Discurso durante a 101ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Destaque para o sucesso da organização da Copa do Mundo de 2014; e outros assuntos.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA. ESPORTE, IMPRENSA. CONSTITUIÇÃO FEDERAL.:
  • Destaque para o sucesso da organização da Copa do Mundo de 2014; e outros assuntos.
Aparteantes
Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 15/07/2014 - Página 559
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA. ESPORTE, IMPRENSA. CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Indexação
  • COMENTARIO, PRESENÇA, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, RUSSIA, LOCAL, BRASIL, OBJETIVO, PARTICIPAÇÃO, ENCONTRO, GRUPO ECONOMICO, PAIS EM DESENVOLVIMENTO, DEBATE, CRIAÇÃO, BANCO DE DESENVOLVIMENTO, FUNDO DE RESERVA, IMPORTANCIA, FORTIFICAÇÃO, AGRUPAMENTO.
  • COMENTARIO, ORGANIZAÇÃO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, LOCAL, BRASIL, REGISTRO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ASSUNTO, IMPRENSA, ORIGEM, PAIS ESTRANGEIRO, ELOGIO, EVENTO, DEFESA, IMPORTANCIA, CRIAÇÃO, PROJETO, INCLUSÃO, POPULAÇÃO, ESPORTE.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, APROVAÇÃO, PROPOSTA, EMENDA CONSTITUCIONAL, PRORROGAÇÃO, ZONA FRANCA, LOCAL, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM).

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Senadoras.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Que estava, ainda há pouco, no Itamaraty, representando o povo brasileiro junto comigo, lá na recepção ao Senador Vladimir Putin.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM.) - Ao Presidente Vladimir Putin.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Presidente, desculpe: o Presidente Vladimir Putin com a Presidenta Dilma, num almoço fundamental para aproximar as relações entre o Brasil e a Federação Russa.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM.) - Inclusive, já neste momento, ele deve estar se deslocando ao Estado do Ceará, à Fortaleza, onde participará, no dia de amanhã, de uma reunião muito importante dos BRICS. Penso, Senador Jorge Viana, Srs. Senadores e Senadoras, que essa reunião que acontecerá no dia de amanhã, no Brasil - o Brasil sedia também a reunião dos BRICS -, talvez seja a mais importante de todas as realizadas até aqui - obviamente, além daquela que criou os BRICS, uma organização, uma instituição que envolve países que não são ligados pela proximidade entre um e outro, que não são ligados pela língua, que não são ligados por outras questões, mas são ligados porque todos são grandes nações: Brasil, China, a maior de todas; Índia, Rússia e África do Sul. Ligados porque são grandes nações com grandes territórios, populações, economia, e que têm uma visão diferenciada no âmbito internacional.

            Sr. Presidente, para quem nunca acreditou nos BRICS ou que acreditava pouco que pudesse dar certo, no dia de amanhã, na reunião aqui no Brasil, em Fortaleza, no Estado do Ceará, eles devem anunciar a criação do banco. Ele, aliás, já foi criado, mas são questões que deverão efetivar a existência prática desse banco. Como têm dito a Presidenta Dilma e os demais presidentes, não será apenas um banco de fomento, um banco de crédito, um banco de desenvolvimento internacional, e não estará voltado apenas para esses países que compõem os BRICS: a esses recursos deverão ter acesso outras nações.

            Então, creio que a Copa acabou, Sr. Presidente, mas o Brasil ainda continua essa efervescência, não apenas no âmbito das realizações políticas, mas no âmbito do próprio Parlamento, que, nos dias próximos, deverá votar matéria muito importante.

            E quero destacar, Sr. Presidente, em relação à Copa do Mundo, que nós todos temos muito do que nos orgulhar. Infelizmente, a Seleção Brasileira não deu aquela alegria a mais que todos nós queríamos e esperávamos. Nunca se venderam tantas camisas, tantos bonés, tantos óculos, tantas bandeiras, tantos objetos verde-amarelos como nesta Copa do Mundo. No fundo, cada pessoa que se dirigia a uma loja, a um estabelecimento comercial para comprar um apito ou qualquer coisa relacionada ao Brasil e à Copa levava, lá no fundo do seu coração, da sua alma, o desejo e o aguardo daquele momento de gritar que o Brasil era hexacampeão.

            Infelizmente, não deu, e não deu da pior forma possível. Mas creio que, no outro quesito - o mais importante de todos, na minha opinião, porque nesse não poderíamos falhar jamais, Sr. Presidente -, o Brasil não só deu certo, como vem sendo dito, pela imprensa internacional, que o Brasil é o país que realizou a melhor de todas as Copas. E isso por todas as razões. Primeiro, pelo ânimo da população. Não há povo tão hospitaleiro quanto o brasileiro, e isso não só para os estrangeiros como para nós próprios aqui, internamente. Somos um país gigante, com culturas e descendências diferentes, mas sabemos receber a todos sempre com muito carinho, com muita atenção e com muita hospitalidade. Assim o povo brasileiro fez com o povo que veio de fora. O brasileiro mostrou maravilhosamente que sabe organizar e receber em eventos importantes.

            Mas o mais importante é que deu tudo certo e tudo funcionou.

            Eu tenho vindo à tribuna, Sr. Presidente, nesses últimos tempos, para falar a respeito do assunto e trazer minhas opiniões. E tenho criticado muito, nesses meses todos, há mais de um ano, a forma como a imprensa brasileira vem tratando, ou vinha tratando - vinha, porque é bom colocar a palavra no passado - o nosso País, como aquele País que não estava preparado para receber um evento do porte e da dimensão da Copa do Mundo. Diziam que nós passaríamos vergonha, vergonha diante daqueles que viriam ao Brasil. Aliás, acho que essas pessoas que falaram dessa forma deveriam vir a público e pedir desculpas; esses, sim. Não deve a Seleção brasileira pedir desculpas por não ter vencido o campeonato, por não ter deixado aqui, no Brasil, o título de hexacampeão, mas, sim, as pessoas que, naquele afã de criticar o Governo, utilizaram-se da Copa para buscar atingir o Governo e passaram a inventar e fazer previsões que nenhum número dizia que iriam acontecer, Sr. Presidente. Absolutamente nenhum número dizia que isso aconteceria.

            A Copa iniciou, e o que a gente viu foram realizações importantes para o Brasil. Todas as cidades-sede deram conta do recado, inclusive aquelas que não têm muita tradição no futebol, como a própria imprensa faz questão de frisar, faz questão de destacar.

            Eu uso o exemplo não dos outros, mas do meu Estado do Amazonas, que fez uma belíssima arena, uma das mais belas de todas as construídas ou reformuladas para a Copa do Mundo da FIFA. Soube receber os turistas e as seleções da melhor forma possível. Os voluntários foram, não sei qual foi o resultado final, mas, até o tempo em que olhei, os voluntários do Estado do Amazonas estavam sendo colocados como os melhores voluntários de toda a Copa do Mundo. A Prefeitura e o Governo do Estado tiveram a capacidade de organizar belíssimos eventos, excelentes eventos culturais e esportivos paralelos. Enfim, foi um grande sucesso.

            Para quem diz “ah, mas há outras prioridades que não a arena”, eu digo o seguinte: apenas a promoção que o Estado do Amazonas e Manaus tiveram, assim como todo o Brasil, perante o mundo, nesse período de Copa do Mundo, promoção mesmo, de se falar em outros países, de se divulgar a cidade, com notícias sobre a cidade, eu lhe garanto que, se essa promoção fosse paga - e, no mundo, não só no Brasil, todas as matérias publicitárias são pagas -, se isso tivesse sido pago, uma arena, de longe, não seria capaz de pagar um décimo dessa publicidade que nós recebemos.

            Mas, Sr. Presidente, então, como eu fui muito crítica da imprensa durante esse período todo em que criticou despropositadamente, em que criticou sem lastro a preparação do Brasil para a Copa do Mundo, prevendo inclusive que seria um desastre, eu me vejo aqui até na obrigação de ler não todas - não tenho tempo para isso -, mas pelo menos uma das matérias que eu li, que eu acho que é muito elucidativa e que representa tantas outras que vêm sendo publicadas, faladas na imprensa do nosso País.

            Diz o seguinte - eu estou aqui com uma edição da revista IstoÉ, Sr. Presidente: “Acredite no Brasil”. Essa é a chamada da matéria. E diz:

A derrota para a Alemanha não pode apagar o brilho da organização impecável de uma das maiores Copas do Mundo da história. O País deve se orgulhar de sua capacidade de realizar grandes feitos e da competência e da qualidade de seu povo.

            E segue:

O mundo se rende ao Brasil. [E vamos lá, Sr. Presidente]

Primeiro, a apreensão. Depois, o mais absoluto encantamento. Bastou a bola começar a rolar para a imprensa internacional entender que a Copa do Brasil seria um sucesso e não a tragédia que se anunciava nos meses que antecederam a abertura do Mundial.

A revista alemã “Der Spiegel” foi uma das que se surpreenderam positivamente logo nos primeiros dias. “Eu não estive no Brasil, mas nós temos seis repórteres aí e eles disseram que a organização do evento foi maravilhosa. Eles não reclamaram de nada. Elogiaram os aeroportos, os trens, os estádios. Foi uma grande Copa do Mundo”, contou à ISTOÉ o coeditor da revista, Michael Wulzinger, que também elogiou o ambiente do Brasil durante os jogos e os brasileiros. “A atmosfera era fantástica. Esperávamos que a população fosse protestar, mas o povo foi muito pacífico e amigável e soube aproveitar o momento”.

            Aí repete Michael, que teria ressaltado também a capacidade do País em realizar eventos mundiais:

“O governo e os brasileiros mostraram para o mundo inteiro que eles podem organizar eventos mundiais”.

O especialista francês em esportes e relações internacionais David Ranc [também] comparou a Copa do Mundo no Brasil com a Olimpíada de Londres de 2012. Ele citou exemplos de que os jogos na cidade inglesa tiveram pior organização que o Mundial no Brasil. Para Ranc [o francês], o grande número de reportagens negativas e críticas feitas antes do início da Copa mostra racismo e preconceito contra países do Hemisfério Sul.

Assim como a imprensa francesa, a alemã e muitas outras, o jornal espanhol El País publicou a reportagem com o título “Não era para tanto”, em que apontava o clima de otimismo no Brasil e que o mundial superou as expectativas. O texto diz que os transportes funcionaram perfeitamente e elogiam os serviços dos aeroportos. Em termos de organização, o jornal disse que os jogos começaram pontualmente e que é possível ver “torcedores felizes nas ruas brasileiras.

            Senador Jorge Viana, V. Exª acaba de relatar o evento promovido pela Presidenta Dilma para o presidente da Rússia, esse país amigo, esse país irmão, registro que, ao final do seu pronunciamento, o Presidente Putin disse que o Brasil realizou uma bela Copa do Mundo - e a Rússia deverá sediar a próxima Copa do Mundo de 2018 -, e ele disse ainda que o Brasil, com a Copa que realizou aqui, acaba de elevar o patamar no nível de organização desses eventos internacionais, impondo um desafio ainda maior àquele país, ao seu país, a Rússia.

            Essas também não são minhas palavras, como todas as que eu falei até agora não são minhas palavras, Sr. Presidente; essas foram as palavras do Presidente Putin, que sabe do tamanho da responsabilidade que tem pela frente, como nós, no Brasil, sabíamos do tamanho da nossa responsabilidade. É óbvio que nós queríamos que 2014 chegasse com absolutamente tudo pronto: todos os BRTs, todos os VLTs, os aeroportos concluídos; não foi possível. Mas, nem por isso, jamais poderiam ter anunciado um fracasso - e a imprensa internacional não inventou isso, ela ouviu de algum lugar -, porque fizeram uma verdadeira campanha dizendo que nada daria certo, que tudo daria errado.

            E aí, recentemente, vimos o Datafolha publicar uma pesquisa onde eles mesmos intitularam que a Copa melhora o humor do brasileiro. E eu vim à tribuna para dizer que não, a Copa não melhorou o humor de ninguém não, apenas devolveu a normalidade, porque aí as pessoas passam a se orientar não pelo que ouvem falar, mas a se orientarem pelo que veem, a se orientarem pelo que fazem. E o que elas viram, o que elas fizeram - porque não só viram, nós protagonizamos essa Copa -, o que elas fizeram foi exatamente a realização e a organização do melhor mundial de todos os tempos. Aliás, bateram-se todos os recordes, infelizmente, alguns contrários aos brasileiros, como os dez gols contra, e não a favor, tomados em dois jogos.

            Todavia, eu vejo que isso passa. Copa do Mundo temos a cada quatro anos. E, a cada quatro anos, o nosso País pode se mobilizar, trabalhar para tentar ganhar, tentar vencer; agora, organizar a Copa demora muito mais que quatro anos, para que possamos novamente, depois da Década de 50 e agora, no ano de 2014, voltar a ter o direito de sediar esse mundial.

            Não há o que se dizer. Espero que aquelas pessoas que fizeram esse alarde, que, no fundo, tinham um quê de motivação política, tentando desgastar a figura da Presidente do País, da Presidente Dilma, possam ser um pouco sinceras, senão com os outros, mas consigo próprias, e venham dizer que não, que as previsões foram erradas, que as previsões foram equivocadas e que, de fato, em que pesem os problemas, porque nem tudo é perfeito, problemas tivemos mesmo, mas que, no geral, o balanço é de que foi a melhor de todas as Copas em todos os quesitos - na animação, nas arenas, em absolutamente tudo. Claro que queríamos mais.

            Vêm aí as Olimpíadas e com elas a continuidade das obras e a disponibilidade dos recursos federais para que todos os Estados e Municípios possam concluir ou iniciar ainda seus projetos de mobilidade urbana, enfim, o legado para o povo e não somente para a Copa.

            Sr. Presidente, uma questão ainda em relação a isso. Agora, nós estamos todos discutindo, porque todos viramos técnicos de futebol - inclusive a Senadora Ana Amélia, que conhece na ponta da língua todos os dados estatísticos. não é Senadora? Porém, o que estamos discutindo agora é o que fazer em relação aos esportes. O que fazer? Óbvio que uma derrota como a que sofremos é muito ruim. O que vimos de outros países, somando à nossa derrota e ao procedimento do dia a dia, tudo leva a crer que, no próximo período, anos, diria, vamos ter um grande debate sobre o papel dos esportes no País.

            Eu não quero reduzir, não quero que esse debate seja reduzido ao futebol. Não é só da Lei de Responsabilidade do Futebol que precisamos; não é só disso! Precisamos de muito mais, que vai muito além da Copa do Mundo.

            Eu temia, Sr. Presidente Jorge Viana, porque todas as vezes que saímos de uma eleição chegamos aqui falando a mesma língua, que tem que ter reforma política. Mas o tempo passa e o que acontece? Acabamos esquecendo da reforma política, porque temos outros problemas para enfrentar e, muitas vezes - aliás, é o que tem ocorrido, na maioria das vezes -, não nos dispomos a enfrentar mais um problema, que teoricamente seríamos nós que estaríamos criando.

            O meu temor era de que, finda a Copa do Mundo, falaríamos por um ou dois meses do problema do futebol, do problema dos esportes, da preparação do povo brasileiro, da nossa juventude para as atividades físicas, para o esporte, e, depois, isso caísse esse assunto no esquecimento. Contudo, não há perigo de isso acontecer, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, por uma razão simples: daqui a dois anos, 2016, estaremos aqui nesta tribuna debatendo outro grande campeonato, que são as Olimpíadas. Portanto, daqui até lá, dá para fazer muita coisa.

            Não falo somente por ser Senadora do seu partido - o do Deputado Aldo Rebelo, a quem me refiro neste momento, Ministro dos Esportes, que tem muitos projetos e que agora vai encontrar um terreno fértil para que propostas e projetos possam avançar -, mas precisamos nos questionar porque Cuba, um país tão pequenininho, um país sem recursos financeiros, conseguiu - obviamente, hoje nem tanto quanto antes, porque passa por uma crise econômica pesada - sempre estar à nossa frente, e consegue até hoje, por exemplo, na lista de medalhistas nas Olimpíadas. Por quê? Porque na vida nem tudo depende de dinheiro; depende de programas, depende de projetos. Vamos fazer isso.

            Acho que, quando o governo do Presidente Lula e o Ministério dos Esportes criaram o Programa Segundo Tempo, foi pensando nisso. E assim foi dito: o esporte não é apenas um programa para a saúde, mas é um dos programas sociais mais eficientes e mais baratos. Então, acho que a gente conseguiu esse legado.

            Pena que o Senador Cristovam Buarque não esteja mais aqui neste momento...

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB-AM) - ... mas o Senador Cristovam Buarque dizia sempre - e eu sempre o cumprimentei pela forma como, às vezes, ele criticava o evento, não da forma destrutiva, politizada, não era nem politizada, era politiqueira mesmo, não; mas sempre criticando de forma elevada...

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB-AM) - ... e ele dizia o seguinte: “estamos perdendo muito tempo com a Copa”. Que nada! Está aí o legado que esta Copa nos deixa: debater não o futuro do futebol, mas o futuro dos esportes no nosso País; criar condições e terreno para isso. E digo com muita convicção: não é que não se tenha projeto no Brasil, mas as coisas não caminhavam talvez porque o País próprio não via isso como uma grande prioridade. Agora, efetivamente, há.

            Sr. Presidente, se V. Exª me der um minutinho a mais, eu gostaria de dizer que, nesta semana de muitas decisões, quero agradecer ao Senador Moka, que me deu a relatoria de um projeto importante, o de nº 41, de 1993 - tramita aqui nesta Casa desde 1993 -, que trata da regulamentação dos estabelecimentos comerciais de medicamentos no Brasil (farmácias e drogarias), E vou fazer de tudo...

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB-AM) - ... para trazê-lo a plenário para votá-lo, se possível, ainda esta semana.

            Mas, afora esse projeto importante, tem um que é a nossa vida: a PEC da prorrogação da Zona Franca de Manaus, é a PEC que prorroga a Zona Franca de Manaus por 50 anos. Trata-se de proposta de iniciativa da Presidenta Dilma, que já está na Casa, na Comissão de Constituição e Justiça, cujo Relator é o Senador Eduardo Braga, que teve um grande papel nesse processo, assim como todos nós tivemos, todos, absolutamente todos nós tivemos, sobretudo do Amazonas e da Amazônia. Sobre essa PEC já há um acordo feito na Câmara, com a participação de Senadores, tramitando paralelamente o projeto que também prorroga os incentivos da Lei de Informática, dos produtos de informática.

            Espero, assim, que esta quarta-feira seja para o Brasil, para o Amazonas um dia histórico, um dia de votação, e, quem sabe, logo em seguida, a promulgação dessa PEC da Zona Franca.

            Eu, Senador Jorge Viana, estou falando aqui da Zona Franca de Manaus, mas quero dizer que, na justificativa da Presidenta à proposta que manda para cá, ela registra que o faturamento da Zona Franca, em 2010, teria sido de US$35 bilhões, Senador Suplicy. E que, no ano passado, 2013, foi superior a US$83 bilhões.

            Eu tenho 31 segundos, que concedo a V. Exª, Senador Suplicy, se o Presidente Jorge Viana me permitir.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT-SP) - Apenas quero transmitir a V. Exª meus cumprimentos, porque V. Exª enalteceu muito bem a formidável organização da Copa do Mundo e a maneira tão bela com que os povos de todo o mundo aqui se confraternizaram. Foi uma maravilha, que o povo pôde aproveitar tão bem. Está de parabéns a Presidenta Dilma, o Ministro Aldo Rebelo e todos aqueles que...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT-SP) - ... e todos aqueles que se empenharam e que, inclusive, puseram por terra as previsões, conforme V. Exª mencionou, de que as coisas não iriam dar certo. Deram certo. Só não deu certo porque o Brasil não chegou à final. Mas as partidas foram belas. A final entre Alemanha e Argentina foi um jogo simplesmente emocionante, com os dois selecionados jogando muito bem. Está de parabéns a Alemanha por ter conquistado o título.

            Quero cumprimentar V. Exa, Senadora Vanessa Grazziotin. Ontem, vi que V. Exa tinha colocado no seu Facebook que três mulheres estavam ali, à frente de três grandes acontecimentos: a Chanceler...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Completando, Sr. Presidente.

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - ..., a Chanceler Angela Merkel, porque estava presente para assistir à final em que a Alemanha se defrontaria com a Argentina; a Presidenta Cristina Kirchner, por ser a Presidenta da Argentina; e a terceira mulher, que era justamente a nossa querida Presidenta Dilma Rousseff, que hospedou, foi a grande anfitriã desse maravilhoso evento. E V. Exa, salvo engano, bateu recorde no seu Facebook de tantas pessoas que compartilharam, que comentaram, que curtiram - na linguagem do Facebook. Parabéns!

            A SRa VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Eu agradeço, Senador Suplicy.

            Senador Jorge Viana, eu iria encerrar assim, dizendo que...

(Soa a campainha.)

            A SRa VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - ..., apesar de terem sido ontem, na final, 22 jogadores, 11 para cada lado, mais os técnicos e os reservas, todos homens, mas as grandes protagonistas de ontem foram três mulheres. Quando eu fiz essa postagem despretensiosa, Senador Suplicy, eu imaginava que a Presidente Cristina Kirchner viesse à final da Copa do Mundo, porque havia previsão de que ela pudesse vir. Falei de Angela Merkel e da Presidenta Dilma, a anfitriã. Eram as Presidentas dos dois países que ocuparam a final.

            Olhem, até há pouco, quantos compartilhamentos: foram mais de 2,163 milhões - mais de 2 milhões! -, foram 2.163.712.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Meus parabéns!

            A SRa VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Mas isso é parabéns para as mulheres, porque, como eu disse, Senador Suplicy, apenas falando de três mulheres poderosas, somos poucas, entretanto, competentes. Quiçá daqui a algum tempo, tuitar que mulher é Presidente - porque foi uma coincidência ontem, três mulheres Presidentes, de três países envolvidos na final - não precisará haver tantos compartilhamentos, Senador Suplicy, porque seria muito mais comum ter uma mulher na Presidência da República - infelizmente, não é. Não é comum ver mulher no Parlamento, não é comum ver mulher chefe de Estado, mas aqui nós temos nos orgulhado muito, a começar pela nossa querida Presidenta Dilma.

            Então, Presidente, era o que eu tinha dizer. Desde já, quero conclamar e pedir o apoio de todas as senhoras e os senhores para que quarta-feira possamos votar aqui a prorrogação da Zona Franca. Muito obrigada, Senador.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/07/2014 - Página 559