Comunicação inadiável durante a 16ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Alerta para as cheias no Estado do Amazonas; e outro assunto.

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Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
CALAMIDADE:
  • Alerta para as cheias no Estado do Amazonas; e outro assunto.
SISTEMA POLITICO:
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Publicação
Publicação no DSF de 25/02/2015 - Página 370
Assuntos
Outros > CALAMIDADE
Outros > SISTEMA POLITICO
Indexação
  • REGISTRO, APREENSÃO, DURAÇÃO, INUNDAÇÃO, RIO AMAZONAS, RIO PURUS, RIO ACRE, RIO MADEIRA, MUNICIPIOS, TABATINGA (AM), BENJAMIN CONSTANT (AM), TONANTINS (AM), BOCA DO ACRE, CANUTAMA (AM), HUMAITA (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), ESTADO DO ACRE (AC), PREJUIZO, RESIDENCIA, POPULAÇÃO, RESULTADO, ESTADO DE EMERGENCIA, REGIÃO, CRITICA, AUSENCIA, APOIO, GOVERNO FEDERAL.
  • CONGRATULAÇÕES, RENAN CALHEIROS, SENADOR, PROMOÇÃO, DEBATE, REFORMA POLITICA.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (PCdoB – AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da orado- ra.) – Muito obrigada, Sr. Presidente, Senador Benedito de Lira, Srs. Senadores e Senadoras, companheiros e companheiras.

    Sr. Presidente, eu venho a esta tribuna também para trazer o assunto que acaba de relatar o Senador Jorge Viana, que falou a respeito da situação delicada, de emergência, que vivem algunsMunicípiosdo Estado do Acre.

    Pois no meu querido Estado do Amazonas a situação não é diferente, Sr. Presidente. Aliás, iniciamos, Se- nador Ferraço, o ano e concluímoso ano vivenciando problemasde cheia. Porque o Estado do Amazonasé um Estado tão grande, banhado por tantosriosdiferentes, calhasde riosdiferentes, que a situação lá é a seguinte: quando um sai da enchente, começa a vazão, são outrosque entram na enchente, Sr. Presidente, ocasionando problemas graves a toda a população daquela região.

    Atualmente, já são seis Municípios em estado de emergência, Municípios localizados no Alto Rio Soli- mões, que é o Rio Amazonas, na região fronteiriça com Colômbia e com Peru – lá são os Municípios de Taba- tinga, Benjamin Constant, mais abaixo, Municípios como Tonantins – e os Municípios localizados na calha do Rio Purus e do Rio Acre: Município de Boca do Acre e Município de Canutama, Sr. Presidente. Em Canutama a situação de emergência foi vivida e foi decretada nesse nal de semana.

    E lá, nesse Município, de acordo com o levantamento da Defesa Civil, mais de 60% das residências da região urbana, da sede do Município, estão alagadas, ou seja, mais de 60% das residências localizadas na sede do Município de Canutama estão alagadas.

    Há um levantamento, até o momento, que mostra que mais de 30 mil famílias de agricultores estão vi- vendo problemas graves, de perda da produção, inclusive.

    O Senador Jorge Viana acaba de anunciar que aqui, em Brasília, estão inúmeras autoridades, Parlamen- tares, secretários do Estado e dos Municípios do Acre, que irão logo mais, com vários Ministros, o da Integra- ção Nacional entre outros, tratar desse problema e ver como a Defesa Civil nacional pode colaborar, ajudar a população a ultrapassar esse momento de di culdade.

    Conosco, do Amazonas, não é diferente. Éóbvio que, numa situação delicada, numa situação de emer- gência, de urgência, em que muitasfamíliasdeixam de comprar alimentação, Senador Benedito, para comprar madeira, para erguer o assoalho da sua casa e poder continuar em suas residências – elas deixam de comer, para fazer isso –, quero relatar alguns fatos extremamente negativos.

    No ano passado, na cheia, foi o Estado do Amazonasque fez um projeto, que encaminhou à Defesa Civil da União, no Ministério da Integração Nacional, todo um pedido de socorro e de ajuda e que, de fato, obteve muita ajuda, um socorro importante por parte do Governo Federal. Entretanto, muitos dos itens elencados pelas prefeituras municipais não constavam do plano estadual.

    Eu tive a possibilidade e a oportunidade de encaminhar alguns prefeitos até o então Ministro da Inte- gração Nacional, que levaram seusplanos. Enósmostramos, não só por fotogra a, maspor lmes, ao Ministro o que signi ca uma cheia na Amazônia...

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (PCdoB – AM) – ... porque o Brasil inteiro – o Brasil que está nos assistin- do, a maioria das pessoas –, quando nos ouve falar em enchentes, pensa o seguinte: é uma chuva muito forte que dá e que alaga as casas, e, em algumas horas, no máximo, dois ou três dias depois, as casas já estão livres daquela água que tomou conta delas.

    Na nossa região, não é assim: são meses, Sr. Presidente, em que as casas cam embaixo d’água – meses, meses! E as pessoas, que não saem de suas casas, porque não têm para onde levar seus objetos, tampouco têm para onde ir, constroem aquilo que chamamos de maromba. Maromba é o assoalho que eles vão cons- truindo, para subir e subir seus objetos, até o ponto em que isso se torna impraticável e eles são obrigados a sair de suas residências.

Então, passar um mês, dois meses, com a casa alagada não é fácil.

    Infelizmente, grande parte dos Municípios – cito aqui o exemplo do Município de Humaitá, Município que ca na calha do Rio Madeira e em breve será outro...

(Interrupção do som.)

 

Fevereiro de 2015 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quarta-Feira 25 371

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (PCdoB – AM) – ... a decretar... Em breve, Sr. Presidente (Fora do microfo- ne.), incluo nesses minutos que V. Exª me concede, em breve será outro Município, possivelmente, a decretar emergência –, não alcançaram qualquer ajuda por parte do Ministério da Integração Nacional.

    Repito, espero que neste ano isso não venha a acontecer, Sr. Presidente, porque a situação é grave. Se a Prefeitura não tem condições de dar toda a ajuda necessária, imagine as famílias, que deixam de comer, dei- xam de se alimentar para poder comprar a madeira e construir suas marombas.

    Creio que o Governo do Estado vem fazendo a sua parte, vem dando todo o apoio de que osMunicípios precisam, masé preciso que o Governo Federal entenda que além do plano do Estado há osplanosmunicipais, que têm que ser levados em conta, para que a população também possa ser ajudada.

    Por m, apenas para registrar, Sr. Presidente, cumprimento aqui – o que já tive a possibilidade de fazer hoje pela manhã – o Presidente Renan Calheiros pela oportunidade que dá não só ao Parlamento, mas ao Bra- sil, de debater a reforma política.

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (PCdoB – AM) – Esse de hoje foi o primeiro entre vários outros debates que certamente deveremoster. Sei que a Ordem dosAdvogadosdo Brasil e a CNBB(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), assim como outras entidades, deverão estar presentes, mas o mais importante é não apenas debater, não deixar a questão da reforma política somente no âmbito do debate, mas que possamos ultrapas- sar essa fase e votar efetivamente.

    Lembro que há quatro anos o Presidente Sarney formalizou nesta Casa uma comissão – incluiu duas mulheresna comissão – para tratar de reforma política. Foram inúmerososprojetosque aprovamos. Algunsjá aprovados no plenário e outros paralisados na Câmara dos Deputados.

    Espero que tenhamos a capacidade de diálogo e de entendimento para saber que o que a população espera de nós é exatamente isso: reformas profundas e que avancem na democracia.

Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/02/2015 - Página 370