Comunicação inadiável durante a 98ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da candidatura de S. Exª ao Governo de Santa Catarina.

Autor
Paulo Bauer (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Paulo Roberto Bauer
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. REFORMA TRIBUTARIA.:
  • Registro da candidatura de S. Exª ao Governo de Santa Catarina.
Publicação
Publicação no DSF de 03/07/2014 - Página 216
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. REFORMA TRIBUTARIA.
Indexação
  • ANUNCIO, CANDIDATURA, ORADOR, GOVERNADOR, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), APOIO, ELEIÇÃO, AECIO NEVES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB).
  • CRITICA, DESEQUILIBRIO, DISTRIBUIÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, GOVERNO FEDERAL, ESTADOS, DEFESA, RENOVAÇÃO, PACTO FEDERATIVO.

            O SR. PAULO BAUER (Bloco Minoria/PSDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Caro Senador Eduardo Suplicy, que neste ato preside a sessão do Senado Federal, prezados colegas Senadores, colegas Senadoras, é um prazer poder ocupar a tribuna na tarde de hoje e poder trazer uma notícia a cada um dos senhores e das senhoras, também aos telespectadores da TV Senado, aos ouvintes da Rádio Senado e principalmente aos meus conterrâneos catarinenses.

            Nos últimos 3,5 anos, ocupei por diversas vezes esta tribuna para discutir assuntos de interesse do Brasil e do interesse de Santa Catarina. Falei aqui de obras públicas necessárias para a população, principalmente no meu Estado; falei aqui sobre propostas que apresentei de mudança da legislação brasileira; falei aqui de temas importantes da área econômica e da área social do nosso País; cobrei providências e anunciei fatos e informações que, com certeza, orientaram o Governo e orientaram os demais Senadores e Senadoras nas decisões que tiveram de adotar para os mais diversos assuntos.

            Venho aqui hoje, Sr. Presidente, nobres colegas, para lhes dizer que, depois de 3,5 anos, precisei aceitar uma convocação que me fez o PSDB de Santa Catarina, o meu Partido, e, a partir do próximo dia 5, data limite, conforme a legislação eleitoral, para o registro de candidaturas, iniciarei no meu Estado uma campanha eleitoral para - se a vontade do povo catarinense for essa -, a partir do ano que vem, conduzir os destinos de Santa Catarina como governador daquele Estado.

            Este mandato de Senador me honra muito. Aqui eu me sinto muito bem e muito à vontade, porque os temas que debatemos e discutimos no Senado são temas relevantes. Esta Casa é a guardiã das instituições, é a garantia do sistema democrático brasileiro. Aqui se avaliza a democracia, diariamente, com palavras, com ações, com decisões que a enaltecem e enobrecem. Mas é preciso dizer que o Brasil ainda precisa de muita ação no âmbito do Poder Executivo. A força da Administração Pública no Brasil é necessária para que as ações e os problemas sejam desenvolvidos e solucionados. É preciso que, em cada Estado, tenhamos governantes comprometidos com a boa gestão pública, com a realização das prioridades, em termos de obras, e com o bem-estar da sua gente, principalmente quando nos referimos à ação que deve ser desenvolvida pelos governos, principalmente nas áreas da educação, da saúde e da segurança pública.

            O meu Estado, Santa Catarina, é, sem dúvida, um dos melhores Estados do Brasil, quer em questão e em análises referentes ao desenvolvimento econômico, quer quanto ao nível de conhecimento e de escolarização, quer na questão da geração de empregos, quer na situação social das famílias e das pessoas, quer, enfim, na política e na área cultural.

            Santa Catarina é um Estado bem-sucedido. Eu diria que é um Estado que anda em alta velocidade. As nossas empresas são exemplos de organização, de qualidade de produto e de competência na competitividade no Brasil e no mundo.

            A nossa gente, o nosso trabalhador é qualificado, é responsável, é dedicado, faz do dia a dia uma grande luta e uma grande vitória. Por isso mesmo, Santa Catarina merece e deve ter o melhor governo, um governo parecido com o próprio Estado; se o Estado anda a cem por hora, o governo também deve ter essa velocidade quando decide, quando realiza, quando empreende, quando trabalha.

            Fui chamado pelo meu Partido para desenvolver uma campanha eleitoral e ela começará nos próximos dias; e, nessa campanha eleitoral, Sr. Presidente, vou dizer a todos os catarinenses que faremos, se formos vitoriosos, um governo diferente, um governo voltado para a gestão eficiente, um governo voltado para a saúde, para a segurança pública e para a educação, que são as principais atividades sob a responsabilidade do Estado.

            Mas também aceitei esse desafio porque quero fazer Santa Catarina presente no projeto nacional do meu Partido. O meu Partido tem um candidato a Presidente, que é o nosso colega aqui de plenário e de trabalho no Senado, o eminente Senador Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais. Ele tem uma proposta para o Brasil, e a sua proposta será apresentada a todos os brasileiros e não tenho dúvida de que será merecedora do apoio e da confiança de todos.

            Queremos um Brasil com um Governo menor, com um Governo mais eficiente. Trinta e nove ministérios é muito ministério para um País como o nosso. Ministério custa dinheiro, ministério dá dor de cabeça, ministério de mais resulta em conversa de menos. Eu mesmo já fiz cobranças daqui da tribuna, porque ministros de pastas diferentes não se comunicavam e não conseguiam chegar a um entendimento para solucionar problemas lá no meu Estado, lá em Santa Catarina. E cobrei providências daqui da tribuna do Senado. Mas nós também queremos um governo que faça obras, obras, principalmente, na área da infraestrutura, obras que comecem e que terminem, e, quando terminem, que custem efetivamente o que deveriam custar e não, como temos hoje, obras que não começam e, se começam, não terminam nunca e, se terminam, custam o dobro.

Isso não pode mais continuar no nosso País, no meu Brasil, no Brasil de todos nós.

            Nós queremos também um governo sem escândalos, sem denúncias como essas que ouvimos aqui reiteradas vezes acerca da gestão da Petrobras, da gestão da Eletrobras.

            Nós não queremos a volta da inflação, que hoje está presente em todas as prateleiras de todos os supermercados, e as donas de casa são as testemunhas vivas desse fato.

            Aécio Neves e o PSDB vão apresentar a melhor proposta para os brasileiros de como resolver os problemas, de como levar o Brasil para um caminho seguro e para um caminho que esteja próximo das aspirações e dos sonhos de cada brasileiro.

            Por outro lado, quero dizer a todos os meus conterrâneos catarinenses que não farei esta caminhada sozinho. Vamos estar lá com o nosso partido, o PSDB. Vamos estar lá com o Partido Progressista, o PP, participando da chapa com a candidatura do Deputado Estadual Joares Ponticelli, um eminente Deputado, Presidente da nossa Assembleia Legislativa. E também teremos a parceria, para concorrer ao Senado da República, do Deputado Federal Paulinho Bornhausen, que pertence ao PSB.

            Vejam V. Exªs que, em Santa Catarina, unimos todos aqueles que têm o desejo e o propósito de fazer mais e melhor pelo Estado, mas que também querem fazer e ver acontecer muito mais e melhor ainda pelo Brasil.

            Nós vamos unir forças e vamos dialogar com os catarinenses. Vamos diariamente, em todos os lugares, apresentar nossas ideias, ouvir novas ideias, conhecer problemas que precisam de solução. Mas, mais do que tudo, vamos fazer diferente na gestão, fazer mais para a população e fazer melhor do que se faz hoje, dentro daquele propósito de fazermos o Governo ser mais parecido com a própria sociedade, com a própria atividade econômica catarinense.

            Santa Catarina é um belo Estado, que eu tenho a honra de representar nesta Casa, ao lado de Luiz Henrique, ao lado de Casildo Maldaner, eminentes Senadores.

            Na última eleição, Senador Eduardo Suplicy, concorri ao Governo do Estado, ao lado de Luiz Henrique da Silveira, alcançando a vitória e o mandato. À época, nós dois apoiávamos o Governador, que se sagrou vencedor nas eleições. O Governador votou, à época, no candidato do PSDB para a Presidência da República, mas no curso do seu mandato decidiu alterar a sua posição política e, hoje, é eleitor da Presidente Dilma Rousseff, eleitor dedicado, eleitor com todas as devoções, se assim posso dizer, por conta de um ato que a Presidente praticou com Santa Catarina e que também praticou com outros Estados: concedeu ao meu Estado um empréstimo de recursos, através do BNDES, através do Banco do Brasil para que lá se façam obras públicas necessárias, R$12 bilhões de empréstimos para Santa Catarina.

            Mas eu pergunto aos catarinenses, eu pergunto aos colegas Senadores se, ao longo de toda a história catarinense, o povo do meu Estado trabalhou para pagar impostos ao Governo do Estado e ao Governo da União e, nesses últimos três anos, pagou R$20 bilhões de tributos só para o Governo Federal. Por que agora temos que pegar dinheiro do Governo Federal a título de empréstimo e depois pagá-lo novamente, se nós queremos e desejamos - e eu já falei aqui desta tribuna muitas vezes - que haja uma revisão do Pacto Federativo, fazendo com que os Estados recebam mais recursos oriundos de uma nova fórmula de distribuição dos recursos tributários que o Governo Federal arrecada.

            Não é justo que o povo do meu Estado e de qualquer outro Estado produza, trabalhe, pague impostos e, depois, quando quer recursos federais que são resultantes desses mesmos impostos, venha para o Estado, tomem-no na forma de empréstimos, pagando juros e pagando no seu vencimento as parcelas correspondentes. Não é justo! Não pode continuar assim. O nosso propósito é que o Brasil mude, que essas regras mudem, que o novo Pacto Federativo seja efetivamente implementado e implantado, além de termos as grandes reformas, a começar pela reforma política que vai dar estabilidade não só aos partidos, não só aos parlamentos, mas principalmente à própria cidadania que precisa se consolidar e se afirmar como principal instrumento da democracia.

            Digo a V. Exªs que, nesta data em que anuncio a decisão do meu Partido e da coligação que ele lidera, estarei em Santa Catarina aguardando a visita, a presença de todos os Senadores que puderem para lá se dirigir para que acompanhem, verifiquem e estejam presentes ao meu lado no trabalho que vamos desenvolver cada dia e cada hora, mesmo que não vão para lá para estar do meu lado e estejam ao lado dos meus adversários. Estão todos convidados, porque Santa Catarina recebe bem os que pensam de uma forma, como recebe bem os que pensam da outra forma, afinal lá convivem todos harmoniosamente em uma única direção. Queremos progresso, queremos bem-estar da nossa gente, queremos desenvolvimento e acima de tudo queremos construir um futuro seguro para os nossos filhos.

            Voltarei aqui na oportunidade em que as sessões ordinárias forem programadas neste período eleitoral e obviamente estarei aqui para votar as matérias, para debater os assuntos.

            Mas hoje, Sr. Presidente, com a sua aquiescência - e lhe agradeço pela generosidade -, achei que aqui deveria anunciar a decisão resultante das convenções estaduais que se fizeram nos últimos dias e que resultaram exatamente nesta missão que eu vou cumprir com muito prazer, como, aliás, já fiz em outras sete vezes. E V. Exª sabe, Senador Eduardo Suplicy, Senadora Vanessa Grazziotin, minha conterrânea, que representa o Amazonas nesta Casa, a nossa vida, ao contrário da vida de tantos outros, a cada quatro anos passa por um teste, passa por uma avaliação. Muitas vezes dizem que o Senado nos confere um mandato de oito anos, eu mesmo achava que desta vez eu não iria disputar eleição alguma, iria apenas continuar cumprindo mandato, mas a vida pública é assim mesmo, quando somos chamados, não podemos deixar de cumprir o nosso destino e de assumir a responsabilidade de, interpretando a vontade daqueles que lideramos, do povo que depende de nosso trabalho, seguir o caminho e também construir novos caminhos.

            Muito obrigado a todos e até a próxima sessão que certamente nos aguarda para discutir temas importantes de interesse nacional.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/07/2014 - Página 216