Comunicação inadiável durante a 167ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Encaminhamento de voto de pesar pelo falecimento do ex-Ministro Adib Jatene.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Encaminhamento de voto de pesar pelo falecimento do ex-Ministro Adib Jatene.
Aparteantes
Anibal Diniz.
Publicação
Publicação no DSF de 18/11/2014 - Página 377
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, ENCAMINHAMENTO, REQUERIMENTO, VOTO DE PESAR, MORTE, ADIB JATENE, EX MINISTRO, APRESENTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, MEDICO, CONTRIBUIÇÃO, CRESCIMENTO, REALIZAÇÃO, CIRURGIA, LOCAL, BRASIL, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ASSUNTO, HOMENAGEM.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero requerer - já encaminhei à Mesa -, nos termos do art. 218, inciso II, e art. 221, inciso I, do Regimento Interno, inserção em ata de voto de pesar pelo falecimento, na última sexta-feira, 14 de novembro, do médico e ex-Ministro da Saúde, Adib Jatene, aos 85 anos, bem como apresentação de condolências à mulher, Aurice Biscegli Jatene, e aos filhos Ieda, Iara, Marcelo e Fábio, aos netos e bisnetos.

            Justo ele, o cirurgião que trouxe de volta à vida milhares de corações maltratados e combalidos, foi pego pelo coração. Ele tinha artérias ruins. Elas entupiam facilmente e não compartilharam com a energia mental e disposição para chegar aos cem anos.

            Acriano de Xapuri, Jatene era filho de um seringueiro libanês e de uma dona de armarinho. Quando criança, se mudou para Uberaba, em Minas Gerais, e, depois, para São Paulo. Lá estudou na USP, formando-se, aos 23 anos, pela Faculdade de Medicina. A residência e pós-graduação foram feitas no Hospital das Clínicas da mesma faculdade, sob a orientação do professor Euryclides de Jesus Zerbini, que viveu de 1912 a 93, pioneiro dos transplantes de coração no País.

            Com mais de 20 mil cirurgias no currículo, se destacou também por ter sido o primeiro a realizar a cirurgia de ponte de safena no Brasil e por ter inventado aparelhos e medicamentos médicos. Em Uberaba, Minas Gerais, lecionou Anatomia Topográfica da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Nesse período, construiu seu primeiro modelo de coração-pulmão artificial. Em São Paulo, trabalhou no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e, como cirurgião, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria do Estado de São Paulo.

            Ao longo desses 85 anos, realizou 40 mil cirurgias. Chegou a operar até sete pacientes por dia. As equipes formadas por ele foram responsáveis por 120 mil operações cardíacas. Atualmente era diretor do Hospital do Coração e um dos pioneiros da cirurgia do coração no País.

            Nunca se filiou a partidos, mas participou de várias gestões. Atuou como Secretário Estadual da Saúde de São Paulo (de 1979 a 1982) no Governo de Paulo Maluf; e duas vezes como Ministro, na mesma área, nas gestões Fernando Collor (1992, por oito meses) e Fernando Henrique Cardoso (1995 a 1996, por 22 meses).

            No Governo de FHC criou a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), para ajudar a financiar a saúde brasileira. Foi membro da Academia Nacional de Medicina e autor e coautor de cerca de 700 trabalhos científicos publicados na literatura nacional e internacional.

            O Secretário da Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, disse que a "perda do professor e ministro Adib Jatene é motivo de absoluta tristeza" e que "a saúde pública está em luto". O secretário ainda destacou o papel de Jatene "para a consolidação do SUS em São Paulo e no Brasil".

            A Presidenta Dilma Rousseff lamentou, em nota:

A morte do médico Adib Jatene deixa nossa Nação triste. Ele foi um dos mais importantes cardiologistas do Brasil e um dos artífices da criação da CPMF, que permitiu destinar mais recursos para a saúde pública. Expresso meus sentimentos à viúva, dona Aurice, e aos filhos do casal: leda, Marcelo, Fábio e Iara.

            O Ministério da Saúde, do Ministro Arthur Chioro, também divulgou uma nota de pesar: que:

[...] recebeu com tristeza o anúncio do falecimento do médico, professor e ex-Ministro da Saúde Adib Jatene. A medicina brasileira e a saúde pública do país são gratos por suas contribuições nos mais de 40 anos de profissão. Ele, sem dúvida, traduz a força dos milhares de brasileiros que superam suas dificuldades, em sua convicção de desenvolvimento pessoal e esperança de um mundo melhor. Uma história de defesa e ensino de uma medicina voltada essencialmente e fundamentada nas pessoas. A Saúde, em luto, deve um agradecimento especial a esse grande brasileiro.

            Alexandre Padilha, que neste ano concorreu ao governo de São Paulo pelo PT, e não se elegeu, lamentou a perda de Jatene:

Perdemos uma das figuras mais humanas que eu conheci na minha vida. Adib era humano e respeitoso em defesa de suas opiniões, nas criticas, no cuidado com seus pacientes. Mas também quando brincava com suas engenhocas, ele gostava de criar peças, próteses e válvulas que salvaram muitas vidas. [Disse Padilha.] É uma das mentes mais humanas que já vi. O professor Adib Jatene era mais do que tudo especialista em gente.

            O Governador Geraldo Alckmin disse que "seu legado inclui inúmeros feitos para a Medicina".

            Em junho, numa entrevista à revista Época, Jatene falou da rotina diária, dos hábitos, do envelhecimento, do Brasil que ele viu crescer. Abro aspas, aqui, para as palavras memoráveis de Adib Jatene:

“Trabalho no hospital todos os dias, mas já estive melhor de saúde. Tive problema de coronária. Ando com a bengala ou com a cadeira motorizada. No mais, estou bem. Tenho a cabeça boa. Parei de operar no início do ano. Com essa idade as cirurgias ficam complicadas. Minha reação cirúrgica não era aquela que eu tinha. Não queria colocar o paciente em risco. O cirurgião enfrenta situações de emergência. Precisa conseguir responder prontamente. Se a resposta começa a ficar mais lenta, coloca o doente em risco.

Nunca fumei. Fiz muito esporte. Atletismo, remo. Havia torneios entre os alunos da engenharia do Mackenzie e os da Medicina da USP. Sempre tive uma alimentação saudável. Sou casado com uma nutricionista há 60 anos. Os que não se cuidam e vivem muito são exceções que justificam a regra. Quantos obesos da minha idade você já viu? Não há. Eles morrem antes. [...] As artérias de algumas pessoas não vão entupir nunca. Mesmo que elas tenham maus hábitos. [...] Não é o meu caso. Minhas artérias são ruins. Minha aterosclerose é constitucional. Se não tivesse me cuidado, estaria morto há muito tempo. Somos o que comemos. [...]

Estou tentando escrever um livro sobre o Brasil que eu vi crescer. Desde que saí do Acre em sete de fevereiro de 1939. Levamos de lá até Uberlândia dois meses. Tínhamos que descer com a chata, aquela que tem a roda atrás, pelo Rio Acre até a confluência com o Purus. Depois descer o Solimões, o Amazonas. Descemos até o Belém para esperar o Ita. Ia parando em cada porto. Hoje vamos ao Acre em quatro ou cinco horas. [...]

O que aconteceu no Brasil foi uma coisa fantástica. As pessoas não têm noção disso. A qualidade de vida e a saúde da população melhoraram demais. Somos o país que mais vacina no mundo. Eliminamos a poliomielite antes de qualquer país do mundo.

O nosso problema não é a saúde. É a doença. Aquilo que exige atendimento médico, emergência, pronto-socorro. Não fizemos a estrutura necessária para isso. Não havia recursos suficientes. [...]

Vivo nossa realidade. Velho tem que continuar ativo. Se para, definha. [...] O ruim da velhice é a perda de mobilidade. Não tenho mais a flexibilidade que eu tinha. [...] Tenho dificuldades de equilíbrio. Uso bengala ou cadeira de rodas motorizada. Sofro também de diabetes e neuropatia diabética. Isso dá uma perda de sensibilidade nos pés.

E daí? Se eu fosse dar valor a isso, ficaria inutilizado. [...] O lado bom da velhice é a experiência acumulada e a felicidade de poder compartilhá-la. Treinei muita gente. Se a pessoa vive só o passado, ela não interessa a ninguém. O presente é fantástico. Gosto dos jovens. Hoje eles são muito mais preparados. O conhecimento que têm de informática e de outras coisas é impressionante. [...]

O que se faz com gosto não cansa. Nunca me queixo. Tive um incrível professor de Matemática na infância. Era cego e fazia cálculos dificílimos de cabeça. Com ele aprendi a nunca me queixar.”

            Tendo em conta a qualidade e a beleza das palavras, Sr. Presidente Senador Kaká, escritas pelo Dr. Roberto Kalil Filho em artigo publicado hoje na Folha de S. Paulo em homenagem a Adib Jatene, aqui peço a permissão de lê-lo e o registro na íntegra de “Lições de Humildade”, Roberto Kalil Filho:

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) -

Aprendi muito sobre a Medicina com o Professor Adib Jatene, mas a principal lição que recebi do grande mestre foi a de ser humilde na profissão. Sei muito bem que não precisaria lembrar aqui das grandes contribuições do professor Adib Jatene à Medicina - elas já estão impressas nos melhores livros de Medicina do mundo. Mas faço absoluta questão em fazê-lo aqui e sempre.

O professor Adib foi o primeiro médico a realizar a cirurgia de ponte de safena no Brasil. Foi o primeiro a desenvolver o coração-pulmão artificial do mundo. Também foi o primeiro a utilizar a técnica para corrigir artérias de bebês, método que ficou conhecido como Cirurgia de Jatene. O professor Adib foi o primeiro, o primeiro, o primeiro...

A qualidade desse grande cardiologista que, de fato, marcou minha carreira e minha vida, entretanto, não está relacionada a nenhum desses feitos extraordinários. Aprendi com ele a importância de ser humilde na minha profissão. Isso ele me ensinou desde o primeiro instante em que o vi.

Conheci o professor Adib Jatene em 1986. Jamais vou me esquecer desse momento. Eu havia recém-chegado à Faculdade de Medicina, era residente médico. Era uma manhã bem cedo. Eu subia de escada até a UTI pós-operatória do InCor, no terceiro andar do hospital. Eis que, de repente [diz Roberto Kalil Filho], quase trombo com ele, que descia os degraus. Fiquei paralisado. Afinal, o professor Adib, então titular da cirurgia cardiovascular da instituição, era um mito para mim.

Ele logo quebrou o silêncio constrangedor com uma simples pergunta: "Você é quem?"

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) -

Com a voz trêmula, expliquei que começara a residência e que faria prova para cardiologia naquele ano.

Foi então que ele falou uma frase que me marcou para sempre:

“Lembre-se de uma coisa, menino. É importante ser respeitado pelo trabalho e pelos colegas, mas o que mais vale a um médico é ter o respeito dos pacientes.”

Em 1991, a segunda lição de humildade. Eu havia acabado de voltar do doutorado na Universidade Johns Hopkins (EUA) e, na época, era cardiologista-assistente do InCor. Eis que um dia recebo um telefonema da diretoria. O professor Adib queria a minha opinião sobre um paciente dele que estava sendo mantido com suporte mecânico.

Uma semana depois, ele me ligou para dizer que tudo dera certo com o paciente e me agradeceu.

(Soa a campainha.)

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Se me permite (Fora do microfone.), Sr. Presidente, dada a relevância desse extraordinário depoimento, peço alguns minutos.

            O SR. PRESIDENTE (Kaká Andrade. Bloco Apoio Governo/PDT - SE) - Pode concluir, Senador. Pode concluir, Senador.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Dois minutos no máximo.

E eu pensei: “O grande médico e cientista ligando para agradecer a um simples assistente.”

Ao longo da minha carreira, conversei muito com ele. Trinta segundos com o professor correspondiam a anos e anos de pesquisa. Ele sempre me estimulou a continuar na vida acadêmica.

Em 2010, comecei a me preparar para o concurso de professor titular de cardiologia no InCor. Por um ano, falei com ele semanalmente sobre o assunto. [...] em 5 de agosto de 2011, no dia do concurso, ele estava lá, me assistindo na primeira fila. No dia seguinte, ele me deu a terceira lição de humildade:

“Hoje você tem um consultório de sucesso e uma carreira acadêmica consolidada. Mas, para ser um médico completo, tem de ter um compromisso com as pessoas carentes. E agora chegou a vez de isso acontecer.”

Pois digo aqui que minha missão maior no InCor é exatamente essa, a de expandir e melhorar o hospital para o bem da população. Hoje, os ensinamentos do professor Adib fazem parte do meu dia a dia como médico. Uso diariamente suas frases célebres. Por exemplo, quando um paciente me pergunta,...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) -

... por medo de um determinado exame, se é seguro deixar para depois o procedimento, e eu respondo como ele: “Se eu soubesse quando sua artéria irá fechar eu chamaria você um dia antes.”

Outra: um paciente ao me questionar se pode ou não voltar a trabalhar depois de uma cirurgia, eu digo outra célebre frase dele: “O que mata não é o trabalho, é a raiva.” Mas a minha meta maior é me espelhar em sua humildade. Professor Adib me acompanhará para sempre.

            Possa o exemplo do Dr. Adib Jatene se espalhar por todo o Brasil para todos os brasileiros! Ele tantas vezes esteve nesta Casa, conversando com cada Senador sobre a CPMF, sobre tudo aquilo em que ele acreditava, sobre quão importante era haver os recursos necessários para financiar todo o bem que o atendimento do Sistema Único de Saúde deveria prover a cada cidadão brasileiro, onde ele estivesse, em qualquer parte do Território. Assim, Sr. Presidente, avaliei que a manifestação do Dr. Roberto Kalil Filho fosse muito relevante e, por isso, como parte, também, de meu Requerimento de Pesar.

            O Sr. Anibal Diniz (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Senador Suplicy.

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Trata-se de comunicação inadiável, mas, se o Presidente, assim concordar...

            O Sr. Anibal Diniz (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - É só para reforçar a importância do pronunciamento de V. Exª. O Senador faz uma homenagem merecida ao grande médico cardiologista, acriano de Xapuri, Adib Jatene. Quero dizer que, verdadeiramente, ele foi um dos grandes baluartes da Medicina brasileira, com essa visão de mundo, essa visão de humanidade, que o projetou e formou centenas, milhares de discípulos da boa Medicina no Brasil. E quero dizer que ele tinha uma visão muito otimista do Brasil - isso foi expresso, inclusive, na leitura que V. Exª fez. E a mesma coisa nós podemos dizer em relação ao Acre. Ele passou muitos anos sem visitar o Acre - muitos anos! Na sua última ida ao Acre, ele escreveu um belíssimo artigo, que tornou público, manifestando...

(Soa a campainha.)

            O Sr. Anibal Diniz (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ... a sua admiração, digamos assim, pelas coisas novas, coisas boas, coisas interessantes que estavam acontecendo no Acre, fruto dessa novidade na política que tinha surgido, dessa geração de pessoas bem intencionadas, procurando fazer o melhor a partir de uma função pública. Então, Adib Jatene deixou milhares e milhares de fãs e, certamente, a Medicina brasileira pode ser dividida entre antes e depois de Jatene, principalmente a Cardiologia, porque ele foi, com certeza, o maior cardiologista que existiu no Brasil. Certamente, a partir dele, muitos discípulos competentes e solidários com o povo brasileiro, a partir dos ensinamentos de Adib Jatene, surgiram e vão levar o seu legado por muito, muito tempo. Parabéns a V. Exª, Senador Suplicy, pelo belíssimo pronunciamento em homenagem a esse grande acriano, que orgulha todos os acreanos, principalmente a população de Xapuri, sua terra natal, a mesma terra de Chico Mendes, Adib Jatene, este grande cardiologista, que levou ao mundo o seu conhecimento na matéria.

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Muito obrigado, Senador Anibal Diniz. V. Exª presta a devida homenagem a este Dr. Adib Jatene, que nasceu em Xapuri. Então, posso perceber o sentimento de homenagem, de honra para o Acre por tudo aquilo que fez o Dr. Adib Jatene. Tenho certeza de que nossos amigos, o Governador Tião Viana, o ex-Governador e nosso colega Jorge Viana, estão irmanados no seu pensamento. E eu o convido, e também ao Senador João Capiberibe e ao Senador Kaká, se desejarem, a assinar o Requerimento de Pesar, vou levá-lo a V. Exªs.

 

DOCUMENTO ENCAMINHADO PELO SR. SENADOR EDUARDO SUPLICY EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

Matéria referida:

            - “Lições de humildade”, Roberto Kalil Filho.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/11/2014 - Página 377