Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre matéria publicada no jornal A Gazeta que trata da situação da obra de construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Estado de Mato Grosso.

Autor
José Medeiros (PPS - CIDADANIA/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL:
  • Comentários sobre matéria publicada no jornal A Gazeta que trata da situação da obra de construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Estado de Mato Grosso.
Publicação
Publicação no DSF de 11/02/2015 - Página 142
Assunto
Outros > GOVERNO ESTADUAL
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, A GAZETA, ASSUNTO, IRREGULARIDADE, OBRAS, VEICULO LEVE SOBRE TRILHOS (VLT), LOCAL, CUIABA (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT).

            O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Democracia Participativa/PPS - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, público aqui presente, imprensa, amigos que nos acompanham pelas redes sociais e pela TV Senado e que nos ouvem pela Rádio Senado, o editorial do jornal A Gazeta, na edição que circula hoje em Mato Grosso, traz importantes reflexões acerca da real situação das obras da Copa, com ênfase no Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

            Como havia prometido, o ex-Senador e agora Governador Pedro Taques, juntamente com a equipe de Governo, apresentou um panorama afirmando que tais obras poderão se constituir no maior escândalo da história de Mato Grosso.

            Sob o título “As mentiras envolvendo o VLT”, o editorial do jornal A Gazeta afirma, com os dados apresentados pela equipe de Governo, não existir dinheiro em caixa para a conclusão da obra. De acordo com o anunciado, faltam pelo menos R$800 milhões para terminar o VLT.

            Segundo a publicação, quando deixou o Governo, o ex-Governador garantiu que todo o recurso estava garantido, configurando mais uma mentira daquela gestão. O Veículo Leve sobre Trilhos, Sr. Presidente, conforme os dados apresentados pelo novo Governo, foi o que ficou mais caro nas modificações pelas quais a cidade passou devido à realização da Copa do Mundo. Até o momento, já foram empregados R$1,4 bilhão. E a conta vai subir mais.

            Segundo o editorial, embora tenha sido licitado no Regime Diferenciado de Contratação (RDC), existe uma cláusula no contrato que permite o reajuste orçamentário, o que significa dizer que quanto mais tempo a obra demorar para ser concluída mais dinheiro deverá ser empregado e, consequentemente, mais cara fica a fatura para o bolso do consumidor.

            É diante disso que o Consórcio VLT pede ao Executivo o pagamento de aproximadamente R$300 milhões a título de correção de valores. Este montante está englobado no valor total dos R$800 milhões.

           O jornal A Gazeta lembra ainda que, à época em que se cogitou mudar o modal de BRT para VLT, algumas vozes se levantaram ponderando que a medida poderia não ser a mais acertada, dentre elas, as do Senador Blairo Maggi, do Senador Pedro Taques e do Senador Jayme Campos. Todos eles avisaram que aquilo poderia não terminar bem, que poderia não ser o melhor modelo para a cidade de Cuiabá, e foram tachados de pessimistas, retrógrados, uma vez que o BRT estava em processo de desativação em Curitiba. Disseram que o corredor de ônibus seria uma medida ultrapassada.

           Sob todos esses argumentos, a decisão foi pela mudança.

           Sr. Presidente, a previsão inicial era de que a obra seria concluída no prazo máximo de dois anos, algo que também não se confirmou. Aliás, segundo o editorial de A Gazeta, existe um relatório da empresa contratada para fazer a fiscalização da obra dando conta de que em momento algum houve a mera possibilidade de ser cumprido o cronograma estipulado para a obra. O texto é incisivo em afirmar que, mais uma vez, o ex-governador Silval Barbosa mentiu para a população. Embora dissesse aos quatro cantos que o VLT estaria concluído para a Copa do Mundo, ele sabia que, na verdade, esse cenário nunca se confirmaria.

           Por fim, Sr. Presidente, faço minhas as palavras do editorial de A Gazeta: “Vivemos quatro anos de faz de conta. Mas diferente dos contos de fadas, o final por aqui não tem nada de ‘felizes para sempre’. Vejamos se ainda é possível mudar o curso da história.”

           Nesse sentido, estamos confiantes de que, com a seriedade do Governador Pedro Taques e sua equipe, a história de Cuiabá e de Mato Grosso possam ser mudadas. Aliás, esperamos muito que isso possa mudar de rumo, porque temos uma triste sina de obras inacabadas em nosso Estado. Esperamos o legado da Copa, que tanta esperança nos trouxe, quando ganhamos a possibilidade da realização da Copa. Todos os Municípios pagariam a conta, mas houve a esperança de que pelo menos a nossa capital estaria com a parte de mobilidade urbana resolvida. Mas, infelizmente, para todos nós mato-grossenses, as obras deixaram a desejar: são viadutos rachados, obras que não terminaram e, por fim, a notícia de que o dinheiro acabou e as obras não ficarão prontas.

            Há algum tempo, neste País, rotulávamos um conhecido político paulista, dizendo que ele era adepto da política do “rouba, mas faz”. Infelizmente, em Mato Grosso, nós ficamos em uma situação pior, aquela do “rouba, mas não faz”.

            Mas confiamos que o Ministério Público e a Polícia Federal possam estender uma filial da Lava Jato para Mato Grosso, Sr. Presidente, para que se possa lavar o que ficou de podridão do legado da Copa.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/02/2015 - Página 142