Pela Liderança durante a 102ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Regozijo com o sucesso da Copa do Mundo de 2014 e seu legado.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ESPORTE.:
  • Regozijo com o sucesso da Copa do Mundo de 2014 e seu legado.
Publicação
Publicação no DSF de 16/07/2014 - Página 319
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ESPORTE.
Indexação
  • ELOGIO, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, RESULTADO, REALIZAÇÃO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, SEDE, BRASIL, CRITICA, ATUAÇÃO, OPOSIÇÃO.

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, algumas semanas atrás o noticiário do Brasil prenunciava um verdadeiro apocalipse para o País durante a Copa do Mundo de futebol: apagão no setor elétrico, caos aéreo, ruas tomadas por protestos, estádios inacabados, obras atrasadas, insegurança, fiasco de turistas e de público nos jogos. Enfim, de tudo o que há de ruim se falou para diminuir o Brasil e reduzir a importância desse megaevento esportivo, que, depois de 64 anos, nós voltaríamos a sediar.

            A Copa do Mundo, antes mesmo de ter iniciado, era anunciada por um bando de agourentos que torciam contra o Brasil como um retumbante fracasso. Houve quem dissesse publicamente ao mundo que nós passaríamos vergonha, que éramos, como afirmou o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, o País do improviso, um cemitério de obras inacabadas. Houve quem apostasse, como foi o caso do presidenciável do PSB, Eduardo Campos, que nada ficaria pronto para receber o mundial. Houve, na imprensa, quem calculasse que o Maracanã, que sediou a belíssima final entre a Alemanha e a Argentina, só estivesse concluído em 2038. Pintaram um quadro dantesco, semearam o terror por todos os meios, forçaram a população a acreditar que o Brasil era um País onde reinava o fracasso e a incompetência.

            Foi nesse trabalho mesquinho que muitos formadores de opinião, muitos veículos de comunicação e muitas Lideranças da oposição se esmeraram nos meses que antecederam o mundial. A Copa do Mundo de 2014 no Brasil veio para provar que todos eles são, em análise e em política, como o são em previsões: um completo desastre.

            O êxito do nosso mundial foi imenso. Recebemos mais de 846 mil estrangeiros vindos de mais de 200 países. Número superior a três milhões de brasileiros se locomoveu pelo Território nacional para assistir aos jogos nas arenas nas 12 cidades-sede. Tivemos 16 milhões de passageiros nos aeroportos, e o caos aéreo pelo qual tantos torciam não aconteceu. Ao contrário, os atrasos havidos foram em número inferior até mesmo à média registrada na União Europeia. Em um único dia, batemos um recorde histórico de movimentação, mais de meio milhão de pessoas se descolando pelos céus do Brasil, e nada, nenhum apagão aéreo, nenhum grande problema. Tudo funcionando perfeitamente.

            Nenhuma falha também na rede elétrica, embora em São Paulo falte água, no Brasil não falta energia elétrica, como eles apregoavam anteriormente. Não houve os desligamentos nos quais a oposição, que é especialista em apagões e em meter o Brasil às escuras, tanto apostou.

            Nas redes sociais, 1,2 bilhão de interações, 3,5 milhões de pessoas nos estádios e nas ruas, mais de 5 milhões foram às Fan Fests.

            Em casa, um Brasil inteiro ligado nos jogos, o que elevou em 59% a produção de televisores no País. Em todo o mundo, mais de 3,5 bilhões de pessoas acompanhando essa que, sem dúvida nenhuma, foi a Copa das Copas.

            A despeito daqueles que, mesmo sendo brasileiros, jogaram para trás, jogaram contra o País, as delegações, os atletas, a imprensa e os turistas estrangeiros que aqui estiveram deram um show de reconhecimento à capacidade do Brasil em sediar o mundial.

            A rede britânica BBC, por exemplo, apontou a nossa Copa como a maior de todos os tempos. O jornal americano The New York Times também atestou que essa foi a melhor Copa do Mundo na memória recente dos torcedores.

            Outro britânico, The Guardian, celebrou nossa hospitalidade e o fato de o "Brasil comprovar ser um perfeito anfitrião para inspirar uma comovente festa de Copa do Mundo".

            Da mesma opinião, são aqueles estrangeiros que vieram aqui assistir ao mundial. Pesquisa, hoje, publicada pelo Datafolha apontou que 83% dos estrangeiros avaliaram positivamente a realização da Copa do Mundo.

            Em alguns quesitos, como conforto e segurança nos estádios, a aprovação foi quase total: 92%. A hospitalidade do nosso povo ficou com 95% de ótimo ou bom por parte dos turistas; 69% deles deixaram o nosso País dizendo que gostariam muito de morar aqui. E, segundo o Ministério do Turismo, 95% foram embora assegurando que vão voltar. Enfim, realizamos um megaevento mundial que deve ser motivo de orgulho para todos nós.

            E mesmo tendo chegado ao fim de forma brilhante, a Copa ainda deixa muitos benefícios para que a gente desfrute dos seus efeitos.

            Mais de R$30 bilhões serão injetados na nossa economia durante esse período, segundo a Fipe, o que equivale a um incremento de 0,6% no nosso PIB.

            Ficará para os brasileiros o resultado dos mais de R$8 bilhões investidos na maior ampliação aeroportuária da história do Brasil.

            Ficarão as 42 obras de mobilidade urbana, que legaram ao País VLTs, 140km de corredores de ônibus e BRTs, novas estações de metrô e 50km de novas vias.

            Restarão aos brasileiros mais 4 novos terminais portuários de passageiros e mais de 15 mil antenas 3G/4G instaladas nas cidades-sede para melhorar a qualidade da nossa telefonia.

            Nossa festa só não foi completa pela eliminação da nossa Seleção nas semifinais. Mas a derrota para a Alemanha por 7X1 serviu, ao menos, para que possamos dar início a uma profunda reflexão sobre as bases em que estão assentadas o nosso futebol.

            Elas não podem estar circunscritas a grupos seletos. O nosso futebol é um patrimônio dos brasileiros e as discussões sobre os seus rumos não podem apartar a nossa sociedade. Todos temos o direito e o dever de participar desse debate.

            Mas, se não ganhamos dentro de campo, fora dele, temos de nos orgulhar de termos dado um show. Mostramos que somos capazes, que somos grandes, que somos competentes o suficiente para assumir as responsabilidades com as quais nos comprometemos.

            Derrotados mesmos foram aqueles que não acreditaram nas nossas capacidades, que ridicularizaram o Brasil e, fazendo isso, ridicularizaram todos os brasileiros.

            Derrotados foram aqueles que quiseram nos diminuir para nós mesmos e fazer chacota da gente diante do mundo, afirmando que passaríamos vergonha com o nosso mundial.

            Perderam. E perderam de uma forma muito mais traumática que a nossa Seleção.

(Interrupção do som.)

            O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE) - Porque os nossos atletas tiveram problemas, tiveram desfalques, não acharam em campo seu futebol, mas lutaram, de forma limpa, para tentar vencer os adversários.

            Quem jogou fora de campo contra o Brasil jogou de forma suja e desleal, que não engrandeceu nem o País nem o debate político. Por isso, foram derrotados - eles, sim - de forma humilhante nessa aposta torta feito contra o Brasil e as competências do nosso povo.

            Ainda hoje vi, tristemente, uma nota do Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, Partido do candidato Aécio Neves, dizendo que nós queremos nos apropriar do que foi a Copa. É verdade: nós queremos e estamos nos apropriando. Se tivesse havido o fracasso que eles preconizavam, nós agora estaríamos rotulados como sócios do fracasso. Ganhamos e ganhamos pela competência do Governo, pela competência do povo brasileiro, contra a má vontade daqueles - esses, sim - que tentaram manipular a paixão brasileira pelo futebol para se colocarem na política.

            Foram os que vaiaram e xingaram a Presidenta Dilma, foram esses, esses sim, mas o povo brasileiro soube dar uma demonstração da sua força. E quero aqui repetir: estamos nos apropriando, e vamos nos apropriar da nossa capacidade, da nossa competência de termos feito a Copa das Copas, e a oposição que ache ruim, que reclame e que, acima de tudo, aprenda a fazer algo semelhante pelo bem do nosso País.

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/07/2014 - Página 319