Pela Liderança durante a 98ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas às opiniões pessimistas sobre a realização da Copa do Mundo no País; e outros assuntos.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ESPORTE. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Críticas às opiniões pessimistas sobre a realização da Copa do Mundo no País; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 03/07/2014 - Página 202
Assunto
Outros > ESPORTE. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • CRITICA, OPOSIÇÃO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, REALIZAÇÃO, BRASIL, ENFASE, ELOGIO, ORGANIZAÇÃO, TRANSPORTE COLETIVO, ESTADIO.
  • CRITICA, NEGAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL, ENFASE, REDUÇÃO, INDICE, DESEMPREGO, CONTROLE, INFLAÇÃO, AUMENTO, SALARIO MINIMO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), EXPANSÃO, CONSUMO, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, EDUCAÇÃO, SAUDE, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), OPOSIÇÃO, POLITICA, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB).

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes que nos acompanham pela Rádio Senado, a Copa do Mundo do Brasil ainda não acabou, mas nós já podemos identificar os grandes derrotados: todos aqueles que torceram contra. E não foram poucos. Mas hoje é quase impossível a gente encontrar até mesmo seus porta-vozes, aqueles que diziam, recorrentemente, que nada ia dar certo, que o País estaria um caos, que nós passaríamos vergonha.

            Nos jornais, nas revistas de grande circulação, nas televisões, o tom agora é de comemoração da Copa, como se parte da mídia sempre tivesse agido dessa forma, como se nunca tivesse tentado desacreditar a capacidade do Brasil e dos brasileiros para sediar o Mundial.

            A oposição, que fez e continua a fazer, com muito ódio, ataques contra o País, também deixou o tema de lado e agora comemora essa que tem sido chamada de “Copa das Copas”. Aliás, esse foi um título colocado pela própria Presidenta Dilma.

            Lamentável é que a pequenez de muitos só os deixou ver o potencial do Brasil depois que tudo deu certo e que a imprensa estrangeira passou a classificar essa Copa como a melhor Copa do Mundo de todos os tempos.

            São incontáveis os elogios internacionais à nossa organização, aos nossos aeroportos, aos nossos metrôs, aos nossos estádios, à nossa alegria, à nossa empolgação, às surpresas em campo, às partidas absolutamente eletrizantes, como há muito tempo nós não víamos. Enfim, precisamos ganhar o jogo lá fora para silenciar o coro de quem torcia contra a gente aqui dentro.

            Mas para aonde foram essas vozes dissonantes, esse coro do Itaquerão, o coro dessa gente que insiste em ver o Brasil eternamente na pior, em vez de trabalhar para fazer do nosso País um lugar melhor. Essas vozes voltaram para a mesma cantilena de antes das críticas à Copa, voltaram para a economia.

            Durante o último semestre de 2013, tivemos, por parte de alguns setores, um bombardeio impiedoso de críticas à situação do País que previam um verdadeiro apocalipse para nós antes mesmo de 2014.

            Pois bem, nada do que previram esses falsos videntes, esses falsos profetas, ocorreu. Aí, o jeito foi se voltar contra a Copa. Mas também nesse caso a bola de cristal dessa turma deu defeito. Nada do que anunciaram os profetas do caos ocorreu. Na falta do que dizer e do que fazer, voltaram à economia com novas adivinhações. E quem mais acredita nessas adivinhações?

            Nosso índice de desemprego, por exemplo, Sr. Presidente, chegou, em abril, ao patamar mais baixo da série histórica. Temos um índice de cerca de 5% de desempregados, enquanto os Estados Unidos e o Chile, por exemplo, têm mais de 6%. A Zona do Euro tem mais de 11% e a Itália, analisada isoladamente, mais de 12%.

            Mas os críticos, os escribas de aluguel na área econômica insistem em não ver. A inflação está totalmente sob controle e encerrará 2014 respeitando todos os limites estabelecidos no âmbito do regime de metas.

            Para a decepção de alguns raivosos, ela tem apresentado gradual desaceleração, como verificou, na última semana de junho, o IPC-S da Fundação Getúlio Vargas em quatro das sete capitais pesquisadas. A inflação do aluguel, por exemplo, recuou 0,74% no mês de março; a inflação agropecuária recuou 3,6% no mesmo período, e, em São Paulo, a inflação encerrou junho em 0,04%.

            Mas isso não contenta a oposição. Nos governos do PT, o salário mínimo teve aumento real de 72%; portanto, é crescimento real da renda e dos salários, com a inflação sob controle. A produção de automóveis no País dobrou para 3,7 milhões de carros por ano. O fluxo do comércio exterior passou de 107 bilhões para 482 bilhões por ano. O PIB per capita saltou de US$2,8 mil para US$11,7 mil. A população com conta bancária saiu de 70 milhões para 125 milhões de brasileiros e de brasileiras. E mais: as nossas reservas internacionais, hoje em US$380 bilhões, correspondem a 18 meses de importações, o que fortalece ainda mais o Brasil diante de um mundo em crise, no qual, aliás, tivemos superávit fiscal de 2,58% ao ano, média que nenhum país do G-20 alcançou. Os financiamentos do BNDES para empresas têm inadimplência zero. A dívida pública bruta, ao longo da crise, está estabilizada em 57%. Porém, mesmo diante de todo esse quadro, a oposição insiste em prever o caos.

            Seguimos diante de um cenário internacional pós-crise, onde os efeitos ainda são duramente sentidos. Diversos países, como a Grécia e a Itália, continuam com indicadores muito ruins, enquanto outros enfrentam estagnação ou passam por um lento processo de recuperação.

            O ímpeto do crescimento enfraqueceu mesmo nos países emergentes, como registrou recentemente estudo da OCDE.

            Nos últimos dias vimos a situação dos Estados Unidos, que apresentou, na pratica, um processo de crescimento negativo do seu PIB ao longo dos últimos três meses.

            Ou seja: ainda que em condições extremamente adversas, o Brasil tem tido musculatura suficiente para atravessar, sem grandes danos, os efeitos dessa crise mundial, mas isso a oposição faz questão de ignorar.

            Temos um compromisso inarredável com a responsabilidade fiscal. Temos controle total da inflação, que há dez anos tem convergido para o centro da meta estabelecida. Ao mesmo tempo, cresce o nosso PIB, há geração de empregos, aumento da renda dos trabalhadores, expansão do crédito, do consumo, do acesso a bens e serviços. Há investimentos fundamentais em infraestrutura, educação e saúde.

            Nossa economia tem excelentes bases, e o governo tem agido com rigor e inteligência ao adotar uma série de medidas que possa aquecê-la, garantindo seus fundamentos e seu dinamismo. Não há deterioração do quadro brasileiro hoje, como não houve nos últimos meses; o que há é um cenário internacional profundamente adverso, persistente e que exige do governo uma permanente vigilância para evitar sobressaltos na nossa economia e, principalmente, impedir prejuízos sociais com os quais não aceitamos mais conviver. Não aceitamos, de forma alguma, como acontecia nos governos tucanos, que, no momento da crise, a conta fosse paga pelo povo brasileiro.

            Não podemos esquecer que há mais de uma década resolviam-se problemas da economia brasileira aumentando o desemprego, arrochando o salário da classe trabalhadora, criando impostos e reduzindo o acesso dos cidadãos ao consumo.

            O resultado desse tipo de política foi a criação de uma legião de miseráveis, que não tinha sequer o que comer...

(Soa a campainha.)

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE) - ... e com o que alimentar os próprios filhos. Os mais jovens devem procurar se informar...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senadores, eu queria fazer um apelo.

            Não dá para ouvir o orador devido à bagunça aí no fundo. Alguém tem que dar uma acalmada nisso. Não dá para todos discursarem aí no plenário enquanto o Senador está na tribuna.

            Eu peço um mínimo... Há o cafezinho. Fiquem à vontade; vão ao cafezinho, conversem lá.

            Refiro-me ao grupo de assessores que está no fundo do plenário.

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE) - Agradeço a V. Exª.

            Os mais jovens devem procurar se informar com seus pais, seus parentes, seus vizinhos sobre como eram os anos de fome e de desemprego neste País. Esse é um tempo que nenhum brasileiro quer que volte mais. As medidas impopulares, anunciadas pelo candidato do PSDB, o Senador Aécio Neves - que alguns, como ele, também prometem adotar -, nós as chamamos de medidas contra o povo brasileiro. E não permitiremos mais que sejam implantadas no Brasil.

            Pode ser mais duro e mais lento contornar um período de crise mundial, tendo de considerar tantos fatores; mas, para atender a vontade de banqueiros e especuladores, como faziam os antigos governos da hoje oposição, nós não vamos passar como um trator por cima da população mais necessitada deste País.

            Sempre foram eles, sejam os de classe média, sejam os das camadas mais pobres, os maiores prejudicados por essas medidas inconseqüentes tomadas pelos tecnocratas, pelos “cabeça-de-planilha” que não enxergam nada além de cifras; não veem seres humanos por traz de números.

            Essas fórmulas se mostraram todas elas falidas, e é por isso que hoje estão à margem do mundo, absolutamente relegadas às páginas mais tristes da história dos últimos anos do século 20 pelo tanto de miséria que legaram ao mundo.

            O que há, então, é um ataque meramente político ao Brasil por parte daqueles porta-vozes de grupos que querem que o povo pague sozinho a conta por ajustes mais rápidos. Gente ávida por ganhar mais em prejuízo de quem ganha menos.

            Isso poderia acontecer nos governos da oposição. Nos nossos, não houve, não há e não haverá. Tudo o que precisamos consertar que exija algum esforço da sociedade será dividido proporcionalmente entre todas as classes sociais, entre todos os setores da sociedade. Quem tem mais participará mais do que quem tem menos.

            Mas jamais pararemos de buscar um desenvolvimento inclusivo, em que todo o povo brasileiro esteja totalmente inserido nos nossos planos para que possamos crescer e avançar juntos.

            Não existe desenvolvimento com exclusão social. Esse é um dos fundamentos básicos da nova economia do Brasil. Vamos garantir conquistas e mudar o que precisamos para avançar mais. É o caminho que todos nós, brasileiros, unidos, seguiremos trilhando.

            Agradeço a V. Exª e aos demais Senadores e Senadoras não só pela atenção, mas também pela tolerância.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/07/2014 - Página 202