O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Eu queria agradecer a oportunidade de usar a tribuna mais uma vez esta semana, Srª Presidente Ana Amélia, pelo auxílio que V. Exª me dá também.

            E, cumprimentando ainda meu colega Cyro Miranda, que está aqui numa conversa com o Senador Suplicy, quero dizer que a democracia é uma coisa fantástica. Veja, o Senador Cyro acaba de subir à tribuna e fazer uma observação - e aí, desculpe-me, com todo o carinho, respeito e amizade que eu lhe tenho -, do ponto de vista dele e do PSDB, que querem o espaço de poder que o PT, que o Presidente Lula ocupou e que a Presidenta Dilma ocupou. E aí ele apresenta o seu ponto de vista.

            E eu ouso discordar da história de S. Exª, dos fatos. De fato, contra fatos, não há argumento, mas eu penso que o Senador fez aqui uma explanação, um discurso lido, que eu ouvi atentamente, que é o ponto de vista dele.

            Eu, por exemplo, acho que o Presidente Lula tomou uma das medidas mais acertadas quando conseguiu trazer a Copa do Mundo para o Brasil. Acho que a oposição errou, errou muito, e deveria, com todo o respeito - não V. Exª, mas a outros que exageraram -, inclusive, fazer um pedido de desculpas à Presidenta Dilma pelo que apostaram contra o Brasil. Não apostaram contra a Seleção brasileira; falaram que o Brasil era incapaz de fazer a Copa, que o Brasil ia dar um vexame, que ia ser um desastre, que ia ser um caos. Nem vexame nem desastre nem caos.

            Eu não vou tratar de Copa, porque quero tratar de outro evento no nosso País. Mas os fatos se impuseram: a Copa foi um sucesso. Foi aprovada pelo público, foi aprovada pela opinião nacional, foi aprovada pela opinião internacional, foi aprovada pelos jornalistas.

            Claro que temos de tirar lições, porque as Olimpíadas virão e temos de fazer dessas Olimpíadas, que têm uma audiência ainda maior do que a própria Copa, um passo adiante para o nosso País.

            Mas, não tenho dúvidas de que a Presidenta Dilma está de parabéns, assim como o Governo, o Ministro Aldo, todos os Ministros que se envolveram, as Forças Armadas, o Ministério da Defesa, a Marinha, a Aeronáutica e o Exército, as Polícias Estaduais, pelo trabalho que fizeram, pelo exemplo que nos deram de que o Brasil pode, sim, sediar eventos grandes, importantes no Planeta.

            Mas, venho à tribuna, Srª Presidenta, para fazer um registro, uma comunicação inadiável, o que me dá somente cinco minutos. A senhora me deu mais tempo.

            A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Maioria/PP - RS) - Porque penso, Senador Jorge Viana, considerando os oradores, que V. Exª, sendo nosso Vice-Presidente, e também em homenagem ao Acre, merece continuar falando.

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Agradeço o privilégio, mas vou tentar ser breve. Venho à tribuna daqui a pouco. Como bem já falamos da Presidência, nós vamos ter a honra de receber no Congresso brasileiro o Presidente da China. É uma visita histórica, importante.

            Eu queria aqui fazer o registro de que, depois de sediarmos a Copa do Mundo, nós estamos sediando a 6ª reunião do BRICS. Isso é o Brasil virando o endereço do mundo. Acabamos de ter uma imprensa especializada, esportiva, aliás, toda a imprensa mundial focada no Brasil por conta da Copa do Mundo. Agora, o mesmo acontece com uma imprensa ainda mais especializada, do ponto de vista econômico, com os olhos voltados para o Brasil. A imprensa internacional só fala desse encontro que o Brasil está sediando, que é a 6ª Conferência de Cúpula do BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e, desde 2011 para cá, a África do Sul.

            Não é pouca coisa, Senador Paim. O evento aconteceu nesta semana, e a Presidenta Dilma está de parabéns, o Governo brasileiro. É a segunda vez que o Brasil sedia um encontro como esse, e o evento aconteceu em Fortaleza, no Nordeste brasileiro.

            É a primeira vez que um evento dessa importância é levado para o Nordeste brasileiro. Isso mostra que o nosso País também está mudando e aprendendo a tratar todos os brasileiros de uma forma mais igual. Num passado recente, era só Rio, São Paulo, Brasília, Brasília, São Paulo, Rio, e, agora, há um dos encontros mais importantes, uma conferência de chefes de Estados, com o Presidente da Rússia - eu tive o prazer de participar de um almoço em homenagem a ele, no Itamaraty, a convite da Presidenta Dilma -; o Presidente Zuma, da África do Sul, que está aqui no nosso País; o Presidente Modi, da Índia, o Primeiro Ministro; e o Presidente da China, Xi Jinping, que vai estar hoje aqui nos visitando, numa visita oficial ao Congresso.

            É o Brasil ocupando um espaço perante o mundo que lhe cabe. E eu acho que nós devemos, de alguma maneira, aproveitar esses eventos que são fatos concretos, para que a gente possa refletir um pouco se é verdade ou não que o Brasil está mudando de posição diante do mundo. A resposta para mim é clara: o Brasil mudou para melhor.

            O nosso País agora está sediando eventos e encontros que o mundo inteiro cobiça sediar. O Brasil tem números robustos de crescimento econômico. Basta se ver.

            Olhe, nós aqui temos uma reunião dos BRICS. Eu posso ler alguns números: população da China, 1,35 bilhões de pessoas; da Índia, 1,210 bilhão; do Brasil, 200 milhões de pessoas; da Rússia, 144 milhões de pessoas; da África do Sul, 52 milhões de pessoas. Quanto ao PIB, o da China, que tem 1,35 bilhões, é de US$9 trilhões; o PIB do Brasil é de US$2,2 trilhões, já está maior hoje; o da Rússia, US$2 trilhões, menor do que o do Brasil, portanto; o da Índia, que tem uma população de 1,2 bilhão de habitantes, tem um PIB, um Produto Interno Bruto, de US$1,7 trilhão; e o da África do Sul, o menor deles, é de US$380 bilhões, o que Mostra a robustez do nosso País, mostra a importância do nosso País.

            Eu poderia ter colocado, aqui, o PIB per capita, também: o da Rússia é de US$14 mil; o do Brasil é de US$11 mil; o da China, US$6 mil; o da África do Sul, US$7 mil; e o da Índia, US$1,4 mil. Será que esses números, que são fatos concretos, não nos fazem pensar que algo aconteceu para melhor, no nosso País, nos últimos anos? Será que a inclusão na classe média brasileira de 40 milhões de brasileiros é nada?

            Será que tirar 30 milhões de pessoas de uma situação de miséria absoluta para uma situação digna não é nada? Construir 3 milhões de habitações, 3,7 milhões estão contratadas pelo governo do Presidente Lula e da Presidenta Dilma, isso é nada? Será que gerar 20 milhões de empregos, quando o mundo tem 200 milhões de desempregados...?

            O Brasil gerou, no governo Lula, quase 15 milhões de empregos. A Presidenta Dilma, que não terminou o seu quarto ano de mandato, gerou 5 milhões de empregos com carteira assinada. O PSDB esteve no governo por oito anos, e não gerou, em oito anos, 5 milhões de empregos neste País - durante oito anos!

            E, todos os dias, nós temos que ficar, aqui, recebendo lição de moral do PSDB, que não fez o dever de casa. Se quiserem debater corrupção, nós vamos debater. O PSDB comprou a reeleição,...

(Soa a campainha.)

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ... pagando caro, com dinheiro público e, agora, tenta falar do PT.

            O PSDB criou o mensalão em Minas Gerais, cinco anos antes do mensalão do PT. Não estou, com isso, justificando nada, estou só pondo as coisas no devido lugar.

            Então, eu queria parabenizar a Presidenta Dilma pela maneira como escolheu sediar essa 6ª Conferência do BRICS em Fortaleza. Eu queria dizer que a criação desse banco que, agora, vai fazer frente ao Banco Mundial e ao BID está sendo feita com uma reserva de US$50 bilhões, com autorização de chegar a US$100 bilhões. Isso para financiar

o desenvolvimento deste mundo de forma sustentável, porque, um dos temas dessa conferência é a...

(Interrupção de som)

(Soa a campainha.)

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Só para concluir, Srª Presidente. Agradeço, mais uma vez, a maneira como V. Exª me dá a deferência de usar a tribuna.

            Nessa conferência, estão tratando, com um foco na participação dos BRICS, da responsabilidade de uma ordem mundial justa, para que possa haver desenvolvimento sustentável com inclusão social. Esse é um tema em relação ao qual o Brasil pode ser uma referência. O Brasil reduziu o desmatamento e aumentou a produção de alimentos, ou seja, reduziu a destruição de suas florestas e conseguiu ter desenvolvimento na agricultura, e o Brasil teve crescimento econômico e inclusão social.

            Então, acho que não haveria endereço melhor no mundo para sediar a 6º Conferência do BRICS que no Brasil. Que o Brasil siga em frente e que a gente faça justiça à Presidenta Dilma, cumprimentando-a pelo trabalho que vem fazendo frente à Nação! Muito obrigado, Srª Presidente.