Pela Liderança durante a 152ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o desempenho do PSDB nas eleições e sua atuação no próximo quadriênio; e outro assunto.

Autor
Cyro Miranda (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Cyro Miranda Gifford Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ELEIÇÕES, POLITICA PARTIDARIA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, EDUCAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL.:
  • Considerações sobre o desempenho do PSDB nas eleições e sua atuação no próximo quadriênio; e outro assunto.
Aparteantes
Fleury.
Publicação
Publicação no DSF de 30/10/2014 - Página 178
Assunto
Outros > ELEIÇÕES, POLITICA PARTIDARIA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, EDUCAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, RESULTADO, ELEIÇÕES, LOCAL, SÃO PAULO (SP), REGISTRO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), OBJETIVO, OPOSIÇÃO, CONGRESSO NACIONAL.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, INVESTIMENTO, EDUCAÇÃO BASICA, SOLUÇÃO, PROBLEMA, ECONOMIA NACIONAL.

            O SR. CYRO MIRANDA (Bloco Minoria/PSDB - GO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente desta sessão, Mozarildo Cavalcanti; Srªs e Srs. Senadores, Rádio Senado, Agência Senado e TV Senado, senhoras e senhores, desejamos sorte e êxito à Presidente Dilma Rousseff neste novo mandato que se inicia.

            Queremos dizer que, apesar de todos os absurdos que disseram de nosso candidato, apesar de todos os boatos e calúnias, saímos desta eleição de cabeça erguida. Primeiro, porque o PSDB se reafirmou como uma força política no Brasil, com a conquista de importantes Estados da Federação.

            Governaremos São Paulo por mais uma vez, recebendo o aval dos paulistas para administrar a maior força da economia brasileira. Mas que se diga e se reafirme aqui: são paulistas natos e por adoção. São paulistas nordestinos, sulistas e nortistas. São cearenses, sulistas, paraenses, nordestinos. Enfim, são paulistas de todo o Brasil. Assim como boa parte da população de diversas unidades federativas, os paulistas pertencem à maravilhosa diversidade de culturas que se espraia por todo nosso rico território. Não adiantou a tentativa - nem vai adiantar - de dividir o Brasil, Presidente Dilma, porque, por imposição constitucional, seu governo precisa ser e deve ser para todos os brasileiros.

            Nós perdemos as eleições para Presidente da República, mas ficou claro que foi uma derrota por uma pequena margem de votos. Tivemos a expressiva preferência de quase metade do Brasil, o que nos credencia para continuarmos a exercer o papel de oposição no Congresso Nacional.

            Queremos seguir na mesma direção, a de ser uma oposição responsável, extremamente crítica e atenta à condução econômica do País. Mas uma oposição compromissada com a construção de um País unido. Unido sim, em torno de ideais comuns, em favor da diversidade cultural, étnica, política e ideológica.

            Não compartilhamos de um espírito divisionista do Brasil e repudiamos qualquer tentativa de se estabelecer uma oposição entre ricos e pobres, brancos e negros, incluídos e excluídos. Enquanto Nação, o Brasil tem-se notabilizado pela pacífica convivência entre as diversas etnias e por uma vontade coletiva de superar as desigualdades sociais.

            Isso não pode se dar apenas pelos valorosos programas sociais, até porque esses programas não pertencem a um ou outro partido. Esse é um programa que pertence ao povo porque é o povo que paga. São os impostos daqueles que trabalham quatro meses e meio que contribuem para esses programas. Portanto, eles não têm dono. Sim, têm um dono: o povo brasileiro. São, na verdade, um imperativo para uma Nação com tanta desigualdade como é o Brasil.

            Os programas sociais colocam-se como uma forma justa de gastar parte do dinheiro dos impostos arrecadados no Brasil. Diga-se que temos uma das maiores cargas tributárias do mundo, mas nem de longe serviços públicos à altura das demandas da sociedade. É nossa obrigação devolver esses impostos em forma de educação, de saúde e de segurança - e não o fazemos.

            Não por acaso, o Senador Aécio Neves propôs que os programas sociais se tornem programas de Estado. Mas é preciso ousar e ser criativo e ir além dos programas sociais.

            O Brasil não pode adiar a implantação de uma educação pública de qualidade. A democracia consolida-se e funciona, de fato, quando todos, independentemente da origem social ou étnica, têm condições de acesso à educação que potencializa as vocações e nivela as oportunidades pelo conhecimento.

            Concedo, com muito prazer, a palavra ao Senador Fleury, do meu Estado de Goiás.

            O Sr. Fleury (Bloco Minoria/DEM - GO) - Senador Cyro Miranda, nós ficamos aqui hoje, nós de Goiás, numa posição privilegiada, em que nosso Governador trouxe uma grande vitória, não só pela quarta candidatura dele ao Governo do Estado. Eu acho que, até hoje neste País, só um político conseguiu governar um Estado por quatro vezes consecutivas. Também é vitória a do jovem candidato Aécio Neves, Senador, e podemos falar alto e bom som que a situação nunca ganhou, nesses doze últimos anos, em Goiás. E sou do Democratas, oposição ao Governador, mas não faço oposição a ele. Sou ao lado do Governador, sempre estive ao lado dele. E aproveito aqui para expressar que, para ser o nosso futuro presidente da República, ninguém mais credenciado do que o Senador Marconi Perillo, que hoje é conhecido nacionalmente na Liderança do PSDB.

(Soa a campainha.)

            O SR. CYRO MIRANDA (Bloco Minoria/PSDB - GO) - Muito obrigado, Senador, pelas palavras carinhosas para com nosso Governador.

            A educação é capaz não só de preparar as futuras gerações para o mercado de trabalho, mas também de oferecer as bases para o contínuo aperfeiçoamento.

            Melhorar a educação fundamental no Brasil é um desafio prioritário e inadiável como forma de legar às futuras gerações um País com mais oportunidades de trabalho e menos desigual.

            Ao longo desses doze anos do Governo do Partido dos Trabalhadores, essa melhoria não ocorreu, o que implica adiamento de um dos pilares do desenvolvimento. São os índices internacionais que nos dizem.

            Nós esperamos que, entre os novos compromissos de seu novo Governo, a Presidente Dilma Rousseff faça a União assumir o papel de liderança no fincar das bases de uma educação fundamental libertadora e fecunda.

            A União não pode nem deve empurrar, para os Estados e os Municípios, a árdua tarefa de educar e formar os brasileiros. É da União a tarefa inadiável de dotar todos os Municípios - sem distinção de qual partido o governa - de uma escola à altura da sociedade do conhecimento.

            Esperamos que a Presidente eleita tenha uma leitura realista do que as urnas disseram. Não pode ignorar o somatório dos votos da oposição, tampouco o de votos nulos ou brancos. Temos hoje, no Brasil, mais de 30 milhões de abstenções e um contingente de mais de 7 milhões de eleitores que votaram branco ou nulo. São 37 milhões de brasileiros que, de uma forma ou de outra, se negaram a fazer uma escolha entre os candidatos. Isso precisa ser levado em consideração, sim, por qualquer governo, porque mostra descontentamento com o quadro geral do cenário político.

(Soa a campainha.)

            O SR. CYRO MIRANDA (Bloco Minoria/PSDB - GO) - Nós, como oposição, estaremos atentos à condução econômica do Brasil. Queremos que a Presidente eleita entenda que ou ela retoma uma política voltada para o superávit primário e o controle da inflação, ou haverá consequências imprevisíveis para o futuro do País.

            É preciso reverter, com a máxima urgência, esse quadro de estagnação econômica, que já coloca os últimos quatro anos como um dos piores períodos de toda a história republicana.

            Como oposição, jamais torceremos pelo fracasso da economia, porque o Brasil não é de nenhum partido político. O Brasil é dos brasileiros, independentemente de terem votado Aécio ou Dilma. Todos nós sofreremos se a Presidente não reconquistar a confiança de investidores e empresários.

            Sr. Presidente, as eleições foram mais uma lição do amadurecimento político do Brasil, da liberdade política e da livre expressão do pensamento. A democracia amadureceu, porque todos os brasileiros, nos quatro cantos do País, pararam para ponderar sobre propostas e alternativas de governo.

            Tivemos, do ponto de vista eleitoral, uma pequena diferença de votos, que acabou por dar a vitória à Presidente Dilma. Exatamente por isso, o Partido dos Trabalhadores e as bases de sustentação do Governo não podem ignorar a força das ideias da oposição e do expressivo contingente que preferiu anular o voto, ou votar em branco.

            Não nos é possível mais conviver com 39 Ministérios, e termos Ministros, Presidentes de estatais despreparados e muitos ocupando as páginas policiais. Não se pode mais ter cargos apaniguados, por amigos, aparelhamentos do nosso Estado de gente sem competência.

            O Governo da Presidente Dilma só se mostrará, de fato, como um novo governo, como ideias novas, como ela mesma...

(Soa a campainha.)

(Interrupção do som.)

            O SR. CYRO MIRANDA (Bloco Minoria/PSDB - GO) - ... tem colocado nos meios de comunicação (Fora do microfone.), se for capaz de compreender o recado das urnas de forma objetiva, sem mitos ou sectarismos.

            Não poderíamos encerrar este discurso sem render justa homenagem ao Governador Marconi Perillo, que, pela quarta vez, estará à frente do Palácio das Esmeraldas. É o único governador a alcançar essa marca.

            Marconi tem sido a escolha de Goiás porque arriscamos dizer que existe um Estado de Goiás antes de Perillo e outro depois desse grande e obstinado tocador de obras. Marconi encarna o espírito realizador de grandes feitos e, sem perder o foco na tradicional vocação agropastoril de Goiás, tem dinamizado a economia do Estado. Sob a batuta de Perillo, Goiás tem melhorado os indicadores sociais e econômicos. Desponta hoje como expoente da indústria nacional em diversos ramos.

            Queremos também render nossas homenagens aos governadores eleitos de todos os Estados da Federação e, em particular, aos nossos valorosos correligionários Geraldo Alckmin, Beto Richa, Simão Jatene e Reinaldo Azambuja.

            Muito obrigado, senhoras e senhores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/10/2014 - Página 178