A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP-RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Cara Senadora Angela Portela, que preside esta sessão de homenagem à celebração ao Ano Internacional da Agricultura Familiar, queria saudar, de modo especial, os Deputados Luci Choinacki, do PT de Santa Catarina, e Padre João, também do PT, que são os responsáveis, junto com a Senadora Angela Portela, por estarmos neste momento fazendo esta justíssima homenagem de celebração por uma decisão das Nações Unidas.

    Quero cumprimentar o conterrâneo Ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto; Presidente do Conselho Nacional do Desenvolvimento Rural Sustentável. Cumprimento também o Coordenador-Resi- dente do Sistema Nações Unidas no Brasil e Representante-Residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no nosso País, Jorge Chediek; o nosso querido Presidente da EMBRAPA, Maurício Antônio Lopes, e toda a sua equipe; a Secretária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Alessandra da Costa Lunas, que aqui representa um pouco o que sintetizou a Deputada Luci Choinacki sobre a valorização da mulher e o seu protagonismo no processo produtivo, parti- cularmente na agricultura familiar.

    Os programas sociais hoje são muito voltados e focados porque a mulher assume cada vez mais um pa- pel de liderança, não só no comando da sua família, da sua pequena propriedade, em todos os cantos dos do País, mas também em iniciativas louváveis no processo de desenvolvimento social.

    Estamos hoje, na verdade, fazendo uma série de celebrações. Eu queria cumprimentar as Nações Unidas por terem tomado a inciativa, não só para o Brasil, mas para o mundo, de valorizar o significado do que seja a agricultura familiar.

    E de certo modo, Ministro Miguel Rossetto, V.Exa. que conhece bem o nosso Estado sabe que isso para nós gaúchos tem um significado muito especial, porque o Rio Grande do Sul, assim como Santa Catarina e Pa- raná, são Estados, que, pela sua formação, dão à agricultura familiar um peso muito especial, um peso especí- fico e uma expressão ainda maior.

    Só para ter uma ideia, a produção familiar dos alimentos no Rio Grande do Sul já representa quase um quarto de todos os financiamentos do crédito destinado à agricultura familiar. Não é pouca coisa, é realmente um significado muito importante.

    E por isso eu queira, em nome do Partido Progressista, festejar a iniciativa da Deputada Luci Choinacki, do Deputado Padre João e da Senadora Angela Portela de estarmos aqui fazendo esse reconhecimento.

    Podemos, nesta oportunidade, debater com a sociedade o futuro que queremos, não só para o nosso Rio Grande do Sul, mas para o Brasil, que se dedica à agricultura familiar e ao desenvolvimento solidário, cola- borativo e, sobretudo, sustentável.

    Em boa hora, as Nações Unidas estão consagrando 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Fami- liar, e, por esse motivo, como eu disse, estamos todos aqui.

    Um especialista em agricultura familiar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sérgio Schneider, é um dos pesquisadores que têm buscado respostas para as perguntas que envolvem a produção agrícola familiar no Brasil e na América Latina. Ele foi um dos participantes do X Congresso da Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção, realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná, com pesquisadores especialistas de todo o País. Esse estudioso disse que a política é indispensável para ajudar a desenvolver, fortalecer e construir melhores acessos aos mercados pelos agricultores familiares. Segundo ele, além do foco no crédito rural familiar, é pre- ciso também ações públicas amplas, focadas na modernização do sistema de produção. Isso sem falar nas con- dições de vida desse agricultor ou dessa agricultora, com a questão da saúde, a questão do seu treinamento, da sua formação, das suas informações, do acesso àquilo que a EMBRAPA descobre através da pesquisa e da ciência para levar até o campo; a extensão rural para levar a esses agricultores.

    A meu ver, esse é um passo importantíssimo para dar mais autonomia aos produtores familiares, de modo inclusivo e colaborativo, sempre com foco no desenvolvimento e na sustentabilidade, uma visão sistê- mica e também territorial.

    Vale lembrar que 77% dos empregos no setor agrícola brasileiro têm relação direta com a agricultura família, segundo dados do relatório 2014 sobre as perspectivas da agricultura familiar e do desenvolvimento rural das Américas.

    A agricultura familiar gaúcha é uma das que mais se modernizam, com elevado uso de tecnologia e atu- alizada gestão. Nos mais de 30 anos de minha atuação como jornalista, muito antes de me tornar Senadora, vi de perto importantes transformações no campo dos Municípios.

    O rústico cedeu lugar na agricultura familiar às modernas soluções, sem perder características culturais muito próprias, regionais, peculiares a esse tipo de atividade, preservando suas origens étnicas, usos e costu- mes e seu caráter social. Falo de lavouras plantadas por descendentes de alemães, de italianos, de poloneses, que produzem todos os anos inúmeros tipos de cultura: soja, milho, arroz, uva, outros tipos de frutas e também outros grãos. A pecuária leiteira, a produção de aves e de suínos também têm sido importantes fontes de renda a muitos agricultores, especialmente nas regiões noroeste e norte do nosso Estado.

    Queria aproveitar a oportunidade para dizer que, com jornalista, eu acompanhei um grande líder da agri- cultura familiar que acabou sendo um estimulador da criação da FETRAF Sul, Altemir Tortelli, hoje Deputado. Ao noticiar aquilo, acabou se formando.

    Também queria destacar hoje a atuação hoje da Coordenação da FETRAF Sul, Rui Valença, o Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Elton Weber, e também o Presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul - OCERGRS, Vergilio Perius. Todas essas entida- des têm um foco muito atento para a agricultura familiar.

    Antes de finalizar, eu queria dizer que é uma alegria muito grande para o Partido Progressista do Rio Grande do Sul, especialmente por representar aqui o nosso Líder Francisco Dornelles, dizer que coube aqui a um gaúcho, quando Ministro, Francisco Turra, iniciar o processo de criação do Programa Nacional de Fortale- cimento da Agricultura familiar, o PRONAF.

    Então, é uma honra muito grande para nós estarmos aqui apresentando também e renovando os cum- primentos a todas as instituições, sejam os movimentos sociais, sejam as federações, sejam as cooperativas fa- miliares, junto com a CONTAG e a FETAG - a CONTAG também presidida por um gaúcho que nos honra muito.

    Então, a todos os senhores, especialmente à Deputada Luci Choinacki, a Senadora Angela Portela e ao Deputado Padre João, parabéns por terem tomada a iniciativa de requerer esta sessão conjunta de Câmara e Senado para celebrar e comemorar o Dia Internacional da Agricultura Familiar! (Palmas.)