Discurso durante a 187ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Discurso de despedida de S. Exª do Senado Federal.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA, SENADO.:
  • Discurso de despedida de S. Exª do Senado Federal.
Aparteantes
Aloysio Nunes Ferreira, Alvaro Dias, Ana Rita, Armando Monteiro, Aécio Neves, Blairo Maggi, Cyro Miranda, Cássio Cunha Lima, Delcídio do Amaral, Eduardo Braga, Eunício Oliveira, Flexa Ribeiro, Gleisi Hoffmann, José Agripino, João Capiberibe, Luiz Henrique, Lídice da Mata, Lúcia Vânia, Marta Suplicy, Mozarildo Cavalcanti, Paulo Bauer, Paulo Paim, Pedro Simon, Pedro Taques, Ricardo Ferraço, Sérgio Petecão, Vanessa Grazziotin, Vital do Rêgo, Waldemir Moka, Walter Pinheiro, Ângela Portela.
Publicação
Publicação no DSF de 17/12/2014 - Página 172
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA, SENADO.
Indexação
  • DISCURSO, DESPEDIDA, ORADOR, SENADO, COMENTARIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, VIDA PUBLICA.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Cara Senadora Vanessa Grazziotin, é muita honra vê-la, como catarinense de nascimento e amazonense por adoção, presidir esta sessão no momento em que, por alguns minutos, faço um adeus ao Senado, eu que estive por 12 anos nesta Casa e por 4 na Câmara - são 20 anos de Brasília.

            Faço uma saudação a todos e a todas, destacando a presença da nossa suplente, Níura Demarchi, que aqui se encontra. E a todos quantos nos assistem também, aos que estão na tribuna de honra e na plateia e à imprensa, quero deixar a nossa saudação muito cordial.

            Na vida de todos nós, chega um momento de extrema dificuldade que nos causa intensa mistura de sentimentos. É a hora da saída, da despedida, de encerrarmos um ciclo. Sei que, logo após, também o Senador Cyro Miranda, de Goiás, se despede. Sei que o Brasil não quer e que Goiás não quer, mas ele vai dar adeus também.

            Vejo a Cidinha, grande psicóloga, presente também. É com muita honra.

            Recordo o belo Poema de Natal, de Vinícius de Morais:

Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos --

Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

            Hoje, nesta nobre tribuna, despeço-me duplamente: do mandato no Senado Federal e, mais do que isso, de uma longa trajetória eleitoral iniciada há mais de meio século, cujo epílogo redigi ao longo dos últimos quatro anos.

            Apesar da vasta experiência, se me permite o uso do eufemismo para falar na idade que avança nos anos, e das peças que a vida nos prega, como o susto que tive aqui mesmo, nestes corredores, de onde acorri diretamente ao hospital para tratar um coração que dava sinais de cansaço, levo comigo a esperança juvenil de um Brasil melhor e a certeza de que foram anos de intenso trabalho.

            Alguns destaques, ainda que brevemente, precisam ser feitos.

            Não posso deixar de recordar a intensa luta que travamos pela fundação das bases de uma nova política de defesa civil para o País. Propusemos uma mudança de paradigma, instaurando um foco de trabalho voltado à prevenção e não à restauração. Avançamos sim, mas ainda há muito por fazer, missão que delego aos que aqui continuarão.

            No campo legislativo, apresentamos projetos de lei em benefício dos aposentados, Paim, os quais ainda continuam contribuindo e não estão mais no teto da Previdência Social, mas que ainda precisam contribuir na vida, e não estão acima do teto, estão abaixo; projetos em benefício das pessoas com deficiência; projetos no aprimoramento da transparência fiscal; projetos do fomento às energias alternativas no Brasil; projetos no fortalecimento das micro e pequenas empresas. Enfim, foram muitas propostas apresentadas, buscando contribuir com o desenvolvimento contínuo da sociedade com ampliação das conquistas cidadãs.

            Desta tribuna, defendemos arduamente uma série de reformas essenciais para o desenvolvimento econômico e social do País. Cito, em caráter exemplificativo, a luta incansável por um novo pacto federativo, que reequilibre as forças entres os entes federados e promova um crescimento amplo de nossos Estados e Municípios, longe do jugo centralizador da União.

            No mesmo diapasão, foram incontáveis as vezes em que desfraldamos a bandeira da reforma tributária.

            Usei de um mantra que deve ser de todos nós: é preciso reduzir, simplificar e distribuir. É preciso reduzir a carga que hoje exaure as forças de produtores e de consumidores; simplificar a forma de arrecadação, labiríntica e burocrática - repito, é preciso simplificar a forma de arrecadação, que hoje é labiríntica e burocrática -; e, por fim, distribuir melhor, fugindo da concentração arrecadatória do Governo Federal. São alterações essenciais que, com a reforma política, Senador Luiz Henrique, já aclamada nas ruas em 2013, compõem o alicerce sobre o qual será erigida a Nação que tanto ansiamos.

            Nossa atuação ao longo dos últimos quatro anos mereceu um grato reconhecimento. No ano passado, tivemos a honra de figurar no ranking dos Parlamentares, feito pela revista Veja, com a colaboração do Núcleo de Estudos sobre o Congresso, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Rio de Janeiro, em segundo lugar, entre os 81 Senadores, pela atenção dada aos nove eixos de ação eleitos pelos pesquisadores e considerados essenciais para o desenvolvimento do País.

            Colegas Parlamentares, Senador Cyro Miranda, a poetisa Cora Coralina, do alto do seu genuíno saber sertanejo, dizia: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.

            Na política, como na vida, se a colheita é farta é porque a semeadura é coletiva. Sozinhos, não somos nada. Neste momento, eu gostaria de agradecer a todos que semearam comigo e com quem compartilho a colheita.

            Todo o meu reconhecimento e carinho para a equipe que construiu junto este mandato parlamentar, seja o gabinete em Brasília ou os companheiros que trabalham em Santa Catarina. Deixo de citá-los nominalmente para não cometer o pecado de esquecer alguém. Mas quero que todos recebam meu sincero reconhecimento.

            Estendo o agradecimento ao Governador Raimundo Colombo, que cumpriu os primeiros quatro anos deste mandato que tenho a honra de concluir, e, igualmente, à grande companheira e lutadora Senadora Níura Demarchi, nossa suplente aqui presente, que militou e batalhou ao meu lado, para que construíssemos aquele sucesso em 2006.

            Faço também um registro especial aos colegas catarinenses, Luiz Henrique e Paulo Bauer, aqui presentes.

            Registro também e vejo a presença do nosso coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, ex-Senador, ex-Governador e atual Deputado Esperidião Amin.

            Repito: faço também um registro especial aos colegas catarinenses, Luiz Henrique e Paulo Bauer, este um político ligado à educação, um homem de iniciativas firmes e solidárias às teses de Santa Catarina. Esse é o Paulo Bauer que conheço, decidido, não manda recados, não manda bilhetes. Luiz Henrique é um amigo, um líder, companheiro de várias lutas e de várias dezenas de anos, das jornadas da unidade do nosso MDB, do nosso PMDB. É um conselheiro, enfim, de todas as horas. Não preciso dizer mais nada. É isso.

            Ao nosso Presidente e companheiros da Mesa Diretora, aos demais colegas Senadores, ao qualificado corpo funcional do Senado Federal, também expresso minha gratidão. Seu trabalho é de vital importância para o fortalecimento da democracia e para os avanços sociais do Brasil.

            Há outro agradecimento muito especial a fazer, mas este deixo para a conclusão, logo em seguida.

            Como eu disse no início, faço aqui uma dupla despedida. Encerro minha participação nas disputas eleitorais, iniciada em 1962 na pequena cidade de Modelo, no oeste catarinense, onde fui eleito Vereador nos meus ainda verdes 20 anos. Desde então, tive a nobre missão, delegada pela vontade dos catarinenses, de representá-los na Assembleia Legislativa por duas vezes, como Deputado Estadual, e também na Câmara dos Deputados. Depois, ao lado do saudoso companheiro Pedro Ivo Campos, assumimos o Governo de Santa Catarina, missão que concluí após sua triste partida. Mais tarde, em 1995, fui escolhido para representar os catarinenses pela primeira vez no Senado Federal.

            Ao longo dessa caminhada, milito, desde sua fundação, no nosso velho MDB, o Manda Brasa, onde tive a satisfação de conviver com figuras fantásticas. Para não ser injusto, cito apenas meu caro amigo Ulysses Guimarães, com quem atuei na Direção Nacional do Partido.

            Nos dias de hoje, quando é quase hegemônica a má reputação da atividade política, é essencial resgatar a grandeza desse sacerdócio. É no fazer político, sempre sob a égide democrática, que se arquiteta o País e que se constrói a cidadania.

            O Sr. Luiz Henrique (Bloco Maioria/PMDB - SC) - V. Exª me concederia um aparte?

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Em seguida, Senador Luiz Henrique - estou concluindo agora -, eu o concederei com muita honra.

            Não se faz isso na política dos conchavos e dos malfeitos, mas na política de todos, na política cidadã.

            Sei que não sou o nosso querido Pedro Simon, a quem já me apresentei como coroinha, nem tampouco o Apóstolo Pedro, mas faculto o meu direito de uma pregação aos moços: não percam a esperança, não desistam da democracia e da atividade política, participem e contribuam, transformem-na e aprimorem-na, construindo um País melhor, maior e mais justo.

            Uma vez ou outra, questiono quais serão meus próximos passos. Lembrando o jovem evangelista Timóteo, posso dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”.

            Senador Mozarildo Cavalcanti, recorro ao poeta e professor português Fernando Teixeira de Andrade: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia; e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.

            Com a coragem e com a determinação dos meus 20 anos, guiado pelos princípios que conduziram toda a minha caminhada, seguirei soldado, contribuindo e lutando, mas agora em outras frentes. Nada de pijama! Para descansar, Cyro, temos toda a eternidade.

            Não posso concluir este depoimento, Luiz Henrique, sem dizer alguma coisa - e aí não é fácil - à minha família: o velho Andréas Maldaner, meu pai; a minha mãe, Erica; os meus irmãos Carmelito, Elmário e Valdomiro, que já nos deixaram; e os que aqui ainda se encontram, Ernani, Celso, Maria Salete, Bernadete Terezinha e Carlos Victor.

Foi com vocês, na lida do campo, lá no velho oeste, na batalha cotidiana, que se forjaram os valores pelos quais até hoje me conduzo: a fé no trabalho, a força do diálogo e a confiança num futuro melhor para todos.

            Por fim, o maior e mais especial reconhecimento para a minha família, com que convivo todo dia. Nenhuma das conquistas seria possível, nenhuma derrota seria superada, nada disso teria sentido se não fosse pela guerreira Ivone, companheira e amiga de todas as horas, na alegria e na tristeza.

            Pela guerreia Ivone e pelos meus filhos, luz dos meus olhos - esta é uma encruzilhada meio dura para a gente, mas devo dizê-lo -, Josaine, Jandrey e Janiara, que juntamente com os seus companheiros Júnior, Helene e Guilherme, deram-nos os presentes mais divinos, nossos netos: Joaninha, Joaquim, Jéssica, Emília e o Patatinho, como eu chamo o Otinho.

            Não há palavras que comportem inteiramente minha gratidão, esse sentimento que agora transborda do peito.

            Digo isso e, com muita honra, eu o ouço, Senador Luiz Henrique.

            O Sr. Luiz Henrique (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Nobre Senador Casildo Maldaner, o homem público é como uma árvore. Durante sua vida pública, enfrenta desafios, sofre maledicências e é vítima de injustiças e, nos embates eleitorais, sofre por críticas desarrazoadas. O homem público é, pois, como uma árvore que a gente olha de perto e vê o tronco retorcido, vê os galhos disformes. Só mais tarde, na pátina dos tempos, é que o homem público é visto como uma árvore a distância, redonda na sua copa, harmoniosa, sem os defeitos que se vislumbram a curta distância. V. Exª é um fenômeno, porque é como uma árvore: em sua longa vida pública, de mais de 50 anos, nunca se viram galhos retorcidos, nunca se viram assimetrias. Olhava-se para o Casildo Vereador, e se via a árvore frondosa, harmoniosa, redonda, com seu tronco retilíneo. Olhava-se o Casildo Maldaner Deputado Estadual, e se via a mesma coisa. A mesma coisa se via quando se olhava o Casildo Maldaner Deputado Federal, a mesma coisa se via quando se enxergava o Casildo Maldaner Vice-Governador do grande Pedro Ivo ou quando se vislumbrava o Casildo Maldaner como Governador, como Presidente do Partido, como dirigente partidário, como líder. V. Exª foi sempre uma figura máxima da política catarinense, um navegador de sonhos, do sonho pela redemocratização do País, enfrentando a ditadura, combatendo pelas eleições diretas e pela Constituinte, criticando corajosamente os entulhos autoritários, os decretos-leis, a Lei de Segurança Nacional, o AI-5 e todos os dispositivos de que se valeu o regime autoritário para asfixiar a vontade do povo brasileiro. V. Exª é um navegador de sonhos, e quero tributar-lhe uma frase poética de Fernando Pessoa: “Alguns têm na vida um sonho, um grande sonho, e faltam a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho e faltam a esse também.” V. Exª teve sempre na vida um grande sonho, o daquele modesto Vereador da Linha Salete, em Modelo, de fazer retornar ao País o regime democrático, a liberdade de expressão, a liberdade de opinião, a liberdade de ir e vir e o sonho de construir debaixo do teto democrático um País com um desenvolvimento que significa dizer um País que cresce, distribui a riqueza e promove a justiça social. Parabéns, Senador Casildo Maldaner! Tenho dito, lá em Santa Catarina, que V. Exª é tão especial, que, se não existisse, nós teríamos que fazer um esforço sobre-humano para fabricar um igual. Parabéns a V. Exª! Esta Casa vai sentir a sua falta. Nós vamos sentir a sua ausência, mas siga de cabeça erguida, porque V. Exª, depois de 50 anos, pode andar por todas as ruas de Santa Catarina e lá não encontrará ninguém que o despreze, que o ofenda, que o trate mal. Todos abrirão os braços e dirão: “Obrigado, Senador. V. Exª foi um combatente, um justo defensor das causas justas e um grande democrata, que contribuiu para a construção dessa grande democracia brasileira.”

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Sei que na exposição de V. Exª há exageros, mas, como o conheço e sei da sinceridade disso, suas palavras só me enaltecem. Recolho-as com muita alegria. V. Exª é meu conselheiro, não de hoje, sempre, e fico-lhe imensamente grato.

            Vi que o Senador Cyro Miranda, logo no começo - e ele está se despedindo amanhã; aliás, depois - queria dar uma palavrinha. Não sei se está de pé, se não, vou ouvir o Senador Paim, que pediu, e o catarinense Paulo Bauer, que também deseja falar.

            O Sr. Cyro Miranda (Bloco Minoria/PSDB - GO) - Vou ser bem rápido, Senador Casildo Maldaner. Eu queria dizer que foi uma honra e um prazer conhecê-lo e ter amizade pessoal. A sua simplicidade não é só um jeito de catarinense, mas, sim, de um verdadeiro lorde inglês. Uma pessoa democrática, conciliadora, amiga. O senhor vai fazer falta, sempre, nesta Casa. Levarei a lembrança de algumas viagens que fizemos juntos, contigo e com a sua esposa. Que bom ter conhecido V. Exª! Parabéns pela sua vida pública! O nosso caminho ainda é longo. Como dizia Cora Coralina, mais uma vez, que foi citada por V. Exª: “Nós não temos medo de envelhecer; nós temos medo de ficar velhos.” E velhos nunca seremos. Seremos jovens no pensamento. Fique com Deus, amigo!

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Com muita alegria, recolho o seu aparte. Faz de conta que o estou transmitindo a V. Exª também, na sua despedida. O mesmo que desejou à nossa pessoa, eu desejo a V. Exª, Senador Cyro Miranda.

            Com muita honra, Senador Paulo Paim. Muita saudade vou sentir.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - A saudade vai ser nossa.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Mas vamos nos encontrar, até em Passo de Torres, naquela divisa entre Santa Catarina e o nosso grande Rio Grande.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Casildo Maldaner, do nosso querido MDB - vou voltar às origens -, um lutador pela diretas, pela democracia, pelo fim da ditadura, pelas liberdades e pela justiça. Para mim foi uma grata satisfação conviver com V. Exª aqui, no Senado. O Senador Cyro foi muito feliz. V. Exª é um homem preparado, e eu diria que é um intelectual diferente, devido à sua simplicidade. Sempre digo que os grandes líderes não podem ser arrogantes. Os grandes líderes são aqueles que têm a humildade que V. Exª tem com a força do poder da argumentação. Como foi bom dialogar com V. Exª sobre todos os temas: pessoas com deficiência, idosos, discriminação, aposentados, Aerus, autistas. Não houve um tema sobre o qual nós não dialogamos. V. Exª, às vezes, me aconselhava e, às vezes, V. Exª perguntava: “E aí, Paim, e este tema aqui, que é diretamente ligado à questão sindical?” Trocávamos ideias e sempre votamos juntos, mas o bom mesmo, e eu quero ser rápido, era quando eu ia a Santa Catarina! V. Exª perguntava: “Vai para Santa Catarina, Paim?” “Vou.” “Vai aonde?” “Eu vou a um encontro de federações, de sindicatos.” “Vou estar lá!” E eu achava que V. Exª não iria, confesso. Eu estava chegando e conhecendo. Eu cheguei lá e estava lá o Casildo Maldaner, fazendo um depoimento a meu favor, independentemente do tema em debate. Fomos, uma vez, a uma festa de uma santa - nem me lembro do nome da santa - com V. Exª.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Madre Paulina.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Madre Paulina!

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Em Nova Trento.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Nova Trento. Lá, eu percebi o carinho que a população toda tem por V. Exª. Permita-me que aqui eu encerre e diga que eu tenho uma alegria enorme de falar, na minha casa, para os meus filhos, para os meus netos, que tenho amigos em algumas partes do Brasil, mas que tenho um grande amigo: o Senador Casildo Maldaner, em Santa Catarina.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Eu tenho orgulho de ser seu amigo. Parabéns! Sei que volta mais para o Estado, não sairá da política, mas sempre é boa a volta para casa. V. Exª será recebido com palmas, tenho certeza, pelo povo catarinense. Parabéns a V. Exª!

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Muito gentil. O Senador Paim é sempre assim, porque ele preside os aposentados do Brasil inteiro.

            Recordo-me de Nova Trento, quando houve um encontro nacional, porque a primeira santa do Brasil é de lá. No santuário, quando o Paim entrou, naquele encontro extraordinário, foi aplaudido. Entre a santa e o Paim, olha, não sei se não foi o Paim o mais aplaudido, de pé, pelo povo todo. Eu fui testemunha disso.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS. Fora do microfone.) - Por isso que ele é meu amigo. É claro que foi a santa!

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Esse é o Paulo Paim.

            Senador Paulo Bauer, se me permitir, sei que V. Exª é muito ligado ao Aécio. O Aécio é muito amigo dos catarinenses também. Sei que o governador eleito do Mato Grosso, onde há parentes nossos, irmãs, inclusive, que o apoiaram, gostam dele e esperam um grande governo. Se me permitir, o Senador Aécio está, há tempo, ali, esperando para apartear. Eu acho que para nós todos é uma honra, sem dúvida alguma.

            Vejo até o Cássio Cunha Lima e, aí, lembro-me do pai dele. Eu sou do tempo do pai dele, do grande Cássio Cunha Lima.

            Senador Aécio. 

            O Sr. Aécio Neves (Bloco Minoria/PSDB - MG) - Agradeço a V. Exa, Senador e amigo Casildo Maldaner. Eu me lembro que, na semana passada, também se despedindo desta Casa, o Senador Pedro Simon fez referências sempre muito generosas a cada um daqueles que o apartearam. E guardei bem a referência que fez o Senador Simon a V. Exa, falando de pureza, de ingenuidade, mas, sobretudo, de convergência. V. Exa, Senador Casildo Maldaner, é, sem dúvida alguma, uma das poucas unanimidades nesta Casa. E, na nossa atividade, é raro encontrar alguém, já com uma longa história de vida pública, querido e estimado pelos seus companheiros, mas da mesma forma extremamente respeitado por aqueles que eventualmente ou circunstancialmente foram ou tiveram sido, ao longo da sua trajetória, em algum momento, adversários. V. Exa pode ter absoluta certeza de que construiu, em Santa Catarina e no Brasil, uma trajetória honrada, digna e que inspira aqueles que chegaram aqui e, certamente, que o acompanham em Santa Catarina. Eu tenho tido, ao longo da minha vida, o privilégio de conviver com o Estado de V. Exa. E o orgulho e a honra de compartilhar, nessa última eleição, certamente, eleitores com V. Exa. A votação que tive em Santa Catarina nas últimas eleições presidenciais - foi o Estado que me deu proporcionalmente a maior votação - certamente me permitiu compartilhar eleitores que, em vários momentos da sua trajetória, lhe deram seu apoio e lhe hipotecaram a sua solidariedade. V. Exa será sempre uma referência, para aqueles que acreditam, Senador Casildo, na política como instrumento de transformação real da vida dos cidadãos. E, olhando para a minha querida Santa Catarina, eu quero agradecer aos senhores e às senhoras que permitiram ao Congresso Nacional e, nos últimos anos, ao Senado da República ter aqui como seu representante um dos mais honrados e dignos homens públicos que conheci em toda a minha trajetória. V. Exa, Senador Casildo, independe de mandato político para exercer a sua liderança e continuar a ser a referência que sempre foi. Portanto, o Brasil, numa quadra de extrema dificuldade por que passamos e outra talvez ainda mais grave que se avizinha, tenho certeza de que V. Exa continuará sendo, para aqueles que mostram alguma descrença na política e até com razões para isso, V. Exa será sempre um oásis. V. Exa será sempre um porto seguro para que nós não percamos a fé e a capacidade de acreditar em um futuro melhor para todos os brasileiros. Foi uma honra ter sido, ao longo dos últimos anos, amigo, colega e discípulo de V. Exª.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Essa de discípulo não cola, porque, quando vim para cá, para o Senado, em 1995, lembro que V. Exª presidia a Câmara dos Deputados. V. Exª sempre foi um grande comandante, embora jovem. Santa Catarina lhe quer bem. Eu lembro que o Colombo, na campanha, no primeiro turno, dizia: “Casildo, não dá para eu falar, porque, se não, a coisa...” E, Paulo Bauer, se o Colombo falasse, a coisa podia provocar um segundo turno. O Aécio é um fenômeno. Está entrando aí. Não dá tempo de ficar meio na moita. São fatos que vivi de perto agora recentemente.

            Paulo Bauer, se me permitir! V. Exª é catarinense, é irmão. Eu sei que o nosso Senador terá uma grande luta agora pelo Mato Grosso. Eu sei que Pedro Taques vai deixar isto aqui para exercer uma missão extraordinária, sem dúvida nenhuma. E desejamos, almejamos que tenha grande sucesso no Governo do Mato Grosso.

            O Sr. Pedro Taques (Bloco Apoio Governo/PDT - MT) - Muito obrigado, Senador Casildo. Apenas para cumprimentá-lo. Amanhã, estarei nessa posição, também me despedindo desta Casa, da Casa da Federação, porque os povos dos nossos Estados nos remetem para cá e nos devolvem à nossa terra. Eu quero dizer que V. Exª é daqueles Senadores que honram a República. V. Exª está aqui, fala manso, mas é um homem firme. Eu tenho acompanhado e acompanhei, nestes quatro anos, a participação de V. Exª nas várias comissões. Defende seu ponto de vista com respeito, com firmeza, orgulhando o povo de Santa Catarina. Parabéns por sua trajetória política, que orgulha não só Santa Catarina, mas a República, neste momento difícil da história, nesta quadra difícil da história brasileira. Eu tenho certeza de que o Senado da República, em 2015 e nos anos posteriores, sentirá falta dessa personalidade serena, mas firme que é V. Exª. V. Exª tem familiares que moram em Mato Grosso, familiares que também orgulham o nosso Estado. Eu quero expressar a V. Exª o meu respeito e o respeito do povo mato-grossense a V. Exª. Parabéns pela sua trajetória política, que não se encerra nesta tarde, mas apenas parte para outro momento, outra etapa, e tenho certeza de que as características serão as mesmas: respeito aos princípios republicanos, decência e defesa intransigente do povo do seu Estado. Parabéns!

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Eu é que agradeço a gentileza de V. Exª, Senador Pedro Taques, e eu é que retribuo: V. Exª fará falta nesta Casa - perde-se aqui, mas ganha o Estado de Mato Grosso. Muito obrigado a V. Exª, Pedro Taques.

            Senador Paulo Bauer, meu irmão catarinense.

            O Sr. Paulo Bauer (Bloco Minoria/PSDB - SC) - Senador Casildo Maldaner, eu tenho muito prazer em aparteá-lo neste momento em que V. Exª aqui apresenta suas despedidas deste mandato. E é preciso mencionar que V. Exª não faz isto pela primeira vez, já se despediu de muitos mandatos e, sempre que se despede, surge aquela pergunta lá em Santa Catarina: “E o que ele vai fazer agora?” Com certeza, terá outras missões tão importantes quanto as que já desenvolveu e das quais vai se despedir em outra oportunidade, porque a vida de V. Exª é uma vida de conquistas e uma vida de despedidas que não são um adeus, mas, sim, despedidas que se caracterizam como um começo, o início de uma nova fase. Eu me lembrava aqui, enquanto V. Exª discursava e também era aparteado, do ano de 1986, quando fui eleito Deputado Estadual em nosso Estado e V. Exª foi eleito Vice-Governador. Naquele período, eu fui eleito Deputado Estadual de oposição e, nos primeiros anos do governo de V. Exª, como Vice-Governador que foi de Pedro Ivo Campos, nós tivemos um momento de grandes e graves conflitos e confrontos políticos, mas sempre nos entendemos muito bem, porque, acima de tudo, estava o propósito de fazer o melhor por Santa Catarina. E eu me lembro da ocasião na qual V. Exª assumiu o governo em definitivo com o falecimento do Governador e, meses depois, eu tive o primeiro contato pessoal com V. Exª, na porta do Hotel Planalto, na cidade de Canoinhas, numa noite de inverno, chuvosa, quando V. Exª lá se encontrava cumprindo uma agenda de Governador, e eu estava na mesma cidade cumprindo a agenda de Deputado Estadual. Foi quando V. Exª, me encontrando, disse: “E daí, Deputado? Como é que vai o seu trabalho?” E eu fiquei muito impressionado, porque o Governador do Estado estava preocupado com o que estava fazendo um Deputado que não pertencia a sua base de apoio. Desde então, eu sempre fui um admirador de V. Exª e reconheço que Santa Catarina lhe deve muito, por sua conduta, por seu elevado espírito público, por sua maneira gentil e fraterna de fazer política. E posso dizer a V. Exa que, depois desses quatro anos de convivência aqui no Senado, diariamente, eu posso comemorar a oportunidade de me considerar seu amigo e tê-lo como meu amigo, coisa que, aliás, se estende a nossas famílias e familiares. Eu colho diariamente depoimentos de muitos aqui no Senado e devo registrar que esta é uma oportunidade inédita. V. Exa se despede como Senador de Santa Catarina no momento em que a sessão é presidida por uma catarinense, Vanessa Grazziotin, nascida catarinense e Senadora pelo Amazonas; aqui estão a aplaudi-lo este que lhe fala, o Senador Luiz Henrique, que já se manifestou, e que também é Senador de Santa Catarina como eu; está aqui a Niura Demarchi, que também já exerceu o mandato de Senadora por Santa Catarina como suplente de V. Exa. E há os catarinenses que aqui neste plenário diariamente estão, alguns, como eu e V. Exa, representando catarinenses, e outros com o coração catarinense, como é o caso da Senadora Gleisi Hoffmann, como é o caso do Senador Valdir Raupp, como é o caso do Senador Ivo Cassol e - por que não dizer? - como é o caso do Senador Delcídio Gomes do Amaral, que é muito benquisto em Santa Catarina. Aliás, S. Exª deveria ser candidato a Governador em nosso Estado e não no Mato Grosso do Sul, com certeza os catarinenses votariam nele, como votaram no Aécio nesta última eleição, porque os catarinenses gostam de gente talentosa. É o caso do Senador Acir Gurgacz, que é casado com uma catarinense. Enfim, nós podemos diariamente, neste plenário, comemorar a possibilidade e a oportunidade de vivermos esse clima e essa fraternidade catarinense que V. Exa muito bem sintetiza e representa. Por isso, cumprimento-o por seu trabalho, por sua grande realização neste plenário, neste Senado, em favor dos catarinenses e em favor dos brasileiros. Continue sempre em nosso meio porque isso nos fará muito bem. Parabéns, Senador Casildo Maldaner.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Recolho de coração. Sei que V. Exa exagera, sem dúvida alguma, nas palavras, mas sei que é um irmão e parte da sinceridade. Muito obrigado, Senador Paulo Bauer.

            Eu não posso deixar de ouvir rapidamente o nosso Senador Cássio Cunha Lima, filho de um grande colega aqui do Senado, extraordinário. Vejo que o Senador Alvaro Dias também quer falar e até a Gleisi está aí.

            O Sr. Cássio Cunha Lima (Bloco Minoria/PSDB - PB) - Senador Casildo, eu de fato não poderia faltar mesmo, não apenas pelo meu testemunho de respeito, de admiração, de apreço, de amizade, mas sobretudo para que eu possa - como ele desejou tantas vezes - falar pelo meu pai, Senador Ronaldo Cunha Lima, que durante muitos anos conviveu com V. Exª e que com certeza, se aqui estivesse, com o talento que lhe era peculiar, com a capacidade de oratória, da poesia, faria uma saudação de despedida que não seria um adeus, mas seria um até breve, pela dimensão da sua estatura, por sua capacidade política. E o destino, de forma caprichosa, faz com que o Senado da República, no intervalo de tempo de uma semana, testemunhe a despedida de dois exemplares homens públicos vindos do Sul do Brasil. Outros estarão se despedindo, como o Senador Cyro Miranda, ao lado da sua Candy. Estamos aqui também, Cyro, para ouvi-lo. Mas quis o destino que, numa só semana, Rio Grande do Sul e Santa Catarina perdessem aqui na Casa duas representações que nos orgulham, que envaidecem o Brasil pela postura ética, pela postura coerente, pela decência, pela honradez e, caprichosamente, com estilos absolutamente distintos. Naquela tribuna, na semana passada, se despedia o eloquente, o sempre vibrante Pedro Simon. Hoje, despede-se V. Exª, o sereno, o tranquilo, nem sempre vibrante, mas com a mesma firmeza, com a mesma qualidade parlamentar, com a mesma ética da trajetória de Pedro Simon. Portanto, Senador Casildo, receba da Paraíba, por meu intermédio, neste instante, o testemunho do apreço, do respeito, da admiração, mas sobretudo acolha, no melhor lugar do seu coração, as palavras que também trago em nome do saudoso pai Ronaldo Cunha Lima, que já não está mais conosco, mas, se aqui estivesse, lhe faria uma ode de despedida neste instante.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Eu imagino e estou incorporando, Senador Cássio. O seu pai, o Ronaldo, é uma pessoa só... Sou muito grato. Guardo... Ele já esteve conosco em Santa Catarina várias vezes, viajamos juntos, era um grande conselheiro. Muito obrigado, de coração, Cássio!

            Eu vejo que o Senador... A Ordem do Dia está chegando, e nós ainda temos o Cyro, que vai falar, mas eu não podia deixar de ouvir o Alvaro, ele pediu antes. Aloysio, você é meu irmão de muitas caminhadas, não posso deixar de ouvi-lo, viu Aloysio, não posso deixar de ouvi-lo. Capiberibe também está pedindo, mas em breve.

            O Sr. Alvaro Dias (Bloco Minoria/PSDB - PR) - Senador Casildo Maldaner, eu serei rápido, mas não poderia deixar de registrar o meu apreço a V. Exª, o meu respeito, a minha admiração pela figura humana e, sobretudo, pela trajetória percorrida com ética. Tantos anos e não há nenhuma mancha que possa comprometer a história de V. Exª na atividade pública do País. Me lembro, por exemplo, que muitas passagens tivemos juntos - somos vizinhos, Paraná e Santa Catarina, fomos Governadores ao mesmo tempo -, mas eu me lembro, particularmente, de uma grande concentração popular, em Medianeira, um ato público importante pela reabertura da Estrada do Colono. Lembro-me das reuniões do Codesul, dos entendimentos dos dois Estados procurando caminhos para a solução de problemas emergentes em um tempo de dificuldade incrível, dificuldades enormes, talvez a maior crise financeira da história da administração pública brasileira, com inflação de mais de 80% ao mês dificultando a gestão pública. Estivemos juntos em muitas jornadas. V. Exª deixa esta Casa, mas, certamente, aqui fica a sua marca registrada, o seu comportamento altivo e ético, um exemplo para todos nós. Parabéns a V. Exª. E siga em frente, nós estaremos sempre juntos.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Senador Alvaro Dias, de coração, vou guardar no coração, sinceramente, a expressão de V. Exª, a sinceridade dos nossos conhecimentos de tantos e tantos anos juntos. Muito agradecido.

            Gleisi, eu sei que é uma frase só, eu vi que V. Exª estava querendo dizer uma frase. Não sei se é em relação à Defesa Civil, que eu ia incomodá-la na Casa Civil para defender teses, mas... Eu sei que ali o Capiberibe quer dizer uma palavra, o Delcídio, um amigo... É catarinense o Delcídio, mas...

            A Srª Gleisi Hoffmann (Bloco Apoio Governo/PT - PR) - Será muito rápido, Senador Casildo. Eu só queria parabenizá-lo por seu tempo de Senado e dizer que foi um prazer muito grande a convivência com V. Exª. Por sua determinação, por sua postura, eu não poderia deixar de saudá-lo. Sou sua vizinha de Estado e grande parte da minha família é de Santa Catarina e tem muito apreço por V. Exª. Então, parabéns por sua atuação. Que Deus o abençoe na nova caminhada e conte sempre conosco.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Muito obrigado, Senadora Gleisi, de coração. Muito grato.

            Senador Delcídio, eu não posso deixar de ouvi-lo. Senador João Capiberibe, uma frase sua é...

            O Sr. Delcídio do Amaral (Bloco Apoio Governo/PT - MS) - Meu caro Senador Casildo Maldaner, há uma frase de um poeta que diz: “Quando a gente diz adeus morre um pouco”. Mas eu não acredito nisso, porque V. Exª, primeiro, como Senador da República, teve uma conduta absolutamente exemplar, não só defendendo o Estado de Santa Catarina, mas também ajudando o Brasil com uma postura digna, ética. V. Exª conquistou todos os Senadores e Senadoras aqui presentes com a sua disposição, com o seu trabalho, com a sua história. Eu não tenho dúvida alguma de que outros desafios V. Exª certamente enfrentará. Só de Congresso são 20 anos, e 20 anos muito profícuos, não só com relação ao que V. Exª representou para Santa Catarina, um Estado pelo qual V. Exª sabe que eu também tenho um carinho especial como sul-mato-grossense que sou. Tenho absoluta convicção de que nós continuaremos muito juntos, Senador Casildo Maldaner, nós continuaremos trabalhando bastante por Mato Grosso do Sul, por Santa Catarina, por todos os Estados da Federação e pelo nosso País. Quero dizer a V. Exª que, para mim, é uma alegria, um orgulho muito grande tê-lo como companheiro - são poucos aqueles que têm o privilégio de estar ao lado de Exª. Portanto, eu não poderia deixar de, em nome do povo do Mato Grosso do Sul, fazer este registro, um registro meu e de toda a população de um Estado que lhe respeita muito e que lhe deseja sorte, saúde e que V. Exª continue tendo muito sucesso. Um grande abraço e que Deus o ilumine sempre. Tenha a certeza de que os amigos permanecerão, não só aqui, mas em Santa Catarina, sempre ao seu lado. Obrigado.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Muito obrigado, Senador Delcídio, recolho de coração as observações de V. Exª, que é como um irmão - sendo de Mato Grosso do Sul, V. Exª é como um catarinense, sem dúvida alguma. Muito obrigado.

            Senador Capiperibe, fico grato. Sei que está chegando a Ordem do Dia, mas assim como ao Senador Mozarildo, tenho de conceder a palavra a V. Exª.

            O Sr. João Capiberibe (Bloco Apoio Governo/PSB - AP) - Senador Casildo, a imagem que V. Exª deixa aqui, neste plenário e nos corredores do Senado, é a imagem do cidadão tranquilo, do político habilidoso, do político cordial, mas de posição muito firme. Essa é a imagem que - parece-me - vai ficar aqui, por muito tempo ainda, sempre que nos lembrarmos de V. Exª. Mas eu queria aqui, em nome do povo do Amapá, assim como do povo de Santa Catarina, da Bancada do Partido Socialista Brasileiro e de todos os brasileiros e brasileiras, agradecer-lhe por sua luta pela redemocratização. V. Exª tem uma história de luta para que este País retomasse o caminho da democracia. Por isso, vim aqui, fiz questão de estar hoje aqui para lhe agradecer, em nome de todos os brasileiros. Obrigado, Senador Casildo Maldaner. O povo brasileiro, como um todo, tem enorme gratidão por v. Exª. Obrigado.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Carrego aqui, do Amapá, o que tem passado, a sua história, os seus livros. Vale a pena. Muito obrigado, Senador Capiberibe.

            Senador Mozarildo, eu sei que V. Exª será breve também, em razão da Ordem.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (Bloco União e Força/PTB - RR) - Senador Casildo, eu quero só dar aqui o meu testemunho, o meu depoimento da conduta de V. Exª nesta Casa: homem claro, de posições firmes, sem radicalismo nenhum e, sobretudo, um homem competente e um Senador atuante. Portanto, quero cumprimentar V. Exª e o povo de Santa Catarina.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Muito obrigado, recolho as palavras de Roraima, as palavras de um amigo, de V. Exª que é um amigo catarinense também, sem dúvida alguma. Muito obrigado!

            Walter Pinheiro, inteligente...

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Ô, Senador Casildo, o senhor não pode descer da tribuna sem antes eu lhe dar este abraço, que, na realidade, é o abraço em uma pessoa de que todos nós aprendemos a gostar e com quem aprendemos a conviver. Seu jeito grande, mas extremamente generoso. Às vezes, quando a pessoa é muito grande, vê as outras de cima. Mas esse grande homem do Senado sempre tratou todo mundo com o olhar à altura em que cada um se encontra, portanto, com respeito, com carinho, com dedicação, com apreço. E nós perdemos muito. Perde Santa Catarina porque perde um grande homem nesta Casa e nós perdemos um grande amigo, com certeza. E vou fazer como o meu amigo Delcídio. Na Bahia, existe um cancioneiro popular que diz: “Adeus, não; diga até breve!”. Um grande abraço!

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado. Obrigado, Walter Pinheiro. Eu sei que é a palavra da Bahia. Muito obrigado.

            Eu sei que o Blairo está insistindo aí. Se eu não ouvir o Blairo, de Mato Grosso, agora, vai ficar difícil.

            O Sr. Armando Monteiro (Bloco União e Força/PTB - PE) - Senador Casildo.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Eu quero dizer uma coisa, Presidente Renan Calheiros.

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco Maioria/PMDB - AL) - Armando Monteiro, Blairo, Petecão.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Presidente Renan, estou pedindo que sejam breves, porque, no ano que vem, não vou roubar mais o tempo. Daqui a uns dias, eu já não roubarei mais o tempo.

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco Maioria/PMDB - AL) - Fique inteiramente à vontade, Senador Casildo Maldaner. 

            O Sr. Blairo Maggi (Bloco União e Força/PR - MT) - Meu caro Senador Casildo, a hora já está adiantada, o Presidente já está quase impaciente na Mesa, para tocar a sessão, ainda há o Cyro para se despedir e vários outros colegas, mas só para deixar o meu abraço e o meu agradecimento, não só pelo trabalho que V. Exª realizou aqui, no Senado Federal, mas, principalmente, pela amizade e pelo companheirismo com que convivemos nos últimos quatro anos no Senado Federal.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Muito obrigado.

            O Sr. Blairo Maggi (Bloco União e Força/PR - MT) - Acho que todos já lamentaram a sua partida, mas a vida é assim mesmo. Desde o momento em que você decide fazer alguma coisa, já está predestinado a chegar ao final da situação que você se propôs a fazer. E nossos mandatos são claros: começam tal dia e terminam tal dia. Eu quero desejar a V. Exª e a toda sua família muitas felicidades, que tenha sucesso no que vai fazer agora. Eu estava ouvindo, em meu gabinete, que V. Exª disse que não vai mais disputar eleição, mas tem todas as condições, se quiser fazê-lo no futuro, poderá fazê-lo, porque tem uma carreira limpa e bonita aqui, no Senado Federal, em Santa Catarina e por onde passou. Então, Casildo, meus parabéns! Muito obrigado, muito mais pela amizade que nós construímos e que continuará, sem dúvida nenhuma, independentemente de onde nós estejamos. Um abraço. Obrigado.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Muito obrigado, Blairo. Desde a época de Jonas Pinheiro, formamos uma amizade enorme com Santa Catarina.

            Senador Petecão.

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - Senador Casildo, serei breve, até por conta do adiantado da hora, apenas para que o Acre também deixe aqui a sua mensagem. Todos os Estados se manifestaram, e eu me manifesto com prazer, pois somos vizinhos de gabinete, sempre nos encontramos no corredor. V. Exª, com esse seu jeito humilde, com essa forma simples, foi uma pessoa em quem, com certeza, eu sempre procurei me espelhar. É daqueles que aparecem pouco e produzem muito. Então, eu queria deixar uma mensagem, em nome do povo acriano, e dizer ao povo de Santa Catarina que, com certeza, V. Exª foi uma pessoa que fez muito pelo seu Estado, e não para por aí: vai continuar fazendo. Parabéns e boa sorte nesta sua nova empreitada. Um abraço.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado, Petecão. A palavra lá de Rondônia muito me engrandece. Fico muito grato, sem dúvida alguma.

            Se o Líder do Governo puder esperar o Eunício, nosso Líder da Bancada... Se não for, que o pai dele, aliás, o sogro dele, de quem fui tesoureiro do Partido nos bons anos 90, depois tive a honra de passar para o Eunício também a tesouraria do nosso Partido, naqueles tempos.

            Pois não, Eunício.

            O Sr. Eunício Oliveira (Bloco Maioria/PMDB - CE) - Senador Casildo, esta Casa aprendeu a respeitá-lo, e o meu Partido deve muito a V. Exª. Eu tive o privilégio de conviver com V. Exª como tesoureiro nacional do PMDB, sempre reto, sempre coerente, sempre muito fidalgo. E hoje V. Exª se despede desta Casa. Perde o Senado uma grande liderança, um grande companheiro que você sempre foi. Mas eu acho que ganha também a sua família e o povo do Estado de Santa Catarina, porque tenho convicção de que V. Exª estará representando o PMDB em outros lugares, não apenas aqui no Senado, mas em outros lugares, principalmente no seu Estado, que o senhor tanto ama, que é o Estado de Santa Catarina. Então, eu tive o privilégio aqui de conviver com V. Exª como tesoureiro nacional do PMDB e, agora, nesses quatro anos, como Senador da República. Como Líder do PMDB, a minha gratidão a V. Exª pela coerência, pela decência e pela lealdade que sempre demonstrou ao Partido, ao País e a esta Liderança. Muito obrigado.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado, meu Líder. Obrigado, Eunício, de coração. Muito obrigado.

            Meu Líder, se V. Exª me permitir, eu sei que já do outro mandato fomos colegas. Diplomata, extraordinário...

            O Senador Agripino vai me puxar a orelha depois. É o Rio Grande do Norte.

            O Sr. José Agripino (Bloco Minoria/DEM - RN) - Vou procurar ser rápido, Senador Casildo, até para que V. Exª seja aparteado pelo seu Líder, Senador Eduardo Braga. Mas eu não poderia deixar de dirigir uma palavra a V. Exª por algumas razões. Eu estava ouvindo o começo de seu discurso, referindo-se ao início de sua vida pública, com a eleição para vereador em 1962. E assim vai um bocado de tempo. Eu convivi com V. Exª um mandato inteiro de Senador - este é o meu quarto mandato de Senador e é o segundo de V. Exª. Depois disso, V. Exª saiu, foi Vice-Governador de Pedro Ivo, assumiu o Governo de Santa Catarina; depois disso, foi suplente de Raimundo Colombo e assumiu, com a posse de Raimundo Colombo no Governo do Estado, e nos deu o privilégio de voltar a conviver com V. Exª. Eu quero dizer a V. Exª rapidamente o seguinte: eu valorizo as pessoas e os políticos quando são pessoas de partido, mas são pessoas obedientes à sua consciência. Claro que os partidos têm seus ditames, tem seus compromissos. Mas o compromisso maior de V. Exª é com a sua consciência. E eu pude testar isso; o meu Partido pôde testar isso. Muitas vezes, o PMDB, que é o Partido de V. Exª, em que V. Exª exerce uma função importante, diretiva, teve posições que V. Exª não acompanhou. Nós imaginávamos, entre nós da oposição: como é que vota Pedro Simon, como é que vota Casildo Maldaner, como é que vota Jarbas Vasconcelos? V. Exª era tido entre aqueles que, apesar de ser homem de partido, sim, em determinadas causas, pesava na sua consciência o interesse nacional, e ficava com o interesse nacional. Então, quero prestar este testemunho: V. Exª é homem de partido, mas, acima de tudo, é homem comprometido com a sua consciência e com o interesse público do povo do Brasil e do povo de Santa Catarina. Eu queria prestar este depoimento lamentando a sua ausência. Eu não acredito que V. Exª vá ficar fora da política. Vai terminar, daqui a alguns meses, voltando a qualquer atividade, e muito breve estaremos juntos lutando por este País. Eu espero revê-lo aqui em Brasília, ou em Santa Catarina, ou em algum Município do seu Estado. E quando o reencontrar, V. Exª receberá o abraço fraterno de um amigo que lhe quer muito bem pela convivência que tivemos aqui, no Senado, convivência de pessoas que se respeitam, que se admiram, mas, acima de tudo, que desejam um ao outro muito boa sorte.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado, Agripino Maia, ainda mais vindo de V. Exª, como Presidente do Partido, ex-Governador do Rio Grande do Norte. Sempre o respeitei muito. Muito obrigado pela expressão de V. Exª.

            Ministro Armando Monteiro, sei que não vai ficar, sei que V. Exª agora também está se despedindo daqui, mas com a missão espinhosa, sem dúvida alguma.

            O Sr. Armando Monteiro (Bloco União e Força/PTB - PE) - Meu caro Senador Casildo Maldaner, eu quero dar um testemunho público do apreço que tenho por V. Exª e da sua figura, da figura cordial, do seu traço de absoluta civilidade, do grande companheiro que V. Exª é, da sua postura simples e que cativa e cativou todos os companheiros que tiveram, como eu, o privilégio de conviver com V. Exª nesse tempo. O que eu queria dizer é o seguinte: da sua passagem aqui, ficou a marca do convívio pessoal, que é muito forte na figura de V. Exª, e também do seu compromisso com Santa Catarina, da forma diligente e aplicada com que V. Exª, em todos os momentos, defendeu os interesses do seu Estado. Portanto, eu queria que V. Exª tivesse sempre muitas felicidades no plano pessoal. Quem é vocacionado para a vida pública, como V. Exª, prescinde de mandatos. Portanto, tenho certeza de que, qualquer que seja a circunstância, V. Exª estará servindo a seu Estado e ao Brasil. Um grande abraço.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado, Ministro Armando Monteiro, Senador, muito querido em Santa Catarina. Nem preciso dizer que quando V. Exª vai ao nosso Estado, vai ao Brasil, aonde for é sempre aplaudido.

            Eu fico nesta agora: há o Amazonas; há a catarinense e nosso Líder nosso. Os dois conhecem Maués, que tive a honra de conhecer, temos parentes em Maués também. Mas a Vânia, Senadora de Goiás, está ao lado do Cyro, que está se despedindo. O Cyro é o nosso... Se eu não ouvir a Vânia... Mas só uma palavrinha já me satisfaz. Nem precisa isso, só o seu olhar já chega.

            A Srª Lúcia Vânia (Bloco Minoria/PSDB - GO) - Pois não. De qualquer forma, Senador Casildo, eu desejo muita sorte a V. Exª. Vou perder meu vizinho de gabinete, um homem afável, elegante, aplicado em suas tarefas parlamentares. Parabéns. Santa Catarina perde um grande Senador, mas tenho a certeza de que recebe de braços abertos um grande cidadão.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria /PMDB - SC) - Muito obrigado, Senadora Lúcia Vânia, eu a carrego no coração. Muito grato, de verdade.

            A Senadora Vanessa, que é a nossa catarinense e amazonense, falou em Maués há pouco e disse que vai dar um presente para nós, catarinenses, o pó de guaraná e mais alguma coisa. Vai dar para o Luiz Henrique, para o Paulo Bauer e para nós. Eu até questionava, dizendo que temos que ter um pouco de cuidado, porque V. Exª colocava algumas...

            A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Senador Casildo, em primeiro lugar, quero dizer da alegria de ter podido, nos últimos anos, compartilhar com V. Exª o trabalho aqui no Senado Federal. Aqui, V. Exª, tenho certeza absoluta, assim como em todo o Estado de Santa Catarina e por onde quer que ande, cultivou muitos amigos. Eu não conheço ninguém, nenhum Senador, nenhuma Senadora que não lhe tenha um grande apreço, Senador. Eu lhe quero muito bem, porque, como já foi dito, além de ser um belo representante político, dedicado, lutador pelo seu Estado, pelo seu País, V. Exª é de um coração gigante, que abraça a todos da mesma forma. Não é apenas o político, mas o ser humano que conosco deixa de conviver diariamente. Mas penso que V. Exª deve estar frequentemente aqui conosco. Senador Casildo, receba muito mais do que o meu abraço, muito mais do que o meu carinho, receba a minha admiração por ser essa pessoa. E aí não vejo exagero nenhum, conheço o Senador Luiz Henrique, mas não vejo exagero nenhum quando ele diz que V. Exª, por onde quer que ande em Santa Catarina, sempre é abraçado, sempre é homenageado, sempre é comemorado. Um grande abraço, meu amigo querido, e desejo tudo de bom. Junto com o presente, vai a receita de por que aquele povo do Norte - por isso que catarinenses, como eu, estão indo para lá e de lá não saem - tem uma longevidade e uma vida de excelente qualidade: é porque sabem utilizar o que de melhor a natureza pode lhes proporcionar. Um grande abraço e muito obrigada, Senador.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado. Sei que a palavra de V. Exª também é de catarinense. Sei que foi para lá e, por isso, engrandece a todos nós, e deixa todo mundo com vontade de lutar, muito animados.

            Marta Suplicy, eu era menino ainda, era criança, e ela era menina e já falava em televisão, aconselhava as senhoras, os jovens. Essa é a Marta que aprendi a conhecer. Só uma palavrinha, eu já fico satisfeito.

            A Srª Marta Suplicy (Bloco/PT - SP) - Muito rápido, Senador. Para dizer que, quando exerci a Vice-Presidência aqui na Casa, eu escutava muitos discursos. Mas os discursos que me caíam bem, que me empolgavam, pelos quais eu fui tendo interesse de escutar cada vez mais, foram os seus, sempre se posicionando muito firmemente a favor do seu Estado e também fazendo considerações sobre a política nacional bastante importantes. Então, quero dizer que foi um prazer essa convivência e desejo-lhe tudo de bom. Também quero ressaltar alguns aspectos que os que me antecederam colocaram, que é sua figura tão amável, sempre alegre, um ser humano que todos aprendemos a admirar e gostar. Tudo de bom!

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado, querida Marta.

            O Sr. Pedro Simon (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Senador...

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Meu Líder, se eu não a deixar falar - ela é do Espírito Santo, do masculino, e eu sou de Santa Catarina, feminina -, pelo menos para dizer que o Espírito Santo continua nos iluminando. Senadora Ana Rita.

            A Srª Ana Rita (Bloco Apoio Governo/PT - ES) - Senador Casildo, eu não poderia deixar de me manifestar, porque aprendi a ter um carinho muito grande pelo senhor. De forma muito carinhosa, sempre alegre e de forma muito respeitosa, o senhor sempre se colocou aqui no Senado Federal, particularmente aqui no plenário, de maneira muito tranquila, educada. Enfim, é um representante que dialoga com as pessoas, um representante do Estado de Santa Catarina que muito nos orgulha. Então, eu me inscrevi para falar e parabenizar o senhor pelo trabalho realizado durante todo esse período, agradecer pelos momentos de convivência aqui e desejar toda a sorte, toda a felicidade, muita saúde. Que Deus continue lhe abençoando sempre. Muito obrigada pela boa convivência que tivemos aqui. Parabéns pelo seu trabalho!

            A Srª Lídice da Mata (Bloco Apoio Governo/PSB - BA) - Senador Casildo.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Muito obrigado, Ana Rita, de coração, incorporo isso.

            A Srª Lídice da Mata (Bloco Apoio Governo/PSB - BA) - Senador Casildo.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Meu Líder...

            A Bahia vindo aí.

            A Srª Lídice da Mata (Bloco Apoio Governo/PSB - BA) - Só para não deixar também de registrar aqui o nosso apreço, a nossa admiração por toda essa convivência que V. Exª soube construir aqui no Senado. Sem dúvida nenhuma, o senhor encanta Santa Catarina, encanta todo o Senado com sua competência e, principalmente, com a elegância que trata os seus colegas, amigos e companheiros. Muito obrigada.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Desde quando V. Exª foi Prefeita de Salvador, desde aquela época, os catarinenses já a admiram, ainda mais agora no Senado. Eu a carrego no coração.

            Muito obrigado.

            Meu Líder.

            O Sr. Eduardo Braga (Bloco Maioria/PMDB - AM) - Meu querido Casildo, queria primeiro dizer que não tinha tido, até chegar aqui ao Senado, a felicidade de ter conhecido V. Exª. Eu o conheci nos primeiros dias aqui, no Senado da República. E como todos que me antecederam já relataram, é muito fácil ser amigo de V. Exª e ser conquistado pela sua simpatia, pela sua gentileza e pela sua forma sempre correta de agir. V. Exª me deu a satisfação e a honra de visitar o meu Estado algumas vezes. Estivemos juntos em uma das, talvez, mais importantes missões que V. Exª teve nesta Legislatura, que foi a relatoria sobre a Comissão Especial da Defesa Civil. Seu Estado foi vítima de alagações nesse período, com milhares de catarinenses sofrendo com as chuvas. E eu pude perceber a forma humana, a forma correta e a forma singela com que V. Exª encontrava soluções simples para problemas difíceis. E, ao mesmo tempo, uma característica que V. Exª carrega consigo, é a lealdade, o carinho e o respeito pelos amigos. E isso se percebe claramente na relação de V. Exª com os seus colegas Senadores e, de uma forma muito especial, com o Senador Luiz Henrique, com quem V. Exª tem uma relação de irmandade de muitos anos. Eu quero aqui deixar o meu abraço, dizer que tenho certeza de que a longevidade, a sua saúde e o uso contínuo e continuado do guaraná farão com que V. Exª esteja sempre assim, vigoroso, disposto, alegre, sorridente e, como dizem, de bem com a vida. Que Deus abençoe nosso irmão, nosso companheiro, e que V. Exª possa estar sempre presente nos nossos encontros do PMDB, nos nossos encontros ao longo da caminhada e, como disse aqui o Senador Agripino, eu quero poder ter a oportunidade de reencontrá-lo inúmeras vezes, fora ou dentro do Senado, nesta ou em outras missões que Deus e o povo brasileiro possa reservar a V. Exª. Que Deus o abençoe!

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado, meu Líder. No Amazonas de V. Exª, eu já tive a honra, até com a Ivone, que é a minha senhora, de visitarmos Maués, onde temos parentes, que é a capital nacional e mundial do guaraná. E é por isso que o Amazonas deixa todo mundo energizado, animado, com vontade de lutar.

            Muito obrigado.

            O Sr. Pedro Simon (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Senador ...

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Eu estou encerrando, mas estou vendo que, agora, aquele de quem eu sou coroinha está aí no plenário.

            Eu quero agradecer aqui ao Senador Eduardo Suplicy, porque antes de eu falar ele já fez considerações.

            Quero agradecer também ao Líder de V. Exª, Cyro Miranda, ao Aloysio Nunes Ferreira. Ele quis falar antes, mas não pôde, teve que sair. Eu sabia que o Aloysio Nunes ia dizer o que os amigos já disseram. Ele é um irmão meu de muitas caminhadas.

            E nada melhor do que agora, eu que sou coroinha do Pedro Simon - o Pedro é o nosso chefe -, ouvi-lo.

            O Sr. Pedro Simon (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Meu querido companheiro, V. Exª não calcula a emoção e a alegria em dar este aparte a V. Exª. Até, de certa forma, tenho um sentimento não muito cristão, pois, na hora em que estou indo embora, eu levo V. Exª comigo; quer dizer, vamos juntos. E é uma alegria muito grande sair daqui com V. Exª. Eu conheço o Casildo por dentro e por fora. Eu conheço o Casildo aqui no Congresso. Eu conheço o Casildo lá em Santa Catarina. Eu conheço a sua luta, o seu trabalho. Eu conheço V. Exª das horas mais dramáticas do nosso Partido, quando o MDB fez tudo para surgir, quando teve uma vida muito difícil, muito dura lá em Santa Catarina. Graças ao trabalho de V. Exª, de homens como Luiz Henrique e de homens como o nosso querido Pedro Ivo, que construíram realmente uma vitória e transformaram Santa Catarina nesse Estado que é hoje líder no desenvolvimento, no crescimento e que se desenvolve de uma maneira extraordinária e que representa orgulho para todos nós, brasileiros. Vejo em V. Exª o homem da resistência. E vejo V. Exª naquela época difícil - primeiro, com Pedro Ivo, mas fundamentalmente com V. Exª -, eu Governador do Rio Grande do Sul e V. Exª, Governador de Santa Catarina, os esforços que fizemos juntos, tudo que fizemos juntos para sairmos daquela situação tão dura e tão difícil, numa hora tão amarga, que foi aquela em que nós tivemos que exercer o nosso mandato, sem democracia, sem liberdade. E, mesmo assim, V. Exª com muita competência desenvolveu o seu trabalho de maneira extraordinária. Na Câmara dos Deputados, aqui no Senado Federal, lá no Banco de Desenvolvimento Econômico, V. Exª na presidência de nosso Partido, comandando o nosso MDB, V. Exª sempre foi homem de dignidade, homem de coragem, homem de valentia. Uma valentia e uma coragem, uma garra que se manifesta de uma maneira realmente positiva. V. Exª, com essa sua simpatia, esse seu sorriso, que, ao abraçar, ao cumprimentar desde o porteiro da entrada até o Presidente da Casa, tem o mesmo sentimento de reflexão, de amor, de respeito, de amizade. Quem o cumprimenta e vê o seu sorriso e seu aperto de mão sai feliz, sai satisfeito. V. Exª realmente é um homem de bem, V. Exª realmente é um homem digno, V. Exª é um homem que lutou e é hoje um grande vitorioso. Tenho certeza absoluta de que V. Exª, que deveria ter sido candidato a Senador novamente, não quis. Mas, neste momento, o destino lhe reservará importantes missões. V. Exª, que desempenha um papel tão significativo na história do nosso Partido, na história de Santa Catarina, está agora se despedindo desta Casa, deste mandato, mas eu confio e tenho a convicção de que o Brasil e Santa Catarina continuarão a encontrar em V. Exª missões das mais importantes, das mais significativas, das mais difíceis, das mais responsáveis, porque, se há um homem de garra, se há um homem de competência, se há um homem de fé, se há um homem de dignidade, se há um homem em quem se pode confiar, respeitar, amar e compreender, esse homem se chama Casildo Maldaner. Tenho-o como um dos grandes amigos, das minhas melhores referências, a amizade de família, a amizade fraterna, a amizade nos bons e nos maus momentos, porque V. Exª é exatamente assim, um homem de bem que procura levar o bem, a compreensão a quem quer que seja. Ser seu amigo, ser companheiro de V. Exª foi uma das alegrias que a luta política, que nem sempre é a melhor, forneceu a mim ao longo da existência. Obrigado, obrigado Casildo Maldaner. Vá em frente! V. Exª terá sempre ao seu lado a presença dos homens de bem de Santa Catarina, do Rio Grande e de todo o Brasil. Obrigado por tudo, meu querido Maldaner.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Presidente Renan, membros da Mesa, eu não podia encerrar a minha saída da tribuna...

            O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Senador Casildo, permite-me um aparte?

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - ...sem uma palavra tão especial do Senador Pedro Simon. Para mim, como seu sacristão, como seu coroinha, Pedro Simon, que está saindo, nada poderia ser melhor do que ouvir as suas palavras. E vou guardar, para a minha família, para a minha vida, as palavras vindas do meu mestre, de quem sou seguidor e coroinha.

            Pedro, muito obrigado. De coração, muito obrigado.

            Faz de conta...

            Caro Aloysio

            O Sr. Aloysio Nunes Ferreira (Bloco Minoria/PSDB - SP) - O Casildo Maldaner começa uma intervenção: “Faz de conta que...”. Faz de conta que você não saíra nunca do Senado, e não sairá mesmo: sua memória, sua lembrança vai ficar entre nós como um Senador correto, eficiente, trabalhador, um homem de bem. O Pedro Simon, na despedida em resposta ao aparte que V. Exª fez a ele, disse e resumiu tudo aquilo que nós pensamos do senhor: um homem absolutamente correto, transparente, leal, trabalhador, um cidadão exemplar. Eu guardo do senhor, meu caro amigo Senador Casildo Maldaner, a melhor das lembranças da nossa convivência de muitos anos. Uma lembrança que começa na sua luta pela redemocratização do nosso País, da sua presença sempre constante numa das melhores sessões do PMDB de Santa Catarina. Saiba, meu caro amigo Senador Casildo Maldaner: o senhor continuará sempre presente na política brasileira. O senhor não tem o direito de se afastar da política; do Senado, sim, mas da política, não, porque o Brasil precisa da sua palavra, da sua voz, das suas ideias. Santa Catarina e o Brasil precisam que o senhor continue na atuação política, que tantos e bons frutos rendeu para todos nós. Obrigado.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado, Aloysio. Ainda domingo passado, na residência de Nelson Wedekin, nos seus 70 anos, nós, vários ex-Deputados da década de 80, dissemos que V. Exª era o centro das atenções, mesmo on-line - eu quero dizer-lhe com muita sinceridade -, lembrado em toda parte. Obrigado, meu irmão Aloysio Nunes.

            Eu vou encerrar com uma mulher então, porque o Flexa Ribeiro, Renan, o Flexa quer dizer um boa tarde para mim, quer dizer "Até logo, Casildo, vá embora! Vá a Santa Catarina!" O Flexa quer dizer isso, lá do Pará. E aí, Renan, encerrar com a palavra da Angela. Flexa, pode me mandar embora.

            O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Senador Casildo.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Fico feliz. Mande-me para casa, que eu ainda fico feliz.

            O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Senador Casildo, amigo Casildo, eu não podia deixar de estar aqui num discurso que não é de despedida, porque V. Exª vai continuar frequentando o Congresso Nacional, que é sua casa, para que não nos deixe com saudade. V. Exª, ao longo desses quatro anos, granjeou a amizade de todos os seus pares, e em especial a minha, porque V. Exª tem uma parte sua no Estado do Pará. Tem interesses no Estado do Pará, de vez em quando vai até lá, conhece a região do oeste do Pará. Então V. Exª já é um paraense, já pode se sentir um paraense. Eu quero só, neste momento, para nós tão significativo, desejar vida longa a V. Exª. Que Deus continue iluminando-o, abençoando-o, dando-lhe paz, saúde e alegria, para V. Exª e para a sua família. Um abraço do amigo Flexa Ribeiro.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Olha, muito obrigado, Flexa. Primeiro Secretário da Casa, mestre da Casa, sempre digo que é o prefeito da Casa, é o Flexa Ribeiro. Flexa Ribeiro que é... Muitos catarinenses estão lá, dezenas e dezenas de catarinenses no Estado do Pará. Muito obrigado.

            Angela...

            A Srª Angela Portela (Bloco Apoio Governo/PT - RR) - Senador Casildo.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Angela, então...

            A Srª Angela Portela (Bloco Apoio Governo/PT - RR) - Senador Casildo.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Profª Angela, mestre, encerrar com uma mulher.

            A Srª Angela Portela (Bloco Apoio Governo/PT - RR) - É uma alegria muito grande estar neste momento aqui vendo o carinho, a atenção que todos os Senadores desta Casa têm por V. Exª. E eu não poderia deixar de registrar aqui que o admiro muito, que reconheço o trabalho importante, sério e dedicado que V. Exª exerceu nas comissões deste Senado Federal, nas discussões aqui no plenário do Senado. Quero lhe desejar muita saúde, muita paz, muitas felicidades na sua vida agora por diante. Entre todas as qualidades que foram colocadas aqui pelos diversos Senadores, uma eu gostaria de destacar, que foi colocada aqui pelo Senador do seu Estado, que diz que o senhor pode andar de cabeça erguida por todos os lugares de Santa Catarina que será sempre muito bem recebido, muito respeitado pelo seu povo de Santa Catarina.

Quero parabenizá-lo por essa vida política digna e ética que sempre teve. Parabéns e boa sorte!

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado pelas suas palavras, Senadora Angela Portela, colega da Mesa Diretora também, por escutar a palavra de Roraima, lá do Norte. Muito obrigado.

            Meu Presidente, eu sei que o Ricardo Ferraço queria dizer somente boa tarde. Quem vai falar agora é o Cyro. Só me dizer boa tarde já está bom, Senador Ricardo. O Moka é catarinense de coração.

            O Sr. Ricardo Ferraço (Bloco Maioria/PMDB - ES) - Eu vou, então, substituir a minha manifestação por um afetuoso abraço que quero dar em V. Exª.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Eu considero a nossa vivência, embora ele seja jovem. Obrigado, Ricardo, de coração.

            O Sr. Waldemir Moka (Bloco Maioria/PMDB - MS.) - Casildo, meu amigo, de quem vou, realmente, sentir uma falta enorme em função da convivência nesse tempo todo. Vai ser difícil olhar para o Luiz Henrique e não ver V. Exª ao lado desse amigo comum, desse extraordinário homem público de Santa Catarina. Queria dizer a V. Exª da minha admiração e, mais do que isso, do meu respeito. Muito obrigado pela sua gentileza, pelo trato, pelo companheirismo de tantos anos. Casildo, um grande abraço! Leve o abraço dos sul-mato-grossenses. Aqui, no Senado, seu amigo Moka estará sempre a sua disposição.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Muito obrigado, Moka, de coração.

            Agora o Ministro do TCU.

            O Sr. Vital do Rêgo (Bloco Maioria/PMDB - PB) - Eu não poderia deixar de, pedindo um minuto de paciência à Mesa. Neste minuto, queria transmitir a V. Exª o meu pensamento a respeito da conduta extraordinária de V. Exª nesta Casa. Um homem simples, mas de gestos elegantes, solidários, fraternos, leais com o seu Partido, com a sua história. Aprendi muito na convivência com V. Exª nesses últimos quatro anos. Tenho absoluta convicção de que V. Exª nos deixa de forma aparente, mas a sua presença é viva e atuante pelo poder imperecível dos seus exemplos.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Obrigado, Vitalzinho, nosso futuro Ministro do Tribunal de Contas da União, nosso irmão da Paraíba.

            Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/12/2014 - Página 172