A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Apoio Governo/PT - PR. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, é rápido, mas eu acho necessário me manifestar aqui.

            Gostaria de ler rapidamente, pedindo permissão à Senadora Ana Rita, e que fosse transcrita nos Anais desta Casa uma observação feita hoje no Twitter, na internet, pelo jornalista Sergio Leo, que escreveu o seguinte: "O desemprego caiu, segundo a nova PNAD do IBGE. E agora, como fica aquela tese de que governo quis adiar a divulgação para maquiar o índice?".

            Eu fui vítima dessa história, Sr. Presidente. O jornalista tem razão. Como fica a tese de que o Governo queria maquiar o índice do IBGE?

            Criaram essa tese inverídica e a divulgaram em todo o País, mesmo sem apresentar qualquer indício ou fato. Há mais de dois meses, estão citando indevidamente o meu nome, os nomes do Senador Armando Monteiro, os de pessoas do Governo e o da Ministra Miriam Belchior, nesse contexto absurdo e que não faz sentido.

            E eu sei quando isso começou. Começou quando a jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo, me acusou, sem nenhuma razão objetiva, de investir contra a autonomia do IBGE por temer que os novos índices do desemprego pudessem "reduzir o brilho de um dos números a se mostrar na campanha da presidenta Dilma: o da taxa de desemprego de 5%", dizia ela. Nada disso era verdade, mas a jornalista decidiu criar uma inusitada teoria da conspiração e me apresentar como a má da história.

            Isso tudo porque apresentei, em parceria com o Senador Armando Monteiro, requerimento ao Ministério do Planejamento para saber mais sobre mudanças feitas no cálculo do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Motivo: a Lei do FPE foi alterada pelo Congresso, e o IBGE está alterando a pesquisa que calcula uma de suas variáveis (a renda domiciliar per capita).

            Nosso questionamento foi para verificar questões metodológicas da pesquisa, uma vez que a variável será utilizada no cálculo do novo rateio, ou seja, o resultado implicará na definição dos percentuais de distribuição do fundo, implicando uma distribuição para todos os Estados brasileiros. Além disso, o dado será usado na análise dos números da desigualdade.

            Hoje mesmo, o editorial do jornal O Estado de S.Paulo insiste em dizer que tentei frear a publicação da PNAD contínua por meio de manobra. E desde quando apresentar um requerimento de informação é manobra, Sr. Presidente? E como fica a tese se o desemprego caiu, segundo a nova PNAD do IBGE? No sul do País, a taxa é de 4,3%, ou seja, uma das menores do mundo.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, vou fazer uma confissão pessoal. Sou uma pessoa paciente e acredito nas pessoas. Então, vou esperar, com muita paciência, que os jornais e os jornalistas que pontuaram sobre esse tema voltem a abordar a pesquisa do IBGE e respondam a essa indagação, que está no Twitter: "O desemprego caiu, segundo a nova PNAD do IBGE. E agora, como fica aquela tese de que o Governo quis adiar a divulgação para maquiar o índice?”

            É importante restabelecer a verdade, Sr. Presidente. Peço que isso seja registrado nos Anais da Casa.

            Agradeço a V. Exª e também à Senadora Ana Rita por esta questão de ordem.

DOCUMENTO ENCAMINHADO PELA SRª SENADORA GLEISI HOFFMANN EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

Matéria referida:

- Observação feita hoje, no Twitter, pelo jornalista Sérgio Leo.