Discurso durante a 175ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a campanha ao Governo do Estado de Sergipe, disputado por S. Exª; e outro assunto.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL, ELEIÇÕES, SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Comentários sobre a campanha ao Governo do Estado de Sergipe, disputado por S. Exª; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 26/11/2014 - Página 642
Assunto
Outros > GOVERNO ESTADUAL, ELEIÇÕES, SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, ORADOR, CAMPANHA ELEITORAL, CANDIDATO, GOVERNADOR, ESTADO DE SERGIPE (SE), CRITICA, AUMENTO, NUMERO, VIOLENCIA, REGIÃO.

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Procurarei, Sr. Presidente.

            Depois de quatro meses afastado desta Casa, pois estava disputando o Governo do Estado de Sergipe, o meu Estado, quando assumiu aqui, com muita honra e com muita galhardia, o Senador Kaká Andrade - o nosso segundo suplente -, quero aqui agradecer, mais uma vez, as presenças honrosas, na tribuna de honra, dos nossos Deputados Estaduais por Sergipe, o meu querido Estado: Deputado Venâncio Fonseca. Muito obrigado, mais uma vez, meu líder; Pastor Antonio; Zeca da Silva; Capitão Samuel; e nosso Presidente da Câmara de Vereadores, Vinícius Porto, sempre acompanhado do César, grande comunicador.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, todos que nos acompanham pela TV Senado, pela Rádio Senado e pelas mídias sociais, é com renovado entusiasmo que retorno a esta Casa após uma batalha, uma grande luta em prol de um sonho que não era apenas meu, mas compartilhado e fomentado por milhares de sergipanos que trabalham e buscam, dia após dia, um Sergipe melhor, mais digno, onde possamos voltar a nos sentir seguros, onde a saúde e a educação sejam, verdadeiramente, de qualidade e que voltem a ser, além de prioridade, uma realidade, que infelizmente não é boa. Um Estado que seja, sobretudo, responsável por seu povo e por sua gente. Essa é a missão do Estado.

            Entrei na campanha ao governo do meu Estado imbuído de determinação e da certeza de que faria uma campanha limpa, propositiva e respeitosa, sem jamais, absolutamente, nunca abrir mão dos meus princípios e daqueles valores que considero que sejam éticos e que orientam, como uma bússola, os passos de qualquer um de nós. E assim o fiz, do início ao fim do processo eleitoral.

            Em nenhum momento prometi o que não poderia ser cumprido. Nunca fiz e nunca farei promessas falsas e vazias. A mim, nunca interessou ganhar uma eleição a qualquer custo. A qualquer custo, não! Tenho plena convicção de que aquele princípio maquiavélico, segundo o qual os fins justificam os meios, não se aplica e nunca se aplicou à minha conduta, à forma como conduzo minha vida e como dou os meus passos, à minha vida profissional e até à atividade política. A minha visão de mundo é diferente disso.

            Srs. Senadores, Srªs Senadoras, colegas que estão aqui presentes, todos os que nos assistem pela TV Senado e que nos escutam pela Rádio Senado, durante as eleições repeti incansavelmente um lema que trago comigo e que norteou toda a minha conduta: o compromisso de não mentir, absolutamente de não iludir e de falar apenas a verdade. O exercício da medicina me ensinou que não se brinca com a vida de quem quer que seja. Esse é um dos ensinamentos que faço questão de passar aos meus filhos, àqueles que estão ao meu lado, àqueles em quem a gente possa ter algum tipo de influência, mostrando-lhes que mais importantes do que as palavras, de fato, são as nossas atitudes, as nossas ações diárias.

            Entretanto, as armas usadas pelo adversário foram bem diferentes. Utilizando-se de velhos vícios, de velhas condutas e do seu estilo peculiar de fazer política, agrediu, mentiu e ofendeu não só a minha honra, mas a honra de toda a minha família e de dezenas de amigos, como, por sinal, já o fez em outras ocasiões com vários outros políticos sergipanos - muitos deles, hoje, ao seu lado -, assim como dos seus familiares. Lutamos uma luta desigual: de um lado, apresentamos propostas e ideias; do outro lado, o que víamos eram enxurradas de maledicências, grosserias e falsas promessas, como hoje assistimos e sofremos no nosso Estado.

            Porém, Sr. Presidente, vivemos, graças a Deus e à luta de muitos, em uma democracia, e a vontade do povo deve ser soberana. Contudo, não posso deixar de lamentar que, passado o calor das eleições, tendo descido do palanque, o quadro que se desenha no meu Estado seja de desânimo e de desesperança.

            Recordo bem que, no período eleitoral, por diversas vezes, fui acusado pelo meu adversário de ser pessimista...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... quando, de fato, estava apenas mostrando a situação real do Estado, com clareza e responsabilidade, propondo soluções viáveis, exequíveis e efetivas para os principais problemas que afligem o povo sergipano.

            Veja-se o caso, por exemplo, da insegurança pública, que só cresce ano após ano. O Mapa da Violência, divulgado recentemente pelo Ministério da Justiça, revela um dado ainda mais preocupante para Sergipe.

            A pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que, levando-se em consideração a proporcionalidade, Sergipe se destaca em quarta colocação no ranking da violência no Brasil, com uma taxa de mais de 40 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Em números absolutos, a pesquisa indica que, no ano de 2013, foram registrados 923 crimes letais intencionais, um índice alarmante, muito acima do verificado no ano anterior, quando ocorreram 845 crimes dessa natureza...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... e éramos, pois, o sexto colocado no ranking da violência do País.

            Portanto, Sr. Presidente, nobres colegas, quando falávamos da insegurança pública que temos vivido em Sergipe nos últimos anos, não se tratava de pessimismo. Em verdade, estávamos apenas demonstrando a realidade dos fatos, encarando de frente uma situação atroz e a tratando com a seriedade e a responsabilidade que ela exige, tendo como meta um objetivo muito claro: devolver ao Estado, aos que lá vivem e aos que nos visitam a tranquilidade e a segurança com a qual outrora vivíamos e que sempre foi um dos nossos melhores cartões de visita, como está aqui para testemunhar o nosso amigo Deputado Capitão Samuel.

            Desse modo, com o término das mentiras e das enganações apresentadas pelo então Governador do Estado no horário eleitoral, a realidade hostil se apresentou com toda a força da verdade que insistíamos em mostrar com veemência à população sergipana. Sr. Presidente, nunca na história política de Sergipe, havia acontecido, por exemplo, atraso - e, em muitos casos, parcelamento - dos salários dos servidores.

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - Já termino, Sr. Presidente.

            O vergonhoso episódio culminou no marcante depoimento que a professora aposentada Jeane Batista Santos prestou ao site G1 Sergipe:

A sorte é que eu tenho casa própria e não tenho carro, porque senão a dificuldade seria ainda maior [para pagar tudo isso]. Até a comida estou passando no cartão. Em 35 anos de trabalho público, nunca recebi atrasado e muito menos parcelado [como receberam os servidores públicos do nosso Estado no mês passado].

            Na mesma matéria publicada no referido portal de notícias, o Diretor de Relações Institucionais do Tribunal de Justiça de Sergipe afirma que parte dos problemas do Estado já vinha sendo alertada pelo Poder Judiciário e fala ainda da necessidade de uma reforma administrativa que venha pôr fim aos gastos com privilégios. Esse também foi um dos grandes alertas que fiz durante a campanha, em que propunha a necessidade urgente de uma reforma geral administrativa, sob pena da completa bancarrota do nosso Estado.

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não fui, não sou e jamais serei pessimista. Pelo contrário, foi por cultivar sempre o otimismo que estudamos a fundo cada questão referente às áreas administrativas do Estado. Assim, localizamos e mapeamos as dificuldades existentes, e elaboramos com extremo cuidado e responsabilidade cada uma das nossas futuras ações.

            A nossa intenção fora a de demonstrar que Sergipe é um Estado viável e que os problemas que hoje afligem a nossa gente têm solução. Por isso, apresentamos, sim, um plano de governo exequível e diferenciado, baseado, principalmente, nos princípios modernos de uma gestão pública transparente, eficiente e mais humana.

            Portanto, lembrando mais uma vez o nosso saudoso Eduardo Campos, quando nos disse "Eu não vou desistir do Brasil", reafirmo também, aqui nesta Casa, que não vou desistir, meu amigo Deputado Venâncio Fonseca, de Sergipe. Não tenho esse direito!

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - Não temos esse direito de desistir do nosso Estado, do meu povo e da minha gente sofrida e trabalhadora.

            Afinal, como sabemos, nem sempre o vencedor é aquele que chega em primeiro lugar. Basta lembrarmos - e sei que todos se lembram - de uma cena emblemática, que marcou as Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, ou seja, há justos 30 anos.

            Naquela ocasião, pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, acontecia a prova da maratona para mulheres. Alguém se lembra do nome da maratonista que venceu aquela prova? Com certeza, não. Mas, hoje, está viva a lembrança daquela atleta suíça, Gabrielle Andersen, que, mesmo com um extremo desgaste físico e com metade do corpo paralisado pelas fortes cãibras, conseguiu cruzar a linha de chegada, sendo aplaudida de pé por todo o Coliseu, tornando-se um símbolo de determinação e perseverança.

            E é com essa perseverança, com essa determinação, força e paciência, Sr. Presidente, que tenho conduzido a minha vida desde muito cedo.

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - Há muito reafirmo que a política é, para mim, um instrumento de (Fora do microfone.) transformação social...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... e a essa causa tenho dado o meu nome, a minha vida e a minha história.

            Portanto, para finalizar, quero reafirmar o meu compromisso com o meu povo e com a minha gente de continuar a lutar por um Sergipe melhor, por um Brasil melhor e muito mais digno.

            Aproveito a oportunidade, aqui no meu retorno aos trabalhos desta Casa, para deixar o meu mais profundo e sincero agradecimento a todos que entenderam, confiaram e participaram do nosso projeto em favor do desenvolvimento do Estado de Sergipe. Eu gostaria que todos soubessem que todo trabalho, dedicação e empenho não foram e não serão em vão.

            Uma semente foi plantada e regada num terreno fértil.

            Em breve, pelas graças de Deus, ela crescerá e se tornará uma árvore frondosa cujos frutos servirão para saciar a grande fome e sede de justiça social que, hoje, prostra, alvitra e inflama o clamor, não apenas do povo sergipano, mas do povo brasileiro.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Perdoe-me pelo tempo excessivo!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/11/2014 - Página 642