A SRª MARIA DO CARMO ALVES (Bloco Oposição/DEM - SE. Sem apanhamento taquigráfico.) -

            Sr. Presidente, Srs. e Srªs Senadoras, estamos iniciando os trabalhos desta legislatura e gostaria de prestar uma homenagem e deixar registrada nos anais desta Casa a importância histórica do Arcebispo Emérito de Aracaju, Dom Luciano José Cabral Duarte, para a formação intelectual e religiosa de Sergipe.

            Dom Luciano, que em 21 de janeiro passado completou 90 anos de vida, é, no bem dizer do historiador sergipano Luiz Antônio Barreto, "Homem de inteligência além da média, de formação fortemente religiosa, um intelectual renomado, um articulista brilhante, um pregador genial, um escritor e, nesta condição, acadêmico da Academia Sergipana de Letras -na Cadeira 18, uma cadeira de padres/'

            Desde cedo devotado, Luciano José Cabral Duarte estudou nos Seminários de Aracaju, de Olinda, em Pernambuco, e de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, tendo sido ordenado, aos 23 anos, em 11 de janeiro de 1948.

            Celebrou a sua primeira missa na Igreja do São Salvador, no centro de Aracaju; foi Bispo Auxiliar do então Arcebispo da Capital sergipana, Dom José Vicente Távora, e, a partir de 1971, foi, ele próprio, Arcebispo da Aracaju, até agosto de 1998, quando se afastou para cuidar da saúde e, como ele mesmo diz, para "servir a Deus por outros modos".

            Com uma inteligência aguda e grande brilhantismo, foi um estudante destacado em todas as etapas de sua vida e doutorou-se em Paris, pela Sorbonne, em 1957, obtendo grau máximo daquela reconhecida instituição.

            Laureado, Dom Luciano voltou para a docência da Faculdade Católica de Filosofia - FAFI, da qual havia sido diretor fundador em 1951. A FAFI reunia um quadro de excelências e exerceu um pape! fundamental na formação dos professores que viriam a ensinar às gerações seguintes. Hoje, muitos que passaram pela antiga FAFI estão entre os intelectuais que compõem a Academia de Letras de Sergipe, o instituto Histórico e Geográfico e o quadro de docentes das diversas instituições de ensino superior do Estado.

            Adiante, em 1963, eleito presidente da Câmara de Ensino Superior do Conselho Estadual de Educação, Dom Luciano liderou o trabalho de constituição da Fundação Universidade Federal de Sergipe, assegurando recursos materiais e culturais para desenvolver as cinco faculdades então existentes, ampliar a oferta de cursos e dar vazão à intelectualidade sergipana, já que muitos jovens que buscavam graduação em outros Estados, freqüentemente lá permaneciam e depositavam os seus saberes. E, criada a Universidade, em 1967, ele passou a integrar também o Conselho Diretor da Fundação UF5, onde exerceu mandato a partir de 1968, por mais dois períodos.

            Essas são algumas passagens que quero destacar, Srªs e Srs., mas que não esgotam a rica história de vida de Dom Luciano, que aqui temos a grata satisfação de parabenizar pelos seus 90 anos, registrando, para que gerações futuras possam vir a saber, seu papel na formação intelectual e moral do povo sergipano.

            E é com esse sentimento de gratidão que presto essa homenagem em nome de todos os sergipanos e rogo ao bom Deus que íhe dê saúde para que permaneça nos inspirando com sua fé, seu amor e sua sabedoria.

            Era o que tinha a registrar, Sr. Presidente. Obrigada.