Discurso durante a 128ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Expectativa de que o Senado Federal adote medidas que promovam a acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência física ou com mobilidade reduzida.

Autor
Fleury (DEM - Democratas/GO)
Nome completo: José Eduardo Fleury Fernandes Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR, DIREITOS HUMANOS.:
  • Expectativa de que o Senado Federal adote medidas que promovam a acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência física ou com mobilidade reduzida.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2014 - Página 661
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR, DIREITOS HUMANOS.
Indexação
  • REGISTRO, NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, ESTADOS, MUNICIPIOS, INSTITUIÇÃO PARTICULAR, ATENÇÃO, PESSOA DEFICIENTE, ENFASE, IMPORTANCIA, TREINAMENTO DE PESSOAL, CONGRESSO NACIONAL, ATENDIMENTO, DEFICIENTE FISICO.

            O SR. FLEURY (Bloco Minoria/DEM - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Ana Rita, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, ouvintes e leitores da Comunicação do Senado - Rádio, Jornal e TV Senado -, que, sem dúvida, hoje, levam a todo o País a notícia desta Casa, a maior Casa de leis, onde tudo precisa ser discutido e aprovado, desde que assumi no Senado, tenho me mostrado, diuturnamente, um defensor dos produtores rurais. Sou um produtor e resido em uma propriedade há mais de quarenta anos, de onde saí para assumir um mandato no Senado. No meu primeiro pronunciamento, disse que estaria aqui, diuturnamente, para defender os produtores rurais deste País.

            Hoje, a nossa Presidente, sem dúvida, tem como lema dizer do superávit que esse setor dá - o setor agrícola é o único que tem superávit neste País -, mas ela olha muito pouco para os produtores. Eu diria, até, que ela é cega para os produtores rurais deste País.

            Mas, não é sobre isso que quero falar hoje, diariamente, irei tocar nesse assunto.

            Mas hoje eu quero fazer um pronunciamento. Sou um deficiente físico há mais de 20 anos. Assumi uma cadeira de rodas - por um acidente - e venho olhando dia a dia as necessidades dos deficientes e a falta de respeito que não só o Governo, os Estados, os Municípios e as entidades particulares têm com os deficientes físicos. Os deficientes não são coitados; nós deficientes apenas trocamos a perna por duas rodas em uma cadeira; ou alguns, por uma bengala, mas o País precisa olhar diferentemente para os deficientes.

            Quando cheguei a esta Casa, com muitas dificuldades, estive com o Presidente Renan, que, imediatamente, passou ao Diretor desta Casa, Sr. Bandeira, e este tem dado cobertura em todas as reivindicações que tenho feito; todas as reivindicações que eu fiz à Mesa, à Presidência, através do Presidente Renan Calheiros, têm sido acolhidas. Já mudamos muito, mas está muito longe de ser uma Casa com respeito aos deficientes, não só o que usa o plenário, mas os que vêm aqui para assistir, dialogar e visitar alguns Senadores.

            Por isso, hoje eu quero pautar o meu pronunciamento nesse sentido e, com a presença agora do Senador Paim na Presidência, que é o homem que sempre lutou contra a desigualdade, eu tenho certeza de que tenho mais um companheiro forte e vou aproveitar para solicitar de todos os Senadores, todos os companheiros aqui, que abracemos essa causa porque ela é muito importante. Só quem está numa cadeira pode avaliar.

            Eu tenho sido um soldado desta Presidência, do Presidente Renan, para nós fazermos uma mudança, e ele tem colocado toda a equipe a minha disposição, a nossa disposição.

            Peço a V. Exª, Senador Paim, que faça um trabalho também junto aos funcionários desta Casa. Todos têm boa vontade, mas não têm treinamento. Por exemplo: é muito difícil para mim conversar com assessores, com o pessoal olhando para cima, porque a minha altura é de um metro e vinte. Com uma pessoa sentada, nós damos conta de conversar; mas, se eu ficar quatro horas por dia de pescoço levantado à noite não durmo de dor no pescoço.

            Então, não é má vontade, é a falta de treinamento, de conhecimento. E posso aqui testemunhar para o senhor que, durante mais de 20 anos em que estou na cadeira, tive apenas duas pessoas que puxaram a cadeira para conversar comigo: um, automaticamente, sabia, porque era funcionário do Sarah Kubistchek; e o outro, porque era treinador de basquete da Seleção Brasileira de deficientes.

            Acho que nossa Casa precisa também fazer uma reflexão e treinar os funcionários, porque são todos muitos capazes; com muito carinho, sou atendido aqui - nós todos, não só eu por ser deficiente -, temos só que nos orgulhar dos funcionários que temos nesta Casa. Mas aproveito este dia de hoje em que larguei um pouco o pronunciamento de produtor para vir aqui solicitar a V. Exª que unamos todos os servidores nessa causa, em função de melhorar este País e colocar os desiguais como iguais, porque somos iguais.

            Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2014 - Página 661