Pela Liderança durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Denúncia sobre suposta ilegalidade de exploração de madeira no Município de Prainha-PA.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Denúncia sobre suposta ilegalidade de exploração de madeira no Município de Prainha-PA.
Publicação
Publicação no DSF de 07/08/2014 - Página 34
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • DENUNCIA, POSSIBILIDADE, ILEGALIDADE, EXPLORAÇÃO, MADEIRA, LOCAL, MUNICIPIO, PRAINHA (PA), ESTADO DO PARA (PA), CRITICA, DIFICULDADE, FISCALIZAÇÃO, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Pela Liderança. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu tenho dito, aqui nesta tribuna, por várias vezes, que sou Senador do PSDB e que meu Partido discute suas ideias, os temas, os problemas do Brasil, mas nós não somos submissos a ninguém.

            Considero-me um Senador independente. Sempre digo que, no Congresso, no Senado, paraenses queridos da terra de Nossa Senhora de Nazaré, não sou submisso a ninguém, que não troco o meu mandato, porque a mim ele não pertence. O meu mandato pertence ao povo do Estado do Pará, que me mandou para cá com mais de um milhão e meio de votos. Falo aqui por cada paraense. Defendo aqui aquilo que o paraense queria defender: os direitos dos mais pobres.

            Vou falar de um tema hoje de muita importância e que está acontecendo no meu Estado, no Município de Prainha.

            Não troco, não me curvo a ofertas de governos. Se este Senado não fosse submisso, se este Senado não se ajoelhasse aos pés de Dilma, o Brasil, com certeza, não estaria passando pelo que está passando hoje. E o povo do meu Pará não estaria sofrendo como sofrem hoje os mais humildes.

            Vejam só! Por isso, paraenses, eu me orgulho de bater no peito e dizer aqui que falo o que quero. Não tenho cargos públicos. Não recebo emendas. Não conheço a Dilma, nunca falei com ela. Mas conheço bem, muito bem, o meu Estado e o meu povo. E conheço os problemas do meu Estado.

            Venho para cá com a voz deles, defendendo-os e orgulhando-me de ser paraense.

            Pasme, Sr. Presidente, no Município de Prainha, na localização denominada de Cupim, região que fica a cerca de um quilômetro do Rio Caminaú, afluente do Rio Jauari. Ali, Sr. Presidente, estamos à beira de um conflito sangrento.

            O Pará, por muito tempo, por muitas vezes, já assistiu conflitos agrários, já assistiu paraenses caírem, morrerem por causa exatamente de terras. Agora, se aproxima mais um desses fatos, e vou mostrá-los aqui, por ser independente. Não tenho receio de nada.

            Brasileiros e brasileiras, no meu Estado, de vez em quando, aparece um milionário para tentar humilhar os mais pobres; de vez em quando aparece um irresponsável, um incompetente, um desastrado, um bandido, para querer humilhar os mais pobres. E é isso que está acontecendo, exatamente, lá no Município de Prainha. Alguém rico, milionário começa a entrar nas áreas, sem nenhuma - sem nenhuma, repito - condição na qual se possa dizer que ele está regular. Completamente irregular.

            O Ibama fecha os olhos! O Ibama faz que não vê! O Ibama é um órgão incompetente! Este País tem de mudar! Essa história de Ibama tem de acabar! O Ibama não atua - só quando quer, só quando lhe servem!

            Como o empresário milionário pode chegar a uma região com mais de cem famílias e fazer o que quer, fazer uma verdadeira derrubada de árvores? Aquelas madeiras, que são denominadas madeiras nobres, já foram todas destruídas; agora, estão destruindo refugos. E vou mostrar a vocês o que é a desgraça no Brasil daqueles que são fracos.

            Eu não sou contra empresário madeireiro, não sou contra, mas que esteja na legalidade e respeite o povo pobre.

            A Prefeita de Prainha, Prefeita Patrícia - diga-se de passagem -, tem lutado em proteção dos menos favorecidos. Prefeita guerreira, prefeita honesta, prefeita competente, prefeita trabalhadora, que defende as pessoas mais frágeis, correndo até risco de vida. Esteve lá, no local, olhou, e eu recebi a denúncia hoje.

            Não só falo, mas eu também faço as ações. Estou encaminhando ao Ibama de Brasília. E eu espero, Ibama; eu vou lhes dar um prazo, Ibama; e, se vocês não forem ao local, eu vou chamá-los aqui no Senado Federal, junto com essas cem famílias, para que vocês digam, na frente deste Senador, por que vocês não estão fiscalizando essa área.

            Vou mandar para o Ibama, Senador Paim, que é um homem que condena esse tipo de ações.

            Aqui, eu não estou condenando nenhum madeireiro que possa ter o seu trabalho industrial legalizado. Aqui, eu estou denunciando a ilegalidade. Aqui, eu estou denunciando a ameaça. Aqui, eu estou denunciando os maus-tratos, a sem-vergonhice, a estupidez que estão fazendo com cem famílias, Senador Paulo Paim.

            Antigamente, traziam água para a gente, Senador. Agora, não tem mais. O que é isso? É falta de empréstimo?

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - A água está chegando aí, já.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - A gente pode fazer um empréstimo para comprar água.

            Eu mostro, Senador Paulo Paim. Olhe, Senador, olhe aqui.

            TV Senado, onde é melhor para mostrar isto aqui? Olhe aqui, TV Senado: mais de duas mil toras de madeira na ilegalidade. Mais de duas mil toras de madeira na ilegalidade! Olhe aqui, TV Senado, olhe a estupidez, a aberração. Olhe aqui, TV Senado. Olhe quantas toras de madeira irregulares. Olhe a canalhice! Porque são poderosos, podem. Porque são poderosos, humilham. Porque são poderosos, destroem. Passam por cima de todos ou tentam passar. Nas suas frentes encontraram o Senador Mário Couto. Seja quem for, eu não quero saber quem é, vocês vão ter que parar e pagar pelo que fizeram.

            Olhem como são poderosos. Isso é um ramal feito para ir até onde estão as grandes árvores. Olhe, Brasil. Olhe que tipo de ramal foi feito pelos empresários. Esse ramal eu queria que fosse feito na minha terra, lá em Salvaterra, onde se levam os meus agricultores para as pequenas vilas. Ramal de dez metros. Aqui eu acho que vão colocar até asfalto para tirar as madeiras irregulares.

            Sr. Presidente, tenho em minha mão o primeiro requerimento e o estou mandando à Procuradoria-Geral da República, ao Ministério Público Federal. Sei que há muitos oradores que esperam eu descer desta tribuna para falarem aqui. Por isso não vou ler a cada um, mas eu faço uma pausa no meu pronunciamento para falar ao Senador Presidente, Renan Calheiros.

            Presidente Renan Calheiros, quero contar com a ajuda de V. Exª neste caso. Isso é uma afronta ao meu Estado. Isso é uma afronta aos menos favorecidos. Estou mandando os ofícios aos órgãos competentes, mas, se eu não for feliz na minha caminhada, precisarei de V. Exª. Preciso do Presidente do Senado Nacional para ajudar nesta luta, para que os pobres agricultores da minha terra, lá no Município de Prainha, não sejam massacrados.

            Quero trazer aqui, vou fazer o requerimento para V. Exª, o autor dessa "..." - tire a palavra chula do meu pronunciamento. Vamos trazê-lo aqui, junto com as cem famílias que estão sendo massacradas por ele, e vamos dar direito a quem o tem, meu caro Presidente deste Congresso Nacional. Eu espero a sua ajuda neste caso.

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco Maioria/PMDB - AL) - Pode contar.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/08/2014 - Página 34