O SR. ODACIR SOARES (Bloco Maioria/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Anibal Diniz, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes e telespectadores da Rádio Senado e da TV Senado, minhas senhoras e meus senhores, venho, nesta manifestação, registrar que o último dia 15, segunda-feira, foi um dia de grande satisfação. Vivemos um momento histórico em Rondônia com a inauguração da ponte sobre o Rio Madeira, com um vão de quase mil metros, interligando o Estado de Rondônia ao Estado do Amazonas e, com isso, integrando a região denominada Amazônia Ocidental.

            Desejada há anos, essa inauguração, com a presença do Ministro dos Transportes, Dr. Paulo Sérgio Passos, e diversas outras autoridades federais, estaduais e municipais, representa o alcance de um sonho, haja vista que possibilitará a interligação dos Estados de Rondônia, Acre, Amazônia e Roraima, que compõem a Amazônia Ocidental.

            A travessia, antes feita por balsas, que demorava em torno de duas horas, agora é feita em alguns minutos. Isso, além de facilitar a locomoção, traz economia e dinamiza o processo de desenvolvimento, barateando inclusive a vida daqueles que utilizavam as balsas em Porto Velho e agora passam a utilizar gratuitamente a ponte.

            Como afirmei, ela realiza a sonhada ligação das estradas BR-364, ligando por asfalto o Norte do Brasil ao Sul, via Estado do Mato Grosso, e BR-319, ligando o Oeste do País ao Sul, cortando o Estado do Amazonas.

            Coincidentemente, essa inauguração ocorre no ano do centenário da Expedição Rondon-Roosevelt, que, partindo de Mato Grosso, em 1913, sob a liderança do Marechal Rondon e do ex-Presidente americano Theodore Roosevelt, para explorar o Rio da Dúvida (hoje Rio Roosevelt), em Rondônia, e que teve como clímax em fevereiro de 1914 a chegada ao Rio Madeira. Tinha como um de seus ideais a integração do Brasil em si mesmo.

            A Ponte Rondon-Roosevelt, sobre o Rio Madeira, será, também, um fator de fantástico desenvolvimento regional e de integração entre o Brasil, o Caribe e os oceanos Pacífico e Atlântico, proporcionando condições rodoviárias ideais para escoar a nossa produção pelo Pacífico, desejo de todos os tempos, agora atingido.

            Essas duas estradas (BR-364 e BR-319) foram abertas, a BR-364, antes BR-29, pelo Presidente Juscelino Kubitschek, e a BR-319, pelo Ministro Mário Andreazza. Tendo sido totalmente asfaltada a BR-364, e a BR-319, ainda em estrada de terra, a partir do trecho de Humaitá para Manaus, ainda está às voltas com o Ibama para obter o devido licenciamento ambiental.

            Fato para mim auspicioso é que, sendo Senador, tive a feliz oportunidade de apresentar em 1998, emenda ao Orçamento da União para o exercício de 1999, para a elaboração de estudos preliminares de construção de duas pontes sobre o Rio Madeira em Porto Velho e em Abunã. Para isso tive o empenho pessoal junto ao Ministério dos Transportes, que tinha, na época, como Ministro, o Deputado Eliseu Padilha, vislumbrando a importância que elas teriam para o Brasil.

            A ponte sobre o Rio Madeira em Abunã já está com as escavações para as suas fundações iniciadas. Estive no local no último sábado, fui até Califórnia Extrema, na divisa com o Estado do Acre, e essas observações quanto ao leito da BR-364 do Abunã, exatamente em direção a Rio Branco, que estão em péssimas condições, e o Ministro, do mesmo modo em que confirmou a recuperação desses trechos agora, em ação emergencial do Ministério, através do DNIT, confirmou também a elevação do leito da BR-364 nos trechos acrianos inundados e também nos trechos rondonienses que foram inundados em Jaci-Paraná e em Araras, já na BR-425 em direção a Guajará-Mirim.

            As fundações já estão iniciadas e, portanto, acreditando eu que a mesma não sofra as interrupções ocorridas na ponte sobre o Rio Madeira, que levaram aquela obra a um atraso considerável. Interdição de boa parte delas provocada pelas empresas que exploram as balsas, que viram, na execução dessas pontes, um prejuízo que seria causado às mesmas.

            O prazo para a ponte de Porto Velho era o mesmo prazo de dois anos, tendo sido construído em quatro anos. Eu acredito que, no caso da ponte do Abunã, esse prazo seja obedecido conforme reafirmou o Ministro Paulo Passos.

            Por essa identificação com a expedição, apresentei projeto de lei denominando essa ponte Rondon-Roosevelt como uma oportuna homenagem àqueles desbravadores que tinham como um de seus propósitos promover a integração entre os povos da Amazônia.

(Soa a campainha.)

            O SR. ODACIR SOARES (Bloco Maioria/PP - RO) - A palavra que une os dois eventos, a inauguração da ponte sobre o Rio Madeira em Porto Velho e a Expedição Rondon-Roosevelt, é a integração, que fortalece o papel da cidade de Porto Velho e do Estado de Rondônia como polos estratégicos de desenvolvimento regional e, assim, aumentando a responsabilidade do prefeito de Porto Velho e do Governador do Estado em construir o espaço físico legal para que os dois entes da Federação possam efetivamente usufruir de sua nova configuração no espaço social, econômico e político do Brasil.

            Na ocasião agora, na segunda-feira, antes de ir para Rio Branco, o Ministro pernoitou em Porto Velho e passou o dia em Rondônia na segunda-feira e, na terça-feira, se deslocou para o Acre. O Ministro ainda, na oportunidade, anunciou que, no primeiro semestre de 2015, portanto no ano que vem, será lançado o edital de licitação para a construção da Ponte Binacional de Guajará-Mirim, que completa também a interligação do Brasil com o Pacífico via Cordilheira dos Andes. E também o Ministro mandou expedir o aviso de licitação do terminal portuário de Guajará-Mirim, que já foi publicado no Diário Oficial da União.

            No mais, Sr. Presidente, nessa semana também percorri todo o trecho da BR-364, da BR-319, da divisa de Rio Branco até Vilhena e do Abunã até Guajará-Mirim. Posso assegurar a V. Exª que o DNIT está presente em todos os trechos que estão sob obras; as empresas estão trabalhando em regime emergencial e o asfalto está se completando em todo esse trecho, ficando de fora apenas o trecho que vai do Abunã até Rio Branco, inclusive com a questão da elevação do greide da BR-364 nas áreas que foram inundadas, uma vez que são obras mais complicadas e que precisam de estudos mais bem configurados.

            Portanto, essa questão da presença do Ministério dos Transportes e do DNIT em Rondônia e no Acre, conforme V. Exª bem expôs, não tenho dúvida de que vai ter um prosseguimento sem nenhum tipo de obstáculo, beneficiando as populações dos nossos Estados, do Estado de Rondônia, que represento aqui, e do Estado do Acre, que V. Exª representa, mas do qual eu sou filho. Nós temos nascido em Rio Branco.

            Outra questão, Sr. Presidente, que quero trazer ao debate aqui no Senado é a das pesquisas do Ibope que estão sendo publicadas pela imprensa brasileira relativas ao Ibope. Lembro-me de que, em 1990, quando da minha reeleição, fui derrotado pelo Ibope até o dia da eleição; nas pesquisas de boca de urna do meio-dia, eu perdia a eleição e, quando as urnas se abriram, a partir das cinco horas da tarde, eu fui eleito em todas as urnas que se abriram no Estado de Rondônia, derrotando os meus opositores por margem altamente considerável.

            Agora, o Ibope, através da última pesquisa relativa à eleição para o Governo do Estado de Rondônia, colocou a nossa candidata a governadora em terceiro lugar. Quanto ao atual Senador Ivo Cassol, quando foi candidato em 2000, em todas as pesquisas relacionadas àquela eleição, o Senador Ivo Cassol foi derrotado. Em 2006, novamente o Ibope o colocou sempre nas pesquisas em último lugar, indicando, inclusive, a eleição para um segundo turno. Quando terminou a eleição, ele foi eleito no primeiro turno, com uma margem avassaladora, uma diferença avassaladora em relação aos seus oponentes.

            É bom que se interpretem essas pesquisas com certa cautela, uma vez que, inclusive, apesar de essas pesquisas indicarem - não sei se esse é o caso, mas eu tenho certeza de que nós temos outros casos - terem sido realizadas pelo Ibope, na realidade, o Ibope não realiza pesquisa direta; o Ibope contrata, terceiriza a realização dessas pesquisas para empresas especializadas nessa matéria, que -não vou afirmar isso aqui -, de qualquer maneira, como já ocorreu no passado, poderiam ficar sujeitas a interferências externas. É bom que a população veja com certo cuidado, com certo receio - eu diria até - essas pesquisas, uma vez que elas não elegem ninguém. Pesquisa não elege, pesquisa indica, às vezes, a tendência do eleitorado, desde que sejam feitas com isenção, com decência, com absoluta isenção e absoluta decência.

            Portanto, eu quero apenas chamar a atenção do povo de Rondônia, para que não leve tão a sério essa última pesquisa relativa às eleições para governador do Estado, uma vez que nós ainda temos aí 17, 18 dias até o dia das eleições, de modo que novas pesquisas vão ser realizadas, e eu tenho certeza de que a nossa candidata a governadora, a Drª...

(Soa a campainha.)

            O SR. ODACIR SOARES (Bloco Maioria/PP - RO) - ... Jaqueline Cassol, estará em situação mais confortável na pesquisa do Ibope, e acredito que essa pesquisa seja também desmentida pelo resultados das urnas.

            Portanto, agradeço a V. Exª, e era o que tinha dizer.