Discurso durante a 101ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa de uma ampla reforma no sistema eleitoral brasileiro; e outros assuntos.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REFORMA POLITICA, LEGISLAÇÃO ELEITORAL. CALAMIDADE PUBLICA. POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA PARTIDARIA, ELEIÇÕES, ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Defesa de uma ampla reforma no sistema eleitoral brasileiro; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 15/07/2014 - Página 587
Assunto
Outros > REFORMA POLITICA, LEGISLAÇÃO ELEITORAL. CALAMIDADE PUBLICA. POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA PARTIDARIA, ELEIÇÕES, ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMENTARIO, MODELO POLITICO, BRASIL, DEFESA, REALIZAÇÃO, REFORMA POLITICA, SISTEMA ELEITORAL, OBJETIVO, ALTERAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, VAGA, BANCADA.
  • COMENTARIO, ATRASO, LIBERAÇÃO, BENEFICIO, PESCADOR, OBJETIVO, AUXILIO, IMPOSSIBILIDADE, TRABALHO, INUNDAÇÃO, RIO MADEIRA, REGIÃO NORTE.
  • REGISTRO, DEMORA, EXECUÇÃO, OBRAS, INFRAESTRUTURA, ESTRADA, LOCAL, ESTADO DE RONDONIA (RO), COMENTARIO, NECESSIDADE, FISCALIZAÇÃO, EMPRESA PRIVADA, DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT).
  • ANUNCIO, COLIGAÇÃO, PARTIDO POLITICO, ESTADO DO PARANA (PR), PARTIDO PROGRESSISTA (PP), PARTIDO POPULAR SOCIALISTA (PPS), PARTIDO VERDE (PV), OBJETIVO, DISPUTA, ELEIÇÕES, GOVERNADOR, LOCAL, ESTADO DE RONDONIA (RO).

            O SR. IVO CASSOL (Bloco Maioria/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. Foi isso o que aconteceu no nosso jogo da seleção brasileira, quando jogaram com os alemães: trocaram as bolas, e nós levamos uma peia de 7 a 1. (Risos.)

            Mas quero dizer para vocês, com imensa alegria, aos nossos colegas, ao nosso Presidente, Senador Suplicy, aos nossos telespectadores que nos assistem em casa, que é com alegria que deixo meu abraço e com satisfação que quero aqui agradecer a todas as nossas lideranças religiosas, a todas as senhoras e os senhores, aos amigos e amigas nos quatro cantos deste rincão brasileiro, que sempre, quando vão à igreja ou mesmo em casa, estão sempre orando pelas autoridades. Obrigado, de coração.

            Como eu dizia há pouco, todo mundo falou da Copa do Mundo. Para nós, brasileiros, foi um privilégio especial sediar a Copa do Mundo, mais uma vez, no nosso País. Mas, quando nós falamos dos nossos atletas, infelizmente, foi um desastre, foi feio. Foi, na realidade, uma verdadeira pelada. Nós perdemos, e perdemos feio. Eu assisti aqui, Presidente, Senador Suplicy, ao jogo de Brasil e Camarões. Camarões só não meteu uma taca no Brasil no começo, nos primeiros 20 minutos, porque faltava alguém para completar a jogada. Naquele momento em que eu assisti, aqui em Brasília, no estádio, eu falei: com esse time, nós não chegamos à final.

            Mas a grande vantagem que nós temos, nós brasileiros, é que nós não desistimos. Nós gostamos e amamos o futebol. Portanto, nós levantamos e esperamos que, na próxima Copa do Mundo, tenhamos mais garra, mais raça, mais determinação e que tenha menos sapato de salto - não aquele que as mulheres usam, mas o sapato de salto que algumas estrelas pensam que são, no campo, e entram de sapato de salto, e acaba acontecendo o que aconteceu: acabam tropeçando, acabam caindo.

            Nós brasileiros, infelizmente, passamos essa humilhação. Foi uma chacota, na verdade. E só não levamos nove, dez gols porque os alemães ficaram com pena do Brasil, porque a recepção que os brasileiros fizeram, especialmente em Salvador, foi extraordinária. Mas a derrota, com certeza, vai ser inesquecível.

            Mas, após a Copa do Mundo, o trabalho continua, o Brasil não para. Agora se aproxima a política. As convenções já aconteceram. E aqui eu queria aproveitar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para dizer que o modelo político que nós vivemos hoje, infelizmente, eu considero que é um modelo político como se fosse uma prostituição.

            Desculpe-me quem não concorda com isso, mas eu convivi, mais uma vez, esses dias. Esse sistema político nosso brasileiro da maneira que aí está praticamente é considerado como se fosse uma prostituição. Nós temos inúmeros partidos, só tem a legenda uns poucos segundos de horário de televisão ou rádio. Mas, ao mesmo tempo, para você poder fechar uma nominata, você tem que conversar. Conversar é normal, dialogar é normal, debater é normal. Mas, infelizmente, nós temos muitos partidos que, na verdade, são uma verdadeira picaretagem.

            Ao mesmo tempo, esse modelo que está aí... Nós aqui, nesta Casa, temos, de uma vez por todas, de tomar coragem, não da maneira como fizemos uma minirreforma - de mini já estamos cheios. Nós precisamos é de uma reforma de coragem, para mudar esse sistema da maneira que foi mudado, no passado, aqui nesta Casa, aqui nesta tribuna, aqui neste Senado.

            O que aconteceu no passado? Eu me recordo, em Rondônia, de um grande líder político, Chiquilito Erse, que fez voto para mais de metro, mas, porque o colega dele não teve votos suficientes, ele ficou de fora, e outros dois Senadores acabaram entrando e um ficou fora. E é o que vemos hoje na política brasileira. Isso vai acontecer de novo, agora, no dia 5 de outubro. Aconteceu para vereador, vai acontecer para deputado estadual, vai acontecer para deputado federal.

            E o que a população, na verdade, quer? Ela quer trazer para Brasília, ou para a Assembleia Legislativa de cada Estado, ou para o Congresso - não senadores, porque não é o caso, mas deputados federais -, os que, na verdade, vão representar a nossa sociedade, os que vão representar os nossos eleitores. E nem sempre isso acontece. E alguém vai dizer: mas, então, não é representado? É, porque o sistema, a legislação que aí está é dessa maneira. Mas está errado. Por que está errado? Porque você acaba trazendo um representante para cá com 10 mil votos, cinco mil votos, enquanto fica outro de fora com 30 mil votos. E aí você tem que acabar aceitando, conversando, dialogando, para tentar fazer uma composição, para poder ter esse coeficiente eleitoral, que não é um coeficiente eleitoral, mas ter essa soma de votos para poder eleger o primeiro, o segundo, o terceiro.

            Vou dar um exemplo para vocês aqui: no meu Estado, Rondônia, são 24 cadeiras, são 24 cadeiras para a Assembleia Legislativa. Qual é o sistema que tem que ser adotado? É muito simples: os 24 mais votados, e os outros subsequentes são os primeiro suplente, segundo suplente, terceiro suplente, quarto suplente, não interessa de que partido são. Com isso, vai fortalecer, Sr. Presidente, todos os partidos.

            O que acontece hoje? Quando se tem um deputado estadual ou um deputado federal de um determinado partido, os outros não querem se coligar, porque falam: “Nós já vamos entrar e vamos dar uma vaga para ele”. Já está tomando uma vaga. Para vereador, não foi diferente.

            Então, o que precisamos mudar aqui, nesta Casa? Igual foi feito no passado, aqui, Senador Suplicy, nosso Presidente. Aqui, no passado, também mudou. É o mais votado; quando há duas vagas, são os dois mais votados; quando há uma, agora, é o mais votado; e o resto é conversa fiada. Assim, você dá oportunidade para todos os partidos, independente de cor partidária, independente de ser grande ou ser pequeno, mas dá liberdade para que o eleitor possa participar desse pleito, fazendo a filiação partidária e, depois, não tem que correr atrás para fazer uma composição, muitas vezes ajudando outros a fazer mais votos, para poder chegar ao objetivo de eleger alguém.

            Então, portanto, o modelo atual, existente hoje, infelizmente, não é o que, na verdade, a população quer. O que a população quer? É que assumam os 24 deputados estaduais de Rondônia mais votados. E aqui em Brasília? São oito vagas para deputado federal - oito vagas para deputado federal. Nós temos parlamentares, no nosso Estado, que ficaram fora, a exemplo do ex-diretor do Detran, ex-chefe da Casa Civil, agora candidato a deputado federal e primeiro suplente, Juarez Jardim, com 26,1 mil votos. Ele ficou fora, enquanto vieram para cá alguns, um com pouco mais de sete mil votos, outro com 14 mil, 15 mil votos.

            Esse é o modelo existente, hoje, no Brasil na política.

            Então, nós precisamos mudar isso, precisamos ter coragem. E, para isso, vamos dar liberdade a todos os eleitores para que façam sua filiação partidária em um partido para que possam disputar ou sozinhos ou em um colegiado maior, com um número maior, mas dando oportunidade àqueles que têm mais voto.

            Ao mesmo tempo, antes de entrar no restante da política deste ano, eu queria aqui apenas, Sr. Presidente, registrar um fato importante.

            Houve, há poucos dias, no nosso Estado, uma das maiores enchentes dos últimos cem ou duzentos anos, a cheia no Rio Madeira, no Rio Guaporé, vindo da Bolívia, do Peru e, ao mesmo tempo, no Estado de Rondônia. Essa enchente deu prejuízo para os moradores de Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Porto Velho, Calama, São Carlos, enfim, de todos os distritos do Baixo Madeira. E a própria Presidente ampliou o decreto. Eu fiz essa solicitação, esse pedido para o Ministério da Pesca, o Secretário da Pesca, imediatamente, enviou para frente, e a Presidente prolongou por mais 90 dias, e, até agora, não foi pago sequer um mês do defeso, que é aquele salário pago aos pescadores que não estão pescando porque o rio está cheio. Foi prorrogado, mas, até este momento, infelizmente, não aconteceu o pagamento.

            Com isso, essas pessoas, os nossos pescadores tanto de Pimenteira, quanto de Costa Marques, quanto de Guajará-Mirim, quanto de Nova Mamoré, quanto de Porto Velho, quanto de São Carlos, quanto dos demais distritos, infelizmente, não estão sendo atendidos. Estão com dificuldades, porque o Ministério da Pesca, o Governo Federal não repassou ainda os recursos para para pagar, para cumprir o decreto de prorrogação de 90 dias do defeso, que é o salário que se paga aos pescadores em época de preservação, em época de desova e, agora, em prorrogação por causa do período da cheia.

            Portanto, aguardamos que, imediatamente, possa ser tomada essa providência.

            Além disso, Sr. Presidente, estivemos, no último final de semana, em Vilhena, também falando com o diretor do nosso DNIT do Estado de Rondônia, o Dr. Fabiano, sobre um trabalho que estamos fazendo aqui em Brasília, e viemos fazendo não é de agora, junto com o PR - minha filha, Karine Cassol, é a Presidente do PR no Estado de Rondônia -, junto ao Ministério dos Transportes, em que viemos batalhando, trabalhando para a conclusão das obras da Rodovia 429, que é da BR-364, a Costa Marques.

            Infelizmente, uma empresa de mala, uma empresa irresponsável, que é a Fidens, uma empresa que pegou a obra para fazer: passando em frente ao Município de São Miguel do Guaporé, deixou a avenida principal dentro da cidade, infelizmente, destroçada, arrasada, acabada - a sociedade, a comunidade, esses dias, trancou a BR, depois destrancou -; infelizmente, não cumpriram o contrato, sem contar o serviço porco, sem qualidade, que fizeram para trás; e, ao mesmo tempo, dando prejuízo ao povo do Estado de Rondônia.

            Essas firmas, igual a essa que falei agora há pouquinho, têm que ser banidas de participar de licitação pública; têm que ser banidas aquelas que pegam uma obra e sentam em cima, não têm qualidade e não fazem.

            Enquanto isso, a população de São Miguel do Guaporé está no prejuízo. E aí, sim, tem que abrir outro procedimento licitatório para poder executar essa obra. E da maneira que aí está, Sr. Presidente, provavelmente, este ano, não sai essa obra, que é um direito e uma obrigação de nós Parlamentares trabalharmos, porque o Ministério dos Transportes quer fazer, mas, infelizmente, essa empresa... Essa empresa, quando estava de acordo com aqueles diretores do DNIT em Rondônia, lá na época, lá atrás, no esquema, no conchavo, que comeram o dinheiro, fez a obra pela metade, ficou fazendo obra e, quando vieram engenheiros e servidores sérios, responsáveis, e botaram no toco, a empresa pulou fora, e a população, infelizmente, ficou desguarnecida.

            É isto que precisamos de todo jeito, Sr. Presidente: eliminar, acabar com esse tipo de empresa que, infelizmente, tem se aproveitado do recurso público e deixado a população dos Municípios brasileiros em dificuldade.

            Mas, além disso, é a complementação das pontes de concreto até Costa Marques, a complementação do pedaço de asfalto, os aterros dessas pontes que foram feitos pela metade. Mas, em breve, está sendo licitado para que possam fazer os aterros e essas pontes de concreto, concluindo, de vez por todas, esse problema que se encontra ainda no Vale do Guaporé até Costa Marques, São Francisco, até Seringueira, enfim, toda aquela localidade para baixo.

            Mas quero aqui, também, dar uma boa notícia para a população de Curumbiara, de Pimenteiras, de Cabixi, de Cerejeiras, para o prefeito de Colorado, ao Enedino, ex-prefeito, prefeito de Vilhena, aos meus amigos de Vilhena: criou-se uma comissão pró-trevo de Colorado, e essa comissão vem trabalhando faz horas - mandaram-me documentação. Nós já viemos, há mais de ano, reivindicando do DNIT a contratação, a construção de um trevo novo na entrada da rodovia que vai para Colorado, que vai para Cerejeira.

            Portanto, se Deus quiser, nos próximos dias ou nos próximos meses, nós teremos a ordem de serviço para que se possa dar início a essa obra tão importante para a população do Estado de Rondônia. E um passo mais importante ainda é dar continuidade à terceira pista, em vários trechos, a exemplo de Ji-Paraná a Ouro Preto, de Ouro Preto a Jaru, de Jaru a Ariquemes, da nossa BR-364. São trechos perigosos, que colocam em risco a vida das pessoas que por lá trafegam no dia a dia, a trabalho, semana a semana, mês a mês.

            É um trabalho em conjunto que estamos fazendo aqui em Brasília, que está dando fruto, resultado. E esse resultado, quem precisa e vai continuar colhendo é a população do nosso Estado de Rondônia.

            Mas não é só isso, não. Nós precisamos também, de uma vez por todas, concluir os viadutos dentro de Porto Velho. Dois anos atrás, nós ouvimos, em época de campanha, discursos de candidatos, naquela época a prefeito, que prometeram que, se ganhassem, em 90 dias fariam as obras de complementação dos viadutos. Infelizmente, passou-se mais de um ano e, quando não deu conta do recado, não teve competência para isso, entregou de vez para o DNIT, para que este pudesse fazer a licitação.

            Obras inacabadas, obras paralisadas? É fácil de se resolver, é fácil de se fazer. Basta simplesmente fazer a vistoria, fazer a fiscalização, verificar o que foi executado. Se foi paga obra a mais, meta a taca em quem fez, meta a taca em quem recebeu, meta a taca em quem assinou. E, ao mesmo tempo, se faz o projeto de complementação, a planilha de complementação, e se contrata a empresa para concluir essas obras, porque não é justo, não é legal a população, no todo, ficar pagando pelo pato da incompetência de alguns que, infelizmente, não tiram o pé do chão e não têm seriedade com a coisa pública.

            Não é diferente com a Rodovia 425, que interliga a BR-364 a Nova Mamoré e Guajará-Mirim. O DNIT também está em cima. A empresa já ganhou a licitação e as obras estão sendo executadas. Mas, para isso, nós precisamos que a empresa agilize os trabalhos para que possamos aproveitar este período de seca, esse período em que não chove na Região Amazônica, para que possamos fazer o máximo possível da recuperação e a construção de trechos da rodovia, para que se possa dar qualidade a essa obra e não ter mais esse problema no futuro.

            Não é diferente também, Presidente, da BR-364, que vai para o Acre. Tem vários locais que precisam ser erguidos para que amanhã, futuramente, não venha uma nova enchente atrapalhar o desenvolvimento do Acre, de Rondônia ou de outra região do nosso País.

            E, para completar, Sr. Presidente, começando o discurso que eu deixei especialmente para concluir neste final, no último dia 30, nas convenções no meu Estado, nós conseguimos fazer uma coligação com seis partidos políticos. Além do PP, do PR, do PPS, do PROS, do PV e, se não estou enganado, do PTC, do Vereador Jair Monte, nós conseguimos fazer essa integração, essa união com uma nominata de Deputados Estaduais e de Deputados Federais. Além de ter os candidatos nossos a Deputados Estaduais e a Deputados Federais, nós também lançamos, pelo Partido Progressista, candidato ao Senado e candidato a suplente, primeiro suplente e segundo suplente, que por agora ainda a legislação permite.

            Ao mesmo tempo, também nessa coligação, nessa disputa, nós participamos da convenção dos partidos em que homologamos a candidatura de Governador do Estado de Rondônia pelo partido do PR. E as convenções... E hoje, como candidata a Governadora do Estado de Rondônia, nós temos uma jovem dinâmica que foi estagiária do Ministério Público do Estado de Rondônia, foi Procuradora do Município de Alta Floresta na gestão da minha irmã, da Nega Cassol, foi diretora do Detran por vários anos, enquanto era Governadora do Estado de Rondônia, e no final ocupou a Secretaria Estratégica, que eu criei no Estado para que desse suporte para os demais secretários, para que todas as obras, os projetos, se tocassem em frente e tivessem a complementação.

            Essa jovem, com 39 anos de idade, arrojada, determinada... E alguns até dizem o seguinte, onde eu percorri no Estado de Rondônia: que a Jaqueline Cassol, minha irmã, é e seria o Ivo Cassol de saia. Portanto, a maneira simples e humilde, porque o arrojo que eu sempre tive como Governador do Estado de Rondônia, a determinação que ela tem também com iniciativa própria... E muitas vezes alguém diz: mas é irmã do Senador Ivo Cassol! É irmã do ex-Governador do Estado de Rondônia. Com certeza é irmã e tem no sangue o DNA Cassol, mas ao mesmo tempo tem iniciativa própria, tem criatividade própria, tem determinação própria, tem conhecimento jurídico e tem conhecimento público, de gestão pública. É essa a nossa candidata a Governadora do Estado de Rondônia que estamos unidos, trabalhando e levando para a nossa população nesses próximos dias, nesses próximos meses para frente. E o Vice-Governador é o nosso candidato que hoje é o nosso parceiro como Deputado Federal aqui no Congresso Nacional, que foi Prefeito da cidade de Ouro Preto, foi reeleito, fez um grande trabalho, foi Secretário da Casa Civil no meu Governo, foi Secretário de Agricultura do meu Governo e hoje é o nosso candidato a Vice-Governador do Estado de Rondônia. Há poucos meses, ele fez um transplante muito delicado, um transplante de fígado, mas graças a Deus hoje o nosso amigo, parceiro e candidato a Vice-Governador do Estado de Rondônia na chapa com Jaqueline Cassol é Carlos Magno, parceiro de todas as horas, um homem simples, um homem humilde, dedicado e trabalhador, com conhecimento de gestão pública e, ao mesmo tempo, com conhecimento do agronegócio e da agricultura.

            Essas são as palavras que coloco para esse amigo que veio se somar à candidatura da Jaqueline Cassol como Governadora do Estado de Rondônia. E para Senador da República, como eu disse agora há pouco, é uma candidatura do PP. É a candidatura que vem, nesse momento, ao encontro de uma necessidade que teremos para não ocorrer o que nós passamos no passado.

            Alguém pode dizer o seguinte: “Poxa vida, Cassol, nós assistimos e vimos e está divulgado que é a Ivone Cassol”, que era uma pré-candidata a Governo que todos os amigos queriam que saísse. Ela aceitou o desafio para ser a nossa candidata ao Senado da República pelo nosso grupo, pelo partido PP, pelo PL e demais partidos que compõem junto. E quero dar um exemplo.

            Se alguns estão preocupados porque, de repente, é um casal, mas aqui a história se repete. O Senador que preside a Mesa, Senador Suplicy, é Senador da República e vai para o quarto mandato agora. Ao mesmo tempo, nós temos aqui, nesta Casa - hoje ela é Senadora, mas é Ministra nossa, do Brasil -, a amiga, Senadora e Ministra Marta Suplicy. É um casal que fez parte desta casa.

            Em Rondônia, não é porque o Ivo Cassol é ex-Governador, não é porque o Ivo Cassol é Senador. Simplesmente as coligações, os partidos aliados decidiram que essa vaga seria disputada com a Ivone Cassol.

            A minha esposa é uma mulher arrojada, companheira de todas as horas, me acompanhou nesses três anos e sete meses, todas as semanas, aqui em Brasília, esteve junto comigo, vindo e voltando, e, ao mesmo tempo, nos dois mandatos de prefeito e nos dois mandatos de governador fez um trabalho social extraordinário no Estado de Rondônia.

            Acontece que essa candidatura ao Senado veio neste momento especialmente para que ela conduzisse a candidatura ao Senado, para que a Jaqueline Cassol não passe no futuro o que eu, Ivo Cassol, passei nos meus dois mandatos de Governador do Estado de Rondônia. Por incrível que pareça foi verdade. De 24 deputados estaduais, eu tinha 21 contra; de oito deputados federais, eu tinha oito contra; de três senadores, eu tinha os três senadores contra. E consegui ainda fazer muita coisa pelo Estado de Rondônia. Agora imagine, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores e os telespectadores que nos assistem, imaginem se eu tivesse, naquele período, amigos, Zezinho, e aliados se somando, defendendo e trazendo melhoria para o nosso Estado.

            Na gestão de Senador, eu fiz o contrário, Sr. Presidente. O que eu fiz foi me aliar com o governo que está lá, mesmo sendo de oposição a nós, mas em momento algum eu atrapalhei em nada. Eu só fui contra o endividamento do Estado da maneira que fizeram. Nisso eu fui contra, porque essa conta quem paga é o povo, com juros absurdos, porque ninguém arruma dinheiro de graça. Se vocês souberem de quem arruma dinheiro de graça me avisem, porque eu quero pegar emprestado.

            Então, essa candidatura ao Senado da minha esposa, da Ivone Cassol, pelo Partido Progressista, veio exatamente para fortalecer a candidatura ao governo de Jaqueline Cassol, para que a gente possa ter, não só aqui no Senado, mas também na Câmara Federal, Parlamentares que possam nos ajudar a resgatar e devolver a credibilidade para o povo do nosso Estado, devolver a autoconfiança e ao mesmo tempo a autoestima, não da maneira que está hoje.

            Infelizmente, da maneira que está hoje, Sr. Presidente, nós estamos vendo cada dia mais a situação se afundando no nosso Estado. Nem a obrigação social que deve pagar, que se transforma em apropriação indébita quando você segura o encargo social dos servidores e não repassa para o seu instituto... É igual a uma empresa descontar o INSS do servidor, do funcionário, e não repassar para o INSS, para a Previdência. É crime. No nosso Estado se apropriaram, há poucos dias, de R$220 milhões. Eles se apropriaram indevidamente. E a Assembleia Legislativa aprovou a prorrogação para mais dois anos e depois para mais dez para pagar. Então, quem está pagando a conta é o povo.

            Da mesma maneira, os consignados. São R$130 milhões de consignados. O que são os consignados? É como se os funcionários da nossa Casa, aqui do Senado, que estão nos assistindo, pegarem um dinheiro emprestado para descontar na folha de pagamento, e a Presidência do Senado passar para a empresa, para os bancos o consignado. O Estado se apropriou de R$130 milhões, não pagou aos bancos e, de 60 meses, que era o prazo de pagamento, prorrogaram para 96 meses. Eu pergunto para vocês: quem é que paga os juros? Servidores públicos do meu Estado, quem é que está devendo para o banco? Vocês. Quem é que vai pagar os juros de 60 para 96 meses? Vocês. E olhe, com certeza, os juros são de 2%, 3%, 4%, 5%, 6%, daí vai para frente. Então, infelizmente, é isso que nós combatemos, porque está errado.

            Em oito anos em que eu fui Governador, eu nunca atrasei o salário, eu nunca deixei de pagar os encargos sociais. A prioridade era da folha de pagamento. Primeiro se pagava a folha de pagamento, depois o restante. E só não atrasaram a folha de pagamento agora, nesses dias, porque infelizmente, Sr. Presidente - já terminando aqui -, jogaram para frente uma dívida de R$350 milhões que o povo do nosso Estado de Rondônia vai pagar.

            Em 2003, Sr. Presidente, eu entrei na Justiça e aqui nesta Casa, também, para que o Senado Federal aprovasse - e aprovou - uma resolução - eu não me recordo do número da resolução de cabeça, se é a Resolução 34 mais ou menos, que seja - para a revisão da dívida do Banco Beirão do Estado de Rondônia. Essa revisão da dívida foi homologada, foi aprovada aqui. Infelizmente o Governo Federal não aceitou e nós tivemos que ir para os tribunais. Está no Supremo Tribunal Federal. Essa busca para que se faça a revisão, não o perdão da dívida...

            Essa dívida do Beirão, Sr. Presidente, surgiu de R$48 milhões da gestão do PMDB no Estado de Rondônia, três anos depois, devolveram com R$548 milhões. O Raet fez intervenção. Infelizmente botaram a mão no caixa do Estado, e o povo está pagando. Já pagou mais de R$2 bilhões em 18 anos, e nós devemos ainda mais de 12 anos. Com isso, tivemos mais de R$2 bilhões. Agora, o Presidente do Supremo, o Ministro Ricardo Lewandowski, deu a liminar suspendendo o pagamento. Quero dizer que essa conquista que o governo do Estado de Rondônia tem hoje está acontecendo e aconteceu porque houve um governador há pouco chamado Ivo Cassol, que teve a coragem de enfrentar aquilo que eles diziam que não dava resultado, aquilo que não ia ter sucesso, essa revisão. Portanto, hoje, está suspensa a dívida do Beron, porque fui eu que entrei na Justiça, no meu mandato aqui no Senado, para que fosse aprovada aqui essa resolução da revisão dessa dívida. Então, essa conquista é do povo do Estado de Rondônia. É por isso que não arredei o pé neste ano. É por isso que não me escondi e nem vou me esconder, em momento algum, nessa situação. Alguém pode dizer o seguinte: “Mas, Ivo, nosso Senador, eu queria que você estivesse à frente da política deste ano.” Todo mundo sabe o problema que eu continuo enfrentando, mas, ao mesmo tempo, eu não desisto.

            Eu quero deixar bem claro aqui para os homens públicos, para aqueles que são ordenadores de despesa: ordenador de despesa que queira ter sucesso não pode ser frouxo; ordenador de despesa que queira fazer as coisas tem que enfrentar os desafios que vêm pela frente, sob pena de passar por incompetente, sob pena de não conseguir ter sucesso. Portanto, qualquer homem público que tem medo... Alguns até dizem: “Ah, mas eu não tenho processo.” É porque nunca foi ordenador de despesa. Na atual gestão, para qualquer um que passa como ordenador de despesa é difícil escapar de um processo pela frente. E processo foi feito para homem. Ao mesmo tempo, é importante estar de cabeça erguida, olhando no semblante e no olhar de cada um, e saber que está com o dever cumprido, porque eu consegui fazer com transparência e seriedade a gestão que fiz em Rolim de Moura. Então, é isso que me dá orgulho.

            Ao mesmo tempo, quando estou com a população, os eleitores chegam a mim, me apertam a mão, me dão um abraço e falam: “Cassol, nós precisamos de você. Não nos deixe sozinhos.” É por isso que eu continuo essa luta. É por isso que, mais uma vez, quero aqui, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pedir a cada um dos senhores e das senhoras que sempre vão à igreja ou mesmo em casa... Ao mesmo tempo, eu quero fazer uma correção: juntamente com a Ivone Cassol, como nossa candidata a Senado da República, nós temos o nosso amigo, ex-Secretário, ex-Vereador de Vilhena, ex-Vice-Prefeito de Vilhena, Ilário Bodanese, do Cone Sul, como primeiro suplente ao Senado da República, pelo PP; e o segundo suplente é de Ji-Paraná, o Pastor Jânio, que também é do PP.

            Aqui, para encerrar, pedir especialmente para os irmãos, para as irmãs, para os nossos líderes religiosos, não só para o povo de Rondônia, mas para a população do Brasil afora, que continuem orando pelas autoridades para que Deus continue abençoando as autoridades, para que, nestas eleições, a população possa escolher, nos seus Estados, Deputados Estaduais, Governador, Vice-Governador, Deputados Federais, Senadores e Presidente do Brasil que possam trabalhar representando o nosso povo, que possa colocar pessoas comprometidas com a causa pública, que possa colocar pessoas aqui que venham junto resgatar a credibilidade e autoconfiança de que a população tanto precisa e que a população tanto quer.

            Obrigado, Sr. Presidente, eu estou encerrando aqui já. Agradeço com carinho essa gentileza do Presidente que cedeu... Eu digo também, Sr. Presidente, que eu não sou o único que, de vez em quando, também extrapola o tempo.

            Ao mesmo tempo, eu quero aqui aproveitar esta oportunidade, encerrando agora de vez, para, além de agradecer tudo isso, dizer que eu estarei amanhã me afastando por quatro meses, conforme o Regimento Interno, para que eu possa ficar no Estado - tanto eu como meu pai - a coordenar o trabalho da campanha da minha esposa como também da minha irmã, para o governo do Estado de Rondônia e para o Senado, além da campanha para Deputado Federal e para Deputado Estadual. Aqui, vai ficar no meu lugar um grande homem público, uma pessoa que o Senador Suplicy, com certeza, conhece: o ex-Senador e meu segundo suplente, Odacir Soares. Ele foi um grande parceiro para o povo de Rondônia, e tenho certeza de que continuará sendo um grande parceiro para o povo do Estado de Rondônia.

            Eu quero aqui deixar meu abraço, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, e dizer que continuem orando pela gente, para que a gente possa ter saúde e paz. Do restante a gente corre atrás.

            Um abraço, obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/07/2014 - Página 587