Pela Liderança durante a 21ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a diversidade das reivindicações dos transportadores rodoviários.

Autor
Blairo Maggi (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Blairo Borges Maggi
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
TRANSPORTE:
  • Preocupação com a diversidade das reivindicações dos transportadores rodoviários.
Aparteantes
Waldemir Moka.
Publicação
Publicação no DSF de 04/03/2015 - Página 431
Assunto
Outros > TRANSPORTE
Indexação
  • REGISTRO, APREENSÃO, AUMENTO, DIVERSIDADE, PAUTA, REIVINDICAÇÃO, GREVISTA, MOTORISTA, CAMINHÃO, ENFASE, CRIAÇÃO, LEGISLAÇÃO, PADRONIZAÇÃO, PESO, CARGA, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, muito rapidamente, voltando ao assunto da greve dos caminhoneiros, esse é um tema que vem avançando, mas, infelizmente, nunca vi tanta pauta nesse movimento, ou nos diversos movimentos que existem dentro de um movimento só.

            Então, fico preocupado porque, à medida que o tempo vai passando, nós vamos fazendo conversas, vamos avançando, o Governo vai firmando posição, cede em determinados pontos, e, daqui um pouco, aparece outra pauta com outro grupo, e eu não sei onde nós vamos parar com essa greve dos caminhoneiros.

            Hoje, praticamente não temos mais nenhum bloqueio nessa área nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Centro-Oeste, enfim. Está resolvido até o dia 10, terça-feira que vem, quando o Governo chama uma grande reunião para discutir com empresários, com trabalhadores, com autônomos, com transportadores, embarcadores, para dar sequência àquela pauta da semana passada que foi aprovada. Mas me parece que ela ainda não chegou ao fim, pois, como disse anteriormente, a cada instante, a cada momento, surge uma nova pauta, e eu não sei como nós vamos fechar esse imbróglio que está aí.

            Mas, quero fazer um reparo das notícias de ontem - e, infelizmente, parece-me que o Governo se comunica mal, e, quando se comunica mal, não há uma reparação das comunicações que são feitas. Ontem, por exemplo, o Jornal Nacional colocou uma vasta matéria, dizendo que o peso dos caminhões aumentou ou que foi autorizado o peso maior em 10% da sua carga. Isso não é verdade, não tem a mínima condição, não foi isso que foi negociado.

            O que se passa, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, é que a legislação do Mercosul, todo o Mercosul, tem como diferença de peso entre eixos 10% da capacidade de carga de um caminhão, e, no Brasil, essa diferença de peso entre eixos é de 5%.

            Então, o que os caminhoneiros quiseram, os transportadores, foi fazer uma legislação para todo o Mercosul, porque um caminhão argentino, ou um caminhão paraguaio, ou boliviano, ou venezuelano, quando vem para o Brasil, sai do seu país com uma lei e chega no nosso País com outra lei. Além disso, há uma diferença muito grande que acontece nas estradas: os embarcadores brasileiros - as trades, os cerealistas, as fábricas, as metalurgias, enfim, todos aqueles que carregam cargas nos caminhões -, no Brasil, carregam conforme uma balança única, com peso bruto de caminhão. Por exemplo: um caminhão sobe na balança e pesa 70 toneladas, e não pode levar mais do que esse peso bruto; então, ele carrega 70 toneladas, peso de balança.

            O que acontece é que, em determinadas cargas, como grãos e outras cargas que se movimentam na carroceria ao “andar da carruagem”, como se diz, você tem movimentação da carga, e essa diferença do peso sobre eixo - aliás, diferença de eixo para eixo - diz-se nesse respeito.

(Soa a campainha.)

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT) - Não se autorizou o aumento do peso bruto dos caminhões para andar nas estradas brasileiras: o mesmo peso que era antes dessa lei continua agora; a única diferença, Senador Moka, é de um eixo para o outro - e o Senador Medeiros, que foi, até poucos dias atrás, policial rodoviário federal, conhece e sabe disso. É só a diferença que passou de 5% para 10% do primeiro eixo para o segundo, para o terceiro, para o quarto eixo. O peso bruto do caminhão continua o mesmo.

            Então, é lamentável que a comunicação seja feita errada, passando para a sociedade um entendimento de que foi autorizado o aumento de pesos e que vai estragar a estrada, que vai aumentar a insegurança nas estradas. Não tem nada disso! A conquista dos caminhoneiros é uma conquista justa, pois, há muito tempo, pretendia-se ter a legislação brasileira igual à legislação que é do Mercosul.

            Concedo o...

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco Maioria/PMDB - AL) - Senador Blairo, com a palavra, V. Exª.

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT. Fora do microfone.) - Senador Moka.

            O Sr. Waldemir Moka (Bloco Maioria/PMDB - MS) - Senador Blairo Maggi, primeiro quero dizer a V. Exª que, a partir, inclusive, da constituição dessa comissão pelo Presidente Renan - composta por V. Exª , eu, a Senadora Lúcia Vânia e o Senador Elmano -, estamos procurando acompanhar isso mais de perto. No final de semana, eu estive com transportadores do meu Estado: o Cláudio Cavol, V. Exª conhece, o Gelson Pavoni, que V. Exª também conhece, porque eles acabam atuando no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso. Além disso, não falei pessoalmente, mas tive contato com uma cooperativa de caminhões de Dourados, o Sr. José Lopes da Silva. Então, eu estou tentando também, como V. Exª, e quero parabenizá-lo. Sei que o assunto é mais complexo porque...

(Soa a campainha.)

            O Sr. Waldemir Moka (Bloco Maioria/PMDB - MS) - ... quando eles conversam com a gente, eles falam da oferta muito grande crédito - todo mundo comprou caminhão, não é? -, e essa é uma realidade. E aí, com uma oferta muito grande de caminhões, o preço da carga cai, e, nesse momento, aumenta o preço do óleo diesel. Quer dizer, essa equação não fecha. Então, por isso é que eu acho importante a reunião de terça-feira que vem, dia 10, com um segmento mais ampliado, para que a gente possa construir, realmente, políticas de médio e longo prazo, no sentido de resolver um assunto que é complexo, principalmente num País em que, fundamentalmente, o escoamento da produção, o seu abastecimento dependem do chamado frete rodoviário.

(Interrupção do som.)

            O Sr. Waldemir Moka (Bloco Maioria/PMDB - MS. Fora do microfone.) - Então, muito obrigado, Sr. Presidente.

            O SR. BLAIRO MAGGI (Bloco União e Força/PR - MT) - Só para finalizar, como disse bem o Senador Moka, V. Exª elegeu uma comissão para tratar do assunto. E eu, na sexta-feira, estive em Rondonópolis e fui ao movimento dos caminhoneiros. Fui lá no asfalto, no chão, conversar com essas pessoas. E fiquei impressionado, Sr. Presidente, como as demandas são diferentes.

            Nós temos “n” problemas com os mais diversos setores desse segmento de transporte. Desde os grandes empresários transportadores, passando pelos médios, pelos pequenos, nós temos problemas com os autônomos, nós temos problemas com os que são empregados para dirigir um caminhão. As reclamações são muito grandes, e esta Casa terá que ter muita paciência.

            Eu já garanti lá, nesse dia, que nós vamos abrir aqui, nas nossas comissões, espaços para que eles venham aqui demonstrar todo o seu problema, para que nós possamos resolvê-lo.

            Então, o Senado Federal, essa Comissão que foi eleita e, tenho certeza, a Câmara também abrirão esses espaços. Nós temos que ter paciência para resolver um problema que é bastante grave, que vai desde o relacionamento dos embarcadores com os motoristas, passando pela Polícia Rodoviária Federal e assim por diante.

            Então, muito obrigado, Sr. Presidente, e vou informando esta Casa à medida que os acontecimentos forem andando.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/03/2015 - Página 431