Discurso durante a 95ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas às práticas de determinados grupos políticos no Estado de Rondônia; e outros assuntos.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR, CORRUPÇÃO. ELEIÇÕES, ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Críticas às práticas de determinados grupos políticos no Estado de Rondônia; e outros assuntos.
Aparteantes
Cristovam Buarque.
Publicação
Publicação no DSF de 25/06/2014 - Página 17
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR, CORRUPÇÃO. ELEIÇÕES, ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • CRITICA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, OFENSA, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PERIODO, ABERTURA, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, DEFESA, RESPEITO, DISPUTA, ELEIÇÃO.
  • CRITICA, EMPRESA, REALIZAÇÃO, AVALIAÇÃO, CONCURSO PUBLICO, DEPARTAMENTO DE TRANSITO (DETRAN), MOTIVO, ELABORAÇÃO, PROVA, ASSUNTO, ACUSAÇÃO, ORADOR, CORRUPÇÃO.
  • REGISTRO, APOIO, CANDIDATO, GOVERNADOR, LOCAL, ESTADO DE RONDONIA (RO).

            O SR. IVO CASSOL (Bloco Maioria/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado.

            É uma alegria, uma satisfação cumprimentar o nosso Presidente. Ao mesmo tempo, cumprimentar, em nome da nossa companheira, amiga, Senadora arrojada e nossa pré-candidata ao governo do Rio Grande do Sul, Senadora Ana Amélia. Nosso abraço! E, ao mesmo tempo, desejar sucesso naquela empreitada.

            Quero mandar um abraço a todos os gaúchos. Sou gremista, mas estão gremistas e colorados, todos se unindo com um só propósito: resgatar a credibilidade, a confiança daquele Estado tão rico e tão promissor que, infelizmente, nos últimos tempos, tem andado a passo de jabuti, tem andado a passo de tartaruga, e o Rio Grande do Sul, que é um Estado forte, Senadora Ana Amélia, pujante... Como gestor que fui, como prefeito, como governador do Estado de Rondônia, em que investimos no desenvolvimento e no progresso, é inadmissível um Estado tão rico viver da maneira que o Estado vive, com o pires na mão, em nível nacional.

            Por isso, desejo sucesso e tenho certeza absoluta de que a sua pré-candidatura será homologada nos próximos dias e, com isso, nós teremos essa oportunidade.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou pegar aqui o começo do discurso do meu colega, Senador Jorge Viana. Na abertura da Copa do Mundo, eu estive presente no Itaquerão, em São Paulo, e o estádio do Itaquerão deixou a desejar para uma abertura de Copa do Mundo.

            Infelizmente, o som dentro, o eco, a estrutura... Por ser uma das capitais mais populosas do País, infelizmente, a abertura de Copa do Mundo parecia mais uma copa rural da Região Norte. Naquele dia em que assisti ao jogo, como também assisti ao jogo aqui ontem - muitos até falam que o pessoal que está indo é porque tem condições, e é verdade. Alguém tem que pagar a despesa da Copa do Mundo, alguém tem que contribuir, e os que têm mais condições pagam mais e acabou.

            Mas não podemos concordar e não podemos aceitar a falta de respeito que aconteceu em São Paulo. Ninguém pediu para eu advogar aqui para a nossa Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, mas, como cidadão, como pessoa, como pai, como avô, não seria pela nossa ilustríssima Dilma Rousseff, mas pela pessoa e pelo que ela representa para o País. Para 200 milhões de habitantes, ela é a nossa Presidente do Brasil.

            Eu já estive em eventos e já fui vaiado pelos adversários. A vaia é absorvida em qualquer lugar, mas a falta de respeito de pessoas que têm condições financeiras, que não têm coragem dentro da sua família de gritar aqueles palavrões que gritaram dentro do estádio... Sinceramente, temos que mandar aqueles que estiveram junto lá... Desculpem-me os amigos brasileiros que estiveram no Itaquerão, mas há muitos que têm que voltar para juquira, há muitos que têm que voltar para a roça para aprenderem educação. Essa é a verdade.

            Não por nada. É um ano de eleição e há muita gente que não está satisfeita. Tudo bem até aí. Mas não dá para aceitar palavras de baixo calão onde há mulheres - mães, avós, bisavós -, crianças de dois, três, quatro, cinco anos assistindo ao jogo e esportistas, faltaram com o respeito à nossa Presidente do Brasil e ao Brasil.

            Eu quero aqui, em nome do meu Estado de Rondônia - estive dentro do Itaquerão -, dizer que não compactuei e não concordei com o que fizeram naquele momento. A disputa de eleição se faz nos palanques, nas regiões, no voto e aí a história é diferente.

            Assisti ontem ao jogo aqui em Brasília. Também, se a seleção não fosse ganhar de Camarões, ia virar o quê? Aí ficava difícil, porque era uma seleção fácil. Mas nós precisamos fazer muito mais se queremos ser campeões do mundo. A nossa equipe precisa mostrar mais garra, mais determinação.

            A festa foi bonita. O estádio do nosso Distrito Federal absorveu e deu condições para que todos os torcedores pudessem chegar e sair com a maior tranquilidade.

            Também quero aproveitar esta oportunidade, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para falar dessa trajetória política que nós trabalhamos e fizemos e da qual estamos em busca.

            No ano passado, quando a minha irmã assumiu a Presidência do PR no meu Estado de Rondônia, preparando-se, porventura, para uma pré-candidatura majoritária, Senadora Ana Amélia, utilizaram-se situações e criaram-se fatos que não existem, o que, infelizmente, veio a prejudicá-la no dia a dia.

            Naquele momento, ela desistiu da pré-candidatura. Depois se reanimou com a pré-candidatura a Deputado Federal, sabendo que para quem vem com uma pré-candidatura numa disputa eleitoral infelizmente há a arma dos covardes, dos fracos, dos frouxos, daqueles que não têm competência e que não têm voto, tentando destruir a pessoa, destruir os ânimos que essas pessoas têm para poder continuar e perpetuar uma administração pública sem a maioria da aceitação popular.

            Ao mesmo tempo me sinto feliz, Sr. Presidente, por dois mandatos em que fui governador do Estado de Rondônia. Se eu tivesse condição de disputar as eleições, se não tivessem me tirado no tapete, com certeza, hoje, qualquer pesquisa feita dentro do meu Estado, Senadora Ana Amélia, daria de 70% a 80% dos votos.

            Mas isso é mérito de um partido, do Ivo Cassol sozinho não. Isso foi mérito de um grupo, de uma equipe, de um povo que acreditou que era capaz juntamente na pessoa do Senador Ivo Cassol, da minha esposa, a Ivone, de toda a equipe, a fazer diferença e com isso tudo, há poucos dias, de uma pré-candidatura a Deputado Federal da minha irmã, veio na verdade a pré-candidatura ao Governo do Estado de Rondônia.

            Não bastasse por aí não, Sr. Presidente, olhe como jogam os podres, olhe como jogam os desonestos, olhe como jogam os corruptos, olhe como jogam aqueles que querem fazer da vida pública uma teta de uma vaca daquelas que dão muitos litros de leite por dia.

            O Detran do meu Estado fez e abriu o concurso público nº 001, de 2014. A esposa do Vice-Governador do meu Estado cuida do Detran, porque o mesmo saiu do Detran e deixou a sua esposa lá. Meu Estado de Rondônia tem o Governo Confúcio Moura, que é do PMDB. Fizeram várias perguntas aqui, Sr. Presidente, várias perguntas, e fizeram até uma pergunta de história. E, eu, com humildade, venho aqui, em público, no plenário desta Casa, ler essa pergunta nº 20 que fizeram sobre a minha pessoa:

            A nº 20: “Um dos casos mais emblemáticos da política nos últimos anos foi a condenação e a prisão do senador Ivo Cassol do (PP/RO) pelo Supremo Tribunal Federal, por crime de fraude em licitações, ocorrido na época em que era prefeito do município de:

            a) Cacoal; b) Vilhena; c) Ji-Paraná; d) Porto Velho; e) Rolim de Moura.”

            Vou repetir a pergunta que o Detran do Estado de Rondônia, comandado pelo PMDB e pelo Vice-Governador Airton Gurgacz, fez: “Um dos casos mais emblemáticos da política nos últimos anos foi a condenação e a prisão do senador Ivo Cassol...”, deste Senador que vos fala.

            No meu Estado, a Oposição já me prendeu, já me matou, já me enterrou, já conseguiu até contratar a missa de sétimo dia. É assim que fazem no meu Estado de Rondônia. É uma pergunta de história que fizeram, mas se esqueceram de um fato inusitado que deveriam ter colocado nessa pergunta de história do PMDB.

            E, agora, vou aqui em público falar que, primeiro, eu não fui preso. Fui condenado, sim. Fui condenado, sim, mas não por roubo, não por desvio de recursos públicos e nem por crime de fraude em licitação, porque as empresas foram todas absolvidas. Foi simplesmente por fragmentação de licitação. Se forem prender todos os prefeitos no Brasil por fragmentação de licitação não sobrará um para contar história, porque os prefeitos têm suas obrigações, têm seus deveres a cumprir no dia a dia.

            Nesse concurso público, me prenderam, me enterraram, e convidaram todo mundo para a missa de sétimo dia. Mas já que o fizeram, se queriam fazer perguntas de história, por que o PMDB e o Vice-Governador não fizeram uma pergunta bem básica: quem roubou a merenda das crianças no meu Estado, na época em que era administrado pelo PMDB? Roubaram a merenda! Há quinze anos, pagaram no quilo de frango no meu Estado quase R$4,00 o quilo. Há denúncias rodando por aí que até hoje não foram julgadas.

            Desviaram dinheiro do meu Estado, que iria para as Centrais Elétricas de Rondônia - e tem gente condenada -, por que não fazem essa pergunta da história do meu Estado? São os mesmos que estão no Governo. Quem roubou a Ceron do nosso Estado? Quem pegou uma dívida do banco Beron do nosso Estado de R$48 milhões e devolveu três anos depois com R$458 milhões?

            Ou melhor, uma pergunta melhor ainda: em 1990, assassinaram o Senador que ocupava esta tribuna, Senador Olavo Pires, metralharam-no, porque ele estava no segundo turno para o Governo do Estado. E aí, quem foi preso? Quem foi acusado? E o que aconteceu? Mas não fizeram essas perguntas, não. Fizeram perguntas, mais uma vez, para atingir a mim e à minha família. Por quê? Porque eles sabem que o nome do Senador Ivo Cassol e da Jaqueline Cassol é trabalho. Essa é a diferença. E era a pergunta de história que podiam ter colocado aqui nesse concurso público.

            E o Governador, Sr. Presidente, ainda teve a humildade de, nos meios de comunicação, pedir desculpas pela ingerência, pela incompetência do que fizeram nesse concurso público.

            Que empresa é essa Idecan? Com certeza uma empresa picareta, desonesta, aqui do Estado vizinho, não sei se é de Minas Gerais - desculpem-me os mineiros, onde existem muitas empresas sérias -, mas essa empresa é irresponsável.

            Já entramos e estamos entrando com processo contra a empresa, contra os diretores da empresa, contra a diretora do Detran. Eu tenho um processo, sim. E não tenho um processo um só, eu tenho muitos processos, porque eu tenho coragem de enfrentar e fazer as coisas acontecerem, mas eu não tenho nenhum processo com desvio de dinheiro sobre os meus ombros; eu não tenho nenhum processo por obras superfaturada, Senadora Ana Amélia. Não tenho nada disso, não. Os meus processos são por questões administrativas.

            Mas, ao mesmo tempo, quem quer ser governador, quem quer ser prefeito tem que ter coragem de assumir esse desafio, sob pena de passar por incompetente, sem sequer ter sucesso na sua administração, porque desafio nós gestores públicos enfrentamos 24 horas por dia, 7 dias por semana, 30 dias por mês.

            Mas, não bastasse só isso, da mesma maneira que fizeram com a minha pessoa, fizeram parecido com a minha irmã, a Jaqueline, mas ela está firme, está forte, ela hoje é a nossa pré-candidata a governadora do Estado de Rondônia, Sr. Presidente. Começou essa candidatura faz 30 dias atrás, caminhou nos quatro cantos do Estado de Rondônia. Hoje, está na nossa capital, como pré-candidata e, ao mesmo tempo, tem conhecimento da gestão publica.

            Foi estagiária em Direito no Caex do Ministério Público do meu Estado. Foi Procuradora do Município de Alta Floresta na gestão da minha irmã. Foi minha Secretária de Estado nos oito anos em que eu fui governador do Estado de Rondônia, Diretora do Detran e também da Secretaria de Estratégia, dando suporte para os demais secretários para que os eventos, as obras, aquilo que é planejado sempre aconteça.

            É uma pessoa preparada, que tem iniciativa própria e tem competência, mas, ao mesmo tempo, unindo com a experiência que nós temos, que eu tenho, nós estamos nos colocando à disposição para que o Estado de Rondônia possa a voltar a crescer novamente e a nossa população possa ter autoconfiança e, ao mesmo tempo, votar a ter credibilidade de uma gestão comprometida com a gestão pública.

            Tanto é verdade, Sr. Presidente, que aqui eu quero além. Quando colocaram uma pergunta igual a essa, eu não sei o porquê também não colocaram nesse concurso quais foram os governos que apropriaram - apropriação indébita é crime -, quando deixaram de pagar os encargos sociais dos servidores. Isso é crime! Isso é crime!

            O mesmo governo que está lá, há poucos dias, deixou de pagar mais de R$220 milhões para o Iperon (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Rondônia). Mandou uma lei para a Assembleia e deu mais dois anos de prazo, para pagar daqui a 24 meses para frente. É dinheiro público que ele descontou dos servidores, da parcela de que o Estado tem obrigação, não repassando para os cofres do Instituto de Previdência dos Servidores de Rondônia, e a Assembleia Legislativa simplesmente convalidou a incompetência, a falta de capacidade, a apropriação indébita do dinheiro dos servidores públicos.

            Não bastasse isso, servidores, sabem o que mais fizeram? É igual aqui no Senado, igual nos órgãos públicos federais: há os consignados. O servidor público pega um dinheiro emprestado, faz uma compra, compra parcelado, e o próprio Senado ou o próprio governo, o próprio Estado fica com o dinheiro e repassa para os credores, os bancos credores. No meu Estado, o Governo do Estado não pagou, o Governo não pagou R$130 milhões de consignados, ficou com o dinheiro. O parcelamento era com 60 meses, e mandou um projeto de lei para a Assembleia para 96 meses.

            Aí, eu faço uma pergunta agora para os servidores do meu Estado de Rondônia que devem nesse consignado para os bancos: quem é o devedor? De 60 meses, passou para 96 meses os R$130 milhões. Quem é que está devendo? É o Estado? Não. O Estado se apropriou indevidamente do dinheiro dos servidores, que descontou do salário dos servidores, não repassou para os bancos e agora refinanciou em nome dos servidores, e os juros quem vai pagar são vocês, servidores públicos do nosso Estado de Rondônia.

            Infelizmente, isso é falta de gestão, falta de competência, porque, em oito anos, Sr. Presidente, eu peguei folha de pagamento atrasada da gestão do PMDB - e não só uma, várias -, peguei do outro governo que nos sucedeu. O Iperon nunca pagaram, o Instituto de Previdência. Em oito anos em que eu fui governador, eu paguei em dia o Iperon; eu paguei em dia os consignados; devolvi a credibilidade para a Astir (Associação Tiradentes dos Servidores da Polícia Militar), que hoje não tem dinheiro sequer para pagar os planos de saúde, não tem crédito para pagar os convênios que tem com os laboratórios, porque o Governo do nosso Estado se apropriou indevidamente do dinheiro que era pagar esses consignados.

            São esses mesmos que fizeram concurso público e me colocaram dentro de uma pergunta, me prendendo, me algemando, me condenando, me enterrando vivo.

            Mas eu quero dizer para esses adversários do meu Estado de Rondônia: eu não fui denunciado por roubo, não. É diferente daqueles que roubaram frango, diferente daqueles que roubaram a Ceron, diferente daqueles que sangraram o Estado. Eu, simplesmente, fui condenado e, ao mesmo tempo, fiz a minha defesa, que está percorrendo. Eu só espero, busco e, todo dia, tenho pedido a Deus justiça. Por que justiça? Porque eu não desviei dinheiro, eu não cometi crime.

            O que eu fiz foi pegar cada emenda parlamentar que os Senadores e Deputados Federais liberavam aqui, nesta Casa; fazia um empenho; antes do empenho, fazia o projeto; abria uma conta bancária única para cada convênio, para cada emenda parlamentar. E disso saiu um empenho, saiu um convênio, saiu uma licitação. Ao mesmo tempo, houve convênio que foi liberado no dia 28 de junho. Executei a obra até no mês de novembro. Depois, foi empenhado outro recurso para outra obra, com o mesmo nome, em outro lugar, em outro endereço, recursos de outro Parlamentar. No entendimento, é como se tivesse feito uma licitação só.

            Mas, ao mesmo tempo, revirei esses processos, revirei esses convênios, esmiucei de ponta-cabeça. Diz um colega meu que até virei um rábula. Eu não sabia o que era a palavra rábula. Rábula é aquele advogado prático que não pode assinar a peça para fazer a sua defesa. Virei, Senadora Ana Amélia, de ponta-cabeça. E, graças a Deus, verifiquei em todos os procedimentos licitatórios que não houve nenhuma fragmentação e que, dos doze procedimentos licitatórios em que fui condenado, oito procedimentos não fazem parte da denúncia do Ministério Público.

            Oito procedimentos não fazem parte da denúncia do Ministério Público. Está na minha defesa, está em fase ainda de apreciação, mas, infelizmente, no meu Estado, os incompetentes e desonestos políticos do meu Estado já me condenaram, já me algemaram, já me prenderam, já me enterraram. Vocês me tiraram o tapete, porque vocês não têm voto para isso.

            Mas, ao mesmo tempo, a população do meu Estado sempre esteve e continua comigo. Eu sou grato por isso. Por isso, eu sempre tenho agradecido quando vou à igreja ou mesmo em casa.

            Por falar em igreja, sempre vou a eventos, tanto evangélicos como católicos, para os quais sou convidado, ou mesmo não sendo convidado. Até em evento para o qual fui só receber uma oração e fui embora, também já fui denunciado pelos meus adversários. E continuo me defendendo.

            Mas vou parar de ir à igreja? Não! Eu entrei mudo e saí calado. Quando vou à igreja, não vou para pedir voto. Quando vou à igreja, não vou para fazer campanha eleitoral, como vocês - tenho certeza -, hoje, com Copa do Mundo, quando vão a um estádio, querem assistir a uma boa partida de futebol; como aquele também que, quando vai a um rio para pescar, quer pescar. É diferente daqueles que imaginam, que pensam que, ao mesmo tempo, tudo se mistura e tudo se ajunta. É o contrário!

            O que temos dado de oportunidade ao povo do meu Estado de Rondônia... A oportunidade de ter uma pré-candidatura da minha irmã Jaqueline Cassol. Por mais que, dentro do PP, no meu Estado, tenhamos a pré-candidatura do Mourão de Carvalho, Deputado Estadual por quatro, cinco mandatos, e a minha irmã, mesmo sendo do PR, eu já defini e já decidi: o que importa, lógico, é o partido, porque é o partido que dá condições de a gente poder disputar esta questão política, neste momento político.

            Mas o que importa, acima de tudo, são as pessoas. São as pessoas que importam. É por isso que eu já defini e já disse, aos quatro cantos, em Rondônia: estou junto com a pré-candidatura da minha irmã Jaqueline Cassol. Não porque ela tem o sobrenome Cassol; não porque é a Jaqueline. É porque ela tem conhecimento jurídico, tem conhecimento de gestão pública, tem iniciativa própria.

            Se eu tivesse que escolher, dentre os cinco irmãos que tenho, quem escolheria para fazer, trabalhar e dar continuidade àquilo que fiz, com certeza, escolheria, toda vez, a minha irmã Jaqueline Cassol. Não só por ser mulher, mas porque tem competência, da mesma maneira que temos, hoje, na Presidência do Brasil, com a nossa Presidente Dilma Rousseff.

            Ao mesmo tempo em que estou aqui, nesta tribuna, afirmo com convicção que, no domingo, dia 29, no nosso Estado, Senadora Ana Amélia, em Porto Velho, estaremos na convenção estadual, definindo e votando. Respeitamos o pré-candidato que se dispôs a andar nos quatro cantos de Rondônia, mas, ao mesmo tempo, nós queremos algo diferente; algo que, com certeza, possa inovar, mudar e devolver a esperança e a credibilidade ao nosso povo. É por isso que eu apoio essa pré-candidatura da Jaqueline Cassol ao Governo do Estado de Rondônia.

            Estamos conversando com os demais partidos, numa aliança para o Senado, numa aliança para Deputado Federal, numa aliança para Deputado Estadual. Nós temos o Carlos Magno, meu parceiro, meu amigo, que, se não tivesse feito transplante de fígado há poucos dias, seria o nosso pré-candidato ao Governo do Estado de Rondônia e com condições reais e chances de ganhar.

            A pré-candidatura da Jaqueline não era para Governador, era somente para Deputado Federal. Mas, no meio da caminhada, as lideranças políticas, tanto do PP quanto do PR e do PPS, do meu amigo João Cahulla, uniram-se nos quatro cantos do Estado de Rondônia e vieram, de fora para cima, em busca dessa liderança, que é o Senador Ivo Cassol no meu Estado, para que colocasse a minha irmã à disposição para que a população pudesse ter a oportunidade de escolher uma nova opção para fazer a diferença no Estado de Rondônia.

            Concordando com essas lideranças nas regiões - porque é lá que estão os problemas -, é que eu decidi e defini, Sr. Presidente, estar junto com eles em busca não de um sonho, porque os políticos não têm direito de sonhar; os políticos têm a obrigação de realizar, porque o que tem de político que sonha por aí, e, infelizmente, só vira pesadelo. Quem tem direito de sonhar é o povo; quem tem direito de sonhar são os nossos eleitores; quem tem direito de buscar é a nossa população. E os políticos têm a obrigação fundamental de realizar esse sonho do nosso povo.

            É por isso que nós fomos escolhidos aqui, nesta Casa, para representar esses políticos. Nós fomos aqui, nesta Casa, escolhidos para podermos dar continuidade àqueles que vieram no passado e que estão presentes e como muitos que ficarão e outros se renovarão num futuro próximo, num futuro breve.

            O Senador Cristovam quer fazer um aparte. Está à disposição.

            O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - Senador Cassol, primeiro, é para dizer que concordo bastante com o senhor quando diz que o político tem de realizar. Mas os líderes têm de sonhar e os políticos que sejam líderes e não apenas políticos têm de sonhar também. Quanto tempo nós passamos sonhando que o Brasil seria uma democracia? Demorou muito. Quantas décadas sonhou-se, no Brasil, que ia acabar a escravidão? Era um sonho, um sonho muito distante, eu diria até impossível aquele sonho. O Brasil precisa de realizadores, mas está precisando, também, de alguns sonhadores do ponto de vista de metas ambiciosas. Eu, por exemplo, espero poder realizar o sonho de que, no Brasil, a escola será boa para todos. Isso é um sonho, isso não é uma meta, isso é um sonho ainda. Como foi o sonho das mulheres poderem votar. Não votavam no Brasil até o século passado. Como foi os negros terem os mesmos direitos dos brancos. Isso foram sonhos. Tem dois tipos de políticos: tem o político apenas da gestão política do momento, e, aí, com a sua afirmação, estou totalmente de acordo, mas tem aqueles que, além de sua afirmação estar correta também para esses, que são aqueles que querem liderar um processo, querem mudar, querem transformar. Os revolucionários sonham, os pragmáticos apenas executam. Agora, o revolucionário que apenas sonha é um profeta, não é um político. Precisamos de políticos que sonhem e saibam executar, que são os chamados estadistas. O estadista sonha. Quando Churchill decidiu enfrentar a Alemanha, aquilo era um sonho, não tinha a menor chance de eles conseguirem barrar o avanço do nazismo. Ele teve a competência de se eleger, ele teve a competência de ser primeiro-ministro, ele teve a competência de organizar suas Forças Armadas e realizou o sonho que ele tinha. Então, estou de acordo com a sua fala de que o político tem que realizar, mas querendo trazer sua simpatia para a ideia de que, no Brasil, a gente precisa realizar sonhos, porque este País não pode ficar sem a ambição de um país muito diferente, e tão diferente que muitos dos nossos objetivos ainda são sonhos.

            O SR. IVO CASSOL (Bloco Maioria/PP - RO) - Obrigado pelo aparte, Senador Cristovam, que já foi Governador do Distrito Federal.

            Vou continuar afirmando que a população, o povo sonha, e o político tem por obrigação pegar este sonho e colocá-lo na sua meta de governo ou no seu plano, mesmo que seja no Legislativo, para que se torne realidade, porque, se deixarmos os nossos políticos ficarem só sonhando, infelizmente, vamos estar com a maioria dormindo. É o que tem acontecido em muitos Municípios do Brasil afora, é o que tem acontecido em muitos Estados da Federação brasileira.

            Isso tem prejudicado o Brasil. E, nessa colocação que o Senador Cristovam Buarque, meu colega, meu amigo, fez, com certeza, Senador, esse sonho que V. Exª está buscando é aquele sonho, no meio da coletividade, no meio da população, é aquele anseio de querer que as mudanças aconteçam. E quem é que pode fazer acontecer? Somos nós, é esta Casa, é o Congresso Nacional, são os governos estaduais, os governos municipais, é o Governo Federal.

            Portanto, nós temos a obrigação de transformar o sonho em realidade, mas, infelizmente, pegamos o sonho dos nossos eleitores, especialmente em época de eleição, e o transformamos em pesadelos. Muitos prometem, estabelecem um plano de governo e colocam um sonho, mas não fazem a realidade acontecer. E aí quem sai perdendo é a população de forma geral.

            Então, quero agradecer o aparte e, ao mesmo tempo, deixar o meu abraço à população do Estado de Rondônia, que sempre me acolheu de braços abertos. Obrigado de coração! E quero aqui dizer para os nossos líderes religiosos...

(Soa a campainha.)

            O SR. IVO CASSOL (Bloco Maioria/PP - RO) - ... para as nossas irmãs do círculo de oração, para os nossos irmãos, para todos os que vão à igreja ou mesmo os que, em casa, sempre têm colocado, nas suas orações, o meu nome e o da minha família: obrigado de coração!

            A Bíblia já diz: “Ore pelas autoridades.” Eu, graças a Deus, tenho sempre buscado, no nosso Pai Celestial, o apoio nos momentos difíceis e nos momentos de alegria, dividindo, especialmente com a minha família, para que possamos ter saúde e paz, e o restante corremos atrás.

            Um abraço, obrigado e que Deus abençoe todo mundo!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/06/2014 - Página 17