Discurso durante a 134ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

– Apelo à Presidência da República a fim de que a atual armazenagem de grãos da safra brasileira passe à responsabilidade de micros e pequenos produtores.

Autor
Fleury (DEM - Democratas/GO)
Nome completo: José Eduardo Fleury Fernandes Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA, POLITICA AGRICOLA.:
  • – Apelo à Presidência da República a fim de que a atual armazenagem de grãos da safra brasileira passe à responsabilidade de micros e pequenos produtores.
Publicação
Publicação no DSF de 17/09/2014 - Página 13
Assunto
Outros > AGRICULTURA, POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • PEDIDO, APOIO, MESA DIRETORA, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ASSUNTO, DEFESA, ARMAZENAGEM, GRÃO, RESPONSABILIDADE, PEQUENA EMPRESA, MICROEMPRESA.

            O SR. FLEURY (Bloco Minoria/DEM - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmo Sr. Presidente, Senador Raupp; Exmos Senadores e Senadoras desta Casa; ouvintes do sistema de comunicação da TV Senado, é com grande satisfação, hoje, que venho a esta Casa pedir a V. Exª que transmita aos Líderes do Governo o teor do pronunciamento que fiz, recentemente, sobre as liberações de dinheiro para construções e reformas dos prédios de armazenamento da Conab.

            Nós solicitamos, naquela época, que se passassem as propriedades para particulares, porque os armazéns da Conab, que são do Governo Federal, são terceirizados - não são privatizados, como a nossa Presidenta hoje os nomeia. Os armazéns são terceirizados, e quem pega o controle desses armazéns são as multinacionais, as grandes empresas.

            O produtor tem despesas: na colheita do grão na fazenda; no transporte ao armazém; na secagem do grão; além da perda técnica, que varia até 2% do que ele deposita, e ele não tem acesso àquilo.

            Se ele for vender o grão, vende para aquela empresa em que o grão está depositado. E aí nós podemos citar que, no Brasil, temos de três a cinco grandes multinacionais que cuidam desse armazenamento, que cuidam do grão. Automaticamente, essas empresas têm o conhecimento do número, têm os números do que existe de grão. Se nós transformarmos esses grãos nas propriedades, os produtores terão uma força maior de barganha, vamos dizer assim, porque ninguém tem acesso ao número de grãos que eles têm, como o armazém grande sabe quantas mil toneladas existem. Nós temos um armazém de mais de 1 milhão de toneladas.

            O produtor tem a data de vender, porque a empresa tem a condição e sabe o dia em que ele tem que pagar ao banco. Nesse mês de pagar ao banco, sempre, nos últimos dez anos, de acordo com estudo que eu tenho, o grão abaixa, e ninguém dá conta de tirar o grão daquele armazém para vender para fora, porque o custo é muito alto.

            Basta dizer que quem tem soja hoje disponível para a venda está vendendo em torno de 30% a mais do que a soja que foi colhida. Então, se nós tivermos esse armazém, seria o mesmo valor da soja disponível para ser vendida. Isso eu tenho discutido.

            Hoje quero que seja registrada na Mesa a presença da assessora da CNA, a Dra Íris, que tem me assessorado diariamente na CNA. A CNA tem dado cobertura para todas as demandas que eu preciso como Senador defensor do agronegócio, que foi o ditado que eu adotei quando cheguei a esta Casa, do homem do campo. Resido há mais de trinta anos. Hoje a Dra Íris me trazia dados, sempre colocando à disposição a CNA, para nos passar dados referentes às colheitas.

            Eu espero ainda dessa Mesa que seja cobrado da Presidenta da República, a Presidenta Dilma, que, em vez de construir e reformar as CONABs, transfira isso para os micro e pequenos produtores que vão colher o milho na hora, que vão ter condições de secar na própria propriedade e de comercializá-los de forma bem superior à do grão depositado.

            Essa seria a minha intervenção. Gostaria que a Mesa se posicionasse e desse uma reposta o mais breve possível, para eu poder levá-la aos pequenos e médios produtores não só do meu Estado, mas do País, que precisam muito disso, para largar de guardar grãos naquele “salsichão” que dura simplesmente uma safra.

            Muito obrigado a V. Exa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/09/2014 - Página 13