O SR. FLEURY (Bloco Minoria/DEM - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da rede de comunicação do Senado, é com grande satisfação que hoje faço uso da palavra. Quero pegar um gancho nas palavras de V. Exª, quando citou as várias raças de cavalo que nós temos e aproveitar, nesse gancho, a palavra do nosso eterno Presidente José Sarney. Quero dizer que quando se monta na razão não se precisa de esporas. E se montar na razão, em um cavalo alazão, o Presidente Sarney está com a razão.

    Que os gaúchos que estão nos ouvindo à porta da abertura da Expointer, a maior exposição deste País, que os proprietários de cavalo alazão se sintam com a responsabilidade de dar esse orgulho de vencer o Freio de Ouro, para vermos o nosso Presidente mais satisfeito e alegre por defender o cavalo alazão.

Sr. Presidente, quero aqui, hoje relatar, primeiro, no próprio pronunciamento do Presidente...

    E aproveito a pessoa do Sr. Paulinho, assessor desta Casa, que desde o primeiro dia, como assessor da Mesa, tem nos tratado com grande deferência, um grande homem, competente, que cativou em mim uma amizade muito profunda em poucos dias, por sua dedicação e seu olhar sincero. Assim como os funcionários da Casa que trabalham na parte de engenharia e que estão fazendo mudanças, adaptações em meu gabinete e inclusive em parte do Senado, que me decepcionou um pouco.

    Eu ouvia do Presidente desta Casa que o Senado estava totalmente adaptado para deficientes, mas essa não é a realidade. Eu não tenho como ir à Mesa. Fui duas vezes e precisei ser carregado. As dificuldades aqui ainda são grandes.

    Recentemente, estivemos na Diretoria, com a Diretora-Geral Adjunta. E quero dizer ao senhor que não posso me referir a ela como me referi a todos os funcionários. Fui extremamente mal recebido pela Diretora. Quero, inclusive, que se registre isto: fui extremamente mal recebido pela Diretora, Drª Ilana. Ela teve a audá- cia de me receber no corredor. E um deficiente nunca pode, nunca deve conversar com alguém olhando para cima, porque se a cada pessoa que chegar eu tiver que ficar assim para poder falar, no fim da tarde, eu teria que trocar o pescoço, porque a dor é muito grande. Nós precisamos ficar na mesma altura. A primeira coisa que se deve aprender ao tratar com um deficiente é puxar uma cadeira e se sentar para ficar olho a olho.

    Então, quero deixar registrado que cumprimento os funcionários, que são muito mais importantes para mim do que a deselegância da Diretora Adjunta, uma pessoa que tem um cargo e uma sala maravi- lhosos, mas que me recebeu no corredor, fazendo muito pouco caso das minhas reivindicações, que trata- vam do acesso aos deficientes. E fui lá a fim de me colocar à disposição dela para que mudemos algumas coisas no Senado.

    Por exemplo, se o senhor observar, na tribuna de imprensa, não há lugar para um cadeirante; na tribu- na para autoridades e convidados, não há lugar para uma cadeira de rodas. Nesta Casa, quem está em uma cadeira de rodas tem muita dificuldade para entrar. Então, faço questão que o senhor anote isso e que a Mesa discuta no sentido de que nós deficientes sejamos não vou dizer respeitados, porque os funcionários respei- tam, mas que a Mesa tome providências a favor de quem está em uma cadeira de rodas ou de quem é mais idoso e precisa andar nesta Casa.

Muito obrigado.