Pronunciamento de Ângela Portela em 02/09/2014
Discurso durante a 128ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Críticas à gestão da saúde pelo Governo do Estado de Roraima; e outro assunto.
- Autor
- Ângela Portela (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
- Nome completo: Ângela Maria Gomes Portela
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
SAUDE.:
- Críticas à gestão da saúde pelo Governo do Estado de Roraima; e outro assunto.
- Publicação
- Publicação no DSF de 03/09/2014 - Página 3360
- Assunto
- Outros > SAUDE.
- Indexação
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- REGISTRO, FASE, CAMPANHA NACIONAL, IMUNIZAÇÃO, MULHER, CRIANÇA, ADOLESCENTE, PREVENÇÃO, CANCER.
- CRITICA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE RORAIMA (RR), PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB), INCOMPETENCIA, ADMINISTRAÇÃO, RECURSOS PUBLICOS, ENFASE, ABANDONO, SAUDE, AUSENCIA, AQUISIÇÃO, MEDICAMENTOS, SUPRIMENTO, OPERAÇÃO, HOSPITAL REGIONAL.
A SRª ANGELA PORTELA (Bloco Apoio Governo/PT - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, meninas brasileiras. Todas as meninas com idade entre os 11 e os 13 anos, têm, desde ontem, a sua disposição, a segunda dose da vacina contra o papilomavírus humano, o HPV; uma vacina que pode protegê-las contra o câncer do colo de útero, doença que mais atinge as mulheres no Brasil e no mundo.
Nesta segunda fase da campanha nacional, mais de 4.300 meninas na faixa etária de 11 a 13 anos, que tomaram a primeira dose, devem tomar o reforço, para garantir a imunização contra o HPV até que recebam a última dose de reforço, em cinco anos. A meta do Ministério da Saúde é imunizar 80% do público-alvo, estimado hoje, em 3,3 milhões de pessoas.
O HPV, nobres pares, é responsável atualmente, por 95% dos casos de câncer de colo do útero, ficando atrás apenas do câncer mamário. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, 270 mil mulheres em todo o planeta, morrem em decorrência do câncer de colo de útero.
No Brasil, o câncer de colo do útero é a quarta causa de morte de mulheres. Dados oficiais dão conta de que mais de 5 mil mulheres morreram, somente em 2011, acometidas por esta doença. Em 2012, foram 4,8 mil as mulheres que vieram a óbito por causa desta doença. A região Norte é a mais vulnerável, diante do câncer de colo do útero.
No meu Estado de Roraima, quase 13 mil meninas na faixa etária dos nove aos 13 anos de idade já foram imunizadas, de acordo com dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, o representa mais de 81% do público-alvo da campanha.
Mas este percentual pode ser ainda mais elevado, tendo em vista que alguns municípios têm dificuldade de acesso da população de Roraima à internet. Fato é que nosso Estado ultrapassou a meta estabelecida pelo Governo Federal, de alcançar 80% do público, na primeira etapa da Campanha.
Não poderia deixar de esclarecer que tal sucesso deve-se, inegavelmente, às ações do Governo Federal que, desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula, não tem medido esforços para enviar recursos federais a diversas áreas de Roraima, especialmente a de saúde.
Um exemplo é o Programa Mais Médicos, do governo federal, do qual Roraima recebeu mais de 100 médicos, que estão atuando na Atenção Básica de saúde, que é o atendimento preventivo e de baixa complexidade.
A presença de mais médicos deste programa e o fato de cerca de 13 mil garotas terem sido imunizadas contra o HPV dão um alívio à população de Roraima, que, neste momento, vive um estado de desesperança com a crise na saúde.
Uma crise, senhores senadores, que tem como protagonista um governo que não tem compromisso com a saúde da nossa população.
Mais que isso: um governo que já demonstrou total incompetência para administrar a coisa pública, especialmente, em momentos críticos.
Para os senhores terem ideia, o Governo Federal enviou para Roraima há pouco tempo, R$ 70 milhões, repito, R$ 70 milhões, para o governo do Estado resolver a crise instalada na saúde. Mas até agora, não se viu nenhum resultado palpável. O que se tem é uma situação desoladora.
A raiz dos problemas na área de saúde em Roraima são as falhas de gestão e o descaso do atual governo que praticamente ignorou todas as advertências feitas pelas entidades do setor e pelo Ministério Público.
Como noticiou a mídia local, servidores, entidades e o Ministério Público apontaram o mau uso de dinheiro público e a incompetência na formulação das políticas públicas de saúde.
É inadmissível que um estado que apresenta o maior gasto per capita do país não consegue oferecer aos seus cidadãos e cidadãs, serviços básicos de saúde, uma área primordial por excelência, que lida com a vida das pessoas?
E não consegue, senhores senadores, simplesmente porque negligenciou com a aquisição de remédios e suprimentos básicos para a operação do Hospital Geral de Roraima (HGR), como o oxigênio, por exemplo.
Roraima praticamente não possui rede particular de atendimento, o que torna a situação ainda muito mais dramática. Todos os hospitais do Estado funcionam em condições muito precárias.
Durante os governos, e porque não dizer desgovernos, da junção PSDB/PSB, os postos de saúde foram abandonados.
Sem contar a situação dos profissionais de saúde que não recebem a atenção devida.
Mas todo este estado de descuido poderá mudar. Estamos em período eleitoral e o povo de Roraima saberá escolher entre o passado e o futuro. Nosso povo sabe que é pra frente que se deve anda. E a sabedoria popular sempre segue o caminho que considera melhor para seu futuro.
Era o que tinha a registrar hoje.
Muito obrigada.