O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado.

            Quero aproveitar mais esse momento para dizer, Sr. Presidente, que V. Exª nomeou uma comissão para acompanhar os trabalhos da questão da greve dos caminhoneiros, sendo o Senador Moka, eu, a Senadora Lúcia Vânia e o Senador Elmano.

            Eu gostaria de prestar um pouco de esclarecimento das reuniões que ocorreram hoje sobre esse assunto.

            Passei, desde as 9 horas da manhã até agora, ao chegar ao plenário, em várias reuniões. Primeiro, na Casa Civil, junto com o Ministro Mercadante, presente também a Ministra Kátia Abreu, o Ministro Rossetto e representantes das empresas transportadoras, dos embarcadores melhor dizendo. E, na parte da tarde, no Ministério dos Transportes, com a presença obviamente do Ministro dos Transportes, nosso ex-colega Antonio Carlos, também com o Ministro Rossetto e, mais uma vez, a Senadora Kátia, hoje Ministra, junto com os representantes dos caminhoneiros.

            Por mais de três horas de reunião, chegou-se a uma pauta que é comum então ao desejo dos caminhoneiros e à possibilidade de os embarcadores fazerem esse acordo. E o Ministro Rossetto saiu da reunião para ir ao Palácio do Planalto e fechar o acordo final.

            E qual é esse acordo? Nós estamos aguardando só a sua confirmação.

            Primeiro, o Governo atenderá, ou deve atender - vamos deixar ainda nessa condicionante -, o pedido dos caminhoneiros do Brasil inteiro de postergar, de colocar um ano para a frente o vencimento das prestações dos caminhões comprados no Programa Procaminhoneiro e também no Programa do Finame. Então teria uma carência de 12 meses. Lá no décimo primeiro mês voltam os pagamentos nas mesmas condições contratuais que foram feitas. Este era um ponto que os caminhoneiros queriam.

            O segundo ponto importante e caro para eles é a sanção da Lei do Caminhoneiro, aprovada aqui no Senado e, antes do carnaval, aprovada na Câmara dos Deputados, sem nenhum tipo de veto. Isso também está acordado. Deve ser anunciada daqui a pouco mais a sanção dessa lei.

            Outros pontos como o preço mínimo de transporte, como os caminhoneiros queriam, não são possíveis, porque nem o Governo deseja nem poderia fazer qualquer tipo de tabela ou qualquer condicionamento de pagamento. Quer dizer, nós vivemos num país capitalista, de mercado, em que o mercado é que tem que regular.

            Mas também tem o entendimento dos embarcadores de que esse elo da corrente, os transportadores, Senadora Lúcia Vânia, é um segmento importante que foi deixado de lado em algum período e que houve esse rompimento. Eles pararam exatamente de trabalhar porque não tinham mais fôlego para trabalhar. Então, ficou por parte das empresas uma flexibilização nos preços. Já foi orientado para o interior do Brasil, onde há esses embarques, que se mudem os preços, majorando e dando condições para que eles possam produzir.

            Então, eu diria que aquilo que foi negociado durante o dia de hoje já é importante para a desmobilização desse movimento.

            Eu conversei com a Senadora Lúcia Vânia e ela fez uma ligação para o Estado de Goiás. Os líderes com quem ela conversou aceitam essa posição de liberar os bloqueios. Também fiz isso pelo Estado de Mato Grosso e lá também há esse compromisso de que, anunciados pelo Governo Federal esses dois pleitos e alguns menores da ANTT, as estradas seriam liberadas nesses dois Estados. E o Senador Moka está trabalhando no seu Estado, o Mato Grosso do Sul, para que também haja esse engajamento.

            E eu pediria aos demais colegas Senadores e Senadoras que têm ligação com esses movimentos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, o Acir Gurgacz, o Amorim, enfim, todos que possam dar uma ligada para os seus companheiros lá do movimento e dizer das condições que nós conseguimos negociar até este momento. Uma vez anunciado, eu espero que a gente tenha condições de botar o Brasil para funcionar amanhã, Presidente, porque a situação, de fato, é muito grave. Eu disse ontem que o nosso almoço de domingo está na carroceria de um caminhão, e, se ele não rodar, nós não vamos almoçar no domingo.

            Eu ouvi o relato do presidente da associação dos avicultores hoje e do pessoal de carne. Já estão sendo sacrificados por dia em torno de três milhões de pintinhos que nascem, eclodem todos os dias, e não tem aonde alojar. Eles estão sendo abatidos. Isso significa que, daqui a 45 dias, quando deveriam estar prontos, esses pintinhos, esses frangos não estarão no supermercado. Portanto, faltará comida no supermercado. Então é de extrema importância e urgência. E o Governo entendeu isso, que tinha que flexibilizar as negociações e chamar todo mundo para dizer: “Gente, vamos trabalhar, vamos para a frente, porque se não o Brasil para.” A nossa situação já não é uma situação muito boa, e esse pessoal, os caminhoneiros, é uma profissão extremamente importante para o País, pois eles levam a riqueza de um lado para o outro, Senadora Marta. São eles que fazem o Brasil andar, tanto é que está aí, mostrado. Na hora em que eles param, para tudo: para de transportar o milho, a soja, a ração, para de poder fazer com que os pintinhos sejam alojados, param os abates, as câmaras frias ficam cheias em todos os lugares e o desabastecimento é natural, está aí.

            Então, eu gostaria de pedir aos colegas Senadores que pudessem fazer esse movimento e aqui cumprimentar o Ministro Rossetto, a Casa Civil, através do Ministro Mercadante, o Antonio Carlos, a Senadora Kátia Abreu e todos aqueles que participaram hoje desse movimento. Estamos, então, só esperando agora o anúncio oficial por parte do Governo para resolver a situação.

            Muito obrigado, Presidente.

            E agradecer também a todos que se envolveram aqui, porque foi importante o posicionamento de cada um durante as nossas manifestações aqui, de pedir que o Governo tomasse uma providência urgente, coisa que ele fez nesses últimos dois dias.

            Muito obrigado, Presidente.