Pronunciamento de Fleury em 14/10/2014
Discurso durante a 144ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Elogio à forma como o Senador Cristovam Buarque conduziu o ciclo de debates na CDH a respeito da regulamentação do uso da maconha; e outros assuntos.
- Autor
- Fleury (DEM - Democratas/GO)
- Nome completo: José Eduardo Fleury Fernandes Costa
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
ATUAÇÃO PARLAMENTAR, DROGA.
EDUCAÇÃO.
POLITICA SOCIAL, DIREITOS HUMANOS, PROGRAMA DE GOVERNO.
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).:
- Elogio à forma como o Senador Cristovam Buarque conduziu o ciclo de debates na CDH a respeito da regulamentação do uso da maconha; e outros assuntos.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/10/2014 - Página 61
- Assunto
- Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR, DROGA. EDUCAÇÃO. POLITICA SOCIAL, DIREITOS HUMANOS, PROGRAMA DE GOVERNO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
- Indexação
-
- ELOGIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, CRISTOVAM BUARQUE, SENADOR, DISTRITO FEDERAL (DF), REFERENCIA, REUNIÃO, COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS (CDH), OBJETIVO, DEBATE, ASSUNTO, LIBERAÇÃO, UTILIZAÇÃO, DROGA, LOCAL, BRASIL.
- COMENTARIO, IMPORTANCIA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, TEMPO INTEGRAL, MOTIVO, INTEGRAÇÃO, EDUCAÇÃO, ESPORTE.
- COMENTARIO, IMPORTANCIA, INCLUSÃO, GARANTIA, PESSOA DEFICIENTE, ACESSO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, PROGRAMA DE GOVERNO, GOVERNO FEDERAL, PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (PMCMV).
- CRITICA, DEMORA, INVESTIGAÇÃO, DESVIO, DINHEIRO, ORIGEM, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), COMENTARIO, DESVALORIZAÇÃO, EMPRESA, MERCADO EXTERNO.
O SR. FLEURY (Bloco Minoria/DEM - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Casildo Maldaner, Senador Suplicy e Senador Cristovam Buarque - o Senador Pedro Simon acaba de sair -, quero falar sobre quatro temas.
Ontem, nós tivemos, na CDH, a quinta reunião sobre a legalização do uso da maconha para fins recreativos e medicinais. Foi uma reunião calorosa, mas comandada com muita dignidade pelo nosso Presidente Senador Cristovam Buarque, que mostrou, durante as quatro reuniões, como segurar uma reunião, sendo que eu, por vezes, até perdi a cabeça.
Sou uma pessoa que tem a maior tranquilidade de reconhecer meus erros. Inclusive, quero pedir que seja retirado das notas taquigráficas o momento em que, quando eu e o Senador Magno Malta conversávamos, cheguei a falar, se não me engano - se falei, quero que isto seja retirado das notas taquigráficas -, que não tinham separado a recreação e o uso medicinal. Isto não foi falado pelo Senador Cristovam Buarque em momento algum. O Senador Cristovam Buarque, no fim, deixou bem claro que ainda não estava convicto do seu relatório, que queria estudar mais, mas que já tinha dados suficientes para elaborar. Mas ele não falou, em momento algum, que as duas partes, a medicinal e a recreativa, ficariam juntas. Eu me confundi. Peço desculpas a V. Exª, Senador, e que seja retirado das notas taquigráficas.
Acompanhei, Senador Suplicy, as quatro reuniões, calorosas, difíceis. Vi, várias vezes, o Senador Cristovam Buarque ora ser aplaudido, ora ser vaiado, mas mantendo uma conduta ímpar. Só um mestre, um professor, daria conta de conduzir aquilo. Perdi a cabeça várias vezes, pedi que pessoas fossem retiradas da reunião da Comissão. E ele, sábio, me pedia: “Senador, eu preciso escutar. Senador, eu preciso ouvir as duas partes. Senador, eu quero conduzir esta Comissão. Senador, eu fico aqui dia e noite se for preciso, mas eu vou ouvir todos”.
Ontem - aliás, hoje, não é Senador? -, havia mais de cem inscritos para falar. Se o senhor colocasse uma média de dez minutos por pessoa, nós iríamos passar dois dias lá. E ele conduziu a reunião de forma a ouvir todas as posições. Havia horas em que eu ficava nervoso, mas ele não só controlou a Comissão como também me controlou durante todo o tempo. Então, quero parabenizá-lo aqui por sua postura na Comissão, pelo que ele ouviu.
A minha posição hoje está muito clara. Inclusive, está registrada no jornal desta Casa a minha posição a respeito do assunto.
Essa seria a primeira parte do meu depoimento, mas quero dizer, mais uma vez, ao Senador Cristovam Buarque que com V. Exª eu aprendi. E quem assistir, pela TV Senado, às cinco audiências públicas da Comissão que V. Exª presidiu entenderá o que é um homem democrata, o que é um professor. E, juntando tudo, eu quero dizer que V. Exª é sábio, porque, para conduzir aquela comissão como V. Exª conduziu, precisa ter muito preparo. E eu cheguei à seguinte conclusão após sair: eu não tenho preparo para conduzir uma comissão daquela, mas espero que, convivendo com V. Exª aqui, nesta Casa, eu possa ser um assessor numa próxima comissão com V. Exª.
Na segunda parte do meu depoimento, Presidente, eu quero falar sobre escola - aí, entro, também, no mérito do nosso reitor. Nós estamos falando muito - eu tenho ouvido muito a respeito disto - sobre escola em tempo integral. O que eu ouço de prefeito do meu interior, do interior de Goiás, é que escola em tempo integral é, simplesmente, uma escola em que, de manhã, há aula e, à tarde, há esporte. E, repensando e até ouvindo, o que nós precisamos é de escola integral. Uma escola em que nós tenhamos enfermeiro, em que nós tenhamos terapeuta, que tenha acessibilidade para todos, para os cadeirantes, para os deficientes, como pessoas com a síndrome de Down. E o trabalho do Senador que vai assumir aqui, o Senador Romário - eu acredito que o Senador Romário não fez tantos gols como os votos com que vem para esta Casa, mas levou tantas pessoas aos campos de futebol para que ele desse alegria, o público que ele conseguiu levar -, é um homem que vem fazendo um trabalho na parte de acessibilidade e na parte de síndrome de Down que está mexendo com o País. Eu tenho tido o apoio da Presidência desta Casa para mexer na parte de deficiência e tenho vários depoimentos do que o Deputado Romário, hoje Senador Romário, fez em defesa dos deficientes.
Quero, aqui, na parte de política, dizer - é o terceiro tema - ao Governador do Estado de Goiás da posição em que ele se encontra para disputar o segundo turno, sendo o seu terceiro mandato e indo para o seu quarto em Goiás. Um homem que fez muito, inclusive várias escolas de tempo integral, que ele está adaptando para que não seja o que eu acabei de pronunciar - a escola em que se estuda de manhã e se pratica esporte à tarde -, mas uma escola para integrar os deficientes. Nós precisamos muito disso! Como? Solicito a V. Exª que, nos projetos do Governo, principalmente nos projetos que a Presidente Dilma fez até agora, o que foi o seu grande feito, no mínimo 5% das casas sejam para deficiente. Nas portas das casas que são feitas pelo Minha Casa, Minha Vida, em nenhuma, passa uma cadeira de rodas. V. Exª, como porta-voz, poderia, junto a ela, pedir que se destinassem 5% de cada conjunto de casas que o Governo faz, já que a grande propaganda do Governo dela é a moradia - quanto à distribuição de renda, eu não posso, aqui, deixar de dizer que foi o nosso Presidente Lula que fez a maior distribuição de renda no início do seu governo -, para deficientes.
Voltando à candidatura que nós teremos, agora, no segundo turno, não posso deixar, também, de dizer a V. Exª que, ainda, me preocupo não com o PT. Acho que nós temos dois PTs. Um está com o problema da Petrobras, que precisa ser apurado. Eu não aceito ficar quieto, a Petrobras é uma empresa nossa, era a oitava empresa do mundo e hoje é a 128ª. E o caos da Petrobras precisa ser esclarecido. V. Exª é um homem tranquilo, é um homem íntegro, teve vários mandatos por São Paulo, é um Senador extremamente respeitado neste País. E ninguém mais que V. Exª deveria fazer um pronunciamento a respeito da Petrobras. Se já o fez, me desculpa. Eu, às vezes, não estava presente. Eu queria muito ouvir do senhor, porque tenho o senhor não como um homem apaixonado pelo poder, muito menos pelo PT; tenho o senhor como um político íntegro do maior Estado de nossa Nação, que é o Estado de São Paulo. A voz do senhor é ouvida no País inteiro. E o caos da Petrobras precisa ser esclarecido. Não adianta só falarmos naqueles que estão na Papuda; nós precisamos falar em todos aqueles de todos os partidos que usaram da Petrobras. Nós não podemos mais ficar no diz que me diz que. Como já repeti várias vezes, mas não canso de repetir, V. Exª é a voz da verdade, e eu queria muito ouvir de V. Exª, uma hora, o que aconteceu com o dinheiro da Petrobras.
Muito obrigado.