Pronunciamento de Marta Suplicy em 24/02/2015
Pela ordem durante a 15ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal
Sessão especial destinada a debater a Reforma Política.
- Autor
- Marta Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
- Nome completo: Marta Teresa Suplicy
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela ordem
- Resumo por assunto
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SISTEMA POLITICO:
- Sessão especial destinada a debater a Reforma Política.
- Publicação
- Publicação no DSF de 25/02/2015 - Página 43
- Assunto
- Outros > SISTEMA POLITICO
- Indexação
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- CONGRATULAÇÕES, DEBATE, ASSUNTO, REFORMA POLITICA, ENFASE, ABUSO, PODER ECONOMICO, ELEIÇÕES, COMENTARIO, RESPONSABILIDADE, CONGRESSO NACIONAL, DECISÃO, FINANCIAMENTO, EMPRESA PRIVADA, CAMPANHA ELEITORAL, DEFESA, NECESSIDADE, AUMENTO, REPRESENTAÇÃO POLITICA, MULHER.
A SRª MARTA SUPLICY (PT - SP. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Pelo adiantado da hora, Sr. Presidente, vou ser extremamente breve.
Parabenizo V. Exª pela ideia de discutir a reforma política e pelos palestrantes, que nos trouxeram várias ponderações interessantes na área de abusos econômicos, como o palestrante Cláudio Abramo, o palestrante advogado e cientista político Murillo de Aragão, sobre considerações que entendo relevantes.
Quanto ao Ministro Gilmar Mendes, achei muito bom, porque ele disse o que todos nós gostaríamos de ouvir do Judiciário. Inclusive, ninguém entendia porque ele havia pedido vista. Agora, ficou bem claro o motivo de pedir vista frente ao financiamento de campanha.
E a ponderação muito forte de que o Parlamento deve decidir essas coisas, porque o Parlamento tem a mão na massa, o Parlamento fala com o eleitor, o Parlamento sabe dos problemas de campanha.
Agora, eu não vi, porque tive que me ausentar um período, discussão sobre a questão da mulher na reforma política. E acho que isso tem que ser considerado, porque nós lutamos muito. Fui autora da Lei de Cotas, há mais de dez anos. Foi algo muito limitado como resultado. Ajudou a haver legenda. Havia vereadoras que não conseguiam. Faziam a campanha dos vereadores, mas, na Hora H, ia um homem.
Na verdade, se não há punição - não foi feita, no caso das cotas - e se não há condição de auxiliar a mulher a ser candidata, no sentido de que a competitividade é muito grande, o poder econômico está em outro lugar, os partidos não priorizam, é muito difícil, tanto é que o resultado é este: foram 9,9% de Deputadas. São 51 Deputadas, entre 513 Deputados, e somos 13 Senadoras, entre um total de 81. Isso depois de mais dez anos.
Então, o fato mostra que aquela lei não adianta muita coisa hoje. Nós temos que tornar essa lei diferente.
Nós temos os países onde se desenvolveu, como lista fechada.
A gente sabe das dificuldades de a lista fechada passar aqui, no Parlamento. Nós estamos muito mais próximos de discutir um “distritão”. Então, vamos ao que nós sabemos que está com mais possibilidade e façamos, no “distritão”, a possibilidade de a mulher entrar. Entrar não como legenda, como entrou nas cotas, mas entrar mesmo. Nós temos uma participação nas cotas de 30%. Vamos discutir como vai ser isso.
O Brasil está muito atrasado em relação à mulher. Não dá mais para ser assim. Não dá!
Hoje de manhã, nós fizemos a segunda reunião, no meu gabinete, com as Senadoras. Nós fechamos questão de que vamos bater o martelo, na quinta-feira, com as Deputadas. E as mulheres do Parlamento vão à luta, porque nós achamos que está na hora. Chegou o momento de a mulher brasileira ter representatividade. Nós não podemos abdicar, como brasileiros e brasileiras, da competência feminina num parlamento. Não somos iguais. Somos diferentes, graças a Deus. Agora, esse olhar diferenciado não pode ser representado por 9,9%, na Câmara, e por 13 mulheres, no Senado.
Muito obrigada, Sr. Presidente.