O SR. ANIBAL DINIZ (Bloco Apoio Governo/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, que preside esta sessão, Srªs e Srs. Senadores, telespectadores da TV e ouvintes da Rádio Senado.

            Senador Paim assumo aqui o compromisso de não me alongar, mas o pronunciamento que tenho é bastante importante para o povo do Acre. Pela primeira vez vou falar neste assunto, em que pese estarmos praticamente às vésperas do início da 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que este ano acontece em Rio Branco, no Estado do Acre.

            Quem vai atuar como anfitriã desse evento é a Universidade Federal do Acre: o Reitor, Minoru Kinpara, a Vice-Reitora, Margarida.

            Nós estamos numa expectativa de que seja um grande evento e que vai ser a nossa Copa do Mundo da ciência e da tecnologia, que acontece, neste ano de 2014, em Rio Branco, no Estado do Acre.

            Então, Senador Paim, eu ocupo hoje esta tribuna para destacar que o Acre vai sediar, pela primeira vez, a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o maior evento científico do País, que, neste ano, acontece em Rio Branco, entre os próximos dias 22 e 27 de julho, no campus da Universidade Federal do Acre, a Ufac.

            A cada ano, a reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência é realizada em um Estado brasileiro, sempre numa universidade pública. O evento reúne milhares de pessoas, cientistas, professores, estudantes de todos os níveis, profissionais liberais e visitantes. Neste ano, será realizada no Acre e é, sem dúvida, uma grande oportunidade para o Estado e para as centenas de participantes que discutirão, nesta edição, o tema "Ciência e Tecnologia em uma Amazônia sem fronteiras".

            Realizada desde 1948, com a participação de representantes da sociedade científica, autoridades e gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia, a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência não é apenas um dos mais importantes fóruns para a discussão dos avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento, é também um destacado fórum de debates de políticas públicas para a ciência e a tecnologia.

            A programação científica desse encontro é composta por conferências, simpósios, mesas-redondas, encontros, sessões especiais e minicursos. Também são realizadas outras atividades: a SBPC Jovem, com uma programação voltada para estudantes do ensino básico; a Expo Tecnologia & Ciência, que mostra experiências de ciência e tecnologia, e a SBPC Cultural, com a apresentação de atividades artísticas regionais e discussões sobre temas relacionados à cultura. Haverá, ainda, novidades da SBPC Indígena, Dia da Família na Ciência e o encontro com sociedades científicas parceiras internacionais.

            E temos o prazer de informar que a Universidade Federal do Acre está organizada para dar início a esse grande encontro científico. A Ufac está preparada para receber participantes do Brasil e do exterior e realizar com sucesso essa extensa lista de atividades.

            A equipe local de organização, coordenada pelo nosso Reitor da Ufac, o Prof. Minoru Martins Kinpara, e pela Vice-Reitora, a Profª Margarida de Aquino Cunha, a Profª Guida, tem trabalhado há meses para garantir o sucesso nacional e internacional desse evento. No início do mês de junho, a Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, esteve em Rio Branco e participou de diversas entrevistas em redes locais de rádio e de televisão, além de jornais e revistas. Nessas ocasiões, ela pôde conferir pessoalmente a grande mobilização de vários segmentos sociais do Acre na realização da reunião anual da SBPC. Ela teve ainda a oportunidade de conhecer desde a comunidade acadêmica, professores e estudantes, até representantes de comunidades locais e a imprensa regional. Temos realmente imenso orgulho em sediar essa edição da reunião da SBPC.

            Além da contribuição científica direta, a SBPC ajuda a elaborar projetos aprovados no Congresso e, em parceria com outras instituições, auxilia permanentemente os Parlamentares na elaboração de proposições com foco no desenvolvimento do País. No início do mês de junho, por exemplo, dois projetos que tiveram a elaboração da SBPC foram aprovados na Câmara e no Senado. Um deles é o Projeto de Lei nº 6.602, de 2013, que restringe o uso de animais em testes na indústria de cosméticos, higiene pessoal e perfume. Pelo projeto, aprovado no dia 5 de junho, os testes só serão admitidos em produtos com ingredientes que tenham efeitos desconhecidos no ser humano e no caso de não haver outra técnica capaz de comprovar a segurança das substâncias. A proposta está em análise neste Senado. Outro exemplo é o substitutivo ao Projeto de Lei do Senado nº 399, de 2011, que simplifica a revalidação de diplomas de cursos presenciais de graduação, mestrado e doutorado expedidos por instituições de educação superior estrangeiras cuja excelência seja atestada e declarada pelo Poder Público brasileiro.

            Consideramos que essa parceria com a SBPC e o Legislativo tem grande importância para que a ciência tenha voz na formulação de leis, decretos e outras ações oficiais que podem contribuir fortemente para o crescimento nacional.

            E também, dessa forma, Senador Paim, por todo o exposto e por todo o empenho dos envolvidos, temos a convicção de que a 66ª Reunião da SBPC, que acontece no Acre, tem tudo para ser um evento memorável.

            Tenho certeza de que a população de Rio Branco - que não foi uma das sedes da Copa do Mundo - deve estar muito orgulhosa por ser a sede, digamos assim, da copa mundial da ciência e tecnologia, realizada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

            Sei que algumas dificuldades já estão surgindo e vão surgir naturalmente, com a rede hoteleira, com as condições para hospedar tantas pessoas que irão ao Acre no período de 22 a 27 de julho, para participar dessa reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Com certeza alguns problemas surgirão, mas o espírito acolhedor do povo acriano, a hospitalidade da nossa Universidade Federal do Acre e de todas as instituições parceiras, que estão envolvidas para fazer o melhor e para bem receber os cientistas, os alunos, os visitantes todos, que têm curiosidade em participar desse evento, essa hospitalidade, com certeza, vai superar as dificuldades e as boas-vindas serão dadas de maneira categórica a todos os que, por ventura, forem ao Acre, forem a Rio Branco, participar dessa 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

            Então, Senador Paim, fica aqui o meu registro. Gostaria também de fazer um reconhecimento especial a todos os parceiros que têm contribuído para isso. Tenho certeza de que o Governador Tião Viana tem se empenhado, juntamente com o Reitor, naquilo que for possível e que esteja ao seu alcance. O Prefeito Marcus Alexandre também deve estar dando, com certeza, a sua contribuição no sentido de preparar a cidade para bem receber os nossos visitantes.

            Quero fazer um registro especial ao Deputado Sibá Machado, que é uma pessoa incansável na discussão desses temas voltados à ciência e tecnologia. Foi graças ao seu esforço, ao seu empenho e à sua dedicação que esse congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência está acontecendo no Acre. Então, fica também o nosso agradecimento, o nosso reconhecimento a esse grande Parlamentar do Partido dos Trabalhadores, o Deputado Sibá Machado, que tem uma grande contribuição com seu mandato para o fortalecimento dessa temática. É um mandato muito voltado para a juventude, para a ciência e a tecnologia. E certamente a realização dessa 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência também tem a participação direta do Deputado Sibá Machado.

            E agora, Senador Paim, para concluir, eu gostaria de informar a V. Exª, que é o Relator do Projeto nº 132, na Comissão de Constituição e Justiça, que, na última semana, nós estivemos reunidos com a Presidenta Dilma, quando foi anunciado o PAC da mobilidade para Rio Branco, com um investimento na ordem de R$70 milhões, que teve, inclusive, pronunciamento hoje do Senador Jorge Viana, informando da reunião que fizemos com o Prefeito Marcus Alexandre para mostrar todos os investimentos que serão feitos para melhorar a mobilidade urbana de Rio Branco.

            E aí, Senador Paim, eu aproveitei essa reunião com a Presidenta Dilma, na última quarta-feira à tarde, boquinha da noite já, para lhe apresentar o Projeto nº 132, que é de minha autoria e prevê que, nas eleições para o Senado com duas vagas, uma vaga seja destinada às candidaturas das mulheres e a outra vaga destinada às candidaturas do sexo masculino.

            A Presidenta Dilma ficou muito satisfeita com essa proposta. Ela disse que já tinha conhecimento do projeto. Ela elogiou o projeto e disse que ele conta com todo o seu apoio. Eu também já informei a ela que o Senador Paim vai ser o Relator na Comissão de Constituição e Justiça, de tal maneira que nós vamos fazer grandes debates, daqui até o final do ano, sobre essa temática.

            Eu tenho certeza, Senador Paim, de que vai ser uma grande contribuição para o Brasil se nós conseguirmos convencer os Senadores de que é importante nós aprovarmos essa matéria ainda neste ano, porque, se nós conseguíssemos aprovar essa matéria, nós poderíamos dar uma grande contribuição para elevar a participação das mulheres no Parlamento Brasileiro.

            Hoje, nós temos apenas 8,6% de participação feminina no Parlamento Brasileiro. A média mundial, Senador Paim, hoje, é de 22%. O Brasil está muito abaixo da média. Nós estamos na 158ª posição. Ou seja, num ranking de 200 países, nós estamos na 158ª posição, atrás até dos países árabes. Então, nós podemos mudar isso.

            E o meu projeto é muito - digamos assim - atual e responde a essa necessidade, porque o Brasil precisa dar uma resposta efetiva a essa questão da sub-representação feminina no Parlamento.

            E eu tenho certeza, Senador Paim, de que, com a sua capacidade de fazer o bom debate e com a sua sensibilidade às temáticas de gênero e a todas as temáticas que requerem políticas afirmativas - e esta é, nada mais nada menos, uma política afirmativa para permitir que haja maior participação feminina no Parlamento -, se tivermos essa matéria aprovada nas eleições, com duas vagas para o Senado, nós poderemos ter até 33% de representação feminina aqui no Senado, o que seria uma grande vitória.

            E certamente matérias correlatas podem vir a ser apresentadas para discutir também maior representação na Câmara dos Deputados, como está fazendo hoje o Deputado Sibá Machado, nas Assembleias Legislativas, nas Câmaras de Vereadores e Câmaras Distritais.

            Para finalizar, Senador Paim - um minuto apenas -, eu não sou do tipo que me escondo por trás dos fracassos. Eu gosto de debater as situações na alegria e também na adversidade. Então, como eu vim a esta tribuna muitas vezes para falar da minha grande expectativa em relação à Copa do Mundo, eu quero dizer que a minha expectativa em relação ao sucesso da Copa permanece a mesma, porque a realização da Copa... O Governo brasileiro, os organizadores da Copa do Mundo no Brasil estão de parabéns, porque a Copa é um sucesso. É verdadeiramente a Copa das Copas. E as surpresas todas que têm acontecido nesta Copa eu acho que só reforçam a ideia de que nós estamos realizando a Copa das Copas. Imagine só uma Copa em que o País anfitrião é golpeado de 7 a 1 por um visitante! Sinal de que todo mundo se sente absolutamente em casa. O Brasil é casa de todos os países, e os alemães provaram isso ontem ao se sentirem completamente à vontade para jogar o seu futebol como se estivessem na Arena Allianz, lá na Alemanha, porque jogaram absolutamente à vontade, mesmo com a torcida totalmente a favor do Brasil.

            Então, surpresas como essa que aconteceu ontem no futebol acontecem. Infelizmente, ontem foi a vez de a vítima ser o Brasil, e isso certamente entristece o povo brasileiro. Nós, que somos torcedores do futebol - todo mundo gosta do futebol e gostaria muito de ver o Brasil na final -, lamentamos pelo resultado. E lamentamos também pela humilhação, porque 7 a 1 é um placar não usual, é um placar absolutamente excepcional. Mas isso não tira o brilho da Copa. A realização da Copa do Mundo no Brasil é um evento que está tendo reconhecimento em todo o Planeta. Quem conhece futebol, quem conhece organização de Copas do Mundo é testemunha de que Copa é um sucesso, vem sendo um sucesso até aqui.

            Houve ontem essa derrota do Brasil, que deixa o povo brasileiro triste, porque gostaríamos muito de ver o Brasil chegar à final.

            E gostaríamos muito de que o Brasil não fosse humilhado contra nenhum adversário, mas aconteceu. E nem por isso nós vamos deixar de gostar da Seleção brasileira e nem por isso nós vamos deixar de torcer para a Seleção brasileira. Por quê? Porque a relação que temos com o time do coração é muito parecida com a relação que temos com os nossos filhos: às vezes, os nossos filhos cometem erros, e temos que chamar a atenção, temos que ser duros, ser rígidos, mas nem por isso deixamos de amá-los.

            Então, ontem houve um apagão geral. Eu acredito que isso não seja culpa de um ou de outro isoladamente, mas eu acho que o conjunto não se fez presente àquele jogo, houve um apagão geral, do técnico ao atacante do time. Todos eu acho que tiveram uma atuação abaixo da crítica, mas nem por isso nós vamos condená-los, porque futebol é momento. Aconteceu aquele momento em que os alemães mostraram total competência, e o Brasil resolveu cometer todas as falhas de uma só vez contra um time da qualidade da Alemanha. Então, por isso perdemos, estamos fora, vamos disputar agora o terceiro lugar.

            Eu espero, inclusive, que esse resultado de ontem fique para trás, que o Brasil possa entrar em campo no sábado para disputar o terceiro e quarto lugar contra a Holanda ou contra a Argentina, que entre de cabeça erguida, porque, querendo ou não, o terceiro lugar também contribui para o posicionamento do Brasil no ranking. É importante que o Brasil dispute esse terceiro lugar também com bastante garra, esqueça o que passou com a Alemanha e jogue com total foco na busca desse terceiro lugar, que também é importante. Claro que o melhor teria sido termos passado para chegar à final, mas não foi possível. Então, vamos entrar de cabeça erguida e tocar para frente. E, aí, vamos fazer o que o sambista sugeriu com muita competência: “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.

            Essa não foi a Copa do Brasil. Foi a Copa no Brasil, mas não foi a Copa do Brasil. Vamos torcer para que o Brasil tenha serenidade, a comissão técnica, os dirigentes da CBF possam se organizar para novas competições no futuro e que possamos, de novo, brilhar num futuro para provar que o futebol pentacampeão mundial não é aquele que foi mostrado no Mineirão ontem contra a Alemanha. Aquele ali foi um futebol de segunda divisão, terceira divisão, quarta divisão, que não é o futebol brasileiro. Realmente nós brasileiros não nos sentimos representados com aquele futebol que foi apresentado ontem. E tenho certeza de que os jogadores também pensam da mesma forma, porque ficou tudo muito abaixo do que se imaginava.

            Ninguém, por mais ousado que fosse, imaginaria uma goleada de 7 a 1 para o time adversário, em pleno Mineirão, contra o time brasileiro. Mas é o futebol. O futebol é apaixonante por isso.

            Nós vamos continuar gostando do futebol e torcendo para que o Brasil continue...

(Soa a campainha.)

            O SR. ANIBAL DINIZ (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ... sendo a potência que é no futebol mundial, apesar do deslize de ontem, que colocou para baixo toda uma geração que estava na expectativa de que tivéssemos um melhor resultado.

            Mas é isso, Senador Paim. Cabeça erguida! Acabou prevalecendo aquilo que V. Exª disse aqui, na última sessão em que estivemos juntos. V. Exª disse: “A Copa do Mundo está organizada, está tudo o.k., tudo bonito. Agora, que vença o melhor.” Ontem, nós vimos que o melhor, merecidamente, foi a Alemanha e por isso venceu. E assim provavelmente vai ser na final, vai vencer o melhor também.

            Muito obrigado, Senador Paim.