultura gaúcha, a Prefeitura de Porto Alegre, comandada pelo meu amigo José Fortunati promove, a partir de quinta-feira (12), o Acampamento Extraordinário Farroupilha, dentro do projeto Turismo de Galpão, uma parceria com o Movimento Tradicionalista Gaúcho, em que 77 entidades estarão acampadas no Parque Mauricio Sirotsky Sobrinho e promovem atividades, na sua maioria, gratuitas.

            A proposta do projeto é qualificar o recebimento de visitantes. Por isso, as entidades acampadas ali recebem treinamento com cursos de bem receber, gestão ambiental, segurança para turistas e boas praticas e manipulação de alimentos. Serão realizadas oficinas gastronômicas para turistas, para mostrar, por exemplo, como se prepara o bolinho de chuva, um churrasco, Senador Humberto Costa, arroz de carreteiro, ambrosia, pastel de carreira.

            Talvez o senhor nem... Pastel de carreira é um pastel feito... A carreira é uma cancha reta e, então, nessas canchas retas, que é uma coisa muito típica do Rio Grande, que se espalhou por algumas partes de outros Estados brasileiros, ali se vende o pastel. É um guri que vende, em geral numa cesta que a mãe prepara, e ele vende o pastel de carreira. Então, tem toda uma história vinculada à cultura e à tradição do meu Estado. Pratos, todos eles típicos da nossa culinária.

            Além disso, vamos ter muitos shows diários e, no interior do Estado, também haverá eventos importantes. Até o dia 22 de junho, teremos a 22ª Festa Nacional do Doce (Fenadoce), em Pelotas, considerada a capital nacional do doce, com doces bem portugueses, muitos dos quais se fazem lá no seu Estado, Pernambuco.

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP - RS) - É essa cultura forte que nos enriquece cada vez mais. E a Copa do Mundo nos permite mostrar aos visitantes estrangeiros essa riqueza multicultural e multietnica. Além de divulgar os deliciosos doces pelotenses, é ocasião para promoção de atrações culturais e comerciais muito importantes para a economia do nosso Estado.

            Até o próximo dia 15 de junho também acontece a Feira da Indústria Comércio e Serviços (Expobento), em Bento Gonçalves, também para se conhecer a riqueza desse Estado.

            E a rádio Senado, queria aqui como jornalista festejar, já disponibilizou na internet o hotsite com os programas produzidos especialmente para a Copa do Mundo no Brasil. São histórias, curiosidades e participação do Legislativo, a cobertura radiofônica das Copas e as canções que fizeram parte da trilha sonora dos mundiais.

            O Hotsite foi elaborado por Hunaldo Vale do Nascimento e Thiago Vitorino, com a colaboração da equipe da Rádio Senado e da Agência Senado.

            O Histórias das Copas, produzido por Filipe Kafino, conta fatos marcantes e curiosos dos Mundiais em 30 episódios. Um deles foi a Batalha de Berna, jogo entre Brasil e Hungria na Copa de 1954, na Suíça. Naquela época, o Brasil era o atual vice-campeão do mundo e a Hungria era a grande seleção do momento, resultando na derrota do Brasil, que marcou dois gols, enquanto a Hungria marcou quatro.

            A série de 10 programas - não queremos lembrar isso mais, nós queremos fazer quatro e a Hungria que faça os dois - O Rádio nas Copas, de Jefferson Dalmoro e Rodrigo Resende, traz a cobertura radiofônica dos Mundiais que, no Brasil, teve início em 1938. Narrações que marcaram a história e comentários do professor Luiz Artur Ferraretto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

            O spot Senado na Copa, produzido por Pedro Henrique Costa, explica a participação do Legislativo na aprovação de leis que possibilitaram a realização do evento no Brasil, especialmente a Lei Geral da Copa, que tive a honra de ser a...

(Interrupção do som)

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP - RS) - ... Copa e foi uma honra muito grande ter compartilhado com os Senadores esse momento importante.

            Muito obrigada, Sr. Presidente.