Pronunciamento de José Medeiros em 02/03/2015
Pela Liderança durante a 20ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Registro de reunião com a participação de S. Exª que visa resolver problemas de infraestrutura no Estado do Mato Grosso.
- Autor
- José Medeiros (PPS - CIDADANIA/MT)
- Nome completo: José Antônio Medeiros
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela Liderança
- Resumo por assunto
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TRANSPORTE:
- Registro de reunião com a participação de S. Exª que visa resolver problemas de infraestrutura no Estado do Mato Grosso.
- Publicação
- Publicação no DSF de 03/03/2015 - Página 52
- Assunto
- Outros > TRANSPORTE
- Indexação
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- REGISTRO, REUNIÃO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, PRESIDENTE, EMPRESA PUBLICA, ASSUNTO, SOLUÇÃO, PROBLEMA, INFRAESTRUTURA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), DEFESA, NECESSIDADE, CONSTRUÇÃO, FERROVIA, LIGAÇÃO, FERROVIA NORTE-SUL.
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero agradecer ao Senador Fernando Collor e apenas fazer um registro.
Eu estive lá na Valec, juntamente com o coordenador do Movimento Pró-Logística no Estado de Mato Grosso, visitando aquela empresa. A Valec é uma empresa pública brasileira que constrói ferrovias, administra o sistema ferroviário brasileiro e que, às vezes, passa até despercebida no cenário público brasileiro.
Ultimamente só se fala em Petrobras, que é também uma das empresas importantes no Brasil e que tem problemas sérios, mas é muito importante também virarmos os olhos para essa empresa brasileira, para essa empresa de economia mista que administra o sistema ferroviário brasileiro.
Nós temos uma deficiência muito grande em termos de infraestrutura e de logística neste País, principalmente neste momento em que estamos à mercê, vamos dizer assim, dessa greve dos caminhoneiros, com o desabastecimento, com a falta de alimentos, com a perda de produção. Como eu já disse aqui, no Vale do São Lourenço, em Mato Grosso, na cidade de Jaciara, estão sendo derramados todos os dias cem mil litros de leite. O presidente da cooperativa COMAJUL me telefonou há pouco e me informou que estão tendo de descartar o leite porque não conseguem transportá-lo.
No Rio Grande do Sul, como eu também já disse aqui, uma cooperativa está matando, todos os dias, três milhões de pintinhos, porque os ovos eclodem e não têm como transportar isso.
Estamos com essa crise - e o Senador Paim colocou isso aqui e o Senador Cristovam também - que nos traz a oportunidade de refletir sobre o nosso sistema de transportes, sobre toda essa relação com a nossa infraestrutura.
Somos um país dependente do setor de commodities, vivemos praticamente da exportação de commodities, mas precisamos ter corredores para isso.
Nesse contexto, estive com o presidente da Valec justamente porque o Estado de Mato Grosso é um dos que mais padecem em termos de infraestrutura, em termos de logística. Sua produção fica emperrada nos gargalos das poucas rodovias e é um Estado muito carente de transporte.
Conversando com o Presidente, o Sr. Bento José de Lima, juntamente com o Sr. Edeon, do Pró-Logística, falamos justamente da FICO, a ferrovia que vai ligar todo o norte de Mato Grosso até a Ferrovia Norte-Sul. Seria um novo corredor e muito importante para o Estado, que, hoje, depende basicamente da BR-364 e da BR-163.
A FICO vai, diretamente, já beneficiar os Municípios de Cocalinho, Nova Nazaré, Água Boa, Canarana, Gaúcha do Norte, Paranatinga, Nova Ubiratã, Lucas do Rio Verde, Nova Maringá, Brasnorte, Sapezal, Campos de Júlio e Comodoro. Além disso, o objetivo é que ela continue rumo a Rondônia e Acre e que possamos, dentro em breve, ter a Ferrovia Transcontinental e ter uma saída para o Pacífico.
A nossa preocupação tem sido, desde que chegamos a esta Casa, Sr. Presidente, justamente lutar e cobrar do Governo soluções para que a nossa infraestrutura melhore. Agora, essa greve dos caminhoneiros vem também por essas dificuldades.
Nas rodovias, hoje, neste momento, temos vários caminhoneiros parados pela greve, mas temos também, no norte de Mato Grosso e sul do Pará, muitos caminhoneiros, neste momento, parados, não porque querem, mas porque estão atolados na BR-163.
Então, temos essas situações, e deixo aqui esse registro. Estive ali com o Presidente justamente para cobrar agilidade nessa nova ferrovia.
Eu quero fazer esse registro, Sr. Presidente, no sentido de que essas concessões... Fiquei até contente quando ele me informou que as novas concessões que estão sendo tratadas já vêm com novo modelo.
Porque, nas que temos atualmente - e cito o exemplo de Rondonópolis, no Mato Grosso, onde temos a Ferronorte -, o preço da tonelada transportada pelos vagões de trem é basicamente o mesmo preço da tonelada transportada pelo caminhão. Então, isso se deve ao modelo de concessão que foi colocado para a empresa, e a empresa detém o monopólio, toca do jeito que quer e cobra o tanto que quer.
De forma que ficou o exemplo, um exemplo ruim, porque essas concessões são feitas por longos anos. Mas, nesse novo modelo que a Valec está propondo, já se vê concessões diferentes por meio das quais é possível a concorrência e o barateamento desses fretes.
É isso, Sr. Presidente.
Agradeço a V. Exª e, novamente, agradeço o Senador Fernando Collor pelo espaço.