Discurso durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização da 1ª Mostra Curta-SE realizado pelo TCE-SE.

Autor
Kaká Andrade (PDT - Partido Democrático Trabalhista/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Porto de Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL.:
  • Registro da realização da 1ª Mostra Curta-SE realizado pelo TCE-SE.
Publicação
Publicação no DSF de 07/08/2014 - Página 95
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, EVENTO, EXIBIÇÃO, FILME, LOCAL, ESTADO DE SERGIPE (SE), IMPORTANCIA, INCENTIVO, CULTURA, GOVERNO ESTADUAL, DIVULGAÇÃO, POPULAÇÃO, LOCALIDADE.

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, pessoas queridas que nos acompanham Brasil afora, pela internet e através do complexo de comunicação do Senado Federal, minhas senhoras e meus senhores, o Tribunal de Contas do Estado de Sergipe tem antiga tradição de valorizar e divulgar a arte e a cultura no nosso Estado, através de eventos conhecidos como Sexta Cultural.

            Os temas têm sido os mais diversos. Para que se tenha pleno conhecimento de sua dimensão, convém citar alguns deles: exposições fotográficas, como a mostra Colorindo a Cor, retratando a Lei Maria da Penha; lançamento de obras literárias, como o terceiro volume do livro do escritor Vieira Neto, Teatro Quase Integral; apresentações folclóricas, como do grupo Maracatu Renascer, do Município de Japaratuba; arraiais juninos, com a presença de quadrilhas; shows sertanejos. A lista não se esgota aí, muito mais já foi mostrado.

            Gostaria de me ater um pouco mais à última edição do evento, que aconteceu agora, entre os dias 28 e 31 de julho. Foi a primeira Mostra Curta-SE, no auditório daquela Corte de Contas, onde foram exibidos oito curtas-metragens e dois longas-metragens, atraindo a atenção de uma grande quantidade de pessoas, tanto servidores quanto do público externo.

            Todos estes dez filmes apresentam uma característica em comum: foram produzidos em Sergipe! Retratam o cotidiano de nossa gente, de nossas cidades, do nosso Sertão.

            No curta A Mão que Borda, dirigido por Caroline Mendonça, o enfoque é dado às bordadeiras do Município de Cedro de São João. Estas mulheres realizam uma atividade hoje integrada ao que se chama de economia criativa - transformam um bem cultural em um produto comercial da maior importância para a economia local.

            Em Sergipe, muitas famílias vivem da pesca. Esta realidade comum no cotidiano de nossa gente é abordada no curta Do Outro Lado do Rio, que em magníficos 11 minutos e conta a história de um pescador e de sua filha adolescente. Mostra, por um lado, a difícil vida real e cotidiana do pai e, por outro lado, em contraste, os sonhos e a timidez de sua filha. Esta produção teve locações em Barra dos Coqueiros e em Aracaju, e ainda retrata a religiosidade e a fé, que sempre foram características marcantes do povo do meu Estado.

            Os dois longas-metragens exibidos foram Sargento Getúlio e Aos Ventos que Virão. São obras do talentoso diretor Hermano Penna, considerado o mais sergipano de todos os diretores brasileiros e que, recentemente, foi agraciado pela Assembleia Legislativa com o título de Cidadão Sergipano.

            Baseado em obra homônima do acadêmico João Ubaldo Ribeiro, que tão precoce e recentemente nos deixou, Sargento Getúlio é ambientado na década de 40 do século passado e conta a saga de um sargento que recebe a missão de levar de Paulo Afonso, na Bahia, a Aracaju um prisioneiro que é inimigo político de seu chefe. Seguem em um carro velho e, em meio à viagem, em virtude de alterações no panorama político, o personagem Getúlio recebe ordem para soltar o prisioneiro, mas rebela-se e decide terminar a tarefa para a qual fora escalado.

            Sargento Getúlio veio do alto sertão sergipano, mais exatamente de Poço Redondo, Município vizinho de Canindé de São Francisco, e teve Lima Duarte no papel principal, junto com atores sergipanos como Antônio Leite, Orlando Vieira, Amaral Cavalcante, Luiz Antônio Barreto, dentre outros.

            A apresentação deste filme soou até como homenagem a João Ubaldo Ribeiro, pois aos dois meses de idade sua família mudou-se para Aracaju, onde passou parte de sua infância.

            A mesma cidade de Poço Redondo foi também palco das cenas de Aos Ventos que Virão, que conta a saga de um ex-cangaceiro e sua luta para dar outro rumo a sua vida, após a morte de Lampião. Muda-se para São Paulo, onde trabalha na construção civil, e depois ingressa na vida política.

            Não quero esgotar aqui todos os títulos exibidos. São todos de fácil acesso aos interessados, muitos inclusive disponíveis na internet. Meu objetivo é congratular-me com o Tribunal de Contas do Estado de Sergipe por essa iniciativa das mais felizes, em manter sempre este espaço para a divulgação da arte e da cultura do nosso povo. Congratular-me pela possibilidade de aproximar essas obras do público.

            Dessa forma, viabiliza, também, a aproximação com a sociedade sergipana, permitindo que a população acompanhe, de perto, o desempenho de suas atividades institucionais e que tenha plena consciência do importantíssimo papel que desempenha como corte de contas.

            Destaco, ainda, que um espaço como este aberto pelo TCE, na verdade, transforma-o em muito mais do que um mero divulgador de nossos talentos. Ao proceder assim, o Tribunal de Contas do Estado contribui com possibilidades essenciais de sustentação das nossas manifestações artísticas e culturais, fornece meios para sua afirmação e aproxima a população da arte e da cultura. Além disso, contribui sobremaneira para que novas gerações de cineastas surjam em Sergipe, para que novas produções sejam feitas tendo-o como pano de fundo, de norte a sul, da capital ao sertão.

            Nenhum país, nenhum Estado, nenhum Município e nenhuma gente têm a identidade perene se não cultiva seus valores, se não valoriza suas tradições e sua história.

(Soa a campainha.)

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE) - Da mesma forma que uma flor que precisa do ar para ver exalado seu perfume e precisa da luz para resplandecer suas cores, a arte e a cultura precisam de iniciativas como esta, do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, para se tornarem perenes e integradas sempre à memória do nosso povo.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/08/2014 - Página 95