Discurso durante a 141ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Balanço do primeiro turno das eleições, em cinco de outubro.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Balanço do primeiro turno das eleições, em cinco de outubro.
Publicação
Publicação no DSF de 09/10/2014 - Página 126
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • COMENTARIO, ELEIÇÕES, COMPARAÇÃO, DISCURSO, CANDIDATO, AECIO NEVES, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, IMPORTANCIA, DEBATE, CONHECIMENTO, POPULAÇÃO, PROPOSTA, REFERENCIA, ECONOMIA NACIONAL.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, companheiros e companheiras.

            Sr. Presidente, tenho percebido que, um a um, Senadores e Senadoras que têm ocupado esta tribuna têm falado daquilo que é o mais importante para o País neste momento, que é a proximidade da decisão final acerca destas eleições. São 14 unidades da nossa Federação - 13 Estados e o Distrito Federal - cujos candidatos estão concorrendo, neste segundo turno das eleições, além da Presidência da República. Apesar da subida repentina da candidata Marina, todos sabíamos que a probabilidade maior era de que fossem os dois representantes das maiores forças políticas e organizadas deste País: a Presidenta Dilma e o Senador Aécio, que representa a política não só dos tucanos, mas dos partidos a eles alinhados.

            Então, quero, Sr. Presidente, falar rapidamente sobre o assunto aqui da tribuna. As próximas semanas, até o dia 26, serão decisivas para que os brasileiros e as brasileiras decidam sobre que projeto político preferem ver implantado nos próximos quatro anos no País.

            Digo isso, Sr. Presidente, porque as diferenças entre as propostas são nítidas, são claras. Estamos diante de duas propostas, de dois projetos completamente diferentes de Estado e de Nação brasileira: a proposta defendida e representada pela Presidenta Dilma e a proposta defendida e representada pelo candidato Aécio Neves, do PSDB.

            Já no primeiro turno, a proposta apresentada, defendida por um conjunto de forças políticas representadas pela Presidente Dilma foi vitoriosa na maior parte dos Estados brasileiros. A população desses Estados deu o seguinte recado: nós queremos mudanças, mas nós queremos mudanças positivas para o povo brasileiro. Muitas vezes, confundimos mudanças com troca de pessoas ou de projetos. Não, mudanças nós conseguimos dando um passo adiante.

            Não tenho dúvida alguma de que tudo isto que estamos vivendo, Sr. Presidente, é o resultado de eleições completamente distintas das que esperávamos em muitos Estados brasileiros, são candidatos que crescem rapidamente mas que também descem rapidamente na opinião popular. Enfim, há algo um pouco diferenciado nestas eleições, mas que, no fundamental, mostra uma coisa: que o Brasil quer mudança, mas quer mudança dentro da política econômica e social de comprometimento com o desenvolvimento nacional e com a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

            Eu não tenho dúvida alguma de que, apesar de tudo que possa acontecer nas próximas semanas, e o tiroteio será grande, não apenas nos Estados, mas em âmbito nacional, o tiroteio será forte, denúncia aqui, denúncia acolá, invenção aqui, invenção acolá, mas, na minha opinião, Sr. Presidente, o que vai fazer com que a população brasileira se decida por A ou por B são as propostas políticas apresentadas. E todas elas são calçadas em uma realidade. Afinal de contas, temos uma candidata que luta pela reeleição, que é a Presidenta Dilma, cujo projeto nós conhecemos desde que Lula foi vitorioso, no ano de 2002. Então, esse é o projeto. Um projeto perfeito? Diria que não. Que precisa de ajustes? Muitos ajustes. Mas esse é o projeto.

            Com relação ao outro lado, nós também conhecemos o projeto. O outro lado, que tudo faz para esconder suas reais propostas da população e se escondendo sempre atrás daquilo que eles chamam a sua vitrine, que é o Plano Real, que tirou o Brasil daquela inflação galopante. Mas a proposta de quem está do outro lado, não é só o Plano Real. Pelo contrário, é uma proposta neoliberalizante, uma proposta que submete os interesses da população aos interesses do grande capital, que vem em primeiro lugar.

            Então, a população brasileira terá condições, por meio da televisão, do rádio, da campanha de rua, dos debates, principalmente, de ver quem é quem.

            Eu cito o exemplo da candidata Marina Silva, lá do nosso vizinho estado do Acre, que foi candidata no primeiro turno e foi bem votada no Brasil inteiro, bem votada. Mas a própria candidata, que cresceu tanto e tão rapidamente, caiu também muito, e muito rapidamente. Por quê? Porque o povo brasileiro começou a perceber quais eram as verdadeiras intenções e as propostas da candidata Marina Silva.

            Vamos dar um exemplo: a independência do Banco Central. A independência do Banco Central. E de forma acertada, pois estive aqui, nas últimas vezes em que ocupei esta tribuna, falando sobre o tema, que é fundamental. A população não tem a exata dimensão do quanto isso é importante no cotidiano das pessoas, mas é muito importante. O Banco Central estar ou não independente, autônomo, é fundamental para o desenvolvimento da política econômica, pois é a política econômica que define a política social, é a política econômica que vai definir se haverá mais recursos para o investimento no social, para o investimento em infraestrutura, ou mais recursos para pagar serviço de dívida pública brasileira. Não é?

            Então, a própria candidata Marina, cujo programa se aproximou muito, em certos pontos avançou até mais do que o programa neoliberal representado pelo candidato Aécio Neves, já teve a sua reprovação nas urnas. Não basta dizer que é a favor do Bolsa Família, não basta dizer que é a favor das universidades públicas, de uma educação forte, de uma saúde melhor. Tem que dizer o que fará para conseguir os recursos. E uma proposta é incompatível com a outra.

            Enfim, Sr. Presidente, eu tenho a convicção absoluta que do lado da Presidenta Dilma está um povo trabalhador, das cidades e do campo do nosso País, os empresários, os estudantes, as mulheres, os movimentos sociais, os artistas, intelectuais, e partidos progressistas que reconhecem as mudanças substanciais que o Brasil vem experimentando nos últimos 12 anos no campo econômico e, sobretudo, no campo social. Mas, junto com a candidata, a população, os trabalhadores, as mulheres, a juventude querem mais mudanças. Mais mudanças para que o Brasil ingresse definitivamente num novo ciclo de desenvolvimento com geração de mais empregos, com justiça social e a melhoria da qualidade dos serviços públicos em nosso País.

            Do outro lado, Sr. Presidente, encontra-se o candidato das forças conservadoras, apoiado pelo capital financista e a favor do modelo de livre mercado radicalmente contra o Estado, na condição de principal agente indutor da nossa economia. O mesmo receituário neoliberal que arrasou economicamente a Europa e os Estados Unidos, contribuindo para o aumento da miséria e do desemprego no mundo todo, Sr. Presidente.

            E aí eu volto a repetir: a primeira vez, ou senão uma das pouquíssimas vezes em que o Brasil procura enfrentar uma crise econômica, que é uma crise econômica mundial, não colocando o ônus dessa crise sobre os ombros dos trabalhadores, foi essa agora. Porque, diferente do que aconteceu nos Estados Unidos e na Europa, nós, aqui no Brasil, não experimentamos o arrocho salarial. Nós, aqui no Brasil, não tivemos que tirar nenhum direito de nenhum trabalhador e de nenhuma trabalhadora. Nós, aqui no Brasil, não perdemos nenhum emprego por conta da crise econômica internacional, que era exatamente o que não acontecia no passado, porque vinha a crise, mantinha-se o lucro e o trabalhador que se lascasse, e o povo mais pobre é que sofria as consequências de uma crise que por eles não foi produzida.

            Então, todo o cuidado que a Presidenta Dilma vem tendo, e que já teve o Presidente Lula no final do seu segundo mandato, é exatamente para preservar os interesses e os direitos desse povo mais pobre, mais sofrido e necessitado do Brasil para que não fossem esses os que sofressem com essa crise econômica.

            Já o candidato tucano, nessa nova política que ele agora vai adotar, aquilo que ele tanto criticava na candidata Marina ele vai adotar: a nova política. Essa tal da nova política que, no fundo no fundo, nada mais é do que o velho receituário da austeridade fiscal com cortes nos gastos sociais, fatalmente resultando em arrocho salarial, em desemprego.

            A “nova política” - entre aspas - de que eles falam é aquela contrária a esse novo modelo adotado, hoje, no Brasil, para a concessão e a exploração do petróleo, não mais um modelo de concessão, mas um modelo de repartição, de tal forma que o Estado brasileiro seja o grande beneficiado, para que a gente possa, nestes próximos anos, ver crescerem - e muito - os recursos para a área de saúde e os recursos, sobretudo, para a área de educação.

            Ou seja, Sr. Presidente, são dois campos econômicos bem delineados e diferentes um do outro. O confronto, nessa área, indubitavelmente, vai marcar os debates no segundo turno.

            O SR. PRESIDENTE (Odacir Soares. Bloco Maioria/PP - RO) - Senadora Vanessa Grazziotin.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Pois não.

            O SR. PRESIDENTE (Odacir Soares. Bloco Maioria/PP - RO) - Pediria licença a V. Exª para registrar a presença, entre nós, de alunos da instituição de ensino CEF 427, de Samambaia. Quero cumprimentar a todos.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Que sejam todos e todas bem-vindos aqui, no Senado.

            Sr. Presidente, sem dúvida nenhuma, o debate econômico, que também é o debate social, deverá ser o grande confronto deste processo eleitoral, que será marcado - repito -, no meu entendimento, por debates profundos que envolverão não apenas os candidatos à Presidência deste País, não apenas os militantes políticos, mas a população como um todo, porque a população é extremamente sábia. Na hora de decidir, ela procura prestar atenção, ela procura ver, ela procura analisar para decidir o certo, porque ela sabe que, no fundamental, ela está decidindo sobre o futuro do seu País e sobre o seu próprio futuro.

            Então, Sr. Presidente, o debate da economia, que todos os jornais, a mídia brasileira diz que marcará este segundo turno, é um debate que deverá, também, resultar nas políticas sociais, com reforço ou enfraquecidas.

            Eu quero dizer que o meu Partido apoia a Presidenta Dilma, assim como apoiamos a candidatura de Lula desde a primeira vez em que foi candidato. Nós estamos ao seu lado, porque entendemos que é o melhor projeto para o País, porque entendemos que é o melhor projeto para o povo brasileiro, porque entendemos que nós precisamos continuar com o projeto Luz para Todos.

            E eu não me canso de dizer - e falei muito, durante esse período eleitoral, com quem eu pude estar e com quem eu pude conversar - que, como Deputada Federal, ainda em 1999, exercendo o meu primeiro ano de mandato, Sr. Presidente, eu acompanhei o presidente da Eletronorte, quando ele estava em Manaus, a minha cidade, a um grupo de moradores de uma comunidade pertencente a um Município próximo de Presidente Figueiredo, próximo de Manaus. Eram comunidades que se localizavam na estrada que levava até a hidrelétrica de Balbina, e a reivindicação que levávamos ao presidente da Eletronorte era o direito a energia daquelas comunidades rurais. O linhão passava por cima das comunidades, levando a energia da hidrelétrica de Balbina até o distrito industrial de Manaus, mas eles, que moravam ali, no caminho do linhão, não tinham energia; viviam a luz de velas, Sr. Presidente.

            Chegamos lá, alugamos ônibus - foram quatro ou cinco ônibus de comunidades da zona rural do Município de Presidente Figueiredo -, e o Presidente da Eletronorte à época nos recebeu com muita cortesia, com muita atenção. Mas, ao final de ter ouvido todas as reivindicações, abriram o projeto, um mapa gigante que tomou uma mesa inteira, e disseram: “Olha, o projeto está aqui, mas o projeto custa tanto; essas famílias têm como pagar?” Foi exatamente isso que nós ouvimos.

            Hoje, não; hoje, nós temos o Luz para Todos, que leva energia para quem vive nas localidades mais distantes e remotas deste País - mais distantes e remotas. Então é por isso, é pelo Luz para Todos, é pelo Programa Farmácia Popular, é por mais universidades, Sr. Presidente.

            E foram 18 novas universidades federais - 18 novas universidades federais - construídas no Brasil, sem falar na expansão das universidades já existentes. Foram 370 novas escolas técnicas, que são também ensino superior, construídas nestes últimos 12 anos no Brasil.

            Então, é com esse Brasil que nós preferimos ficar. O Brasil do mais salário mínimo, um projeto que nós aprovamos que garante o aumento real, a cada ano, no valor do salário mínimo. O suficiente? Ainda não. Mas para que avancemos no poder de compra do salário mínimo, precisamos manter esse projeto. É o País do Bolsa Família; do Minha Casa, Minha Vida.

            Sr. Presidente, enche o nosso coração, quando a gente chega a esses conjuntos residenciais. São verdadeiras cidades, construídas nas cidades brasileiras, para famílias que não têm dinheiro para pagar e se submetem a uma prestação que cabe no seu bolso, ou recebem gratuitamente do Estado brasileiro a sua casa para morar.

            O SR. PRESIDENTE (Odacir Soares. Bloco Maioria/PP - RO) - De R$25,00 a R$30,00.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Pois é. A sua casa para morar. Quando antes nós vimos projetos desse jeito?

            É o projeto do Pronaf; é o projeto, Sr. Presidente, do Mais Ciência, do Ciência sem Fronteiras. Quantos milhares de jovens brasileiros estão no exterior estudando para trazer os conhecimentos para cá?

            Então, eu não tenho dúvida nenhuma de que o segundo turno desta eleição fará tão bem à Presidenta Dilma, como fez ao Presidente Lula, quando passou do primeiro para o segundo mandato.

            Mas, Sr. Presidente, senhoras e senhores, eu quero, neste momento também, aproveitando a ocasião, parabenizar os parlamentares, Senadores e Senadoras eleitos neste último pleito. Aqui chega o Senador Eunício Oliveira, que concorre no segundo turno a uma eleição duríssima, como será no meu Estado também, ao governo do Estado do Ceará; quero cumprimentar...

            O SR. PRESIDENTE (Odacir Soares. Bloco Maioria/PP - RO) - Mas como o mais votado, não é?

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Foi o mais votado, chegando bem ali junto, quase empatado, como no meu Estado também.

            Mas, enfim, quero parabenizar os novos Senadores, as cinco mulheres que aqui chegarão. Tivemos um crescimento pequeno, mas um crescimento da participação feminina no Congresso brasileiro, tanto aqui no Senado quanto ali na Câmara dos Deputados.

            E, cumprimentando todos, quero cumprimentar todos os parlamentares do meu Partido que foram eleitos e reeleitos, do PCdoB. Quero também lamentar, ao mesmo tempo, a falta que nos fará, aqui nesta Casa, o Senador Inácio Arruda. Ele fará muita falta, sem dúvida. Ele, que foi o Líder de nossa Bancada durante os últimos três anos, que exerceu e exerce o seu mandato com muita altivez, um mandato extremamente comprometido com o Brasil e comprometido, sobretudo, com o povo do Ceará.

            E quero lamentar também o fato de que a nossa Deputada Federal querida, lutadora, reconhecida na Câmara, ex-Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional naquela Casa, Perpétua Almeida, não ter sido eleita para o Senado no Estado do Acre, uma luta muito desigual. Ela não ganhou o mandato, mas ganhou o reconhecimento, o apoio e muito mais carinho e estima daquele seu povo, daquela sua gente acriana, Sr. Presidente.

            Em particular, aqui, eu quero também destacar a eleição do primeiro governador eleito pelo meu Partido, pelo Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, Flávio Dino, lá no Estado do Maranhão. E aqui eu estive algumas vezes, durante as eleições, tratando de como vinha acontecendo, como estava sendo duro o embate no Estado do Maranhão.

            Flávio Dino, que é um dos grandes quadros do nosso Partido, foi juiz federal, largou a magistratura para ingressar na política; foi Deputado Federal; era há até pouco tempo presidente da Embratur - Empresa Brasileira de Turismo. Foi eleito, se não me engano, com a segunda maior votação proporcional do Brasil, quase 64% dos votos, mais do dobro do segundo colocado, dos votos válidos, ou seja, quase dois milhões de votos. Sem dúvida nenhuma, será, tenho certeza e convicção, pelo seu preparo, mas, sobretudo, pelo seu compromisso com o Maranhão, será um grande governador, fará um grande governo, dedicado, cuja administração, tenho convicção, será absoluta e de total transparência, uma administração correta, focada na meta de mudanças de que o Estado precisa, sobretudo na área social. Como ele próprio disse, a partir da divulgação do resultado da eleição, que o definiu como novo Governador do Maranhão. Ele disse que o seu grande desafio é tirar todos os Municípios que detêm os mais baixos índices de IDH dessa situação, elevando-os, porque assim ele estará trabalhando em prol da sua gente, em prol do seu Estado, em prol do seu povo.

            Para nós, do PCdoB, a eleição de Flávio Dino como Governador do Maranhão não só é um fato histórico, mas são condições concretas que se abrem para promover as mudanças que há décadas aquele Estado requer, Sr. Presidente. Então, nós temos muita convicção de que pela capacidade, repito, pelo comprometimento, Flávio Dino fará uma bela gestão frente ao Governo do Maranhão, e olhando sempre para frente, que é isso o que importa. O que o povo quer saber é o que acontecerá daqui para frente, isso é muito importante.

            Por fim, Sr. Presidente, quero aqui, em relação ao meu Estado do Amazonas, primeiro agradecer a votação que o meu Partido obteve. A cada eleição, nós percebemos que é muito mais difícil, Senador Raupp. O que percebemos é que a votação dos candidatos, de forma genérica - não estou pegando partido A ou B -, foi muito reduzida nessas últimas eleições, para todos os candidatos. Nós, do PCdoB, lançamos um candidato a Deputado Federal no Estado do Amazonas e lançamos uma chapa própria de Deputados Estaduais. Tivemos a quantidade quase que suficiente para eleger dois, mas uma garantia certa da eleição da única mulher eleita para a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, que é Alessandra Campelo. Uma companheira jovem, que foi, durante algum tempo, Subsecretária da Produção Rural do Estado do Amazonas, Secretária Executiva e Secretária da Juventude, Esporte e Lazer do Estado do Amazonas, fazendo uma bela gestão. Com os poucos recursos disponibilizados, conseguiu se aproximar da população, conseguiu apoiar o esporte de alto rendimento e conseguiu levar o lazer não só para a juventude, mas também para aquela faixa etária que necessita muito, que são os idosos. Então, Alessandra Campelo, a partir do ano de 2015, será a única, mas uma mulher de muita garra, de muita luta, a representar o nosso Partido na Assembleia Legislativa.

            Para Deputado Federal, conseguimos ficar na suplência, Sr. Presidente, porque concorrer com essas máquinas cada vez mais fortes que concorrem às eleições não tem sido nada fácil e, cada vez mais, os candidatos que não disponibilizam de fortes estruturas vão ficando para trás, Sr. Presidente.

            Em relação à candidatura ao governo do Estado do Amazonas, nós apoiamos a candidatura de Eduardo Braga; Eduardo Braga que saiu vitorioso em 37 dos 62 Municípios do Estado do Amazonas; dos 62, o candidato adversário, atual Governador, venceu em 25; Eduardo Braga venceu em 37 Municípios, Sr. Presidente, apesar de a candidatura à reeleição do atual Governador, do ponto de vista da estrutura material, ser uma candidatura muito mais forte do que a candidatura que nós apoiamos de Eduardo Braga, ele que não apenas é um dos melhores Senadores desta Casa, mas que é Líder da Presidenta Dilma e chegou à condição de liderar, aqui no Senado, o Governo de Dilma pelos seus méritos, pela sua capacidade, não só técnica, como também política.

            Tenho convicção de que esta eleição não será fácil. Não será fácil para a Presidenta Dilma, não será fácil para Eduardo Braga, não será fácil para nenhum dos Estados brasileiros cujo segundo turno está em curso. Aliás, da nossa Região, Senador Valdir, apenas o Estado do Tocantins não está tendo segundo turno, diferentemente do Nordeste, cuja maioria dos Estados elegeu seus governadores, alguns até de forma surpreendente, no primeiro turno. O Norte chama a atenção pelo fato de que apenas um Estado decidiu a eleição em primeiro turno. Os demais irão para o segundo turno. Mas nós continuaremos enfrentando essa máquina.

            Assim como Eduardo foi vitorioso no primeiro turno, não tenho dúvida alguma de que nós temos tudo, absolutamente tudo para ampliar essa margem e para fazer com que ele saia vitorioso também no segundo turno, porque todos os que estão envolvidos na sua campanha, não só os partidos, mas principalmente a força espontânea que vem do povo, Sr. Presidente, têm sido fundamentais para a decisão dos processos políticos. Quando um candidato ultrapassa a fronteira dos seus partidos e chega até a população... E assim tem sido a candidatura de Eduardo Braga. Ela tem sensibilizado, mobilizado a opinião pública, que quer ver um governo atuante, um governo forte, um governo capaz de enfrentar os desafios que o Amazonas precisa enfrentar.

            Nós conquistamos recentemente 50 anos a mais pela Zona Franca de Manaus; somados aos 10 que já tínhamos, são quase 60 anos. E agora, exatamente por essa razão é que precisamos nos voltar muito para o desenvolvimento sustentável, para aquele que comece a usar a riqueza natural, para transformar essa riqueza natural em riqueza de qualidade de vida do povo.

            Eu não tenho dúvida nenhuma: Eduardo Braga, não só por ser do PMDB - um partido alinhado a esse projeto nacional coordenado e liderado pela Presidente Dilma, que tem na Vice-Presidência também um membro do PMDB, que é o ex-Deputado Michel Temer, nosso Vice-Presidente -, tenho certeza absoluta de que é o melhor para o meu Estado do Amazonas.

            Estamos, repito, todos os partidos, uma parte importante da população não apenas empenhada em votar, mas empenhada em trabalhar duramente nestas eleições para que a gente possa, mais uma vez, colher o fruto da boa semente que foi plantada e colher aquilo que é o melhor para nossa gente e que é o melhor para o nosso povo, Sr. Presidente.

            Então, era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/10/2014 - Página 126