Pela Liderança durante a 169ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da participação de S.Exª em reunião da Direção Nacional do PCdoB; e outro assunto.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
CORRUPÇÃO, POLITICA ENERGETICA. ATIVIDADE POLITICA, ELEIÇÕES, POLITICA NACIONAL.:
  • Registro da participação de S.Exª em reunião da Direção Nacional do PCdoB; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 19/11/2014 - Página 182
Assunto
Outros > CORRUPÇÃO, POLITICA ENERGETICA. ATIVIDADE POLITICA, ELEIÇÕES, POLITICA NACIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, INVESTIGAÇÃO, DESVIO, APLICAÇÃO DE RECURSOS, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, REUNIÃO, DIREÇÃO, AMBITO NACIONAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC DO B), LOCAL, SÃO PAULO (SP), ASSUNTO, DISCUSSÃO, RESULTADO, ELEIÇÕES, SITUAÇÃO, POLITICA, BRASIL.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente, Srs. Senadores, companheiros e companheiras.

            Sr. Presidente, nesses últimos dias, de 14 a 16, passamos reunidos na Direção Nacional do meu Partido, o PCdoB, no Comitê Central em São Paulo. Não só fizemos uma análise das eleições passadas, do resultado para a Presidência da República, em que saímos ampla e plenamente vitoriosos, do resultado em cada um dos Estados brasileiros, mas também nos detivemos, sobretudo, Sr. Presidente, na análise do momento presente, das providências e das nossas tarefas para continuar construindo um futuro promissor para o Brasil e para o povo brasileiro.

            Antes de ler parte da nossa resolução, um documento extremamente denso, Sr. Presidente - pinçarei apenas algumas partes desta tribuna -, solicito, desde já, Senador Jorge Viana, que V. Exª peça que ela integre os Anais desta Casa, que V. Exª considere na íntegra este documento, que é da mais alta relevância.

            Antes disso, quero destacar também os episódios ocorridos no último fim de semana. Estávamos todos em São Paulo. Chegando a São Paulo, recebi a notícia de diversas prisões, do cumprimento de diversos mandatos, envolvendo ainda a sétima etapa da Operação Lava-Jato, segundo a imprensa.

            Sr. Presidente, creio que vivemos um momento delicado para o nosso País. Entretanto, como diz a própria teoria e o ensinamento da vida, as crises costumam abrir portas de oportunidade.

            Aqui, quero destacar uma entrevista dada pelo Procurador-Geral da República, Dr. Janot, publicada num dos grandes jornais do Brasil no dia de ontem. Ele diz o seguinte: que espera que esta seja a oportunidade para que reformas sejam feitas, sobretudo a reforma política, Sr. Presidente.

            Creio que é difícil, que não é fácil - o Senador Jucá tem discutido muito isso, já relatou na Casa inúmeras propostas de reforma política e apresentou outras tantas, como todos nós o fizemos - chegarmos a um consenso, mas, por outro lado, temos de chegar ao consenso. E estamos chegando ao consenso com a contribuição do Poder Judiciário do Brasil, do Supremo Tribunal Federal. Falta pouco para se concluir o julgamento que diz respeito ao financiamento de campanha no Brasil.

            São empresas privadas financiando diretamente partidos e candidatos. É impossível que isso continue!

            Se analisarmos a prestação de contas das últimas eleições deste ano de 2014, veremos as empresas envolvidas nesse escândalo, que não é um escândalo pequeno, que é um escândalo grande, muito grande, Sr. Presidente. Todo ele tem de ser revelado para a sociedade brasileira, todo ele! Se formos ver o prejuízo que isso causou à população, veremos que é algo grave, porque não sai de graça, alguém paga por isso. Se uma obra é superfaturada, o preço da obra aumenta e, depois, é dividido. Quando uma hidrelétrica é construída, quando um gasoduto é construído, quando uma refinaria é construída, a planilha de custo daquele bem construído faz parte da planilha de preços do produto depois comercializado. Então, se a gente tem um gás mais caro hoje no meu Estado, Sr. Presidente, até quanto devemos isso ao superfaturamento?

            Então, não podemos deixar, de jeito nenhum, que essas janelas se fechem sem que nada aconteça no Brasil. Não! A Presidenta Dilma, o Brasil vai mudar. E vai mudar para sempre. Quem sabe, mais ali adiante, nós precisaremos de novas mudanças, mas essa mudança virá.

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Entretanto, Sr. Presidente, o que quero destacar aqui é que nós temos de ter a capacidade de investigar tudo. E aí é que eu digo: as duas CPIs ficaram muito pequenas, Sr. Presidente, diante de tudo o que o Poder Judiciário vem revelando, diante de tudo aquilo que a Polícia Federal já avançou e que o Ministério Público já avançou. É muito pequena a possibilidade de investigação parlamentar diante desses fatos ocorridos nos últimos dias.

            Mas o que nós não podemos, de forma nenhuma, é fazer com que o Brasil pare ou com que a Petrobras pare. Não podemos fazer isso de maneira nenhuma, porque isso seria penalizar a população e o País uma segunda vez.

            Então, agora, é dada a hora e a oportunidade, Presidente Jorge Viana, de ver concretamente quem quer investigar, quem quer punir ou quem quer somente criar um terremoto político e gerar a instabilidade de um Governo recém-eleito.

            E aí eu lamento muito. Alguns tentam dizer “eu não tenho nada a ver com isso”, mas estão lá no ato. Atos são chamados pedindo o impeachment da Presidente e a volta do regime ditatorial, a volta dos militares.

            Isso é inadmissível para um País que lutou por 21 anos para conquistar a democracia! Aliás, tudo isso é fruto da democracia, a transparência, a revelação dos malfeitos da corrupção, que é muito grave, volto a repetir, Sr. Presidente.

            Mas a oportunidade está dada. O Brasil tem de continuar, as obras do PAC têm de continuar, temos de encontrar uma forma de averiguar e de cobrar ali adiante, quando comprovados todos os desvios. Todos os participantes devem ser punidos, porque, quem sabe, então, diminuiremos muito o custo Brasil.

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Quanto ao meu pronunciamento, Sr. Presidente, vou dividir em duas etapas parte da reunião. Quero dizer que voltarei aqui, certamente, amanhã, para falar disso. O Senador Inácio Arruda também deve vir falar. Mas apenas quero dizer que tivemos uma participação ativa nessa jornada que consideramos extremamente vitoriosa.

            Na nossa reunião, decidimos aquilo que são as tarefas primordiais, essenciais, para esse futuro Governo que iniciará em janeiro de 2015. Entre essas tarefas fundamentais, está a formação de uma base de sustentação política forte ao novo Governo, uma base de sustentação que não se resume somente ao Parlamento brasileiro, mas que tem de chegar também aos movimentos sociais, porque, sem a sustentação do povo brasileiro, sem a sustentação no Parlamento, o Governo não segue. E o Governo tem de seguir. Tem de seguir onde, Sr. Presidente? Avançando nas mudanças, que foram o lema...

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - ...vencedor nas últimas eleições.

            Fizemos uma análise do desempenho do nosso Partido também, Sr. Presidente, e entendemos que o ponto forte do desempenho do Partido Comunista do Brasil nas últimas eleições foi, sem dúvida alguma, um feito inédito para esse Partido de quase um século de existência: a eleição, pela primeira vez, de um Governador de Estado, a eleição de Flávio Dino no Maranhão.

            Mas, Presidente Jorge Viana, já que meus companheiros estão aqui querendo falar, voltarei à tribuna em outro momento para tratar desse assunto que considero extremamente importante.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/11/2014 - Página 182