A SRª ANGELA PORTELA (Bloco Apoio Governo/PT - RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Senador Jorge Viana, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, visitantes aqui do plenário do Senado Federal - é uma satisfação receber os estudantes também das escolas públicas do Brasil -, eu queria aqui trazer uma informação que não é muito do agrado de todos nós, porque trata do aumento de violência no trânsito em todo País e, especialmente, no meu Estado de Roraima, que apareceu entre os seis Estados da Federação que registraram ocorrência de ligeiro aumento nos índices de morte por acidente no trânsito.

           Então, todas as semanas, nós vemos, em nosso Estado, principalmente na nossa capital, Boa Vista, um número muito elevado de famílias, de jovens, sofrendo pela perda de seus filhos. A gente não pode deixar de acompanhar com muita atenção esses indicadores de violência no trânsito, que, infelizmente, assolam todo o nosso País.

            De acordo com números do Datasus, do Ministério da Saúde, Roraima apresentou um aumento da ordem de 2% nesta categoria de problemas urbanos. O Rio de Janeiro lidera entre os Estados em que houve redução no número de mortes no trânsito ocorridas no ano passado, sendo seguido por São Paulo. Mas o Datasus evidencia, para nossa tristeza, os seis Estados em que houve ligeiro aumento dos acidentes de trânsito no País, com vítimas fatais.

            O Estado da Paraíba lidera nesta categoria, com 4% de aumento de acidentes em que as pessoas perderam as suas vidas. Juntos aparecem Mato Grosso do Sul, Sergipe e Roraima, como já destaquei, todos com aumento de 2%. Já Pará e Mato Grosso surgem com 1% de aumento nos casos de morte no trânsito.

            No caso de Roraima, não é a primeira vez que falo a respeito deste assunto aqui nesta tribuna. Em diversas ocasiões, a gente pôde registrar nossa consternação pelo sofrimento das famílias com a perda dos seus filhos, porque geralmente esses acidentes afetam os jovens.

            No ano passado, destaquei aqui um estudo realizado pela Confederação Nacional dos Municípios sobre a situação da mortalidade no trânsito no Brasil, que colocava Boa Vista, a capital do meu Estado, em primeiro lugar, com uma taxa de 34,2, entre as capitais de menor porte populacional, que apresentam os maiores números de mortes por acidentes de trânsito. Na oportunidade, ressaltei também dados do Ministério da Saúde, no ano de 2010, que já apontavam um quadro grave em Roraima. As estatísticas mostravam que, naquele ano, 57 das 147 mortes ocorridas no trânsito em Roraima, tiveram como vítimas as pessoas que estavam de motocicleta.

            No ano passado, dados da Delegacia de Acidentes de Trânsito, órgão do Departamento Estadual de Trânsito de Roraima, revelaram que, somente entre janeiro e março de 2013, haviam sido registrados 1.632 casos de violência no trânsito. Como se pode imaginar, em três meses apenas, 1.632 casos de morte violenta no trânsito de nossa capital, Boa Vista?

            Esse total representava 47% do total de casos acontecidos em todo o ano de 2012, quando a DAT registrou 3.434 acidentes de trânsito em Roraima, no mesmo período. Então, pode-se observar que houve um aumento extraordinário de acidentes de trânsito. Acredito que parte deste problema, recorrente em Roraima, mas que há algum tempo já vem afetando as grandes cidades de todo o País, aconteça, entre outras razões, pela impunidade.

(Soa a campainha.)

            A SRª. ANGELA PORTELA (Bloco Apoio Governo/PT - RR) - Os dados atuais revelam que, em nosso Estado, a violência no trânsito tem se transformado em um problema sério e de responsabilidade da Administração Pública. Só para concluir, Sr. Presidente, em um levantamento mundial sobre mortes no trânsito feito pelo Instituto Avante Brasil, em 2010, que estrutura um ranking comparativo dos dez países mais violentos, o Brasil apareceu em quarto lugar, com o maior número de mortes no trânsito, ficando atrás somente da China, da Índia e da Nigéria. Guardadas as devidas proporções da pesquisa que teve como base um relatório da ONU e que tem conexão com o Índice de Desenvolvimento Humano, dos dez países comparados, nenhum deles faz parte do grupo que conta com mais elevado Índice de Desenvolvimento Humano

            Por isso mesmo, penso que a solução para a humanização no trânsito está, primordialmente, no investimento em educação e, neste particular, em educação para o trânsito. É uma questão que envolve educação voltada para a cidadania.

            E os desafios são imensos: hoje, faz-se urgente que nós, pessoas públicas, Senadores, administradores, o conjunto da sociedade, promovamos uma cultura de paz. E, se tudo começa na infância, é nossa responsabilidade criarmos nossas crianças ensinando-lhes a importância do respeito à vida e à integridade física de todas as pessoas.

            Era isso, Sr. Presidente, que queria registrar neste momento, no plenário do Senado Federal, lamentando o crescimento dos índices de acidentes de trânsito em nosso País e, especificamente, em nosso Estado de Roraima. Muito obrigada, Sr. Presidente.