O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Senador Anibal, que preside esta sessão, Srªs e Srs. Senadores aqui presentes, como já é de amplo conhecimento, fui honrado com o convite da Presidente Dilma Rousseff para assumir a pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o que deverá ocorrer no início de janeiro, quando deverei me afastar do exercício do meu mandato de Senador da República.

            Por esse motivo, ocupo esta tribuna com o propósito de fazer um breve balanço da nossa atuação parlamentar nesses últimos quatro anos.

            Nossas ações nesta Casa estiveram sempre norteadas para as questões que julgo de relevância para o desenvolvimento econômico sustentável do País, e ainda na permanente defesa dos interesses do meu Estado, o Estado de Pernambuco.

            Nesse sentido, trabalhamos para melhorar o ambiente institucional e para reduzir os custos sistêmicos do setor produtivo, sobretudo das micro e pequenas empresas. Dessa forma, buscamos avançar na simplificação e racionalização de marcos legais, de forma especial na legislação tributária, ainda com o propósito de desonerar os investimentos e exportações.

            Na Comissão de Assuntos Econômicos, tive a oportunidade de relatar proposições e participei de debates que priorizavam essa agenda, com foco nos fatores determinantes da competitividade da indústria nacional.

            Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, relatei e logramos aprovar o Código de Direitos e Garantias do Contribuinte (PLS 298/2011), bem como a proposta que limitou a concessão dos incentivos fiscais para bens importados, pondo fim à chamada "Guerra dos Portos", por meio da Resolução nº 13 de 2012, que reduziu as alíquotas interestaduais de ICMS para esses produtos.

            Também apresentei proposições, como a que aprimora ou aprimorou a utilização do Cadastro Positivo, e a que também propugnava o fim da Reserva Global de Reversão (RGR), encargo incidente sobre as tarifas de energia elétrica, esta última em coautoria com a nobre Senadora Ana Amélia.

            Empenhei-me firmemente na defesa e no fortalecimento das micro e pequenas empresas, levando em conta a sua capacidade de geração de empregos e por simbolizar a autêntica expressão da energia empreendedora do nosso País.

            Em 2005 e 2006, ainda Deputado Federal, tive a oportunidade de participar ativamente do processo de concepção, discussão e elaboração da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que instituiu o "Supersimples", unificando seis impostos federais, mais o ICMS e o ISS, em uma só guia de recolhimento, e que propiciou a redução de mais de 40% da carga tributária desse segmento.

            No Senado, continuei trabalhando no sentido de aperfeiçoar e atualizar essa legislação. Destaco a relatoria de duas importantes matérias, como a Medida Provisória nº 529, que reduziu de 11% para 5% a contribuição do INSS para o microempreendedor individual, e a Lei Complementar nº 147, que restringiu o uso abusivo e indiscriminado da substituição tributária no ICMS para os optantes do regime simplificado de tributação, o Simples.

            Como membro da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena, também pudemos colaborar para o avanço de forma significativa na construção de um ambiente mais favorável, sobretudo com a revisão dos limites do Supersimples, que, graças ao apoio da Presidente Dilma, pôde ser levada a efeito, inclusive com a universalização do regime, já que 142 novas categorias foram incluídas nesse regime. Contribuiu ainda essa última alteração na legislação do regime simplificado de tributação para desburocratização e simplificação dos processos atinentes à abertura e fechamento de empresas.

            Outro tema que me parece de grande importância para o desenvolvimento do País e que sempre presidiu as nossas ações nesta Casa é a questão da educação profissional. A qualificação para o trabalho é fundamental, tendo em vista os seus efeitos sobre a elevação da produtividade e para a profissionalização dos nossos jovens, constituindo-se, portanto, no principal instrumento para a inserção desse contingente da população no mercado de trabalho e para a promoção da cidadania.

            Contribuímos e defendemos com determinação a aprovação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego, o chamado (Pronatec), que foi idealizado e formulado à época em que estávamos na presidência da Confederação Nacional da Indústria e do Senai. Desde 2011, esse programa já beneficiou oito milhões de brasileiros, com cursos de qualificação em diversas áreas.

            Tive a honra de ser relator do PLS nº 149, da ilustre Senadora Vanessa Graziottin, em duas comissões desta Casa, a de Assuntos Sociais e a de Assuntos Econômicos. Com isso, o Senado enviou à Câmara dos Deputados uma proposição que deduz do Imposto de Renda das empresas o investimento destinado à educação profissional. Essa iniciativa, portanto, complementa os esforços do Pronatec na expansão e qualificação da formação do nosso capital humano.

            A segurança pública foi outro tema que mereceu a nossa atenção. Tenho convicção de que o Senado Federal deve ter uma atuação de vanguarda no aprimoramento de políticas de segurança e proteção ao cidadão, modernizando a legislação penal, tipificando os chamados crimes de última geração e ainda contribuindo para o aperfeiçoamento da política criminal e propiciando melhores condições ao sistema penitenciário, além de ajustar as penas, agravando-as, sobretudo levando em conta a gravidade dos ilícitos.

            Nesta Câmara Alta, participei de todas as comissões encarregadas de discutir e encaminhar soluções inovadoras e eficazes à crise da segurança pública que o nosso País enfrenta, com destaque para elaboração e discussão do projeto do novo Código Penal brasileiro. A revisão do Código Penal transcende a agenda específica da segurança pública. É um marco importante no nosso aperfeiçoamento institucional, que busca se coadunar aos anseios de uma sociedade democrática e plural.

            Nesse sentido, apresentei inúmeras emendas, muitas das quais foram acolhidas pelo relator à época, o nobre Senador Pedro Taques. O PLS 236, de 2012, atualmente na CCJ, irá produzir grandes avanços. Primeiro, porque permitirá a consolidação de legislações que estão aí, a chamada legislação extravagante. Há uma dispersão da legislação, que precisa ser codificada. Hoje, existem aproximadamente 117 leis penais em vigor, que abrigam cerca de 1.800 tipos penais, entre crimes e contravenções. E, depois, a aprovação do Código propiciará a modernização de preceitos normativos que, de alguma forma, possam espelhar melhor nossos valores. Nesse sentido, destaco os progressos na atualização da tipificação de delitos penais, no tratamento e proteção das minorias, no combate à corrupção e na proteção ao Erário público, dentre outros temas.

            Assim, a nova legislação irá se converter num processo e, eu diria mais, num poderoso instrumento para combater a escalada da criminalidade, contribuindo para uma maior eficiência da prestação jurisdicional nessa área.

            Também pude apresentar diversas proposições legislativas ainda na área de segurança pública. Destaco a PEC 40, que concede às prefeituras competência para criar guardas municipais encarregadas do policiamento ostensivo em auxílio às ações das polícias civil e militar.

            Lembro ainda o PLS 28, de 2014, que coíbe a violência de torcidas organizadas nos estádios de futebol, e o PLS 508, de 2013, que criminaliza atos de vandalismo em manifestações públicas.

            Tenho a satisfação de poder conceder o aparte à nobre Senadora Ana Amélia.

            A Srª Ana Amélia (Bloco Maioria/PP - RS) - Caro Senador Armando Monteiro, eu tenho atuado aqui no Senado e V. Exª tem acompanhado, de forma independente. O meu partido, o Partido Progressista, está na base de apoio ao Governo, mas eu não partilho dessa posição por entender que a minha missão é a de exatamente estar livre para apoiar as matérias que são de interesse nacional, a meu juízo, e também de discordar em matérias que não merecem o apoio da Casa. Quero cumprimentar a Presidente da República, mesmo nela não tendo votado nas eleições deste ano, apoiei as eleições de Aécio Neves, pela escolha de V. Exª. Primeiro, por conhecê-lo, quando comandou a Confederação Nacional da Indústria e, agora, como Senador, meu colega, atuando em muitas comissões, como a Comissão de Assuntos Econômicos, a Comissão de Assuntos Sociais, a Comissão de Educação, e ter valorizado muito o seu compromisso social. Eu não diria um compromisso com nenhum interesse corporativo da indústria brasileira, mas também ela, com a legitimidade que V. Exª tem com o mandato que exerce, a ter a delegação de representar muito bem um segmento importantíssimo da vida nacional e da economia brasileira, que é a indústria; mas, sobretudo, pelo comportamento geral de matérias como as que V. Exª está descrevendo aqui, algumas das quais tivemos uma parceria exitosa. E eu queria lhe agradecer, lembrando, como Senadora municipalista, que V. Exª foi o relator da PEC de minha autoria, com a assinatura e apoio de vários Senadores, que aumentaria em dois pontos percentuais a receita do Fundo de Participação dos Municípios. O Governo, dadas as circunstâncias financeiras conhecidas, acolheu um ponto percentual, negociado com o nosso Senador e Líder Humberto Costa, a partir do ano que vem; já aprovada como emenda constitucional nas duas Casas e, graças a sua habilidade neste entendimento, as Prefeituras Municipais de todo o País terão um acréscimo de receita, em julho do ano que vem, de meio ponto percentual e, no ano seguinte, de meio ponto percentual. Então, eu quero lhe agradecer publicamente e dizer que a sua indicação me deixa muito tranquila e que o Rio Grande do Sul estará bem representado, porque V. Exª conhece a realidade da economia do Rio Grande, que terá muito desafios. Já disse a V. Exª que um dos setores que eu levarei a V. Exª será o setor coureiro calçadista, que vive aí momentos de alguma perplexidade, embora o mercado interno esteja muito bem. Mas quero desejar a V. Exª, no comando do MIDC, muito sucesso e disponha do nosso apoio aqui no Senado Federal, caro Senador Armando Monteiro. Foi a escolha certa e o homem certo para o lugar certo.

            O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE) - Muito obrigado, Senadora Ana Amélia.

            Quero registrar aqui que tive esse privilégio de conviver com a ilustre Senadora nesses quatro anos e de poder sempre perceber que V. Exª tem uma grande identidade com esses sistemas que são de interesse da economia e a compreensão de que essa agenda da indústria não é e nem pode ser uma agenda corporativa, mas que é uma dimensão irrecusável da própria agenda do País. E portanto, nesse sentido, nós sempre atuamos aí juntos - e sempre com a solidariedade de V. Exª -, para que algumas questões muito importantes pudessem ser encaminhadas. Ao mesmo tempo, é um reconhecimento à sua atuação, sempre muito diligente e muito presente nesta Casa.

            Muito obrigado pelas suas palavras.

            Na sequência, o Senador Suplicy. Só avançar um pouco e, depois, com muita satisfação, concederei a V. Exª o aparte.

            Quero destacar que apresentamos, ainda, proposição que estabelece um padrão para os registros criminais no País, com a descentralização do boletim de ocorrência, que é o PLS 227, de 2012. Um dos efeitos indiretos dessa proposta seria a ampliação dos efetivos policiais destinados ao policiamento ostensivo e à investigação, em função da maior agilidade e tempestividade no atendimento à população.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho mantido sempre o indeclinável compromisso com os interesses e os projetos que são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do meu Estado, Estado de Pernambuco. Nesse campo, destaco a nossa atuação para aprovação dos incentivos fiscais que possibilitaram a instalação de uma montadora de automóveis em Pernambuco, lembrando que essa medida provisória que ampliou o regime automotivo do Nordeste foi brilhantemente relatada pelo Senador Humberto Costa, de quem eu me honro de ser colega nesta Casa.

            Quero destacar, ainda, a atuação que tivemos para a obtenção de operações de crédito que viabilizaram a ampliação dos investimentos públicos no nosso Estado e a inclusão de importantes obras no PAC, sobretudo aquelas relacionadas, por exemplo, com obras no sistema viário, como o Arco Metropolitano, a duplicação da BR-423, que é uma grande aspiração de todos os pernambucanos do Agreste, especialmente do Agreste meridional, e as importantes obras hídricas que estão sendo implantadas no meu Estado, sobretudo as adutoras, que irão servir a regiões que têm hoje um déficit hídrico importante no nosso Estado.

            Garantimos, ainda, por meio de emendas parlamentares individuais, cerca de R$130 milhões de recursos empenhados em obras, que beneficiam e...

(Soa a campainha.)

            O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE) - ... beneficiarão Municípios pernambucanos.

            Finalmente destaco a nossa relatoria da PEC nº 39 - e a Senadora Ana Amélia já fez referência -, que viabilizou o aumento do Fundo de Participação dos Municípios - FPM. Essa PEC é de autoria da nobre Senadora Ana Amélia.

            Há, Senadora Ana Amélia, uma avaliação da Confederação Nacional dos Municípios de que, já em 2015, o nosso Estado, por exemplo, receberá quase R$100 milhões de incremento na arrecadação do FPM e, em 2016, isso dobrará, porque, como previa o projeto, nós teremos um aumento, no segundo ano, da alíquota do FPM. Portanto, foi uma conquista muito expressiva, que foi possível graças à iniciativa de V. Exª.

            Eu concedo, com muita satisfação, um aparte ao nobre Senador Eduardo Suplicy e, em seguida, ao meu colega correligionário, Senador Mozarildo Cavalcanti.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Prezado Senador Armando Monteiro, quero primeiro cumprimentá-lo pela maneira como tem realizado o seu trabalho aqui no Senado, visando os interesses maiores do Estado de Pernambuco. Com a sua experiência, acúmulo e representatividade, como Presidente, que foi, da Confederação Nacional da Indústria, V. Exª também tem tido uma visão enriquecedora, para todos nós, daquilo que constitui a visão de empresários que querem ver como é que o Brasil se tornará mais competitivo...

(Soa a campainha.)

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - ...e poderá ter um desenvolvimento industrial à altura da potencialidade da economia brasileira. Nós já tivemos uma participação da indústria, na economia brasileira, maior, em termos proporcionais, do que temos hoje e será importante que possa haver novamente essa participação. V. Exª tem o conhecimento, a experiência acumulada para colaborar com a Presidenta Dilma Rousseff, que, ao escolhê-lo, certamente teve esta visão, em consonância com os pontos de vista que V. Exª tem defendido. Eu transmiti a V. Exª a minha vontade de dialogar a respeito de como é que, do ponto de vista exatamente da competitividade das empresas, tais como as industriais, que efeito terá um programa de transferência de renda bem desenhado. Hoje nós temos no Brasil o Programa Bolsa Família, que tem muitas vantagens e progressos alcançados, mas é preciso que tenhamos consciência de como são os programas de transferência de renda, por exemplo, nos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos da América, no Reino Unido, por exemplo, há instrumentos que...

            O SR. PRESIDENTE (Anibal Diniz. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Senador Suplicy, eu peço a V. Exª. Nós temos que acelerar nos apartes, porque o nosso Ministro tem que acompanhar a diplomação da Presidenta Dilma em alguns minutos.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Também vou precisar estar lá, Sr. Presidente. Então, há ali instrumentos de transferência de renda que convêm ser bem estudados pelas entidades representativas dos empresários, assim como, por exemplo, pelo próprio Ministro da Indústria e Comércio, assim como também pelos demais integrantes da equipe econômica. Eu vou atender ao Senador Anibal Diniz. O que eu gostaria de dizer é que esse é o tema sobre o qual eu gostaria de ter a oportunidade de um diálogo de maior profundidade com V. Exª. Meus cumprimentos e boa sorte na sua nova missão.

            O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE) - Senador Suplicy, agradeço muito a V. Exª. Estarei sempre à sua disposição para que possamos discutir esses temas. Eu não pude ontem expressar a V. Exª o testemunho do apreço que tenho, do reconhecimento que tenho pela sua trajetória, exemplar trajetória como Parlamentar muito dedicado aos temas que V. Exª consagrou ao longo do seu mandato, e à referência ética de V. Exª neste País, com a sua atuação absolutamente marcada por esse compromisso e pelo espírito público que V. Exª tem. Portanto, receba também o meu abraço e os votos de que V. Exª, eu tenho certeza, vai continuar a servir ao País e ao seu Estado.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Eu apenas quero dizer que procurarei demonstrar a V. Exª que a instituição de uma renda básica de cidadania é compatível com o objetivo de maior competitividade da economia brasileira.

            O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE) - Perfeito.

            Senador Mozarildo, com muita satisfação, eu concedo o aparte a V. Exª.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (Bloco União e Força/PTB - RR) - Senador Armando Monteiro, quero me associar aos demais aparteantes, principalmente para dar um depoimento...

(Soa a campainha.)

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (Bloco União e Força/PTB - RR) - ... do trabalho sério e dedicado que V. Exª discorreu, mas que, eu tenho certeza, ainda com muito resumo. Portanto eu quero cumprimentá-lo e dizer que o Senado perde temporariamente um Senador, mas V. Exª, com certeza, vai dar uma colaboração muito maior no Ministério, ajudando o Brasil a sair dessa crise que se afigura no horizonte.

            O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE) - Senador, muito obrigado.

            Eu tive sempre muita satisfação em conviver com V. Exª. Destaco aqui a forma muito aplicada e diligente com que V. Exª atua nesta Casa e a satisfação de podermos também conviver no nosso Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro, onde V. Exª sempre teve uma posição destacada. Muito obrigado então.

            Eu tenho satisfação de conceder também um aparte ao nobre Senador Ruben Figueiró.

            O Sr. Ruben Figueiró (Bloco Minoria/PSDB - MS) - Senador Armando Monteiro, eu serei breve...

(Soa a campainha.)

            O Sr. Ruben Figueiró (Bloco Minoria/PSDB - MS) - ...atendendo à recomendação da Presidência e ao compromisso que V. Exª tem a seguir. A minha presença aqui, Senador Armando Monteiro, é para cumprimentá-lo. E, da mesma forma, agradecer-lhe. Cumprimentá-lo, porque V. Exª vai assumir uma importante missão no Governo da República. V. Exª vai restabelecer o conceito que nós tínhamos, temos, mas precisamos mais da indústria nacional. No meu Estado, nós temos problemas que V. Exª sabe muito bem, inclusive quando Presidente da Confederação Nacional das Indústrias. Eu gostaria apenas de citar a V. Exª o problema da indústria sucroalcooleira, que V. Exª conhece muito bem, porque vem de um Estado cuja origem econômica foi justamente essa. A outra questão é a da seringueira.

(Interrupção do som.)

            O Sr. Ruben Figueiró (Bloco Minoria/PSDB - MS) - Nós precisamos passar de 300 mil talvez para um milhão de hectares (Fora do microfone.) de extração de seringa, que está a exigir também a implantação de indústria explorativa dessa riqueza. E a terceira é um assunto por que eu venho lutando muito. Vou deixar o Senado, mas gostaria que V. Exª, como Ministro, a encampasse. É a questão da implantação de uma usina separadora de gás ao longo do gasoduto Bolívia-Brasil. Essa é uma luta que não é minha, Senador Armando Monteiro, essa é uma luta de um grande colega seu da indústria que é o Sr. Ueze Zahran, do Grupo Zahran. Ele vem lutando junto à Petrobras para conseguir uma usina separadora de gás para extrair, dos seis principais elementos que o gás natural produz, o butano e o propano, que é o famoso gás de cozinha, que pode ser, no futuro, estendido até Brasília, e a ureia, para a indústria de fertilizantes, que é muito necessária à economia rural do meu Estado. São esses os pleitos que eu deixo para a sua análise, certo de que V. Exª premiará o Estado de Mato Grosso concretizando essas realizações. Muito obrigado! Meus cumprimentos! Que V. Exª seja muito feliz no exercício dessa importante missão que a Senhora Presidenta da República lhe conferiu.

            O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE) - Senador Ruben, muito obrigado pela sua manifestação.

            Quero lhe dizer que tenho um carinho pelo Mato Grosso do Sul. Temos amigos na comunidade empresarial do Estado. Conheço muitas figuras e empresários lá do Mato Grosso do Sul. Hoje a Federação das Indústrias é presidida por um dinâmico empresário, que é o Sérgio Longen. Portanto eu quero estar sintonizado com essa agenda de desenvolvimento lá do Estado e quero ter o prazer de poder fazer sempre uma interlocução com V. Exª. Espero manter essa convivência e esse canal permanente.

            Fique certo de que eu tive muita alegria de poder conviver com V. Exª nesta Casa. E já lhe disse isso por ocasião da sua despedida. V. Exª foi aqui, eu diria, uma presença luminosa, porque V. Exª é inspiração para muitos que continuarão na vida pública. Portanto, muito obrigado por ter tido a oportunidade de conviver com V. Exª.

            O Sr Ruben Figueiró (Bloco Minoria/PSDB - MS. Fora do microfone.) - Agradeço a V. Exª.

            O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE) - Para encerrar aqui o nosso pronunciamento - o Presidente Anibal nos cedeu, de forma generosa, e está lembrando o compromisso -, eu quero só fazer uma manifestação, dizendo que teremos agora, nessa missão nova, um grande desafio, que é de poder atuar no Ministério do Desenvolvimento que tem que ser um ministério ponta de lança em meio a uma conjuntura que nós reconhecemos como uma conjuntura de restrições que vamos enfrentar. Mas eu tenho certeza de que o objetivo fundamental da política econômica é o crescimento, é criar as condições para relançar a economia brasileira. Essa é, fundamentalmente, a preocupação da Presidente Dilma.

            Portanto, nós vamos poder buscar o reequilíbrio macroeconômico, mas para assumirmos uma agenda que eleve a competitividade da indústria brasileira, que precisa reduzir custos sistêmicos e elevar a produtividade, sem o que nós vamos assistir a um processo de perda de posição relativa da indústria na formação do PIB nacional.

            E eu costumo dizer que a indústria brasileira é um patrimônio de gerações de brasileiros...

(Soa a campainha.)

            ... é um ativo estratégico. Nós não podemos aceitar qualquer processo regressivo que nos conduza, por exemplo, à situação de imaginar que ser exportador de commodities é algo que possa realizar a vocação do Brasil. O Brasil tem que crescer pela indústria, porque a melhor forma de crescer é crescer pela indústria. A indústria dissemina o conhecimento, a indústria contribui para elevar a produtividade. Portanto nós vamos atuar firmemente nessa direção.

            Eu quero, ao final, fazer um agradecimento especial a todos os colegas e companheiros e fazer um registro da qualidade do corpo técnico desta Casa, que eu aprendi a admirar. O assessoramento, o suporte que sempre tivemos, muito qualificado, nas comissões técnicas desta Casa. Um agradecimento também muito especial a todos os servidores, os funcionários do Senado Federal. Eu não estou me despedindo definitivamente, estou me licenciando, mas queria fazer este registro. E agradecer especialmente aos nossos companheiros e companheiras lá do nosso gabinete, que também nos ajudaram imensamente a poder fazer esse trabalho nos últimos anos.

            Mas, antes de encerrar, finalmente, tenho a satisfação de poder ouvir o Senador Aureliano, agradecendo muito também pela atenção de V. Exª.

            O Sr. Antonio Aureliano (Bloco Minoria/PSDB - MG) - Ex^mo Senador Armando Monteiro, quero dizer a V. Exª, sabendo da dificuldade e sendo oposição a este Governo, que reconheço também que, no que se refere à escolha para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a Presidente da República foi feliz, porque colocou um homem honrado, um homem que tem experiência na parte industrial, na parte empresarial...

(Soa a campainha.)

            ... e já deu demonstrações claras de que tem todas as condições de fazer com dignidade pelo nosso País. Eu quero parabenizá-lo, porque, neste momento, com todas as dificuldades que eu vejo e com todas as descrenças neste Governo, V. Exª é uma luz que se acende.

            O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE) - Muito obrigado, Senador Aureliano. Quero agradecer muito e registrarei sempre a generosidade desse aparte de V. Exª. Muito grato.

            Senador Anibal, Presidente, muito grato pela sua atenção.