Pronunciamento de Waldemir Moka em 18/11/2014
Comunicação inadiável durante a 169ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagens ao ex-Senador Ramez Tebet e ao poeta Manoel de Barros.
- Autor
- Waldemir Moka (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
- Nome completo: Waldemir Moka Miranda de Britto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Comunicação inadiável
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Homenagens ao ex-Senador Ramez Tebet e ao poeta Manoel de Barros.
- Aparteantes
- Casildo Maldaner.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/11/2014 - Página 200
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, ANIVERSARIO, MORTE, RAMEZ TEBET, EX SENADOR, MANOEL DE BARROS, POETA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.
O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco Maioria/PMDB - MS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Senador Presidente Paulo Paim.
Eu ocupo esta tribuna, Presidente, neste dia, para fazer uma homenagem a duas personalidades do meu Estado, Mato Grosso do Sul, as quais não estão mais entre nós e que merecem ser honradas pela sua trajetória em vida. Elas deixaram saudades, cada uma a seu tempo.
No dia de ontem, completaram-se oito anos da morte de um dos maiores Senadores do meu Estado e deste País, meu amigo, companheiro, o saudoso Senador Ramez Tebet. Homem público raro, amigo e pai de família atencioso, Ramez foi um dos Parlamentares que fizeram despertar em mim o desejo de seguir carreira na política.
Ramez está na lista dos maiores políticos do Brasil, fazendo companhia a Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Mário Covas, entre outros. Felizmente, Ramez serviu todo esse tempo ao meu Mato Grosso do Sul, figura com a qual me relacionei ao longo da minha vida política, e já passam mais de 32 anos, Sr. Presidente.
No ano em que se completam oito anos de sua morte, Ramez, certamente, está orgulhoso por ver sua filha, Simone Tebet, eleita Senadora também por Mato Grosso do Sul. Simone, mulher que foi Prefeita, duas vezes, de Três Lagoas, cidade de Ramez, Deputada Estadual e atual Vice-Governadora, ocupará o lugar que foi do seu pai. Que seja bem-vinda a esta Casa, que seu pai tanto honrou, Senadora Simone Tebet.
A segunda personalidade à qual me referi no início desta fala é Manoel de Barros, cuja caminhada se encerrou no último dia 13, em Campo Grande, onde vivia. Morto aos 97 anos de idade, o poeta deixa uma lacuna na Literatura brasileira.
Manoel de Barros, reconhecido, nacional e internacionalmente, como um dos escritores mais originais do século, era um dos representantes da Geração de 1945 e ganhador de vários prêmios, entre eles dois Jabutis.
Advogado e fazendeiro, foi criado em Corumbá, em pleno Pantanal Sul-Mato-Grossense, e escreveu seu primeiro poema aos 19 anos, mas só bem mais tarde ganhou projeção nacional.
Autor de dezenas de livros editados em diversos países, uma de suas obras mais conhecidas é o Livro sobre Nada, de 1996. Escrevendo “sobre nada”, o autor traduziu como ninguém as belezas do Pantanal e a simplicidade da natureza: “Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que elas estão falando. Natureza é uma força que inunda como os desertos”, dizia. “Caramujo-Flor”, “grande poeta das coisas pequenas”, como era chamado, cresceu com os pés no barro. Na fronteira, Sr. Presidente, nós usamos uma expressão em guarani para dizer pés no barro: pynandí. Desde muito menino, descobriu o valor das chamadas coisas desimportantes, transformadas em versos na sua escrita. Com uma linguagem inovadora, o poeta sul-mato-grossense manejava as palavras como ninguém.
"Sou livre para o silêncio das formas e das cores", escreveu um dia o poeta. Que sua liberdade possa inspirar hoje e sempre e que Manoel de Barros possa alçar o voo que o homem "que foi aparelhado a gostar de passarinhos" sempre almejou.
Assim, diante dessa pequena homenagem a essas figuras expressivas da política e da literatura brasileira e sul-mato-grossense, encerro este pronunciamento citando um verso do próprio Manoel de Barros, que diz: "Do lugar onde estou, já fui embora".
Muito obrigado.
O Sr. Casildo Maldaner (Bloco Maioria/PMDB - SC) - V. Exª me permite um aparte, Senador?
O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco Maioria/PMDB - MS) - Pois não.
O Sr. Casildo Maldaner (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Senador Moka, vou começar com Manoel de Barros, que V. Exª cita por último, terminando com uma linda poesia. Manoel de Barros encantou o Pantanal, engrandeceu-o. Acredito que agora, em companhia do Ramez Tebet, esse grande ex-Vice-Governador, Senador, Presidente do Senado Federal, e que lá em cima também se encontra...
O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco Maioria/PMDB - MS) - E que era amigo de Manoel de Barros.
O Sr. Casildo Maldaner (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Grandes amigos. Ramez vivia conosco em Santa Catarina. Amigos nós éramos. Assumimos juntos aqui, em 1995, no Senado. Ele era extraordinário. Vivia balbuciando, quando podia, outras coisas, cansado, mas falava no Pantanal. Os dois lá em cima devem estar trocando ideias. E com as poesias de Manoel de Barros, devem estar encantando até os céus do seu Pantanal. E a Simone, filha de Ramez Tebet, que foi Prefeita de Três Lagoas, Vice-Governadora, ainda hoje, vem para cá para fazer companhia a um grande Senador que é V. Exª. Para nós, de Santa Catarina, e para nós brasileiros, pessoas da estirpe de V. Exª, de Simone, de Ramez Tebet, de Manoel de Barros, sem dúvida alguma, engrandecem não só o Mato Grosso do Sul, não só o Pantanal, não só o Brasil, mas os céus onde os dois já se encontram. Obrigado.
O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco Maioria/PMDB - MS) - Senador Casildo Maldaner, lembro-me da amizade de V. Exª, do Senador Luiz Henrique, de tantos outros aqui que conviveram com o Senador Ramez Tebet. Ontem, fez oito anos que o Ramez deixou de conviver aqui conosco. Mas tenho certeza de que ele está muito orgulhoso, porque a sua filha, sua herdeira política, Simone Tebet, um dos quadros mais importantes do meu Estado, sem dúvida nenhuma...
(Soa a campainha.)
O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco Maioria/PMDB - MS) - ... vai ocupar o lugar legitimamente que foi do seu pai e vai honrar, assim como o Ramez sempre honrou, o nosso Estado e o nosso País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.