O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, todos aqui presentes e todos que nos assistem pela TV Senado e nos ouvem pela Rádio Senado, ocupo a tribuna na tarde de hoje para fazer um registro e, ao mesmo tempo, agradecer a confiança que recebi dos meus pares, aqui, no Senado, para reconduzir a Presidência do projeto Jovem Senador, o que me deixa bastante lisonjeado e cônscio da responsabilidade desse projeto.

            É um projeto belíssimo do Senado Federal! É um projeto voltado para a educação política de jovens de até 19 anos oriundos da escola pública. O objetivo desse projeto é trazer os jovens para conhecer a dinâmica do mais alto Parlamento do País, o Senado Federal, e, ao mesmo tempo, aproximar o Senado da sociedade brasileira e construir formadores de opinião sobre o trabalho do Senado.

            São 27 jovens, um por unidade da Federação, que tomarão assento nestas cadeiras como jovens Senadores. Essa escolha se dá em um processo seletivo de redação. Neste ano, o tema será “Se eu fosse Senador...”

            Para se ter uma ideia da dimensão desse projeto, no ano passado ele envolveu mais de 19 mil escolas, mais de 200 mil jovens e mais de 5 mil professores e foram recebidas mais de 75 mil redações.

            Em 2013, esse projeto registrou uma participação de escolas públicas da ordem de 8%. Realmente, é um percentual elevadíssimo. Isto, por si só, demonstra a dimensão desse projeto Jovem Senador, do Senado Federal, e o interesse que ele está despertando ano a ano, o que coroa a iniciativa.

            Estamos apenas na 4ª edição do projeto Jovem Senador, que permite que o jovem não só conheça a dinâmica, o funcionamento, a estrutura do Senado Federal, mas também permite que ele possa promover debates, participar do debate de temas do interesse dos jovens e da Nação e deixar aqui a sua contribuição como propostas de projeto de lei.

            Então, o projeto Jovem Senador vai se reunir e deixar projetos de lei que serão apreciados na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa e que, sendo aprovados, tramitarão normalmente na Casa, como se fossem projetos oriundos de um Senador eleito pelo voto popular, um Senador de fato.

            Esse projeto vai acontecer, neste ano, de 17 a 22 de novembro e vai ter uma característica diferente do projeto nos outros anos, em que havia a premiação dos primeiros colocados no concurso que escolhia os jovens Senadores e havia a premiação das escolas. Mas, para corrigir a injustiça, que se vinha cometendo há muitos anos, de não premiar também o professor, figura que está, diuturnamente, ao lado do aluno, incentivando-o a participar do concurso do projeto Jovem Senador, mas que passava despercebido desse projeto, neste ano o jovem e o diretor da escola virão para Brasília, mas também contaremos com a presença de 27 professores das 27 escolas que terão representantes no Plenário do Senado Federal.

            Portanto, houve um aprimoramento do projeto Jovem Senador, e eu me sinto extremamente lisonjeado com a recondução, já pelo terceiro ano, à Presidência desse projeto. Confesso que tenho um afeto, um carinho muito especial por essa iniciativa exatamente por dar oportunidade aos jovens do Brasil, aos jovens das regiões mais distantes do Brasil.

            É muito gostoso estarmos aqui, no meio dessa juventude, no meio dos eleitos, dos escolhidos, e, de repente, nos depararmos com um jovem que veio do interior do Acre, do interior de Rondônia, lá do interior do meu Estado, um jovem de uma classe social inferior, que estuda em uma escola pública e que veio para cá, conseguindo sua cadeira para representar seu Estado no projeto Jovem Senador, pelo mérito do seu saber, da sua dedicação, que conseguiu chegar a Brasília sem usar outro artifício que não o artifício do saber, o que demonstra que, quando se oferece oportunidade para a juventude, ela corresponde, seja ela da escola pública, seja ela da escola privada. Sobretudo na escola pública, onde milhares e milhares de talentos passam desapercebidos aos olhos da sociedade e aos olhos dos governos e dos governantes, de repente, uma iniciativa tão simples, tão singela, mas de um alcance extraordinário, consegue transformar esse jovens, consegue reacender a esperança no coração e na mente desses jovens, consegue mostrar a esses jovens…

            Muitos desses jovens nunca saíram do seu interior, nunca viajaram de avião, não conheciam Brasília, muitos deles nunca tinham ido ao cinema, não conheciam um shopping center; e, aí, de repente, conseguem ser classificados, são escolhidos e vêm para Brasília representando seu Estado como Jovem Senador.

            Primeiro, eles conseguem sair do seu horizonte, lá do interior, muitas vezes longínquo, e vêm para Brasília, a capital do Brasil. Eles ficam encantados com a beleza de Brasília. E aí vêm para o Senado Federal e conhecem a dinâmica e o mecanismo de funcionamento do Senado Federal, onde, mais do que isso, eles socializam experiências, conhecem outros jovens, com outras realidades, muitas vezes bastantes díspares das suas, e conseguem conviver e estabelecer amizades.

            É impressionante, é emocionante o depoimento de cada jovem que foi oportunizado pelo projeto Jovem Senador, que consegue estabelecer um debate sobre temas de interesse nacional com uma maturidade política assustadora, que nos assusta, pelo conhecimento desses jovens, pelo domínio da temática por eles e pela forma sensata, coerente e responsável com que eles conseguem desenvolver os debates e apresentar projetos para serem analisados na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa.

            Uma iniciativa brilhante, uma iniciativa da qual todos os jovens com até 19 anos do ensino médio das escolas públicas podem participar, tendo a oportunidade inesquecível para suas vidas de estarem aqui e participarem desse grande projeto.

            Sr. Presidente, para concluir minhas palavras, nestes últimos 3 minutos eu gostaria de fazer o registro de um fato muito triste que nos abateu a todos no Rio Grande do Norte: o falecimento de um amigo, de uma pessoa pública, de um profissional de extrema competência, que foi o Procurador-Geral do Estado, Dr. Miguel Josino. Era uma figura que emanava alegria, uma figura solidária, um homem culto, um homem alegre, um homem que sempre colocava o interesse público à frente dos interesses individuais, que foi vítima de uma tragédia inominável, eu diria, e que veio a falecer, deixando uma lacuna impreenchível, deixando um vazio incomensurável.

(Soa a campainha.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV-RN) - Ele sempre compartilhou com os necessitados, com a sociedade potiguar. Por ironia do destino, antes da sua definitiva partida, ele e sua família continuaram compartilhando com os carentes, uma vez que órgãos foram doados a sete pessoas carentes - órgãos vitais. Hoje, ele continua, evidentemente, muito vivo nas nossas lembranças, na saudade, na recordação, mas também vivo em sete pessoas que receberam dele órgãos para continuar vivendo, para continuar levando alegria às suas famílias.

            Faço este registro de pesar pela amizade que tínhamos, pelo amigo de todos os momentos e pela figura pública de grande notoriedade e saber que o Rio Grande do Norte perdeu na última semana.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.