O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, a Senadora Angela Portela hoje falou sobre o destempero que acometeu outro Senador do nosso Estado, quando eu aqui li uma matéria apenas: a de que o Tribunal de Contas do meu Estado havia pedido o afastamento do Secretário de Saúde do Estado, como também o do Secretário de Saúde do Município de Boa Vista, a capital do Estado.

            Pois bem, acontece que, naquele dia, sem que eu mencionasse o nome da sua ex-esposa, que é a prefeita, sem que mencionasse outros nomes, o Senador Jucá veio aqui e aí ligou uma metralhadora giratória, atingindo meu pai, a mim, o Dr. Getúlio Cruz, que é o dono do único jornal independente do meu Estado, o ex-Governador Neudo Campos, a atual Governadora eleita, Suely Campos, e também os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, numa arrogância nunca vista.

            Então, aqui já fiz a defesa do Tribunal de Contas, mencionei especificamente os dois conselheiros que ele nominou, que foram a Conselheira Cilene Lago Salomão e o Conselheiro Joaquim Pinto Souto Maior Neto, conhecido por Netão, mostrei os porquês e elogiei o trabalho do Tribunal de Contas, como, aliás, acho que é dever de qualquer Parlamentar: ajudar a fiscalizar a aplicação do dinheiro público. Isso eu fiz em todo um período de vida parlamentar, seja nos mandatos de Deputado, seja nos mandatos de Senador.

            Sr. Presidente, antes de entrar no meu motivo de hoje, que é justamente defender o jornal Folha de Boa Vista e o seu diretor, Getúlio Cruz, eu quero registrar, na tribuna de honra do Senado, a presença dos meus amigos Américo e sua esposa, que muita honra me dão neste momento.

            Sr. Presidente, eu quero pedir a V. Exª, antes de mais nada, que seja transcrito, como parte do meu pronunciamento, um material sobre os 30 anos do jornal Folha de Boa Vista, portanto, um jornal que começou quando nós ainda éramos Território Federal; e também a notícia de que o Dr. Getúlio Cruz - que é o diretor proprietário da Editora Folha e, portanto, do jornal Folha de Boa Vista - recebeu uma medalha de mérito industrial, premiação que é destinada a personalidades que se tenham tornado dignas do reconhecimento ou da admiração da indústria brasileira.

            Agora, eu quero dar voz ao Dr. Getúlio.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Eu quero dizer que V. Exª, de pronto, será atendido.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) - Obrigado.

            Eu quero dar voz ao Dr. Getúlio, porque, já que ele não tem um mandato para se defender pessoalmente, eu quero ler uma matéria que ele comentou na Rádio Folha, que é outro órgão de imprensa independente.

            Palavras do Dr. Getúlio Cruz, referindo-se, portanto, no rádio, aos ouvintes:

Como você ouviu na nossa síntese da semana, o secretário municipal de saúde de Boa Vista foi afastado pelo Tribunal de Contas do Estado. As notícias são produzidas da seguinte forma: o jornal recebe a informação de que um secretário do Município foi afastado. É dever do jornal publicar esse afastamento e assim fez a Folha de Boa Vista na terça-feira. A Folha apenas reproduziu a notícia dando conta do afastamento do Sr. Marcelo Lopes, que havido sido preso quando era gerente regional da Funasa, indicado pelo Senador Romero Jucá.

O Sr. Marcelo Lopes foi preso pela Polícia Federal. A Folha apenas noticiou o seu afastamento.

Na quarta-feira, o Senador Mozarildo Cavalcanti leu na tribuna do Senado a notícia do afastamento do Secretário Marcelo Lopes e disse que teria lido aquela notícia na Folha de Boa Vista. Meia hora depois, transtornado, o Sr. Romero Jucá utiliza a tribuna do Senado para fazer ataques pessoais a várias pessoas, todas aqui de Roraima. Atacou o ex-Governador Neudo Campos, a Governadora eleita Suely Campos, atacou a Conselheira do Tribunal de Contas Cilene Salomão, uma senhora casada, respeitada, técnica desse Estado, filha de família ilustre desse Estado; ofendeu o Vereador Paulo Linhares e ofendeu a mim [diz ele, Getúlio Cruz] pessoalmente e sem justificar o porquê daquele ato tresloucado. Bateu na mesa, gritou, como se a Folha de Boa Vista, no nosso caso especialmente, tivesse afastado o secretário municipal. A Folha apenas noticiou seu afastamento, mas o Sr. Romero Jucá, dando uma de coronelzinho de barranco, resolveu partir para o ataque, para as ofensas pessoais.

É uma pena que o Sr. Romero Jucá utilize o espaço do Senado, e depois os seus acólitos jogam as ofensas em redes sociais, e ele vai ser processado e será processado por isto. E eu sei que está gravando, e pode gravar, por que o que eu vou dizer aqui são coisas absolutamente verdadeiras.

            Quero repetir aqui, Senador Paim, que essas são as palavras ditas pelo Dr. Getúlio Cruz, que estou repercutindo aqui como se minhas fossem:

O Sr. Romero Jucá disse, entre outras coisas, que eu sou um fracasso administrativo. Eu quero começar falando sobre isso dizendo o seguinte: eu [ele, Getúlio Cruz] fui Governador de Roraima por dois anos, quase o mesmo tempo do Sr. Romero Jucá, que também foi Governador de Roraima [nomeado]. Em dois anos de governo, sem dinheiro federal, só com o recurso do Fundo de Participação dos Estados, construí o Hospital Geral de Roraima.

Eu não gosto de falar de mim mesmo, acho um pouco de cabotinismo, mas às vezes é preciso que a gente diga a verdade. Eu construí o Hospital Geral de Roraima, até hoje o único hospital do Estado. Eu construí a Penitenciária Agrícola do Monte Cristo, também a única do Estado; eu construí o prédio da Escola Técnica Federal de Roraima, a Escola de Formação do Magistério e mais 44 escolas estaduais, entre as quais, a Vitória Mota Cruz, a Tancredo Neves, a Escola Antônio Ferreira de Souza, deixo de citar outras, porque iria tomar muito tempo. Concluí o Hospital de Mucajaí, até hoje o único do Município, construí o Hospital de São Luiz do Anauá, até hoje também o único do Município. Construí a sede da Câmara Municipal de Boa Vista. A ponte do Rio Tacutu, que tirou o Município de Normandia do isolamento.

Construí a ponte do Rio Anauá, que tirou toda a região sul do isolamento, porque a região ficava toda isolada quando o Rio Anauá enchia. Construí o bairro Tancredo Neves; asfaltei a BR-174 de Boa Vista até, hoje, o Município de Iracema.

Dei início ao processo de energia rural do Estado, construindo uma linha de transmissão que ligava São Luís a Caroebe [ou melhor, no caso, Caroebe a São Luís, porque é lá onde está a hidrelétrica], construí o prédio onde hoje funciona parte do Tribunal de Contas do Estado, construí as vilas, as regiões, implantei do Apuruí e do São Francisco, construí a estrada que liga o Paredão, que hoje é umas das regiões mais produtivas do Estado, e tantas outras obras que eu ficaria aqui mais de uma hora falando que fiz em dois anos de governo, em apenas dois anos de governo.

E quero dar mais uma obra, porque esta foi um dos crimes maiores cometidos contra o futuro de Roraima, que foi a hidrelétrica do Paredão [que eu desejava construir]. Quando eu deixei o governo, a hidrelétrica do Paredão se encontrava com o canteiro central quase pronto, a estrada de acesso, que é essa do Paredão de que eu falei, quase pronta, todas as obras de alargamento, de bueiro e de pontes daqui até o Alto Alegre, porque Alto Alegre seria a sede do acampamento para construção da hidrelétrica.

Saí do governo e veio um general idiota chamado Roberto Klein, e, depois, o Sr. Romero Jucá, que paralisaram a obra, não deram segmento à obra, e nós estamos, depois de 30 anos agora discutindo o que vamos fazer por nossa energia elétrica, que a toda hora falta, porque a Venezuela não tem mais condições de nos fornecer a energia contratada no tempo do ex-Governador Neudo Campos. E o Paredão, se estivesse funcionado, nós estaríamos com energia aqui farta e barata, porque a rede de transmissão do Paredão para cá era de apenas 120 km.

E por que o Sr. Romero Jucá parou a obra? Porque o Sr. Romero Jucá passou dois anos no Governo do Estado fazendo politicagem! Até mesmo pessoas que votaram no Jucá... Qual foi a obra do Jucá como Governador em Roraima? Alguém se lembra de alguma? [Pergunta ele.]

Alguém se lembra de obra qualquer feita [por esse Senador] no tempo em que foi Governador de Roraima? Não, ele fez politicagem o tempo todo, ele comprou redezinhas, tábuas, telhas, redes com as cores da Administração dele pra distribuir de graça para a população, fazendo politicagem. Fazia, levava garimpeiro para a praça do centro cívico, alimentando uma esperança naqueles homens de que eles iam poder continuar garimpando na região dos Ianomâmis.

Afora isso o que foi que fez o sr. Romero Jucá? Citem uma única obra estruturante que tenha resolvido um problema de Roraima feito [...] [por ele]! Não fez nada! Ele faz muita propaganda porque se apropriou da TV Caburaí, que era de uma fundação e passou para uma empresa em nome do seu filho, comprou uma outra televisão do irmão do [ex-político chamado] Lipinique lá nos EUA que tanta confusão jurídica gerou e que colocou hoje no nome do seu ex-cunhado, Sr. [Emílio] Surita, lá de São Paulo. Então tem uma máquina de propaganda pra tentar enrolar a população de Roraima.

Agora ao invés de estar indo pra tribuna do Senado ofender pessoas de bem em Roraima [...] [ele] deveria estar lá no Senado trabalhando para que a rede elétrica que traz energia lá de Tucuruí chegue a Boa Vista e não vai chegar. Ontem a Folha de Boa Vista publicou uma notícia de que a justiça federal do Amazonas [...] [pretende] anular [...] [a licitação feita para esta obra] pra fazer o linhão de Manaus até Boa Vista. Essa obra está parada, não se sabe quando vai chegar e como vai atrasar a chegar essa energia o roraimense, o boavistense, vai continuar pagando a energia mais cara do país. E porque [...] [ele] que diz ter tanto poder, porque ele não resolve essa situação? Porque o poder do sr. Romero Jucá é pra fazer emendazinhas pra obras de fachada.

Onde estava o sr. Romero [...] quando o presidente Lula homologou a Raposa Serra do Sol? Ele estava lá lambendo as botas do poder, como ministro depois como líder do governo [...]. Nunca deu uma palavra, o que é que pensa [...] [ele] sobre Raposa Serra do Sol? Alguém já [o] ouviu [...] se insurgir contra mais esta tentativa de uma criação de reserva indígena no sul do Estado, com a descoberta da Funai de mais uma tribo isolada: [...]. Está quase tudo pronto, os produtores já estão ameaçados de deixar os seus lotes, ter que refazer suas vidas e o que pensa o sr. Romero [...] disso?

Cadê o poder [...] [dele] para impedir que mais esse saque seja realizado contra os interesses de Roraima?! Não, seu Romero Jucá só diz o seguinte: a culpa é do PT! Governo do PT que ele segue [...] desde que Lula chegou lá. Chega aqui usufrui do [...] [poder] do PT e quando chega nas eleições trai o PT e vota no PSDB. Será que o povo de Roraima não vê isto? [Vê.] Será que ele pensa que o povo de Roraima não percebe essa forma pululente de se fazer política?

Agora mesmo [...] [ele] anunciou de forma não verdadeira, mentirosa, que chegaria uma equipe aqui pra começar a tomar documento das pessoas, a serem enquadradas por conta da aprovação da PEC 111, que é de autoria da deputada Dalva Figueiredo do Amapá e não dele como ele quer fazer a população entender. É mentira! A comissão vem aqui para implantar uma delegacia do Ministério do Planejamento.

Disse que teria colocado R$380 milhões no orçamento. É mentira. O ministério do planejamento foi que encaminhou para o Congresso Nacional um pedido de R$380 milhões para, se for o caso, implantar os efeitos da antiga PEC 111 [que, ao final, pegou o número de PEC 11]. Mas ele é assim: ele pulula, pulula e pula. Quando ele sentiu que o Aécio Neves podia ganhar a eleição [em Roraima e também no Brasil], ele virou Aécio desde criancinha; começou a falar mal da Dilma [de quem sempre fora líder, ou vice-líder ou aliado incondicional].

Agora que o Aécio perdeu, ele já está do lado da Dilma, relatando uma modificação na LDO para esconder o rombo que está no orçamento do Brasil. Ele faz os trabalhos sujos, trabalhos que a maioria dos parlamentares não querem fazer, porque contrariam o interesse nacional, o interesse da população. [...] [Ele] vai lá e negocia pra poder fazer. E fica, ainda, atacando as pessoas. Use o seu tempo, sr. Romero Jucá, [fala Getúlio Cruz,] para fazer alguma coisa para Roraima e não para trazer emendas para fazer maquiagem como aí o Estado Canarinho que está paralisado, R$100 milhões [de recursos sem nunca ter terminado a obra]. Como as obras lá da orla do Taunaman que veio dinheiro para 1.500 metros de plataforma e foram feitos 800. Está aí o processo na Justiça Federal e está o pobre do Nélio Borges [...]

(Soa a campainha.)

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) -

[...] pagando a conta do desvio do dinheiro da orla [...]. Como o terminal do Caimbé que o engenheiro que fez acusou o sr. Romero Jucá de ter levado dinheiro para fazer essa produtora que ele tem aí e que pega toda a grana do governo pra fazer as vinhetas de propaganda institucional. Onde é que está o [...] [Senador] que não cuida dos interesses de Roraima, interesses verdadeiros, e não usar Roraima como trampolim.

            Sr. Presidente, ainda tenho algumas páginas. Se V. Exª me der tolerância, eu poderia...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Se V. Exª me permtir...

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) - Pois não.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Eu quero só registrar a presença do grupo de Parlamentares Mirins do Mato Grosso. É um projeto da Assembleia Legislativa do Estado do Mato Grosso, muito semelhante ao programa que a gente tem aqui, o Jovem Senador.

            Sejam bem-vindos. Vocês serão os Parlamentares do futuro. Estão em casa.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Estão aqui também, de branco, na maioria jovens, aqueles interessados na votação do PLC 94, de 2014, que versa sobre a criação de cargos e funções do TJDF, todos concursados. Estão aí na expectativa da votação.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Sejam todos bem-vindos.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Minoria/DEM - MT) - Presidente...

            Meu caro amigo, Senador Mozarildo, permita-me um segundo só.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) - Pois não.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Minoria/DEM - MT) - Também quero me associar aqui às palavras do Senador Paulo Paim, saudando nossos jovens de Mato Grosso aqui, do Parlamento Mirim, em nome da Presidente Camila Horrana, que nos honra...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Jayme Campos, Senador do Estado.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Minoria/DEM - MT) - É um prazer muito grande estar com vocês aqui no Senado Federal. Aguardo a visita de vocês, daqui a pouco, em meu gabinete.

            Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, Senador Mozarildo.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Muito bem, Senador - representante do Estado de vocês aí.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) - Quero fazer minhas as palavras do Senador Paim e do Senador Jayme Campos, dando as boas-vindas a todos vocês que aqui estão.

            Continua, então, o Dr. Getúlio Cruz, no seu programa de rádio:

Eu, ontem, tive o cuidado de ver quanto ganha um Senador. Um Senador [...] ganha, líquido, R$20 mil por mês, não ganha mais do que isto. De onde é que vem, portanto, o dinheiro pro sr. Romero Jucá ter duas televisões em nome de laranjas, ter duas rádios, só aqui na capital, ter rádio no interior, cercar Boa Vista [Boa Vista é a capital do Estado], porque a margem esquerda do Cauamé é toda [...] dele ou de representantes seus. Aqui, quem sai para o Alto Alegre, à direita, onde é o bairro Cidade Satélite, aquelas terras todas apareceram em nome do sr. Romero Jucá, onde estão sendo construídos aqueles prédios de 2.900 apartamentos, pelo governo do Estado. Foi uma terrinha comprada [...] pelos filhos do sr. Romero Jucá por R$4,5 milhões, 10ha, o hectare mais caro deste País. Se alguém não sabe, esse programa de asfaltamento que se faz em Boa Vista, ele tem uma justificativa, sim: a brita é comprada [da empresa] da filha do sr. Romero Jucá que nunca pregou um prego numa barra de sabão [em Roraima] e é dona de uma empresa de mineração. Da onde é [...] todo esse dinheiro?

[...] [Além disso, ele] já construiu uma mansão em Brasília, para deixar quando separou-se da Senhora Tereza Jucá. Construiu uma mansão pra colocar a mãe de uma filha que tem [também] lá no Distrito Federal. Construiu uma mansão pra ele, agora, e tem outra mansão lá. Quatro mansões, com R$20 mil por mês? Aqui, construiu mansão pra ele, mansão para o filho.

Da onde é que vem esse dinheiro [...]? Da onde que vem? O que foi que o Senhor produziu [...] [aqui para ter essa fortuna]? Qual foi a empresa que lhe permitiu ter sociedade em shopping em Recife? Isto é o que a gente sabe; e o que a gente não sabe? E o que está por trás desse escândalo da Petrobras que [...] [ele] já foi citado pelo Senhor Paulo Roberto Costa como um dos beneficiários? Tudo isso o [...] [Senador], com todo esse telhado que ele tem, ele se sente arrogante, ele se sente um coronel pra acusar os outros.

A respeito da Prefeitura municipal de Boa Vista, sr. [...] [Senador], quem mandava na Prefeitura era você. Eu saí da Prefeitura porque o meu amigo Iradilson Sampaio não conseguia lhe enfrentar, não conseguia resistir às suas pressões. O Secretário Nelio Borja foi nomeado por você, a Secretária Stela Damas [...] [também], a Procuradora Silvana [...] [também], a Secretária Mira [...] [idem], o Presidente da FETEC [...], aquele baiano que [...] [ninguém sabe nem se já esteve aqui ou já] foi embora [...].

            Todo mundo indicado por ele, o Senador Jucá.

Você usufruiu da Prefeitura, teve o apoio do Iradilson pra se eleger Senador. A equipe do Iradilson e o próprio Iradilson apoiaram a sua ex-mulher Teresa Surita pra ser Prefeita e você hoje fala mal do Iradilson. [...] [No] governo do Iradilson, o único superfaturamento que teve foi o superfaturamento do contorno oeste que o Tribunal de Contas [da União] descobriu gestado na gestão da sua ex-mulher com emenda da sua autoria que eu enfrentei [...] e, seguindo orientação do Tribunal de Contas da União, reduzi em 11,37% o orçamento pra não dar superfaturamento.

No governo do Iradilson que foram feitas três mil residências, três mil, não houve uma única denúncia de corrupção, como há no seu, como há do seu filho que comprou um tal de uniforme inteligente [...]

(Soa a campainha.)

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) -

[...] com um chip que tá aí um escândalo que ninguém apura. Como não apura a falsificação da assinatura do contador Getúlio Oliveira que já estava morto quando teve a sua assinatura falsificada pra permitir a transferência da outorga da TV Caburaí da Fundação de Promoção do Desenvolvimento de Roraima para a empresa de seu filho que até hoje o Ministério Público Estadual não deu uma solução.

            Sr. Presidente, eu vou - considerando que ainda faltam quase duas páginas - pedir a V. Exª que dê como lido o resto da fala do Dr. Getúlio Cruz, para não atrasar os colegas que estão inscritos, e quero, portanto, aqui terminar dizendo - além de pedir a transcrição de todo o material - que realmente é inconcebível o que se viu.

            Eu já vi muita coisa aqui, neste Parlamento. Não presenciei, mas dizem que já houve até tiros. Mas uma fala como aquela eu nunca tinha ouvido; uma fala que é uma verdadeira metralhadora giratória.

(Soa a campainha.)

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR) - E - pior - contra pessoas de bem que nada têm a ver com o problema que acontece na Prefeitura comandada pela sua ex-mulher.

DOCUMENTOS ENCAMINHADOS PELO SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

Matérias referidas:

- Decupagem: fala do Sr. Getúlio Cruz;

- “Professor Getúlio Cruz recebe medalha de mérito industrial”, Folha de Boa Vista, em 25/11/2014;

- “30 anos”, Caderno Especial Comemorativo dos 30 Anos do Jornal Folha de Boa Vista, em 21/10/2013, pp. 1 a 16.