Discurso durante a 129ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa do atual governo do Amapá e críticas à propaganda eleitoral realizada pelos adversários políticos.

Autor
João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO AMAPA (AP), GOVERNO ESTADUAL, ELEIÇÕES.:
  • Defesa do atual governo do Amapá e críticas à propaganda eleitoral realizada pelos adversários políticos.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2014 - Página 130
Assunto
Outros > ESTADO DO AMAPA (AP), GOVERNO ESTADUAL, ELEIÇÕES.
Indexação
  • DEFESA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO AMAPA (AP), CRITICA, PROPAGANDA ELEITORAL, CANDIDATO, OPOSIÇÃO, MOTIVO, PRIVILEGIO, DIVULGAÇÃO, REALIZAÇÃO, OBRAS.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Apoio Governo/PSB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, Senador Magno Malta, que acaba de se manifestar.

            Na tarde de hoje, eu gostaria de falar sobre as eleições no meu Estado, um Estado da Federação do qual uma parte fica no hemisfério norte, mais próxima dos países ricos do Planeta. É um Estado muito preservado, um Estado cuja cobertura vegetal primária, praticamente, está preservada, íntegra.

            Eu gostaria de dizer que tenho acompanhado, com muita atenção, o horário eleitoral no rádio e na TV em meu Estado, o Amapá. E tenho observado, Sr. Presidente, que o ex-Governador, que hoje concorre, que tenta chegar novamente ao governo, tenta se eleger novamente Governador, tem se notabilizado por apresentar obras sem nome e sem endereço. No seu horário eleitoral, é muito comum fazer referência a uma escola sem definir onde essa está localizada, sem definir o nome dessa escola. Seu programa, nas emissoras de rádio e televisão, parece uma obra de ficção cinematográfica.

            No último programa de Waldez, ele apresentou o depoimento de D. Maria Amélia Silva, uma linda senhora que fala da existência de uma unidade mista de saúde onde morreu uma pessoa de sua comunidade, e conclui dizendo que a referida unidade funcionava muito bem no governo do Sr. Waldez Góes, mas que foi abandonada no atual Governo.

            O problema é que a senhorinha e, também, o programa não dizem o nome da unidade, muito menos o endereço, para que nós pudéssemos ir lá e verificar, no local, o problema que está ocorrendo: a falta de atendimento. Nós gostaríamos de ter...

            O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco União e Força/PR - ES) - Permita-me, Senador Capiberibe.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Apoio Governo/PSB - AP) - Pois não.

            O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco União e Força/PR - ES) - Recebi uma denúncia aqui de que a TV Senado não estava transmitindo o meu pronunciamento, e eu quero saber se o do senhor está sendo transmitido agora, porque eu tenho certeza de que o senhor está querendo ser ouvido lá no seu Estado.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Apoio Governo/PSB - AP) - Claro, imagine.

            O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco União e Força/PR - ES) - Isso é muito grave.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Apoio Governo/PSB - AP) - Quero ser ouvido no Brasil todo e no meu Estado.

            O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco União e Força/PR - ES) - Isso é muito grave! Eu quero ouvir uma manifestação do Presidente da TV Senado, do jornalista que comanda as comunicações aqui. Isso é grave! E gostaria de pedir à minha assessoria que entrasse com o requerimento agora, pedindo o DVD do meu discurso, porque eu soube que eles cortaram todo o meu discurso e passaram a transmitir o final da minha fala.

            E a minha preocupação é de que a fala de V. Exª não esteja chegando ao seu Estado, porque V. Exª só tem essa trincheira.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Apoio Governo/PSB - AP) - Certamente, e as redes sociais.

            O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco União e Força/PR - ES) - E as redes sociais.

            Eu quero saber: V. Exª quer continuar mesmo sem essa informação ou quer esperar um minuto?

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Apoio Governo/PSB - AP) - Eu prefiro aguardar um minuto, claro.

            O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco União e Força/PR - ES) - Eu queria que me informassem por que o meu discurso não foi transmitido, porque jabuti não sobe em árvore! Ou é enchente ou mão de gente! Ou é enchente ou mão de gente!

            Estão transmitindo ao vivo agora?

            O senhor pode continuar, mas eu preciso dessa informação.

            O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Apoio Governo/PSB - AP) - Obrigado, Sr. Presidente. Obrigado, V. Exª tem inteira razão. Imagine um pronunciamento que... O único espaço que nós temos é a tribuna, e esta tribuna tem que ser reverberada em todo o País a partir daqui.

            Portanto, como eu ia dizendo, o problema é que a senhorinha lá que fala no horário eleitoral não diz o nome da unidade e muito menos o endereço para que pudéssemos buscar uma solução para o problema. Eu recorri ao Facebook, ao Twitter, às redes sociais para que as pessoas me ajudassem a identificar a referida unidade. Coloquei alguns posts, pedindo auxílio para que me mandassem informação, mas não me chegou uma informação conclusiva; chegou-me uma sugestão, dizendo que, muito provavelmente, essa unidade a que a senhora se referia seria uma unidade de saúde que não foi obra do governo - ele dizia que era obra sua, não é? -, mas de um empresário penalizado pela Justiça por ter aterrado uma lagoa.

            Ora, essa apresentação de obras se repete em todos os programas desse candidato. São as mesmas mentiras que vêm sendo repetidas há três anos e meio em uma parcela dos órgãos de comunicação do Amapá, que apostam na volta daqueles que saquearam o Poder Público durante oito anos. E fica muito claro, para quem vive no Amapá, que os meios de comunicação trataram, de uma forma muito sistemática, de esconder as realizações de interesse da comunidade, em uma agressão a essa mesma comunidade, porque as concessões públicas de rádio e TV têm a obrigação de informar à sociedade aquilo que é de interesse da sociedade.

            Eu diria, por exemplo, que a inauguração de um hospital público é de interesse, sim, da sociedade. A construção de rodovias de integração também é de interesse da sociedade. A implantação de novos sistemas de tratamento de água - que o Governador vem expandindo para todo o Estado, e que até o final do ano vai atender 80% daqueles que moram no Amapá, ele pegou com 40% e em quatro anos vai dobrar - também é de interesse da comunidade. Porém, essas obras e esses serviços não são comunicados, não se transformam em informação.

            Felizmente, Sr. Presidente, desde o inicio da campanha eleitoral oficial, o Ministério Público e a Justiça têm colocado um freio nesta rede de difamação e calúnia. Além disso, o atual Governo tem usado o horário eleitoral para, finalmente, mostrar ao povo do Amapá o fruto do seu trabalho, que trouxe de volta a credibilidade do Estado junto aos bancos públicos e privados, aos investidores e aos organismos públicos e privados, e retirou do SPC, do Serasa, da inadimplência, os servidores públicos e, claro, também o Governo, prejudicados. Os servidores públicos no Amapá foram prejudicados. A sua imagem e credibilidade foram prejudicadas com o desvio do dinheiro que deveria ser repassado a instituições bancárias para quitação de empréstimos consignados. O dinheiro desses empréstimos foi desviado.

            Aliás, Waldez e seu sucessor foram condenados por isso e eles escondem a condenação. Isso é muito grave, não só eles escondem como também os meios de comunicação não comunicam que aquele candidato está condenado em uma sentença proferida, em abril passado, pelo juiz Paulo Madeira, da 6ª Vara. A sentença está publicada no site da Justiça, mas os meios de comunicação, que deveriam reverberar essa decisão importante, calam-se.

            Na decisão, os ex-Governadores Antônio Waldez Góes da Silva e Pedro Paulo Dias de Carvalho foram apenados por improbidade administrativa e ressarcimento dos recursos aos cofres do Erário público, com pagamento de multa de igual valor.

            A credibilidade e o resgate da dignidade aos servidores proporcionaram que o Amapá se tornasse um grande canteiro de obras de infraestrutura na saúde, educação, transportes, habitação popular e que mais recursos fossem investidos na segurança pública.

            Eu tenho os dados - eu tenho uma enorme curiosidade e não sou contador, mas gosto muito de analisar a contabilidade pública -: nos últimos três anos, até o dia 31 de dezembro de 2013, o Governador Camilo Capiberibe - V. Exª foi lá, o apoiou - está fazendo um belíssimo trabalho.

            Ele conseguiu, com apoio nosso, aqui no Senado, meu, do Senador Randolfe Rodrigues, e, claro, com os que se opunham, mas a nossa participação, junto às instituições federais, fizeram com que ele pudesse levantar recursos. Em 2011, ele investiu em obras sociais, como escolas, hospitais, segurança pública, água, esgoto, R$138 milhões, no seu primeiro ano de mandato. No segundo ano de mandato, esses investimentos saltaram para R$592 milhões. No terceiro ano, em 2013, fechou em R$522 milhões. E, neste ano, deve atingir mais R$582 milhões, de investimentos. É um Estado que tem uma capacidade de investir da ordem de 18% da sua receita bruta.

            Mas, o feito mais relevante do Governador Camilo Capiberibe foi, em apenas três anos e meio de mandato, ter conseguido, graças à credibilidade do seu Governo, que esses investimentos todos, dos setores da economia privada, acabassem com a mística amapaense. Lá se falava que nós desenvolvemos uma economia do contracheque, e através de uma entrevista, os dois líderes do comércio local, o Presidente da Fecomércio, Viterbino da Silva, e Jaime Nunes, mostraram que, pela primeira vez, apenas o comércio estava empregando mais gente que o setor público e que empregos com carteira assinada, ao longo dos últimos dos três anos, cresceram muito acima do dobro da média nacional.

            Cito uma das conquistas. O Amapá é uma região privilegiada, nós temos lá capacidade de instalar um porto para receber a soja produzida em Mato Grosso. Os sojeiros estiveram no Amapá, o Governador foi a Mato Grosso, visitou, e hoje uma grande empresa de Mato Grosso, a Cianport, está instalando um porto, um terminal graneleiro no Município de Santana para exportar a soja produzida no Mato Grosso, que vai de barcaça até o Amapá e, de lá, para o resto do mundo. Então, o Governador colocou o Amapá nessa possibilidade do grande comércio internacional.

            A verdade é que esses horários eleitorais estão revelando algo fantástico. De um lado, um governante que se preocupou em promover grandes investimentos no Amapá e teve pouquíssima preocupação com a reeleição. E do outro lado, um que passou oito anos e investiu R$520 bilhões - isso, para se ter uma ideia.

            Camilo, em três anos, investiu R$1,057 bilhão, mas não teve a preocupação de trabalhar para a reeleição. A preocupação dele foi trabalhar para melhorar a vida coletiva, a vida do nosso povo, só que agora começa a revelar isso para a sociedade através do horário eleitoral, que torna a disputa mais democrática.

            O nosso povo do Amapá está a cada dia mais surpreso com o trabalho realizado por Camilo, e, evidentemente, isso lhe está dando uma ampla possibilidade de ser reeleito Governador.

            Portanto, eu faço essa análise aqui para dizer-lhes que o povo vota em quem faz por ele, e, mais ainda, em quem vai fazer mais no futuro. E é isso que pretende Camilo para o povo do Amapá.

            Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2014 - Página 130